Ocean Eyes • BNHA

Від anacarolinarac

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𝐀𝐓𝐒𝐔𝐊𝐎 não tinha família. Ao menos, não uma família a qual se lembrasse. Quando tinha quatro anos, perd... Більше

𖤍𖡼 𝐈𝐍𝐓𝐑𝐎𝐃𝐔𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍 𖡼𖤍
𖤍𖡼 𝐎𝐂𝐄𝐀𝐍 𝐄𝐘𝐄𝐒 𖡼𖤍
𖤍𖡼 𝐄𝐏𝐈𝐆𝐑𝐀𝐏𝐇 𖡼𖤍
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Від anacarolinarac

FELIZ ANIVERSÁRIO

Quando aceitei ajudar a Comissão e entrei para a Liga dos Vilões, não imaginei que aquilo fosse demorar tanto tempo assim para ser resolvido. Eu tinha a esperança e a ilusão que logo tudo entraria no eixo e eu poderia voltar para U.A, e que tudo ficaria bem, como deveria ficar. Mas aos poucos fui percebendo que isso não iria acontecer, e quanto mais tempo passava e mais eu me afundava dentro da Frente de Libertação Paranormal, mais eu percebia que tinha me enfiado em um caminho sem volta. E no começo, foi difícil fingir que eu apoiava a causa da Liga, e foi ainda mais difícil fingir para Shigaraki que eu estava do lado dele. Durante semanas, servi como um saco de pancadas tentando ajudar ele com aquela merda toda para conseguir controlar aquele gigante maldito. Todos os dias, eu queria apenas mandar os heróis para onde eles estavam e acabar com aquilo.

Mas depois, veio o Exercício de Libertação Meta, e ai o incidente em Deika. E tudo piorou gradativamente.

Sim, no começo, foi difícil fingir que eu não era mais Psique, uma super heroína com sua licença provisória que estava esperando o momento certo para entregar todos eles. Mas podia dizer que tudo ficou ainda pior quando eu passei do estágio de sentir repulsa por todos esses vilões, e comecei a sentir meio que empatia por alguns deles. O que, sinceramente, era uma belíssima de uma merda. Porque eles machucaram meus amigos, e machucaram milhares de outras pessoas, e ainda assim, todas às vezes que estava com eles, que via eles confiando em mim como se eu fizesse parte daquilo tudo, eu me sentia profundamente culpada. Eles eram uma família, era quase como o que eu sentia pelos meus amigos na U.A, aquela coisa dentro de mim que me faria fazer de tudo para proteger eles. Era como se esses vilões sentissem absolutamente a mesma coisa.

Eu sempre tentava não pensar muito a respeito disso. Precisava me lembrar constantemente que eles não era os mocinhos na história, e que tinham machucado muita gente para conseguir o que queriam. Isso era algo que eu não podia aceitar, ia completamente contra tudo o que eu acreditava. Mesmo que fossem capazes de fazerem coisas boas por quem amavam, também faziam coisas extremamente ruins e prejudiciais para a sociedade. Ichiro era a prova viva de que apesar de tudo, eles só queriam o caos. Ver aquele homem brincando com a mente dos outros apenas para seu próprio entretenimento me fazia sentir náuseas. E saber que a individualidade dele era a mesma que a minha, que eu tinha vindo daquele homem...

-Atsu-chan, por que não está prestando atenção?! - Toga reclamou, me trazendo de volta a realidade. Eu fiz uma careta ao me dar conta que tinha perdido para ela no Just Dance por estar ocupada demais ponderando sobre os últimos meses ao lado dos Vilões. Me tornando parte deles. Apenas dei de ombros para Toga, me virando para a fitar por um instante. Ela estava com aquela porcaria de chapéuzinho de festa na cabeça, uma mensagem clara que não me fazia esquecer de que dia era, mesmo que querendo muito. Ficava ainda mais difícil quando Twice tinha perdido o precioso tempo dele fazendo a porcaria de um bolo de chocolate.

Ichiro era um merda do caralho, e eu sabia que ele tinha dito para todos que era meu aniversário só pra não me fazer ter paz por um instante. Ele queria que eu me lembrasse que dia onze não era só sobre mim mesma. Ele queria que eu soubesse que era o primeiro aniversário que eu passava em onze anos completamente sozinha... E não no sentido de não ter pessoas para comemorarem comigo, mas sim porque meu coração parecia estar vazio.

Mesmo que até acreditasse em mim, Ichiro não era burro, ele sabia exatamente o que eu sentia por Shoto e o como lembrar que aquele dia era um dia sem ele era, de certa forma, doloroso. A questão não era sobre Twice e Toga decidirem cantar parabéns, mas sim de que eu não queria lembrar que estava ali e não na U.A, e que eu estava completamente e totalmente sozinha. Como se tivesse a droga de um buraco no meu coração, e eu não sabia como preencher o que faltava.

-Foi mal, Toga. - falei torcendo o nariz, me jogando no sofá e fitando o teto. Estava ciente do olhar confuso de Toga grudando em mim, já que eu era bem melhor que ela no Just Dance e não tinha ganhado naquele trágico dia. Claro que na mente de Toga, não fazia o menor sentido eu estar desanimada já que era meu aniversário e eles tinham feito bolo pra mim. Por mais que as intenções tivessem sim sido boas, não apagava o fato que eu não tinha vontade nenhuma de comemorar aquele dia. Ichiro sabia disso. E por isso fez toda essa merda, como o verdadeiro filho da puta e que ele é.

Queria gritar na cara dele o quanto eu o odiava. O quanto ele fazia eu sentir coisas horríveis, o como ele era capaz de me deixar totalmente transtornada. Minha vida estava uma merda, e boa parte disso era culpa de Ichiro. Não importava que ele estivesse me ajudando a controlar melhor minha individualidade, não importava que ele fosse o motivo da minha evolução e que foi graças ao que ele me ensinou que roubei minhas memórias de volta. Nada iria apagar todo o dano psicológico que Ichiro me causou. Nada iria servir para amenizar aquela escuridão toda dentro de mim mesma. Porque eu não tinha absolutamente mais nada ao que me apegar.

-Fazendo uma cara tão feia no dia do seu aniversário, mas isso é bem patético, né? - não me virei para olhar os olhos turquesa de Dabi, e ignorei a risada que ele deu. Não valia a pena, não quando Toya só queria me provocar e me estressar pelo fato de que era aniversário de Shoto também. Ele estava esperando o momento certo para falar sobre isso, eu podia escutar os pensamentos péssimos dele há quilômetros de distância. Ele só queria me ver completamente miserável e vulnerável, porque talvez assim eu voltasse a ser a irmãzinha que ele tanto amava. -Ichiro tá te procurando. Disse que tem um presente de aniversário pra você.

-Não me importa o que ele tem para me dar, eu não quero. - falei com minha melhor voz de tédio, fitando o teto por um instante. Dabi deu uma risada que deixava bem claro que não importava se eu queria ou não, e isso me fez engolir em seco pensando no que Ichiro queria tanto.

-Você deveria colocar seu tênis e ir atrás dele. - não era exatamente um conselho, soava mais como uma ordem.

Toga me lançou um olhar, mas não tentei decifrar o que significava enquanto lentamente colocava meu all star azul. Minha vida já estava cheia de merda, e pelo tom de voz de Dabi, estava prestes a ficar ainda pior. Afinal, pra que me dar um desconto no dia do meu aniversário, não é? Tenho certeza que Ichiro vai vir com mais um novo tipo de teste ou um joguinho para tentar me fazer vacilar. Ele estava constantemente fazendo isso.

E eu era obrigada a fazer exatamente o que ele queria, como uma maldita marionete. Agora que tinha chego tão longe, não podia me dar ao luxo de perder tudo. Eu não podia voltar para U.A, pelo menos não enquanto isso tudo não tivesse finalmente acabado. Então, eu faria o que Ichiro quisesse. Afinal, que outra opção me restava?

Caminhei pelos corredores praticamente me arrastando. Minha vontade de fazer o que Ichiro queria era nenhuma. O que ele queria dessa vez? O que ele faria? Entraria em minha mente e tentaria vasculhar ela? Para a minha sorte, minhas barreiras mentais eram boas, estavam bem melhores, e eu sabia como fazer ele ver aquilo que ele queria ver, mas, ainda assim, era absurdamente arriscado. Ichiro era um telepata mil vezes mais forte que eu; me assustava saber que ele podia facilmente descobrir toda a verdade, o que não só foderia minha vida, mas como a de Hawks também.

Eu estava enfiada na mais profunda merda, e me perguntava todos os dias o como eu iria sair desse buraco que eu mesma tinha me enfiado. Se eu tivesse apenas recusado o pedido da Comissão e ficado na U.A, pelo menos não estaria sozinha tentando salvar o país e arranjar soluções para todos os problemas da sociedade.

-Ah, aí está você! - Ichiro disse com aquela falsa animação e um sorriso largo que me fez parar de andar na hora. Eu não queria me aproximar mais dele; não quando eu sabia que aquilo não levaria a nenhum caminho bom.

Eu fitei os olhos de meu pai por um instante; não existia nada ali. Nenhum tipo de bondade, apenas um vazio. A mente dele era tão quebrada e remendada que às vezes fazia eu me questionar se era o motivo para ele ser do jeito que era. O que tinha feito Ichiro virar esse tipo de pessoa?

-Feliz aniversário. - ele cantarolou, e em um piscar de olhos, Ichiro estava na minha frente.

Eu não consegui me mover e ele sorriu para mim, sua mão deslizando pelo meu cabelo.

-Você deveria estar mais feliz, Atsuko. - ele disse num sussurro que fez um calafrio percorrer minha coluna. -Você fez suas escolhas, não é? Ou tem algo que eu não sei?

Pisquei, sentindo o ar faltar dos meus pulmões.

Eu precisava respirar.

-Você tá louco, é? - falei, dando um tapa para afastar suas mãos de mim antes de enfiar as minhas próprias dentro do bolso da calça jeans. Ichiro não precisava ver que elas tremiam. Ele não precisava saber o quanto eu estava apreensiva.

-Não fique tão irritada. - ele riu, passando o braço pelos meus ombros e me conduzindo para fora do chalé. -Estou só brincando com você, querida. Sei que você é fiel a nossa causa. É por isso que vamos sair juntos hoje e você vai escolher um presente de aniversário. Não é uma data especial? Vamos lá, Atsuko, faça uma cara melhor!

Mas que merda ele queria? Por que isso não me cheirava nada bem?

-Você tá maluco? Tá todo mundo procurando a gente. - falei torcendo o nariz. Ichiro deu de ombros.

-Eu sou bom em me esconder. Vamos. - algo em sua voz me fez ter a certeza que era melhor não recusar aquilo. Por isso apenas o segui em direção ao carro.

-Sabe dirigir? - ele perguntou. Apenas franzi as sobrancelhas. -Você acabou de fazer idade pra isso. - ele riu.

-Sim, eu sei. - murmurei meio infeliz lembrando do como aprendi a dirigir graças a Denki depois que ele "pegou emprestado" o carro dos pais e quase batemos com ele no poste. Lembro muito bem do como Katsuki ficou fodido de raiva e Kirishima não conseguia parar de rir. Lembrar disso fazia meu coração doer um pouco mais. Eu realmente sentia muito a falta dos meus amigos...

-Que bom. - Ichiro jogou a chave do carro na minha direção e eu quase cai tentando a pegar. Arqueei a sobrancelha, confusa. -Eu te falo o caminho.

Eu não disse nada antes de entrar dentro do carro. Bom, se ele queria que eu dirigisse, por mim tudo ótimo. Mas ele iria se arrepender muito disso.

Eu não sabia o que Ichiro estava tramando, mas sabia que estava tramando algo. Ignorei quando ele zombou falando que eu dirigia parecendo uma mãe.

Não era sobre dirigir parecendo uma mãe, era só sobre dirigir sem querer morrer!

-Você é vilã, Atsuko. Tem que saber o como afundar o pé no acelerador pra fugir. Vamos, faça logo isso. - Ichiro riu. Eu grunhi de irritação.

Mas fiz exatamente aquilo, mudando da terceira marcha para a quarta. E então para a quinta.

Ichiro riu enquanto eu desviava dos outros carros, meu coração batendo acelerado dentro do peito por causa da adrenalina. Se nós batessemos em qualquer coisa, iríamos os dois morrer. Nem mesmo minha telecinese ia ser capaz de nos impedir desse trágico destino.

Ele era um dos piores vilões da Liga e provavelmente o que mais daria trabalho de derrotar já que Ichiro podia muito bem acabar com todos em um estalar de dedos devido a sua telecinese. Seria tão ruim assim se eu...

-Nem mesmo cogite a ideia. - ele riu e eu senti um puxão que me fez desviar com o carro da direção pela qual eu estava indo. Engoli em seco, diminuindo a velocidade e a marcha aos poucos.

-Por que diabos estamos na porra do shopping? - perguntei assim que parei o carro e saltei pra fora. Minhas pernas tremiam e meu coração batia acelerado, mas tentei ignorar isso enquanto colocava o capuz do meu moletom e escondia meu cabelo loiro.

-Isso é bem mais suspeito que agir com naturalidade. - Ichiro censurou me vendo tentar parecer menos suspeita. Eu revirei os olhos, o seguindo para dentro. -E por que acha que estamos no shopping no dia do seu aniversário? Vai ter que escolher onze presentes pra compensar o tempo que estive fora.

-Não preciso do seu dinheiro.- cuspi. Ele riu.

-Quem disse que eu vou comprar? Vamos roubar.

Tudo piorava gradativamente.

Eu devia mesmo ter jogado o carro contra o muro.

Não tive tempo para falar algo, pois Ichiro saiu na minha frente e eu o segui.

-Vamos embora, eu não quero ficar aqui. - reclamei, agarrando o pulso dele. -Olha, é meu aniversário, se quer me dar um presente, me leva de volta para o chalé.

-Mas nem chegamos na parte boa ainda. - ele sorriu, agarrando meu rosto e o virando.

Foi quando meus olhos se depararam com cabelos verde. E ele não estava sozinho, claro que Midoriya ia estar acompanhado de Ochako e Iida, e claro que eles estavam ali pra comprar um presente para Shoto. Vi na mente de Midoriya, nos pensamentos dele, o como ele só queria fazer Shoto se sentir minimamente melhor porque...

Não; eu não queria saber. Eu não queria ver o quanto ele estava sofrendo por minha causa. Eu não...

Meus olhos se encontraram com os de Midoriya naquele instante, como se ele tivesse sido atraído na minha direção. Ichiro riu.

-Agora as coisas vão começar a ficar interessantes, não é, Atsuko?

Boa tarde povo bonito! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Sei que ando meio sumida, mas ando cheia de provas na faculdade então não venho fazendo outra coisa que não estudar. Além disso, estou meio desanimada ultimamente, sem nenhuma vontade de escrever algo, tudo parece que saiu péssimo, já peço desculpas pelo capítulo meia boca de hoje :')

Espero que estejam todos bem e se cuidando <3 prometo que tentarei voltar logo com novos capítulo e novidades

Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!

Espero que gostem <3
~Ana

Data: 03/10/22

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