Você Nunca Saiu Verdadeiramen...

By NaylaFernandaBarbosa

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Melinda se tornou uma mulher implacável, não é nem a sobra da jovem insegura que foi. Depois de ter o coração... More

Avatares
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
capítulo 13
Capítulo 14
Capitulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capitulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capitulo 25

Capítulo 8

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By NaylaFernandaBarbosa

- Rafael está noivo. - contei a minha enquanto conversávamos na varanda da casa da minha avó paterna após colocar meus sobrinhos para dormir.

Desembarquei em Londrina hoje ao anoitecer, sem um pingo de ânimo para às perguntas das minhas tias sobre maridos.

Minha irmã soltou um gritinho agudo de alegria, seus olhos castanhos brilharam, Lis amava casamentos se pudesse casaria mil vezes.

- Você não me disse que estavam juntos! - Sorriu me abraçando. - Ah sua safadinha, eu sabia que uma hora ou outra você se tornaria uma Miller. - soltou as palavras batendo palmas eufórica.

- Não! - me engasguei com o vinho que estava bebendo. - Eu e Rafael não temos nada, já disse para você centenas de vezes, Ele reatou com Helena e estão felizes!

- Quem é Helena ? - Questionou exasperada. - Quer sabe deixa para lá, me conta e o Joaquim ? Não tiro nenhuma casquinha?

Enchi novamente minha taça, fingindo não ter ouvido as perguntas infundadas da minha irmãzinha.

- Mel! - chamou erguendo até a boca e, quando encostou os lábios para dar um gole, seus olhos se arregalaram sabendo a resposta.- Irmã faz quanto tempo que você não transa? - comprimi os lábios desviando o olhar para o gramado verde da fazenda Nossa Senhora. - Não vai me dizer que a última vez foi com o Mat...

- Eu não tive tempo para isso.

- E o professor? - seu rosto indignado me faz rir. -Como é mesmo o nome dele ?

- Noah.. - disse virando todo o líquido da minha taça.

- Céus quanto tempo faz que vocês terminaram? - indagou

-  Quatro anos e meio. - Respondi, sentindo o no se formar na minha garganta.

- E o Joaquim ? - perguntou depois de respirar fundo.

- Por que todo mundo inventou de me perguntar sobre o Joaquim! - Exaspero pegando logo a garrafa e virando com tudo. - Que porra!

Lis percebendo o que estava horrivelmente óbvio, não segurou a gargalhada. 

- Está tão na cara assim? - Pergunto querendo cavar um buraco, assentiu sorrindo.

- Você nunca ficou desse jeito. Nem mesmo quando perguntava sobre Matteo. - Permanecemos em silêncio, eu não sabia o que responder sem ser patética. - Você dormiu com ele, não dormiu? - Concordo bebendo mais. - Vocês estão juntos em segredo todo esse tempo?

- Está de brincando ? Foi só há muito tempo. - uma época espetacular diga-se de passagem e depois decidimos não tocar no assunto. Fingir que nunca aconteceu.

- Quando foi isso ? - ela fechou a cara - Por que não me contou ?

- Foi no dia do enterro da Pamela. - confessei sentindo meu coração ser esmagado pela culpa. A expressão no rosto dela era como olhar meu próprio reflexo. - Estávamos de luto, nós nos encontramos na dor um do outro, eu sei que não tem justificativa ela era minha melhor amiga e eu dormi com o marido dela no dia do seu enterro. - começo a falar desenfreadamente com a voz embargada . - e ainda tem o Nicolas eu o trai diversas vezes.

- Não se culpe por algo que passou, a Pam ficaria feliz em sabendo que vocês estão juntos, no fim vocês sempre foram melhores juntos!

- E você e o Samuel ? - mudo de assunto.

- Estamos nos adaptando, com a clínica e as crianças tudo tem sido tão adulto . - suspira prendendo o cabelo no alto.- As vezes parece que estamos nos distanciando sabe, Mel? Caindo na monotonia - Permaneço em silêncio sem palavras para descrever o quanto invejo a vida dela.

- Liz... - aperto sua mão com firmeza. - Você não sabe como eu queria um dia provar um pouco dessa sua vida "adulta", mas não posso!

- Não pode ou não quer ?

- Quando descobri que não poderia engravidar, senti como se minha vida estivesse fadada ao fracasso! Nicolas e eu sempre planejamos uma família, e senti como se tivesse falhado com ele.

- Você sabe que isso não é verdade. Foi uma fatalidade aquele acidente.

- Lógico que sim, mas não muda o fato deu me sinto-me  como se tivesse fracassado, sabe eu tô vendo vocês tocando a vida, e é como se eu estivesse estagnada- limpo a lágrima que se forma no canto dos meus olhos. - como se estivesse ancorada no mesmo lugar.

- mas você pode tentar outros métodos, adoção barriga de aluguel... eu não sei irmã.

- Eliza,  se eu engravidar a chance de sobreviver é mínima. - confesso fechando os olhos.- Não quero outra mulher gerando o meu filho...

- Ele não será menos seu por não ter saído de dentro de você. Ele será seu filho biológico igual irmã.

- Eu já aceitei que não terei herdeiros, mas encontrei uma forma de me realizar através do meu trabalho. - sorri orgulhosa, ela me olha com pesar- Liz, não me olhe assim, querida!

- É tão estranho sempre achei que você teria uma casa cheia de filhos e cachorros. - fiz uma careta.

- Um marido não me diminui como mulher Eliza.

- Eu sei, mas você tem aquele jeito mãezona sabe. - diz puxando a mantinha para abraças seu corpo.- Só porque você tentou uma vez e não deu certo, desistiu e tudo bem estar se protegendo. Mel eu me lembro da alegria em seus olhos quando olhava para Nicolas, os jantares e as noites de jogos na casa de vocês.

- Eu ainda sou alegre.

- Depois daquele acidente você perdeu seu brilho, eu daria tudo para que você voltasse a ser você. Eu sei que está feliz, mas porque não se dar um chance de brilhar de novo ?

- Eu não tenho coragem. - confesso. - Não posso baixar a guarda e ter que passar por tudo aquilo novamente. Não posso perder o controle da minha vida.

- Perca o controle. Mergulhe no novo, Melinda. - exaspera. Pelo amor de Deus! Se você não tentar nunca vai saber se vai ou não se decepcionar. Talvez você seja o amor da vida de alguém e de repente ele pode ser o seu amor também.

- Posso pensar sobre isso - balbucio.

- Não pense muito. - Diz se levantando. Mas se fizer sentido para você, não importa quem seja. Se abra, por você e por ele! - Joaquim invade meus pensamentos. Os olhos penetrantes o sorriso de lado, os músculos. - Aí meu Deus você está pensando nele sua safadinha.

- Tô não! - Digo sentindo meu rosto corar. - Talvez... - confessei fazendo ela sorrir ainda mais.

                              ****

Encaro mais uma vez o espelho antes de sorrir, escolhi um vestido longo com estampa de flores, nos pés coloque uma sandália baixa. Assim que saio do closet encontro minha afilhada pulando sobre a cama, os cachos dourados na altura do ombro estão desgrenhados graças a bagunça que ela fez nos meus lençóis.

- Ceci! - repreendi tentando não sorrir junto com a minha garotinha.

- Dindaaa! - Gritou vindo até mim que me ajoelhei para ficar da sua altura. - Mamãe pediu pra te acordar.

- Tudo bem, meu amor! A dinda estava no banho.- sorri para ela arrumando seu laço verde quem se perdeu em meios aos cachos. - Eu tenho um presente para você.

Seguro sua mão guiando-a até a pequena mala com meus itens pessoas, tiro de lá uma caixinha azul da Cartie'r e lhe entrego. Seus olhos brilham em expectativa, Maria Cecília abre revelando dois colares idênticos de ouro branco com M  cravejado com pequenas esmeraldas, os tirei da caixa um é infantil.

- Mais por que dois dinda ? - Questiona a pequena espertinhos - É pra mamãe o outro ?

- Não, meu amor! - digo quando ela se vira me deixando perder o colar em seu pescoço. - Com qual letra começa o nome da mamãe ?

- L... - diz pensativa - não... não é com E, Elisa!

- isso mesmo, esse é para a madrinha! - explico tirando outro da caixa e prendendo no pescoço. - Melinda e Maria!

- Mas dinda falta um ainda . - diz pegando minha mão novamente para irmos tomar café.

- Simon é muito pequeno para tem joias amor.

- Não o bebê. O padrinho também é com m. - paro no meio do percurso sentindo um nó se formar ma garganta. - Matteo...

- Mas esse é só para as meninas. - digo atônita graças a Deus ela encerrou o assunto quando chegamos ao jardim.

Todos estavam aqui reunidos para passar o fim de semana em família, mamãe já estava chegando e meu pai para variar estava dentro de algum par de pernas com idade para ser sua filha.

Vovó com suas tradições , a mesa estava cheia de variedades com bolos pães e suas cucas. Liz está sentada numa cadeira antiga de balanço amamentando o pequeno Simon, o sorriso surge nos seus lábios quando seus olhos batem em nós. Samuel conversa com meu primo Thomás sobre o último jogo do Flamengo meus tios estão nos estábulos e as senhoras da família na roda de chimarrão.

- Você acordou mesmo sua tia? - fala rindo para a filha.

- Não, mama a dinda está acordada. - responde a miniatura Medeiros sentando ao lado da minha irmã. - Olha o que ela me deu. - mostra o colar. - Ela tem um igual, com a letra do nosso nome, mamãe!

- Que lindos! - olho para o pingente. - Agradeceu a dinda ? - Maria nega. - Então agradeça.

- Obrigada dinda. - Sorri sem graça.

- Mel segura ele pra mim ir no banheiro, fazendo um favor? - Liz pergunta me entregar Simon se esperar resposta e sai em direção ao lavabo.

Me sento perto das minha tias, meus olhos estão vidrados no pequeno ser humaninho nos meus braços. Simon é a cópia perfeita do pai com os cabelinhos dourados e os olhos esverdeados tão expressivos quanto os da irmã, suas mãos gordinhas alcançaram meus cachos enrolando os dedos nos fios.

- Nunca entendi por que a Mel não quis ter filho. - balbucia tia Eloísa me observando brincar com o bebê.

- Mas como ela poderia ter filhos? - Tia Eduarda questiona indiferente. - Nem um marido conseguiu. Deveria ter se casado com o filho do Fernando, Melinda! - engulo seco seu comentário. - Nicolas é um bom rapaz. 

- Não precisa de um marido para ter filhos hoje em dia, basta ter dinheiro. - Minha tia caçula comentou entregando a cuia para vovó. - Ela pode fazer uma inseminação artificial, sem ter que lidar com um homem lhe atrapalhando a vida. - completou Tia Amanda. A liberal.

- falou a mulher que abandonou o marido e os filhos para viajar o mundo. - Rebateu Eloísa. A moralista. - Melinda, querida nós diga uma coisa. Está namorando ? Seu pai comentou que ainda mora com Miller.

- Não titia. - nego. - Moro mais por pouco tempo, já que Rafael vai se casar e Joaquim está namorando. - a última parte sai quase num sussurro.

- Sempre achei que você se casaria com Joaquim. - Solta vovó me entregando a cuia de chimarrão.

- Porque ? - questiono confusa com seu comentário.

- Seu avô tinha certeza que vocês acabariam juntos, você são muito parecidos...

- Mãe isso não daria certo nunca. - Amanda - O relacionamento seria monótono.

- É aí que você se engana, relacionamentos opostos causam sofrimento, porque um não compreendo o outro. Já os iguais se completam. - Explica minha vó. - Seu avô sempre observava vocês dois juntos, como um completava a frase do outro, a paixão por cavalos...

- Se lembra quando ela caiu da Pandora. - Eduarda comenta.- Acho que você não se lembra Mel, você tinha uns oito anos estavam treinando tambor aí sua égua assustou-se com uma cobra você caiu e bateu a cabeça. Joaquim não saiu do seu lado em momento algum.

- Foi tão fofo ver aquele menino magrinho discutindo com as enfermeiras porque não queria sair do lado dela. - Sorriu Eloísa.

- Agora já não mais um menino! - Liz chega se metendo na conversa. - Ele cresceu e virou uma parede de músculos.

- Verdade! - Amanda sorriu com malícia me fazendo revirar os olhos. - Nem sei como ainda não se casou.

- Ele se casou sim! - falo de pé nanando meu sobrinho.

- A mulher morreu há anos, você como amiga deveria aconselhar, apresentar suas amigas para ele.

- Ou se apresentar. - lanço um olhar fulminante para Eliza.

- Por Deus, Eliza! - Exaspero envergonhada, as velhas já tem a mente fértil e ela dá mais motivos ainda. - Joaquim está namorando. E eu estou muito bem sozinha.

Por mais que me doesse admitir que seria maravilhoso receber um olhar diferente dele, mas não era assim que as coisas eram, Quim está com Gaby. Bom, e eu estava bem do jeito que estava.

- Está? - questiona Eloísa juntando as sobrancelhas escuras. - Sabe, Melinda achei que era mais esperta!

- Odeio admitir, mas tenho que concordar com Eloísa. - Amanda continua. - Cavalo arriado não passa duas vezes, se eu fosse você não bancária a amigona e cairia sentada naquele homem divino.

- Verdade! - Dizem todas uníssono.

Decido ignorar os comentário voltando meus olhos para o bebê que dorme em meus braços, sua respiração tranquilo me faz sentir inveja da vida da Liz, essa sensação de ter um ser tão pequeno e frágil dependendo de mim para tudo, nunca sentirei o gostinho de ter um filho. Lágrimas se formam nos meus olhos, ergo o rosto para olhar o céu azul, espanto esses pensamentos que só me trazem sofrimento.

Saio dos meus devaneios com o barulho de carro se aproximando, o SUV estaciona próximo aos outros carros. A porta se abre e não resisto em abrir o maior sorriso do mundo ao vê-la. Já faz um ano desde que foi me visitar, Eliza ao notar o que estou doida para correr até ela rapidamente retira o filho dos meus braços.

- Mãe! - sussurro em seus braços. - como senti sua falta...

- Meu bebê que bom que veio. - diz se afastando para me observar minuciosamente. - Olha só para você, está deslumbrante.

- Tive a quem puxar - beijo sua testa, caminhamos até os outros.

Valentina cumprimenta as ex-cunhadas e depois chega a minha irmã antes de ficar presa aos netos.

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