Quando o amor é pra sempre: A...

Oleh Strange-Boy

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Segundo volume de "Quando o amor é pra sempre", "A história de Gael" conta a história do filho adolescente de... Lebih Banyak

[2] o jogo de basquete 🏀
[3] arcata court mall 🏬
[4] suco de laranja🍊
[5] parabéns, Chrissie 🎂
[6] o acordo 📝
[7] o incidente ⚠️
[8] os sobreviventes e o memorial ❤️‍🩹
[9] como um relâmpago ⚡
[10] revelações 📖
[11] sou um furacão 🌪️
[12] o circo 🎪
[13] entre o bem e o mal 😇😈
[14] se rendendo ao amor? ❤️
[15] contagem regressiva 🕗
[16] o baile de formatura 🕺

[1] prólogo 🏫

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Oleh Strange-Boy

Atualmente, em 2022...

— Gael!

— Oi? — virei minha cabeça para Hans, que sempre sentava na carteira do meu lado em todas as aulas. 

— Não está ouvindo o que eu estou te contando!?

As carteiras de todas as salas de aula da escola eram separadas em duplas e por sorte eu tinha um amigo pra me fazer companhia. 

— Ah... Desculpa. — sorri, disfarçando. — O que estava falando mesmo?

— Você está bem aéreo ultimamente, hein. Deixa pra lá, agora o professor vai continuar a matéria, depois a gente conversa mais.

Acenei com a cabeça e abri meu caderno para me preparar para as anotações daquela aula. Às vezes ficava com a mente assim na escola e até em outras situações. Acho que é normal, né?

Afinal, quem nunca se pegou pensando no que tem dentro da geladeira pra comer quando chegar em casa ou em planos bobos para o dia?

O professor de geografia começou a falar sobre alguma coisa dos tipos de vegetação, coisa que eu já estava careca de saber. 

Sim, eu estava aéreo mesmo.

Comecei a pensar no quanto as coisas mudaram do começo da pandemia do COVID-19 pra cá.

Eu e meus pais nos mudamos para Arcata, uma pequena cidade na Califórnia. Eles gostaram muito da ideia de morar em um lugar pequeno, mais sossegado e simples, diferente da cidade grande, centros urbanos e afins. 

Afinal, o lugar era cercado de florestas e também tinham praias bem bonitas. É, eles gostavam de ficar rodeados o máximo possível da natureza e confesso que eu também, apesar de também adorar as cidades grandes.

Apesar de ter adorado meu cabelo pintado de rosa, deixei ele voltar pra cor preta natural e cortei em tamanho médio. Desisti da ideia de alisar, principalmente porque ele ondulado realmente lembrava as ondinhas do cabelo do meu pai Scott. 

— Me empresta aqui a borracha rapidinho. — Hans comentou, já pegando a minha borracha sem nem mesmo deixar eu aprovar ou não.

Nosso nível de amizade era grande pra termos essa intimidade. 

Hans era bonito, tinha o cabelo bem ralo, a pele bem escura, era alto e com ombros largos. Ainda não havia barba no rosto dele, algo que ele queria muito que crescesse.

Em mim, também nenhum fiapo sequer até hoje, mas estava contente assim. Costumam dizer que na adolescência não é tão fácil assim crescer uma barba, ainda mais quando se tem 16 anos ainda.

Mal lembro como comecei a falar com Hans e desenvolver essa amizade com ele, mas foi de forma tão natural. Ele sabia praticamente de tudo na minha vida. Contei a linda história de amor dos meus pais, contei o quão eu era apaixonado pelo jogador de futebol do meu colégio antigo, o Luke.

Ah, o Luke... Ele era tão legal comigo, mas não era nada além de uma amizade bem simples. Foi a minha primeira paixão e também a minha primeira decepção. Não confessei meus sentimentos, mas eu sabia que ele era hétero, tanto que quando deixei a cidade ele estava namorando com uma garota. Nos despedimos e desde então nunca mais nos falamos.

Foi difícil pra superar. Foi difícil passar tantas noites chorando e achando que eu nunca mais ia sair daquele buraco, mas consegui. Hoje só sinto um simples carinho guardado por ele e nada mais. 

Acabou que os meus pais estavam errados e a torcida deles também foi por água a baixo.

"Mas sei lá, Gael, não acho impossível acontecer algo do tipo não..." me dizia Hans em uma de nossas conversas sobre o assunto. Disse "Concordo com o seu pai Scott que é bem possível sim um nerd e um popular ficarem juntos." e riu. 

"Qualé, Hans. Isso só acontece mesmo nos chatos clichês de romance... Seja um casal hétero ou gay, ai, tanto faz!" 

"Então o que os seus pais tem é uma história de um clichê de romance?" ele perguntou.

"É." respondi e rimos. 

Meus pais e o meu amigo Hans também sabiam que eu não tinha feito muitas amizades no antigo colégio. As poucas que eu tinha feito eram superficiais, tanto que nem senti tanta falta dessas pessoas quando eu e minha família nos mudamos pra uma cidade longe. 

Eu era tímido, tinha dificuldade de fazer amigos. Também achava difícil eu me conectar com a maior parte das pessoas. Se eu fosse me comparar com os meus pais, diria que eu puxei muito mais o meu pai Harry. Sim, eu realmente era um nerd, um esquisito que só ouvia músicas que ninguém gostava e coisas do tipo. 

Hans era diferente de mim em muitos pontos assim como era igual em vários outros, mas é aí que está a graça. A nossa conexão funcionava em meio dessa montanha russa de diferenças e igualdades. Acima de tudo, sempre respeitamos um ao outro.

Meus pais, Hans e praticamente o colégio inteiro sabia da minha sexualidade. 

Uma vez contei pros meus pais quando beijei pela primeira vez em uma festa. Depois nunca mais comentei por tanta vergonha de contar essas coisas pra eles. 

Outros beijos com outros garotos eu comentei com Hans, que sempre estava interessado em qualquer fofoca ou coisa que eu tivesse pra contar. 

Mas esses beijos não passaram de beijos. Não houve paixão, não houve mais nenhuma história de amor ou algo do tipo além disso. 

Talvez um dia eu possa ter a chance de viver uma história de amor tão linda como a dos meus pais. Eu admiro tanto esses dois! Tenho muito orgulho de ser filho deles.

Hans mesmo me disse, uma vez, que "super ficaria comigo" caso ele se sentisse atraído por meninos, porque eu era "muito atraente em todos os sentidos" e que "o cara que namorar com Gael Lennox Miller vai ter muita sorte". 

Ai ai, esse menino é tão cômico. Não tem como não rir das coisas que ele fala. 

Eu sempre fico sem graça ao receber elogios. Seja de qualquer um. 

— Obrigado, japa. — Hans devolveu minha borracha.

Ele me chamava por esse apelido carinhoso devido a minha etnia. 

Por eu ser gay, sempre tinha um engraçadinho ou outro que caçoava de mim, mas por mais que as pessoas da minha turma não fossem meus amigos, mas sim colegas, eles me respeitavam e até me acolhiam ou defendiam, junto a Hans, em muitas situações de preconceito e homofobia.

Com tanta campanha, ensino, tantas pessoas e até mesmo nossos professores falando sobre respeito e diversidade hoje em dia, ainda assim, infelizmente, existe esse maldito preconceito.

Mas tudo bem, eu estou aqui pra enfrentar essas coisas no mundo mesmo. Sou forte e bem resolvido comigo mesmo. 

O que mais me magoava estava resumido em uma parte, e ela estava bem na minha turma todo santo dia: Caleb.

Capitão do time de futebol da nossa turma, tinha os melhores amigos, que também poderiam ser considerados como os seus braços esquerdo e direito: Corey e Troye. 

Mas que merda, Gael. Afim de outro jogador de futebol da sua escola? Que merda! É óbvio que ele é hétero. Enfim, você já sabe no que isso vai dar, não é?

Sei. Eu sei.

Mas não mando nos meus sentimentos. 

Devido ao esporte, Caleb era atlético, com os ombros largos como os de Hans, porém mais alto ainda que ele. Tinha o cabelo loiro escuro e liso com um tamanho médio, acompanhado por uma franja que descia pela testa. Ao contrário de muitos, sua barba, embora rala, já havia começado a tomar um belo formato em seu rosto. Pra combinar com seu cabelo e sobrancelhas, sua barba também era de cor loiro escuro. 

Eu admiriava muito a beleza de Caleb e tinha coisas específicas, detalhes bem pequenos, mas que eu adorava, como o seu queixo com uma divisória no meio e seus olhos cor de mel.

Na minha turma haviam muitos outros garotos bonitos, mas desde quando cheguei aqui, os que mais me chamaram atenção foram Caleb e Hans. 

Hans também é lindíssimo! Mas depois que começamos a conversar e viramos amigos... Eu perecebi que não passava de uma amizade. Não dá! Você sente a energia, a aura. Não tem como rolar nada além disso, nem mesmo que eu quisesse, né, já que ele é hétero! 

Assim como Caleb. 

De qualquer forma, Caleb sim foi o que mais me chamou a atenção.

Sei lá, eu senti algum tipo de conexão com ele, eu não sei explicar direito... É complicado.

Vai ver é por essa e outras que me acham um garoto estranho. 

Mas que droga tem de errado com você, Gael? Será que a história dos meus pais me influenciou tanto assim a ponto de me fazer ficar caidinho por mais um atleta? Ou será uma mera e chata coincidência do destino? 

Não dá, eu gosto dele. Eu nunca contei isso pra ninguém. Sei que o segredo estaria muito bem guardado com os meus pais e com Hans, mas eu teria vergonha de ver alguém saber que eu gosto de uma pessoa que me odeia tanto. 

Caleb e seus dois amigos são populares e com aquela fama tosca de bad boy. Eles sempre gostam de tirar sarro das pessoas e se sentirem superiores em tudo. Algumas garotas eram loucas por eles assim como alguns garotos também, mas esses sabiam que não havia nem sequer a mínima chance. Afinal, o trio zoava qualquer um, até mesmo entre eles três. Algumas coisas chegavam a estar a nível de bullying e isso me preocupava.

Os três já levaram muitas advertências e suspensões, sempre disfarçavam e arrumavam um jeito de driblar os superiores, se fingiam de comportados por um tempo e depois começava tudo de novo na maior cara dura.

E é claro que eles implicavam comigo também, e até com Hans. 

Então por que eu gostava de Caleb? Mesmo ele tendo esse ódio gratuito por mim junto com Corey e Troye?

Eu sei que às vezes a gente pode admirar muito a beleza de uma pessoa e que isso pode causar algum interesse primário, mas não era só isso. Por mais que Caleb me tratasse mal e me odiasse, é como se eu sentisse que existem mistérios enormes guardados nele e eu sonhava com a fantasia de desvendá-los algum dia, mas isso era completamente impossível... 

Droga de clichês. Isso nunca vai dar certo.

 "Qualé, Hans. Isso só acontece mesmo nos chatos clichês de romance... Seja um casal hétero ou gay, ai, tanto faz!"

Assim que cheguei na escola de Arcata e fiz amizade com Hans, aprendi que tínhamos que escolher no mínimo um esporte para praticarmos. Hans me disse que era impossível escolhermos o futebol, do contrário nossas vidas seriam um inferno devido ao temido trio. Então eu e ele escolhemos o tênis e o basquete. Adorava jogar, as partidas eram bem divertidas e as pessoas bem tranquilas de lidar, eram verdadeiros colegas. 

Então sim, eu e Hans também éramos atletas. 

Na hora da saída, estava caminhando com Hans pelos corredores e conversando sobre alguns assuntos banais. 

— Ei, bebê! — gritou Chrissie, a namorada do Hans. 

— Ei, lindeza. — ele respondeu com um beijo em sua bochecha enquanto ela o abraçava forte. 

— Oi, Gael! — ela abriu um enorme sorriso pra mim e deu um tchauzinho com a mão. 

— Oi. — sorri de volta. 

— Se importa se eu roubar seu amigo só um pouquinho?

— Ah, não. Que isso. Eu preciso ir embora mesmo, depois a gente se vê mais! 

— Peraí, japa. Eu ainda...

— Vai lá aproveitar o tempo com sua namorada. — eu ri. 

— Tchau, a gente se fala depois então! — ele sorriu e acenou pra mim.

— Beijo, Gael! — Chrissie disse. 

Ela era uma líder de torcida exemplar. Talvez a mais popular do colégio. Devido a isso, acabou que Hans ficou mais popular também. Até eu mesmo era popular, eu só tinha fama de garoto esquisito. 

Chrissie tinha os olhos azuis, cabelos ruivos e ondulados. Tinham tantas sardas que sua pele parecia um céu estrelado. Isso me lembrava muito do meu pai Scott. 

Quando eu estava quase saindo da escola, senti algo leve batendo na minha cabeça. Virei minha cabeça e me dei conta que era Corey e Troye atirando bolas de papel amassadas em mim. Nossa, que infantil. 

Caleb ria com eles enquanto olhava pra mim.

Era horrível me sentir ridicularizado aos olhos dele, mas pouco me importava com tamanha imaturidade. O melhor que eu fazia sempre era ignorar. 

Eu não incomodava os meus pais com esses assuntos em casa. Também não me sentia bem ou com vontade de falar sobre.

Disse bem alto que estava em casa quando cheguei. 

— Eu tô tirando o seu bolo preferido do forno nesse instante! — meu pai Harry gritou da cozinha. 

— Hummm, que gostoso. — Sorri e respirei fundo o aroma delicioso.

Agora, nós morávamos em uma casa bem pequena em uma rua super tranquila. 

O lado de fora oferecia um espaço bem descente de entrada, com várias plantas e árvores que meus pais gostavam de cuidar. No quintal, uma piscina. 

Já entrando, tinha um corredor com uma escada que levava para o segundo andar, onde havia o quarto dos meus pais e os meus, ambos com um banheiro pequeno.

Só queria a banheira do quarto deles... No meu banheiro não tinha!

No fim do corredor de entrada tinham duas portas: Uma pra outro banheiro e outra para o porão, onde guardávamos várias tralhas. Do lado esquerdo tinha a sala, do lado direito tinha uma porta para a cozinha e para a garagem. 

Fui até a cozinha e dei um beijo na bochecha do meu pai. 

— Como foi na escola?

— Normal, nada demais.

— Seu outro pai ainda está trabalhando.

— Eu imaginei.

Ajudei meu pai a cortar dois pedaços de bolo e eu já fui comendo o meu.

— Filho!

— O que? — perguntei com a boca cheia.

— Como que você consegue comer isso quente desse jeito?

Dei de ombros.

Fazer o quê? Eu amava bolo de chocolate. 

De noite, estava deitado na minha cama apenas com a luz do abajur ligado enquanto lia um livro de romance gay. 

Fui interrompido quando ouvi alguém bater na porta.

— Entra!

Alôu. — disse o meu pai Scott fazendo uma voz cômica enquanto entrava no meu quarto. 

— Oi, pai. — sorri e abri meus braços. 

Ele caminhou até a minha cama e me abraçou forte, beijando meu rosto. 

— Como você está?

— Tô bem, pai. E você?

— Bem também, só bastante cansado. Trabalhei horrores hoje e ainda passei no mercado pra comprar aquelas coisas todas que seu outro pai pediu. 

— Ah, sim... Comeu o bolo de chocolate?

— Não mesmo, tenho que manter minha dieta. 

— E sua imagem de nutricionista, não é... 

— Sim. — ele abriu um ernome sorriso. 

Balancei minha cabeça com um sorriso torto no rosto, voltando a atenção pro meu livro. 

— Eu também tô meio cansado, o dia na escola foi meio cheio hoje, mas nada demais. Tudo normal. 

— Se eu puder ajudar em alguma coisa...

— Pode deixar, eu vou te avisar. — o interrompi. 

— Bom, eu vou me juntar ao seu outro pai lá na sala pra jogar Genshin Impact no videogame. Não quer acompanhar a gente?

— Ai, não acredito... Vocês não enjoam desse jogo nunca? — perguntei ao olhar surpreso pra ele. — Vocês jogam isso todo dia! 

— Você não enjoa disso nunca? — perguntou meu pai Harry ao sair do quarto dele e parar em frente a porta do meu com um controle de videogame na mão. 

— Do quê? — perguntei de volta sem entender.

— Do que está na sua mão. Você lê todo dia! — disse num tom de deboche e o meu pai Scott riu. 

— Aprendi com você, seu nerd. — mostrei a língua pra ele.

— Olha, me respeita... — meu pai Harry não conteve o riso e desceu as escadas. 

— Logo depois eu já devo dormir também... — comentei.

— Tá bom, filho. Boa noite. — meu pai Scott beijou minha testa e foi caminhando para fora do quarto.

— Dê boa noite pro meu pai Harry também, por favor.

— Pode deixar. — ouvi ele falando enquanto descia as escadas.

Depois de ler mais algumas páginas do livro, comecei a bocejar muito e então o sono veio com tudo. Coloquei o livro na mesinha do lado da cama e desliguei meu abajur, caindo no sono e pensando como seriam meus próximos dias naquela escola. Se não fosse por Hans, eu estaria me sentindo muito sozinho. Sou tão grato por tê-lo de amigo. 

Enfim, a semana só está começando, hoje foi só segunda feira...

FIM DO CAPÍTULO

E aí, gente? Quanto tempo né? Como vocês estão?? 

Fãs do Gael que pediam e pediam pra uma continuação contando a história dele, como estão se sentindo com essa surpresa?

Desde já peço paciência pra postagem de próximos capítulos, porque não tenho um padrão estipulado e às vezes posso demorar mais do que o esperado, mas prometo não abandonar o livro. Tudo depende da minha inspiração :) 

Por favor, não esqueçam de comentar muuuuito porque eu AMO ler os comentários de vocês, ao mesmo tempo que faz bem receber um feedback e saber o que vocês estão achando da história.

Um beijo no coração de vocês <3

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