shadow girl ❜ | p. jackson

By jacksonnswiftt

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NOELLE LAURENT nunca se encaixou em lugar algum. Realmente seria muito difícil para ela se encaixar visto que... More

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ׂׂ ˖ ◗ ᥫ᭡ ˖ ࣪ ‹ ATO I. the lightning thief
✸ No qual as crianças recebem
uma missão que podem mata-los.





   Na manhã seguinte, Quíron mudou Percy para o chalé 3.

  Noelle não pode impedir, e sentiu inveja dele. Ele, em menos de duas semanas do acampamento, já foi aclamado por Poseidon, seu pai. Ele tinha um chalé só para ele, Noelle queria isso – ela não se sentia confortável com muitas pessoas juntas –, Percy também se sentava na mesa do jantar, sozinho.

Mas Percy se sentia infeliz.

Bem, quando Noelle, finalmente, começou a se acostumar com Percy no chalé 11, ele foi embora. Na verdade, ela já estava acostumada com as pessoas a deixarem, todos faziam. Seu pai, sua mãe, sua irmã – não que ela culpasse a Arianna, já que não foi escolha dela ir embora – e Talia. Apenas Luke, Annabeth e Florence ficaram.

Ninguém mencionou o cão infernal, mas Noelle teve a sensação de que estavam todos falando sobre isso pelas suas costas. O ataque assustara todo mundo. Ele mandou duas mensagens: a primeira, que Percy era filho do Deus do mar; a segunda, que os monstros não mediriam esforços para o matar. Podiam até invadir um acampamento que sempre foi considerado seguro.

O chalé 11 estava agitado demais para receber aula de esgrima junto de Percy depois do que ele fizera com o pessoal de Ares no bosque, e assim suas aulas com Luke, e Noelle, passaram a ser particulares. Noelle  exigia mais do que nunca, e não tinha medo de o machucar.

Percy a achava durona, sempre com a cabeça erguida, e ela não leva desaforo. Noelle é uma garota sem filtros, ela não liga para essa bobagem de sentimentos, isso a torna fria. Apenas Annie e Florence viram o lado carinhoso e preocupado de Noelle.

─ Você vai precisar de todo o treinamento que puder obter ─ prometeu, Noelle enquanto ela e Percy trabalhavam com espadas e tochas flamejantes. ─ Agora vamos tentar de novo aquele golpe de decapitar víboras. Mais cinquenta repetições.

  Annabeth ainda o ensinava grego pela manhã, mas aprecia distraída. A cada vez que ele dizia alguma coisa, ela fechava a cara, como se ele tivesse acabado de lhe dar um soco.

  Depois das aulas, ela ia embora resmungando consigo mesma:

─ Missão... Poseidon?... Grande porcaria... Preciso de um plano...

<⚡️>

Naquela noite, Noelle e Percy tiveram os seus piores pesadelos.

Eles corriam pela praia no meio de uma tempestade. Dessa vez, havia uma cidade atrás de deles. Não Nova York. O panorama era diferente: os edifícios eram mais afastados uns dos outros, havia palmeiras e colinas baixas a distância.

Cem metros adiante, na arrebentação, dois homens estavam brigando. Pareciam lutadores de tevê, musculosos, com barbas e cabelos compridos. Ambos usavam túnicas gregas esvoaçantes, uma guarnecida de azul, a outra, de verde. Atracavam-se, lutavam, chutavam e davam cabeçadas, e a cada vez que tocavam, caíam raios, o céu escurecia e ventos sopravam.

Eles sentiam que precisavam detê-los. Não sabiam por quê. Mas, quanto mais eles corriam, mais o vento os empurravam de volta, até ambos correrem sem sair do lugar, os calcanhares se enterrando inultimente na areia.

Por cima do rugido da tempestade, Noelle e Percy puderam ouvir o de túnica azul gritando para o de túnica verde: Devolva!

Devolva! Era como se uma criança do jardim-de-infância estivesse brigando por causa de um brinquedo.

  As ondas ficaram maiores, arrebentando na praia e os borrifando com sal.

  Percy teve a ideia de gritar: Parem com isso! Parem de brigar!

  O chão estremeceu. Risadas vieram de algum lugar embaixo da terra, e uma voz profunda e maligna gelou seu sangue.

  Venha para baixo, pequenos heróis, a voz sussurrou. Venha para baixo!

A areia se abriu embaixo de Noelle e Percy numa fenda que ia direto ao centro da Terra. Seus pés escorregaram e as trevas me engoliram.

  Ambos acordaram, certo de que estavam caindo.

Noelle ainda estava na cama, no chalé 11. Seu corpo a dizia que já era manhã, mas estava escuro lá fora e o trovão ribombava pelas colinas. Uma tempestade estava se formando. Isso ela não havia sonhado.

Noelle estranhou o fato de que em seu sonho, ou pesadelo, Percy estava junto com ela. O que era apavorante. O que poderia estar acontecendo, ela e Percy estavam envolvidos mesmo sem saber direito o quê seria.

  A morena ouviu o som de alguém batendo na porta.

─ Entre.

  Florence estava parada diante a porta com um olhar agoniado – que Noelle apenas tinha visto um vez, foi quando Florence descobriu que Annabeth tinha uma quedinha por Luke.

─ O sr. D quer falar com você, Noe.

─ Por quê?

─ Ele quer te matar... quer dizer, é melhor deixar que ele conte.

Noelle se vestiu, em silêncio - para não acordar seus colegas -, agitada, e foi, pensando no que ela se meteu dessa vez.

Havia dias ela estava esperando uma convocação para a Casa Grande. Agora que Percy tinha sido declarado filho de Poseidon, um dos Três Grandes deuses que não deveriam ter filhos, imaginou que o simples fato dele estar vivo já fosse um crime.

  Acima do estreito de Long Island, o céu parecia uma sopa de tinta em ponto de fervura. Uma cortina brumosa de chuva vinha em nossa direção. Noelle estremeceu.

Na arena de vôlei as crianças do chalé de Apolo jogavam uma partida matinal contra os sátiros. Os gêmeos de Dionisio caminhavam em volta dos campos de morangos fazendo as plantas crescerem. Todos estavam cuidando de suas tarefas normais, mas pareciam tensos. Estavam de olho na tempestade.

  Noelle e Florence caminharam até a varanda da frente da Casa Grande. Dionísio estava sentado à mesa de pinoche com sua Diet Coke, usando a camisa havaiana com listras de tigre, exatamente como no meu primeiro dia. Quíron estava do outro lado da mesa em sua falsa cadeira de rodas. Jogavam contra oponentes invisíveis - duas mãos de cartas flutuavam no ar. E, para a surpresa de ambas garotas, Percy Jackson e Grover Underwood estavam juntos ao sr. D e Quíron.

Noelle estreitou os olhos para Florence, procurando algum tipo de explicação, mas ela apenas balançou a cabeça em resposta.

A morena abriu a boca para perguntar o que estava acontecendo, quando Quíron falou primeiro.

─ ... Então é hora de você consultar o Oráculo ─ disse Quíron. ─ Vá para cima, Percy Jackson, para o sótão. Quando descer de novo, presumindo que ainda esteja lúcido, conversaremos mais. E, você, Noelle, vá junto.

Noelle arregalou os olhos e olhou para a sua melhor amiga, desesperada, e Florence apenas riu da reação da morena.

Então, respirando fundo, Noelle Laurent pegou a mão de Percy Jackson – o que surpreendeu Grover e Florence, já que ambos sabiam que Noelle não gostava de contato físico com pessoas que ela não tinha intimidade –, que estava surpreso pelo ato repentino da garota, e subiram para o porão.

  Quatro lances acima, a escada terminava embaixo de um alçapão verde.

  Percy puxou o cordão. A porta se abriu e uma escada de madeira caiu ruidosamente no lugar.

  O ar morno que vinha de cima cheirava a mofo, madeira podre e mais alguma coisa... um cheiro que o lembrou a aula de biologia. Répteis. O cheiro de serpentes.

  Noelle e Percy prenderam a respiração e subiram.

  O sótão estava atulhado de sucata de heróis gregos: suportes de armaduras cobertos de teias de aranha; escudos outrora brilhantes cheios de adesivos dizendo ÍTACA, ILHA DE CIRCE E TERRA DAS AMAZONAS. Sobre uma mesa comprida estavam amontoados potes de vidro cheios de coisas em conserva - garras peludas decepadas, enormes olhos amarelos e diversas outras partes de monstros. Um troféu empoeirado na parede parecia ser uma cabeça de serpente gigante, mas com chifres e uma arcada completa de dentes de tubarão. Uma placa dizia: CABEÇA N. 1 DA HIDRA, WOOSSTOCK, N.Y., 1969.

Junto à janela, sentado em uma banqueta de madeira com três pernas, estava o suvenir mais pavoroso de todos: uma múmia. Não do tipo enfaixada em panos, mas um corpo humano feminino, ressecado até ficar só a casca. Usava um vestido de verão estampado em batique, com uma porção de colares de contas e uma bandana por cima de longos cabelos pretos. A pele do rosto era fina e parecia couro por cima do crânio, e os olhos eram fendas brancas vítreas, como se os olhos de verdade tivessem sido substituídos por bolas de gude; devia estar morta fazia muito, muito tempo.

Olhar para ela os deram arrepios nas costas. E isso foi antes de ela se endireitar na banqueta e abrir a boca. Uma névoa verde jorrou da garganta da múmia, serpenteando pelo chão em anéis grossos, sibilando como vinte mil cobras. Percy tropeçou em Noelle, que o segurou, tentando chegar até o alçapão, mas ele se fechou com uma batida. Dentro de suas cabeças, ouviram uma voz, deslizando por um ouvido e se enroscando por seus cérebros: Eu sou o espírito de Delfos, porta-voz das profecias de Febo Apolo, assassino da poderosa Píton. Aproxime-se, você que busca, e pergunte.

Percy quis dizer: Não, obrigado, porta errada, só estava procurando o banheiro. Mas ele apenas se forçou a respirar fundo.

A múmia não estava viva. Era algum tipo de receptáculo horripilante para uma outra coisa, o poder que girava em espiral em suas voltas na névoa verde. Mas sua presença não parecia maligna.

Vendo a luta interna de Percy, Noelle se aproximou da múmia e murmurou:

─ Qual é o nosso destino?

A névoa rodopiou, mais densa, juntando-se bem na sua frente e em volta da mesa com os potes que continham partes de monstros em conserva. De repente, havia quatro homens sentados à volta da mesa, jogando cartas. Os rostos ficaram mais nítidos. Noelle não os conhecia, mas, aparentemente, Percy os conhecia - e muito bem - ao julgar pela expressão de seu rosto.

Seus punhos se contraíram, embora ela soubesse que aquele jogo de pôquer não podia ser real. Era uma ilusão, feita de névoa.

Gabe voltou-se para os dois e falou na voz rouca do Oráculo: Vocês iram para o oeste, e iram, juntos, enfrentar o deus que se tornou desleal.

O cupincha da direita ergueu os olhos e disse com a mesma voz: Vocês iram encontrar o que foi roubado, e o viram devolvido em segurança.

  O da esquerda colocou três fichas na mesa, depois disse: Vocês serão traídos por aquele que o chama de amigo.

  Por fim Eddie, o zelador do edifício - onde Percy mora -, preferiu a por sentença de todas: E, no fim, iram fracassar em salvar aquilo que mais importa.

  As figuras começaram a se dissolver. De início ambos ficaram atordoado demais para dizer alguma coisa, mas quando a névoa recuou, enrolando-se como uma enorme serpente verde e deslizando de volta para dentro da boca da múmia, Percy gritou:

─ Espere! O que quer dizer? Que amigo? O que não vou conseguir salvar?

  A cauda da serpente de névoa desapareceu na boca da múmia. Ela se reclinou de volta contra a parede. A boca fechou-se bem apertada, como se não tivesse sido aberta em cem anos. O sótão ficou silencioso de novo, abandonado, nada além de uma sala cheia de suvenires.

  Noelle soltou o ar que ela estava segurando, agoniada. A única profecias que ela sabia, fôra a que Quíron a contou. E, ouvir diretamente da múmia, era terrivelmente assustador.

  Ela se virou para o garoto em sua frente, e murmurou: "Nossa audiência aqui acabou, Perce."

─ E então? ─ Quíron os perguntou.

  Percy desabou em uma cadeira à mesa de pinoche, enquanto Noelle se encostava na parede. O garoto poderia, até mesmo, escutar as engrenagens da cabeça dela trabalhando. Ela estava pensando sobre a profecia, e ele sabia disso.

─ Ela disse que eu devia recuperar o que foi roubado.

  Enquanto Grover se inclinou para frente, mascando animado os restos de uma lata de Diet Coke, Florence olhou para a melhor amiga com os olhos arregalados.

─ Isso é ótimo!

─ O que foi que o Oráculo disse exatamente? ─ pressionou Quíron. ─ Isso é importante.

─ Ela... ela disse que eu iria para o oeste e enfrentaria um deus que se tornou desleal. Recuperaria o que foi roubado e devolveria em segurança. ─ respondeu Noelle, se desencostando da parede onde estava.

─ Eu sabia ─ disse Grover.

─ Calado, Sátiro! ─ Florence mandou, dando um tapa de leve no pescoço de Grover. ─ Não está vendo o estado deles?

  Quíron não pareceu satisfeito.

─ Mais alguma coisa?

  Os dois envolvidos não queria contar a ele o resto.

  Que amigo iria os trair? Percy não tinha tantos assim - nem Noelle.

  E a última sentença - que ele fracassaria em salvar o que mais importa.

  Após alguns segundos, com um acordo silencioso entre a morena e o loiro, Percy finalmente falou.

─ Não ─ falei. ─ Isso é tudo.

  Quíron estudou seus rostos por um momento.

─ Muito bem, Percy, Noelle. Mas saibam disto as palavras do Oráculo frequentemente têm duplo sentido. Não se fie demais nelas. A verdade nem sempre fica clara até que os eventos aconteçam.

─ Certo ─ Percy falou, ansioso por mudar de assunto. ─ Então, aonde vou? Quem é esse deus no oeste?

─ Você é burro, Jackson? ─ ralhou Noelle, arrancando uma risadinha de Florence.

─ Ah, pense, Percy ─ disse Quíron. ─ Se Zeus e Poseidon enfraquecem um ao outro numa guerra, quem tem a ganhar com isso?

─ Algum outro que queira tomar o poder?

─ Sim, exatamente, Jackson.

─ Hades?

  Quíron e Noelle assentiram.

─ O Senhor dos Mortos é a única possibilidade.

  Grover babou um pedaço de alumínio pelo canto da boca.

─ Opa, espere aí. O-o quê?

─ Uma das Fúrias veio trás de Percy ─ lembrou Quíron. ─ Ela observou o rapaz até ter certeza da sua identidade, e então tentou matá-lo. As Fúrias obedecem a um só senhor: Hades.

─ Sim, mas... mas Hades odeia todos os heróis ─ protestou Grover. ─ Especialmente se tiver descoberto que Percy é filho de Poseidon...

─ É, mais ele não odeia a Noe.

─ Agora não, Flo.

─ Um cão infernal conseguiu entrar na floresta ─ continuou Quíron, ignorando ambas as garotas. ─ Eles só podem ser convocados dos Campos da Punição, e ele tinha de ser convocado por alguém de dentro do acampamento. Hades deve ter um espião aqui. Ele deve suspeitar que Poseidon tentará usar Percy para limpar seu nome. Hades gostaria muito de matar esse jovem meio-sangue antes que ele possa assumir a missão.

─ Boa ─ murmurou. ─ São dois dos deuses mais importantes querendo me matar.

─ Mas uma missão para... ─ Grover engoliu em seco. ─ Quer dizer, o raio-mestre não poderia estar em algum lugar como o Maine? O Maine é muito agradável nesta época do ano.

─ Hades enviou um protegido para roubar o raio-mestre ─ insistiu Quíron. ─ Ele o escondeu no Mundo Inferior sabendo muito BM que Zeus culparia Poseidon. Não pretendo entender perfeitamente os motivos do Senhor dos Mortos ou por que ele escolheu esta época para começar uma guerra, mas uma coisa é certa: Percy e Noelle precisam ir ao Mundo Inferior; encontrar o raio-mestre e revelar a verdade.

  Um fogo estranho queimou em no estômago de Noelle. O mais esquisito era que não se tratava de medo. Era expectativa. Expectativa de finalmente conhecer o lugar onde ela sonhara várias vezes – literalmente.

Grover estava tremendo. Tinha começado a comer cartas de pinoche como se fossem batatinhas fritas. O pobre sujeito precisava completar uma missão comigo para obter sua licença de buscador, o que quer que fosse isso, mas como poderia lhe pedir que participasse daquilo. Florence estava olhando para as unhas, acabadas e roídas, de Noelle, e a xingando por estragar o esmalte que a japonesa havia pintado no dia anterior. A morena não parecia se importar.

─ Olhe, se nós abemos que é Hades ─ Noelle disse a Quíron ─, Zeus ou Poseidon poderiam descer ao Mundo Inferior e fazer rolar algumas cabeças.

─ Suspeitar e saber não são o mesmo ─ disse Quíron. ─ Além disso, mesmo que suspeitem de Hades... imagino que Poseidon suspeite.. os outros deuses não poderiam recuperar o raio por si mesmos. Deuses não podem entrar nos territórios um do outro a não ser que sejam convidados. Essa é outra regra muito antiga. Heróis, por outro lado, têm certos privilégios. Podem ir a qualquer lugar, desafiar qualquer um, desde que sejam corajosos e fortes o bastante para fazê-lo. Nenhum deus pode ser responsabilidade pelos atos de um herói. Por que acha eu os deuses sempre agem por intermédio de seres humanos?

─ Você está dizendo que estou sendo usada.

─ Estou dizendo que não é por acaso que Poseidon o assumiu agora. É uma jogada muito arriscada, mas ele está em uma situação desesperadora. Precisa de você, Percy.

  Percy olhou para Quíron.

─ Você sabia o tempo todo que eu era filho de Poseidon, não é?

─ Tinha minhas suspeitas. Como eu disse... também falei com o Oráculo.

─ Então, deixe-me entender direito ─ falou, vendo Noelle revirar os olhos. ─ Eu e Noelle precisamos ir para o Mundo Inferior e confrontar o Senhor dos Mortos.

─ Confere ─ disse Quíron.

─ Para encontrar a arma mais poderosa do universo.

─ Confere.

─ E levá-la de volta ao Olimpo antes do solstício de verão, daqui a dez dias.

─ Isso mesmo.

  Percy olhou para Grover, que engoliu o ás de copas.

─ Cheguei a mencionar que o Maine é muito agradável nesta época do ano? ─ perguntou ele de um jeito cansado.

─ Você não precisa ir ─ disse Noelle a ele. ─ Percy não pode lhe exigir isso. Certo, Jackson?

─ A-ah, sim.

─ Ah... ─ Ele se balançou de um casco para o outro. ─ Não... é só que os sátiros, e os lugares embaixo da terra... bem...

  Ele respirou fundo, depois se pôs de pé, sacudindo os pedaços de cartas e alumínio da camiseta.

─ Você salvou a minha vida, Percy. Se... se está falando sério em querer que eu vá junto, não vou deixá-lo na mão.

  Noelle e Florence reviraram os olhos na mesma hora, arrancando um leve sorriso.

  Percy suspirou, feliz com a ação de seu amigo, e lançou um olhar para a japonesa e a italiana em sua frente.

─ Juntos até o fim, Homem-Bode. ─ ambos tinham sorrisos genuínos na face. ─ E você? Florence, certo?

─ Sim, e sim. ─ ele a lançou um olhar confuso. ─ Sim, eu vou. Não por você, mais sim para ajudar a minha irmã. E, sim, porque meu nome é Florence.

─ O-okay. ─ murmurou, e virou-se para Quíron. ─ Então, para onde vamos? O Oráculo só disse para ir para oeste.

─ A entrada para o Mundo Inferior fica sempre no oeste. Muda de lugar de era em era, como o Olimpo. Atualmente, é claro, fica nos Estados Unidos.

─ Onde?

─ Use, pelo menos uma vez, Jackson, o seu cérebro cheio de algas. ─ resmungou a garota Laurent. ─ É óbvio que o Mundo Inferior fica em Los Angeles.

─ Ah ─ falou. ─ Claro. Então é só pegar um avião...

─ Não! ─ gritou Florence. - Percy, o que está pensando? Alguma vez na vida já esteve em um avião?

  Ele sacudiu a cabeça em negação.

─ Percy, pense ─ disse Quíron. ─ Você é filho do Deus do Mar. O rival mais rancoroso do seu pai é Zeus, Senhor do Céu. Sua mãe sabia muito bem que não podia confiar você a um avião.

  Acima de deles, relâmpagos estalaram. O trovão ribombo.

─ Certo ─ disse ele, determinado a não olhar para a tempestade. ─ Então, viajarei por terra.

─ Certo ─ disse Quíron. ─ Dois parceiros poderão acompanhá-lo. Grover é um. O outro já se apresentou como voluntário, se você aceitar a ajuda dela.

─ Puxa ─ falou, fingindo surpresa. ─ Quem mais seria bastante estúpido para se apresentar para uma missão como essa?

  O ar tremulou atrás de Quíron.

  Annabeth se tornou visível, enfiando o boné dos Yankees no bolso de trás. Florence soltou um suspiro, fazendo Noelle sorrir brilhantemente.

─ Eu estava esperando há muito tempo por uma missão, cabeça de alga ─ disse ela, fazendo Noelle, Florence e Percy franzirem o cenho com o apelido. ─ Atena não é fã de Poseidon, mas se você vai salvar o mundo, sou a melhor pessoa para impedir que estrague tudo. Além do mais, não quero que Noe e Flo vão sozinhas.

─ Se é você quem diz. Tem algum plano, sabidinha?

  Florence comentou, e, por fora, quem a visse, pensaria que ela estava bem e normal, porém por dentro ela estava surtando. As bochechas de Annabeth coraram.

─ Vocês querem a minha ajuda ou não?

  A verdade é que Florence queria muito, mais isso não dependia dela. Percy trocou um olhar com Noelle, concordando silenciosamente. Ambos precisariam de toda a ajuda que pudesse encontrar.

─ Um quinteto ─ disse Noelle. ─ Isso vai dar certo.

─ Excelente ─ disse Quíron. ─ Esta tarde podemos levar vocês no máximo até o terminal de ônibus em Manhattan. Depois disso, estarão por conta própria.

  Um relâmpago. A chuva desabou sobre as campinas que jamais deveriam ver um temporal violento.

─ Não há tempo a perder ─ disse Quíron. ─ Acho que todos vocês devem fazer as malas.

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