Avisos da Autora:
.🏹,, Bom dia, boa tarde, boa noite ou boa madrugada! Como vocês estão?
.🏹,, Depois de muita divulgação, preparação e uma autora com a ansiedade atacada você já podem imaginar que finalmente veio aí essa fanfic!
.🏹,, Vou deixar avisado aqui para ninguém se surpreender depois, a fanfic vai abordar temas como bullying, bebidas, talvez drogas (sendo esses últimos dois apenas com personagens +18) então estejam avisados, esses tópicos não serão romantizados de forma alguma, o objetivo é acompanhar como os personagens lidam com isso ou não, é mostrar como eles se sentem. Também abordarei problemas como ansiedade, toc entre outras coisinhas assim, mas tudo com o devido cuidado.
.🏹,, Vou deixar aqui o link para o docs onde se localiza a ficha técnica dos quatro personagens principais, juntamente deles os demais secundários, talvez apareçam mais personagens ao longo da fanfic, mas os que são com certeza confirmados estarão ali. https://docs.google.com/document/d/1RXm820tgdcSQmo4UDGzFntnqfC8GG-eLUuR9vkBBvpg/edit?usp=drivesdk
.🏹,, Estou no twitter, e vocês podem achar mais conteúdo sobre essa fanfic na hashtag: #FICPSL vocês também podem colocar seus surtos por lá, irei favoritar, retweetar e provavelmente seguir vocês.
.🏹,, A playlist dessa obra se encontra localizada aqui: https://open.spotify.com/playlist/6edF1wBIRiTyMfM93KJg2T?si=9ssEtMJnSz6PDnueAI1APQ&utm_source=copy-link
.🏹,, Espero que vocês tenham uma boa leitura, se estiverem confortáveis comentem, vou ficar muito feliz.
.🏹,, Vamos ao primeiro capítulo!
Primeiro Arco: Missão Descupido!
And it's two in the morning and I'm cursing your name
The Way I Loved You ── Taylor Swift
── Bom dia! Com vocês mais uma sessão curta dessa manhã do nosso amado podcast, sejam bem vindos! Sage of Love está no ar. ── Foi assim que sua decisão de gravar um podcast logo pela manhã antes da universidade resultou na maior confusão.
Um lugar de conforto, seu porto seguro. Todos nós temos um, ou ao menos almejamos tal coisa em algum ponto de nossa vida. Para Sunoo essa representação poderia ser encontrada em seu podcast, que ao longo de quatro anos tinha se tornado seu companheiro contra o sentimento de inutilidade que lhe abraçava calorosamente nas mais diversas horas ao longo dos dias. Ver tantas pessoas o ouvindo, aplicando dicas que ele sempre quis colocar em prática mas por conta da sua timidez ou por falta de oportunidades mesmo, nunca foi possível. Mas para elas não era, e ao ler seus comentários o elogiando por terem obtido resultados agradáveis. O fato era que elas só conseguiam aquilo por estarem confiantes, já que elas teriam a quem culpar se desse errado, e o Kim sabia melhor que ninguém que as pessoas gostam de outros que tomam a frente, batem no peito e assumem os riscos. Sim, isso é irresistível.
Não conseguiu evitar de rir envergonhado com os elogios pela voz levemente rouca logo pela manhã, tendo que explicar que pelo menos já havia lavado o rosto antes de estar ali. Ajeitou os óculos se concentrando nos comentários, como sempre haviam os que reclamavam pelo fato dele em tantos anos não ter mostrado seu rosto, uma foto a muito perdida no seu Instagram pessoal falava sobre seu entusiasmo com Sage of Love, mas nada além disso depois que começou a ganhar ouvintes para valer. A verdade era que não se expor tanto lhe rendia como uma certa proteção naquele momento, onde seria muito melhor possuir uma vida calma do que uma que a fim de ter um minuto de privacidade lhe custasse caro, não, ele definitivamente não gostava dessa ideia de ter que abrir mão de tanta coisa apenas para agradar alguns, e sofrer um hate pesado e extremamente direcionado a ele e sua família. Tendo uma irmã menor de idade, ele não iria expor daquela forma a maldade desnecessária da internet.
Em meio a esse caos, vários corações subindo nas demais plataformas que gravava as lives do podcast sem exibir demais sobre seu corpo ou aparência, apenas como um leve mimo aos ouvintes veteranos. Foi naquela bagunça que ele encontrou o comentário de um anonimo, @raposiwon, sua curiosidade era algo muito fofo. Sua história relatava que seu crush era um garoto de sua universidade, o conhecia a um ano quando foi assistir seu irmão entrar no time e o tal garoto estava lá, lhe ganhando toda a atenção que era pra ser do irmão mais velho. Soltou uma risadinha no meio do comentário, um clichê tão gostosinho de ler para dizer o mínimo. O garoto prosseguiu, dizendo que já estava cansado de sono admirar de longe e queria algum conselho para lhe incentivar a chegar no crush, já que queria o chamar para sair o mais breve possível, afinal a concorrência era bem acirrada e Sunoo sabia como era ter que lidar com isso, já que vivia isso com seu melhor amigo e crush secreto, Lee Heeseung.
── Olha, talvez vão querer tacar umas pedras na minha cara, mas eu tenho um conselho só se você for um sem noção que faz tudo por amor. ── Olhou o horário, estava a alguns minutos de sair atrasado quando ouviu sua irmã bater na porta para avisar sobre o café. ── Ok, vou ter que ser breve, mas assim: O não você já tem, leve um beijo dele também.
Se desse para dar um pause na vida, fazer um replay e mudar totalmente o conselho era exatamente isso que Sunoo deveria ter feito antes de ir para a universidade. Mas não era possível, e ele não era vidente, então só lhe restava descobrir essa necessidade de um jeito bem doloroso, como tudo em sua vida geralmente era.
Após desligar todas as aparelhagens saiu do quarto, colocando sua mochila na cadeira ao seu lado enquanto encarava os preparativos do café da manhã, sua avó costumava fazer pratos fortes e bem apimentados desde bem cedo, Sunoo não questiona já que sabia que era a maneira como a senhora encontrou para conseguir manter a presença do falecido marido vivo naquela casa, então mesmo que não fosse exatamente seus pratos preferidos ele nunca reclamaria da maneira como a senhora demonstrava seu amor até a morte, a morte dela. Não levantou o olhar quando viu a irmã colocar um pouco de kimchi em seu potinho, ali estava uma das maiores dificuldades de sua vida desde os doze anos. Foi nesse período que a mais nova se juntou a ele na casa dos avós, mas a verdade era que Sunoo não conseguia demonstrar nada afetuoso por ela. O pai de ambos era uma barreira para ele a amar plenamente sem fazer comparações entre eles, e isso doía muito.
Levantou para escovar os dentes e voltou pegando sua mochila amarela com um chaveiro de Harry Potter presente do melhor amigo, queria muito que Heeseung o buscasse de moto para a universidade, entretanto isto era algo um pouco fora das condições. O Lee amava muito o amigo, mas geralmente parecia estar mais confortado dentro da bolha de solidão que havia criado ao seu redor ao longo da vida, com a fumaça que circulava ao seu redor, impedindo de muitas pessoas conseguirem ver o garoto machucado escondido ali. Heeseung era o que restava de noites mal dormidas, jogadas fora para beber até não conseguir levantar do chão do quarto, um lugar que estranhamente ao longo dos anos se tornou muito acolhedor como nunca tinha sido até sua mãe decidir trabalhar, até tudo ao seu redor se resumir a dinheiro e apenas isto.
O mais difícil naquela amizade era que ao mesmo tempo que ansiava loucamente se confessar, namorar e ser o porto seguro de Heeseung, parecia que lá no fundinho Sunoo sabia muito bem que aquele lugar não era seu. Entretanto, estamos falando de um garoto que foi ao templo budista na virada de ano para pedir que aquele novo ano, o início de sua vida adulta para valer o levasse a alcançar seus sonhos de muito tempo atrás. E isso tudo incluía ele criar coragem e chamar Heeseung para sua casa, queria o mostrar onde morava, o apresentar para sua avó, queria se confessar, queria o beijar e pedir ao menos uma chance para ser a pessoa que estaria ao seu lado. Estava determinado, por algum motivo, depois de ter aconselhado aquele anônimo sobre tomar a iniciativa, Sunoo estava se sentindo muito mais confiante para fazer o mesmo. Queria logo que seu namorado inventado se tornasse alguém real, se tornasse Lee Heeseung, o melhor amigo e namorado dos sonhos. Tinha ouvido sua avó falar algo sobre amor mais cedo, mas não tinha dado ouvidos por estar na correria. O que seria?
Em sua frente havia uma multidão de pessoas animadas, o Kim queria se espremer entre elas e alcançar o mais rápido que fosse possível o motivo daquele alvoroço. Um dos grandes motivos de ter escolhido estudar jornalismo era porque almejava estar por dentro de tudo que acontecesse antes da grande maioria das pessoas, seu lado fofoqueiro unido com a grande habilidade que possuía ao se comunicar com as pessoas era incrível e lhe renderia com toda certeza uma vaga imperdível no mercado, isso ele estava apostando alto. Estava chegando tão perto, conseguiu avistar Heeseung sorrindo e tirando sua jaqueta colocando em cima da cabeça de um garoto menor que si, como que o protegendo dos olhares dos demais alunos, foi tudo tão rápido, em um piscar de olhos o capitão do time de futebol americano chegou acertando um soco em cheio no rosto do Lee que deu um passo para trás.
O garoto de cabelos platinados puxou o irmão com força para longe daquela confusão, o mais novo parecia estar furioso com as atitudes do jogador que não dava a mínima para aquilo, ele só queria respostas para as suas perguntas naquele momento. Sunoo iria atrás de Heeseung, mas como a fumaça de seus cigarros o Lee sumiu sem deixar qualquer vestígio de para onde havia ido. Queria se bater por ter lhe perdido do campo de visão, entretanto agora não era a hora de se martirizar, ele precisava descobrir o que havia acontecido por isso correu na direção da garota de fios rosa que parecia ter gravado algo em seu celular, já que estava com um sorriso largo nos lábios enquanto olhava algo no aparelho eletrônico, esperava que fosse relacionado ao que havia ocorrido minutos atrás que ele acabou por perder já que estava atrasado.
── Hey, tudo bom? Posso te fazer uma pergunta? ── Chegou pela frente, não queria a assustar e provavelmente ser atacado. ── Eu sou o Sunoo, estudante de jornalismo, Heeseung é meu melhor amigo. Sabe, o garoto que foi socado... Pode me dizer o que aconteceu?
── Ah, isso é fácil, olha. ── Lhe mostrou um vídeo no celular, Jungwon o garoto do curso de gastronomia havia beijado Heeseung sem mais nem meio mais após se confessar. Sunoo sentiu o coração sufocar, e seus olhos estavam esbugalhados de maneira engraçada. ── Ninguém estava esperando isso, ele tacou o foda-se e foi. Acho que essa fofoca vai bombar, hein?!
── A-Ah com toda certeza! Aliás, qual o seu nome? ── Tentou desconversar, seu cérebro não parecia querer absorver aquela informação no momento.
── Sou Ryujin, estudante de letras. Vou ter que ir, boa sorte aí garoto. ── A garota guardou o celular sorrindo largo, era muito bonita, e tinha um estilo único. Foi quando ligou os pontos, era a prima que havia ouvido Heeseung falar algumas vezes.
── Tchau... ── Se virou indo na direção contrária, sua cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento. Seus olhos não viam nada em sua frente, provavelmente foi por isso que só notou alguém ao seu lado quando sentiu esta pessoa o puxar pela gola da camiseta, lhe colocando entre si e a parede. ── Qual é? ── Olhou para a pessoa em sua frente, quis rir amargurado. ── O que um idiota valentão de meia tigela quer? Sai distribuindo socos gratuitamente pra quem você não gosta?
── E você sai dando conselhos de um jumento gratuitamente? Sábio do amor? Coitado, quem olha nem acredita nessa porra. ── O Park soltou aos poucos a gola do outro, tinha um jogo para ir em pouco tempo, e não poderia perder muito tempo ali. ── Já que você fez essa merda acontecer, quero que desfaça. E não demore!
O mais alto o acertou no ombro, fazendo com que o óculos do mais novo caísse no chão. Momento errado e pessoa errada, Sunghoon estava ferrado!
Sunoo recolheu seu óculos, o limpando e colocando novamente no rosto, seu sangue fervia e iria ensinar uma boa lição para aquele idiota metido a besta que achava assustar alguém. Sabia que Heeseung só não havia o deitado na porrada porque tinha mais paciência, entretanto essa era uma virtude que a muito tempo o Kim não sabia nem como escrever direito. Caminhou atrás do outro o vendo se encontrar com seus amigos de time, um garoto que parecia ser até mais baixo que si, o encarou e seu sorriso morreu naquele exato momento, do seu lado um garoto de cabelo dividido entre preto e mechas castanhas acertou um tapa no ombro que Sunghoon. Mas foi tarde. Quando o platinado se virou para olhar só pode ver um belo soco lhe atingir o nariz com tanta força que seu corpo perdeu todo o equilíbrio, caído no chão e com o nariz escorrendo, foi assim que o Park mais novo ergueu os olhos encarando a pessoa que havia lhe atingido com ódio transparente.
── Se você estragasse meu óculos eu ia te arrebentar, abre o olho que eu não tenho medo de galo que acha que é dono do galinheiro. Você pode até mandar no seu time, mas comigo você vai mandar seu nariz pro hospital se continuar se achando, ou pior, batendo nos meus amigos! ── Cuspia as palavras com o rosto vermelho de raiva, atrás de si o treinador vinha desesperado com a situação, querendo que Sunghoon levantasse antes da reitora ver aquela cena mas foi em vão porque tanto o Kim como o Park foram enviados direto para a sala da mulher de expressão mortalmente séria.
Haerin tinha feito todo o script para seu primeiro dia de aula daquele ano, entraria discretamente na escola com seu chapéu que cobria metade do rosto, localizaria um lugar ao meio da sala e no canto esquerdo onde estavam as janelas e ali ficaria. Era tão simples, não chamar a atenção e conseguir sobreviver no meio da bagunça da turma seria tão mágico e era seu único desejo naquele ano. Estava tão cansada de ter que guardar em seu diário todas as coisas que ouvia ao longo de seus anos escolares, tinha medo de deixar sua avó doente caso decidisse contar a ela sobre o bullying que estava sofrendo, então ela era forte para não causar mais problemas. Mas ser forte pode ser muito doloroso, e suas energias estavam acabando aos pouquinhos. Cruzou os dedos embaixo da saia quando conseguiu passar pela primeira frase do plano, ao adentrar a sala descobriu que o lugar dos seus sonhos estava livre e com um sorriso por baixo do chapéu, caminhou em passos rápidos e silenciosos até o local. Mas nada é perfeito, mal da família Kim.
── Desculpa! Não te vi, se machucou? ── Uma garota de cabelos ondulados a segurou após bater com o corpo em si, Haerin estava quase que sentada sobre a classe, e os olhos de todos na sala virados em sua direção. Céus! Tudo por culpa daquela desastrada. ── Hey, tudo bem?
A Kim não respondeu, apenas desceu em um pulo fazendo barulho com os pés no chão, estava tão furiosa pela outra ter atrapalhado seu plano quase perfeito que só conseguiu esbarrar em seu ombro e se sentar no lugar, deitando a cabeça entre os braços e olhando para o lado contrário da mais velha. A Shim por outro lado estava se sentindo culpada, queria muito que a outra lhe dissesse pelo menos alguma coisa, não tinha conseguido ver seu rosto mas se não lhe falhava a memória aquela deveria ser a garota das bochechas fofas que tanto havia ouvido falar no ano passado, com uma turma onde a média era quarenta e cinco alunos ela não tinha intimidade com todos, muitos só conhecia por nome e alguma característica marcante na aparência, e Haerin era uma dessas, e sua característica marcante? Bem... Ela era muito fofa.
Um grupo de garotas se aproximou da mesa da mais nova assim que Danielle voltou ao seu lugar a pedido dos amigos, que inclusive foram os que ao arremessar uma bolinha para a menina pegar a fizeram esbarrar na Kim. O grupo de meninas levantou o chapéu da de fios loiros, Haerin suspirou já sabendo o que viria assim que seu rosto foi avaliado mais atentamente, garotas tão inseguras consigo mesmo que precisavam a todo custo pisar em cima das que estavam em silêncio em seu canto para de uma maneira miserável se sentirem melhores com elas próprio, era lamentável olhar para elas, mas o tanto de podridão dentro destas as fazia cultivar um vocabulário recheado de frases que faziam qualquer pessoa desejar evaporar em apenas alguns minutos de conversa. A Kim as odiava, desejava com todas as forças que elas pagassem um dia por tudo que faziam para as pessoas ao seu redor, e o valor tinha que ser absurdamente caro para trazer algum tipo de paz para si.
── Não mudou nada, não é? Pensei que já tinha te aconselhado, amorzinho. ── A mais velha do grupo se apoiou na mesa, seu sorriso era desprezível, suas palavras eram repugnantes. ── Você é bonita, mas esse rosto não te valoriza, sério.
── Ei, por quê você está falando isso? ── Danielle não conseguiu ficar quieta, seu peito ardia só de ouvir aquelas palavras.
── Estou ajudando ela. ── O tom de sua voz era horrível, um completo sarcasmo. ── Ela tem tanto potencial, mas ainda precisa melhorar. Tem até uns amigos meus que ficariam com ela, mas precisa melhorar um pouquinho mais.
── Se eles querem, eles simplesmente querem, não vão querer que ela mude nada! ── Cruzou os braços, estava se metendo em um terreno no qual havia demorado muito tempo para sair, mas aquilo parecia tão certo.
── É por causa desse pensamento que você não fica com ninguém, né? ── Cutucou a amiga que riu baixinho, retirando da mochila uma escova de cabelos, balançando na direção da outra.
── Quer pentear os cabelos, amorzinho? Deve ter acordado no susto, não é? ── Daniele estava a poucos segundos de caminhar na direção da outra e a bater com aquela escova, mas o professor entrou na sala limpando a garganta com um garoto novo atrás de si, fazendo todos se sentarem.
── Esse ano temos um novo aluno, Nakamura Riki. ── Fez um gesto com a cabeça para o garoto falar algo.
── É um prazer conhecer vocês... Por favor, me auxiliem com o idioma. ── Era notável pela forma como o outro falava atropelando as frases que ele não sabia dominar muito bem o idioma, e ao ver as risadinhas se espalharem pela sala ele teve uma única certeza: seres humanos podem ser a pior coisa na sua vida.
Tinha tido um dia péssimo, nunca havia presenciado em sua vida estudantil de alguns meses naquela universidade, Lee Chaerin, a reitora ficar tão furiosa ao ponto de ofender com um vocabulário vasto para o cérebro congelado de Sunoo em suas leituras de escrita fácil. Mas somente o fato dela os lembrar que não eram mais garotinhos no oitavo ano brigando porque não concordavam com algo, ou por um motivo mais idiota ainda que era provar qual era o suposto mais forte, foi motivo suficiente para ambos saírem quase como cachorrinhos daquela sala, rabinho entre as pernas, orelhas baixas e olhar envergonhado. Não bastava isso, também houve o fato de que não havia encontrado Heeseung em nenhum canto daquela universidade, e quando estava prestes a desistir e ir para casa que o viu oferecendo uma carona para Jungwon, seus lábios secaram e sua cabeça lhe martelou as palavras do jogador mais cedo. Em questão de minutos mudou totalmente seu rumo para a direção do campo, Sunghoon havia recebido uma punição do treinador e provavelmente estava lá com seus amigos para pagar.
Contava corujas e peixes para manter a calma, não queria chegar esmurrando o nariz do mais velho novamente, uma repreensão no dia já havia sido mais que suficiente no seu ponto de vista. Se colocou em pé ao lado da arquibancada, iria esperar ele terminar suas responsabilidades e depois o chamaria para conversar. Se abaixou para pegar uma moeda que estava no chão, quando levantou só conseguiu ouvir pelo menos dois tipos de gritos diferentes. Um cheio de ódio e outro carregado de desespero, infelizmente não houve tempo suficiente para assimilar que ambos estavam relacionados somente com ele e que era um aviso. Aviso falho, óbvio.
── Vai te fuder, Jake! ── Chutou com tanta força a bola que saiu na direção contrária ao campo, e quando seus olhos viram para onde estava indo seu sangue gelou.
── Abaixa! ── Jake gritou o mais alto que pôde, mas Sunoo era rápido no pensamento, mas não no reflexo. ── Puta que pariu!
── Fudeu! ── Jay completou, vendo Sunghoon passar as mãos no cabelo e correndo na direção do garoto acertado em cheio pela bola na nuca.
── Caralho mano, o que você tava fazendo num campo sem prestar atenção? ── Ofereceu a mão mas recebeu um tapa com força.
── E o que você faz chutando sem olhar em volta? Cada vez mais eu me convenço de que você é um jegue revestido de garoto. ── Se levantou juntando os óculos e vendo que estava arranhado.
── Cara não foi minha culpa, nem vem! ── Levantou as mãos, mas sabia que aquilo não ia colar. ── Tá, me diz quanto custa.
── Em torno de seiscentos reais, no mínimo. ── O encarou sem demonstrar reação.
── Puta que pariu mas tu é cego né? Misericórdia! ── Colocou as mãos no bolso respirando fundo, nem sabia de onde ia tirar dinheiro para pagar o outro quando ouviu este roncar. ── Pronto! Te pago um almoço e você me deixa livre dessa, ok?
── Um almoço de seiscentos reais? ── Colocou novamente os óculos, sabia que seria inútil ficar argumentando em pleno estado de emergência estomacal, então aceitou aquela ideia. ── Ok... Mas vai logo, antes que eu mude de ideia!
Se Sunghoon fez questão de incorporar o Flash isso o Kim não saberia dizer, mas só o fato de que ele apareceu voando com o cabelo molhado já era quase uma prova disso. E pode acreditar, Sunoo era absurdamente descarado ao ponto de cheirar as pessoas para saberem se realmente tinham tomado banho, e com o Park não seria diferente. Ignorou a expressão de: "Que porra foi essa?" E continuou o caminho na frente, sua barriga clamava por comida e mais um pouco que tivesse que esperar o levaria a subir para outro nível de raiva e provavelmente Sunghoon começaria uma dieta somente com líquidos, porque seus dentes estariam todos no chão. Sentiu alguém o puxar pela gola da camiseta, lhe fazendo virar em direção a um carro preto estacionado ali ao seu lado, não saberia nomear qual era, só entrou sentindo o cheirinho de lavanda e fazendo uma expressão como se fosse um crítico de alto nível sobre os perfumes de carro.
O Park continuava o olhando com uma expressão de caos, mas ele se mantia em silêncio por uma questão básica de amor ao seu lindo rosto já que havia passado minutos suficientes ao lado do menor para saber que ele não era de brincadeira. Foi para uma lanchonete ali perto, havia cansado de levar suas companheiras ali pois era rápido, fácil e prático. Sem mencionar que já possuía seu próprio cartão fidelidade nomeado como Don Sunghoon, e a explicação é totalmente dispensada. Deixou o outro tomar a frente para fazer o pedido, e como este decidiu por si o que iria comer optou por fazer apenas o pedido da sobremesa para ambos, afinal de contas era o mínimo que ele merecia após tanto estresse em um espaço miserável de cinco horas ao lado das piores coisas que já lhe ocorreram desde que passou a contar seus dias trágicos. E aquele era tipo um dia super, ultra, mega, tridimensionalmente trágico.
── Certo, sem enrolação, né? ── Sunoo iniciou, vendo este concordar. ── Primeiro, como você soube que fui eu que dei o conselho?
Sunghoon retirou do bolso da jaqueta laranja o celular, exibindo para o outro na tela do aparelho uma foto antiga de quando Sunoo havia recém começado o podcast e havia publicado aquilo, já que não se tornaria conhecido, era o que pensava.
── Um amigo meu mandou para a irmã pesquisar e ela achou essa pérola escondida, então eu sei que foi você. ── Tomou um gole comprido do suco em sua frente.
── Certo... ── Coçou a nuca. ── Mas não é justo me culpar, seu irmão comentou no anonimato não havia como eu descobrir que era ele, e pior ainda que ia usar com o Heeseung!
── Exatamente, aquele monte de lixo... Puta que pariu, o Jungwon tem um péssimo gosto. ── Falava consigo mesmo quando recebeu um soco no braço. ── Ai! Por que fez isso?
── Você não é melhor que ele, olha dia fama de galinha, usando uma regata se intitulando melhor que o ex da pessoa e mais quente que o atual? Ego bem inflado. ── Cruzou os braços revirando os olhos.
── Tá, ok, ok. O bonitão lá que fuma e bebe, adora uma briga e gosta de gastar dinheiro. Esse não é o ponto, o que eu quero saber é de você separando eles. Simples. ── Voltou a comer seu hambúrguer enquanto esperava alguma reação do mais novo.
── Isso vai custar caro, não posso colocar em risco minha amizade com o Heeseung só por causa do seu plano. ── Seu olhar era preocupado, sabia que o Lee ficaria muito bravo se descobrisse aquilo.
── Que seja, o que você quer? ── Respirou fundo o encarando e estranhou a seriedade no rosto alheio. ── O que foi? Ah meu deus... Você quer...?
── Vai te foder! Eu só quero que você finja ser meu namorado durante as gravações do podcast, pra passar mais credibilidade e assim conseguir dar conselhos que desfaçam esses encontros deles. ── Ergueu o olhar e viu uma batata frita cair da boca do outro. ── Credo que nojo!
── Que nojo digo eu! Já ouvi de tudo quanto é tipo de desculpas pra ficar comigo, mas essa é nova. Então essa sua agressão toda comigo é tesão acumulado? ── Sentiu um chute bem dado ser direcionado em sua canela. ── Caralho para de me usar como saco de pancadas, virjão do diabo.
── Então resolva isso sozinho. ── Se levantou com suas coisas para sair, mas foi impedido por Sunghoon. ── Solta.
── Certo, você venceu eu só tenho uma pergunta. ── O encarou curioso, e após um longo suspiro e manear de cabeça prosseguiu. ── Como você dá conselhos amorosos não vivendo nenhum relacionamento?
── Eu inventei um namorado imaginário quando ao completar um ano de podcast me questionaram isso... ── Estava no fundo do poço, onde já se viu contar aquilo para um idiota como Sunghoon? ── Eu estava esperando o dia que Heeseung ia assumir esse posto.
── Meu deus... ── Sunghoon jogou os cabelos platinados para trás, por que garotos bonitinhos tinham que gostar de garotos como Heeseung? ── Ok, vamos fazer isso. Eu tenho meu irmão são e salvo novamente e você terá Heeseung como seu namorado.
── Combinado! ── E selaram aquilo com um aperto de mão.
.🏹,, Chegamos ao final do primeiro capítulo, espero de coração que tenham gostado. As atualizações devem ocorrer toda segunda e quinta, mas pode ocorrer imprevistos.
.🏹,, Aliás, no twitter eu irei abrir um espaço apenas para vocês agirem como audiência do podcast dos Sunsun, lá vocês podem deixar perguntas tanto sobre eles, como inventar sobre questões amorosas, criarem um @ falso e suas dúvidas serão respondidas pelo casalzinho aqui na fanfic!
.🏹,, Quero agradecer a linda capa e banner feito pela @BunnyKiim eu estou apaixonada nela até agora, sério!
.🏹,, O capítulo não foi betado ainda, mas assim que for finalizado eu venho atualizar e agradecer a pessoa que me ajudou com isso.
.🏹,, Obrigada por ler até aqui e até a próxima!