PICK UP THE PHONE - FINNEY BL...

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𝐏𝐈𝐂𝐊 𝐔𝐏 𝐓𝐇𝐄 𝐏𝐇𝐎𝐍𝐄 || Até o fim da década de 70, na cidade de Denver no Colorado, famílias vivia... More

PICK UP THE PHONE
GRÁFICOS
1. ANTES DOS PESADELOS
3. JOGO DE BASEBALL
4. "EMERGÊNCIA"
5. OUTRA VÍTIMA
6. SEQUESTRO A LUZ DO DIA
7. CATIVEIRO
8. O TELEFONE
9. PISTAS
10. A TENTATIVA DE FUGA
11. A ÚLTIMA LIGAÇÃO
12. O FIM DO PESADELO
AGRADECIMENTOS

2. BRIGAS

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ZOEY COLLEMAN

Eu havia pedido para Bruce me acompanhar em casa já que era mais longe e assim ele aceitou.

— Você não quer ir para minha casa, não sei, estou com um pressentimento ruim sobre você ir para a sua com sua mãe. — ele suspirou e o encarei dando um meio sorriso.

— Yamada, vai ficar tudo bem. — toquei seu ombro. — Bem... eu acho. Mas eu vou ficar bem, mamãe talvez esteja de "bem" hoje.

— Certeza? — perguntou.

— Absoluta. — sorrio e logo seus braços me envolveram em um abraço confortável.

Eu queria gritar e chorar naquele momento, ficar com ele pro resto do dia.

Bruce estava certo, eu não devia ir para casa, mas se eu não voltar eu vou sofrer duas vezes pior mais tarde.

— Até amanhã, Zoe. — sorriu assim que nos afastamos.

— Até amanhã, Bruce.

Me virei de costas para o garoto e pude ver uma van preta passar pelo final da rua, a pessoa que estava dentro parecia nos encarar mas passou reto.

Observei Bruce entrar em sua casa e logo caminhei até a minha, ele ficou me observando da porta de sua casa até eu chegar na minha residência.

Acenei para o garoto que sorriu e então entrei em minha casa num completo silêncio.

Fechei a porta devagar e subi as escadas indo em direção ao meu quarto.

— Zoey? — ouvi a voz de minha mãe, me virei de frente para ela e vi uma garrafa de vodka em sua mão.

— Oi, mãe. — disse baixo.

— O que eu disse sobre andar com Bruce Yamada? — indagou e eu senti meu corpo gelar.

— Como?

— Você sabe que isso poderá estragar sua reputação, não sabe? Que você nem tem. — riu baixo.

— Está falando do quê?

— Você saindo com um menino, está dormindo com Bruce Yamada, Zoey Colleman? — perguntou dizendo meu nome inteiro o que fez com que meu corpo gelasse ainda mais.

— Não, mãe. A senhora entendeu tudo errado, ele é só um amigo e eu pedi para que me acompanhasse até em casa, com esses cuidados na rua. Só isso. — falei sem murmurar.

O choro estava entalado em minha garganta e eu queria liberar o mesmo quanto antes.

Minhas mãos tremiam e meu coração estava acelerando cada vez mais.

Isso era o que minha própria mãe causava em mim, medo.

— Você nunca mais vai voltar com este garoto para casa, entendeu? Ou eu irei fazer você dormir chorando.

— Mas... — eu falei baixo e logo cortei a frase assim que ela me olhou séria.

— O que disse?

— Nada mamãe. Eu não disse nada. — senti as lágrimas começarem a escorrer.

— Sua vadiazinha.

Seus passos pisavam no chão com força conforme ela andava em minha direção.

Eu sabia o que viria então corri para dentro de meu quarto rapidamente e fechei a porta logo a trancando.

— Abre a porta, Zoey! — gritou.

Senti as lágrimas começarem a cair então me sentei de costas para a porta em que era empurrada com força.

Abracei minhas pernas e fechei os olhos com força.

— Você irá ficar aí, não é? — gritou. — Então ficará com fome!

Eu fechei ainda mais meus olhos e comecei a chorar baixo.

— Você se faz de vítima para todo mundo! Mas a morte de seu pai foi culpa sua! Ele não aguentava o peso de ter uma filha inútil! — ela gritou.

Eu sabia que era mentira já que meu pai sempre dizia que me amava e que faria de tudo por mim e por Blaire.

Mas a verdade foi que a depressão o levou para o outro caminho. Papai sempre me dizia e dizia para Blaire que não queria que nos machucássemos ao ver ele naquele estado.

Então em um certo dia eu entrei em seu quarto, eu fui até lá para o chamar para ver um filme, e quando o vi, ele estava pendurado com uma corda apertada em seu pescoço.

Seus olhos fechados, eu havia chegado tarde demais, seu corpo já estava sem vida.

— Você sabe que foi sua culpa! — escutei a voz de choro de minha mãe.

Eu odiava a ver chorar, mas eu acho que ela não sentia a mesma pena por mim quando me fazia chorar a noite toda.

— Você foi a pior coisa que me aconteceu, Zoe! Eu nunca vou te considerar minha filha.

Escutei os passos se afastando então eu andei até minha cama e me deitei logo abraçando meu travesseiro e comecei a chorar.

Nos natais desde meus seis anos, eu pedia para que papai noel me desse uma mas que me amasse e não me tratasse com desprezo.

Na realidade eu não havia ganhado uma, mas quando me mudei para cá e frequentei um pouco — escondido de minha mãe — a casa de Bruce, eu me sentia mais confortável.

Sua mãe era incrível comigo, sempre me tratou com carinho e com amor.

Eu contava para ela que minha mãe era incrível comigo, mas na realidade eu mentia.

Bruce estava certo, eu não deveria ter voltado para casa. Mas se eu tivesse ficado na casa dele eu acho que ainda estaria sendo acertada com um cinto neste exato momento.

O que me ajudava a continuar era Blaire, se não eu já havia me juntado com meu pai há muito tempo.

Apertei o travesseiro com mais força e fechei os olhos.

Eu queria que pelo menos minha mãe falasse um "Eu te amo" ou usasse a palavra "Filha" com amor.

Tudo seria mais fácil, eu acho, se não tivesse sido eu quem teria encontrado aquele corpo.

Tudo seria mais fácil se essa maldita doença não tivesse pegado meu pai.

Minha mãe nunca mais se envolveu com mais ninguém depois da morte de meu pai, e eu agradeço, porque sei que se tal homem que ela amasse fizesse algo comigo, ela iria permitir.

E no final ainda restaria para mim.

Blaire sempre me disse que quando tivermos dinheiro o suficiente, mudaríamos de cidade para longe de minha mãe e recomeçaríamos uma vida melhor.

Ela era como uma mãe para mim também, mas não ficava muito tempo em casa, só nos finais de semana.

O estranho era que mamãe nunca havia brigado com Blaire, sou eu quem ela despreza.

E eu entendo, ela me odeia pois fui eu que vi papai pendurado.

Se fosse Blaire talvez ela estivesse sofrendo no meu lugar.

Mas eu nunca desejaria isso para ela, nunca desejaria isso para ninguém.

As marcas, cicatrizes e machucados que nunca vão ser esquecidos sempre vão ficar marcados em mim.

Acho que já perdi as contas de quantas vezes já fui marcada pelo cinto de minha mãe.

Tenho várias marcas em meu corpo, principalmente nas costas e nas pernas.

Abracei ainda mais o travesseiro e afundei meu rosto nele.

Se tudo fosse normal, seria tudo mais fácil.

Eu só queria mesmo que mamãe me amasse do jeito que eu ainda a amo.

Isso era estranho, né? Amar quem te machuca.

Esse era o meu mal.

Eu ainda a amava, depois de tudo.

Ela ainda era minha mãe. Não posso negar isso.

E como eu queria que ela não fosse.


oi oi amores, como vão?

finalmente mais um capítulo de pick up the phone

hoje foi um capítulo depressivo, perdoem-me

o que acharam do capítulo??

aí aí essa zoey ainda não viu o que é sofrer JKKKK

foi isso amores

até o próximo!

beijos!!

votem e comentem, se puderem! Me incentiva a continuar!!

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Com ela eu caso, construo família, dispenso todas e morro casadão.