Wei Ying está tendo um dia de merda.
Primeiro, ele é pego pela chuva a caminho do trabalho e está encharcado quando está em sua mesa, tremendo violentamente em seu terno encharcado. Em segundo lugar, o programa em que estão trabalhando, o que acabou de ser colocado em beta, está cheio de bugs. Ele passa o dia inteiro solucionando problemas enquanto seu chefe o acompanha e lhe dá sugestões sobre como consertar as coisas "com mais eficiência". Toda a sua equipe está exausta na hora do almoço, mas todo mundo acaba ficando até tarde, só para consertar tudo na hora. E então, ainda por cima, ele perde o ônibus e tem que esperar vinte minutos, faminto e mal-humorado, pelo próximo.
Enquanto ele anda de ônibus, ele percebe que precisa mudar alguma coisa, e a perspectiva de ficar sentado em casa no sofá, assistindo TV com uma cerveja, estranhamente não parece tão atraente agora. Ele pega seu telefone e rola até a última conversa que teve com Lan Zhan. Ele deveria? Já faz um tempo, e tudo bem, ele está esperando para ver se Lan Zhan vai dizer alguma coisa primeiro, mas Wei Ying precisa, quer vê-lo, então ele diz adeus à dignidade e aos textos.
Wei Ying: Pronto para companhia?
A resposta vem rápido o suficiente.
Lan Zhan: É claro. Por favor, junte-se a mim. Você já jantou?
Wei Ying: Ainda não, na verdade estou a caminho de casa. Longo dia.
Lan Zhan: Vou esperar por você, então. Eu fiz majiang mian.
Wei Ying sorri para o telefone.
Wei Ying: Isso parece perfeito.
Ele ainda está mal-humorado quando chega ao seu prédio, mas a perspectiva de uma noite com Lan Zhan é suficiente para tirá-lo do território miserável. Pelo menos ele já está em casa.
Ele para em sua casa para trocar seu terno rígido por jeans e uma camiseta. Isso é melhor. Ele passa a mão pelo cabelo, olha uma vez no espelho e sai.
Lan Zhan o cumprimenta com uma taça de vinho na mão enquanto abre a porta. Os olhos de Wei Ying se arregalam.
— Para mim?
Os lábios de Lan Zhan se contraem.
— Por favor entre. — Ele dá um passo para trás.
Wei Ying entra agradecido, a exaustão do dia escorregando de seus ombros no conforto familiar da casa de Lan Zhan. Ele respira fundo e solta. Isso é legal.
Ele se livra de seus sapatos, calça chinelos e aceita com gratidão o vinho que Lan Zhan lhe entrega.
— Eu preciso disso, depois de hoje.
— Por que você não me conta sobre isso? — Lan Zhan diz enquanto os leva para a cozinha.
Ele já colocou tigelas e pauzinhos, o wok no fogão coberto para manter o calor dentro.
— Você estava me esperando pra comer? —Wei Ying morde o lábio. — Desculpe, eu não queria te segurar.
— Nem um pouco, você está na hora certa. Sente-se, Wei Ying.
Wei Ying se senta. Lan Zhan serve o macarrão para eles, então entra em um armário e tira uma pequena garrafa.
Os olhos de Wei Ying ficam grandes.
— Isso é para mim? — Óleo de pimenta. Lan Zhan trouxe óleo de pimenta para ele, quando Wei Ying sabe com certeza que Lan Zhan não tocaria nas coisas se sua vida dependesse disso.
— Claro. Percebo que não cozinho com o nível de tempero que você prefere. Isso me pareceu uma boa solução. — Ele se senta em frente a Wei Ying. — Fale-me sobre o seu dia.
Wei Ying encharca seu macarrão no óleo alegremente, depois se senta, suspira, toma um gole de vinho e diz a ele. Conta a ele sobre todos os aborrecimentos que resultaram em um dia extremamente miserável e longo, sobre seu chefe estúpido e a chuva estúpida e sua própria estupidez em esquecer de trazer um guarda-chuva em primeiro lugar, e Lan Zhan ouve, em silêncio enquanto come, mas claramente atento. Wei Ying observa suas mãos segurando os pauzinhos e pensa em beijar seus dedos, um por um. Que pensamento estranho. Ele é tão estranho. Por que ele é assim?
É bom, isso. Estar sentado à mesa de Lan Zhan, comendo sua comida, falando sobre seu dia. Se nada mais, eles são amigos, e Wei Ying nunca quer que isso mude. Ele aceitará a amizade se isso significar manter Lan Zhan em sua vida. Mesmo quando Lan Zhan se cansar de fazer sexo com Wei Ying e quiser parar, Wei Ying espera que eles continuem amigos.
Atinge Wei Ying que ele realmente esqueceu que eles provavelmente farão sexo hoje à noite. Essa é a razão pela qual ele mandou uma mensagem para Lan Zhan em primeiro lugar, não é?
— Parece que foi um dia muito longo para você. — diz Lan Zhan assim que Wei Ying esgotou suas queixas. — Existe alguma coisa que eu possa fazer para ajudar?
Wei Ying olha de soslaio, embora reconhecidamente sem muito calor. Lan Zhan lhe dá um pequeno sorriso.
— Mas me dê algum tempo para, você sabe, digerir. — diz Wei Ying.
— É claro.
— Quer me contar sobre o seu dia? — Wei Ying pergunta, esperando que Lan Zhan o faça. Ele gosta de saber como são os dias de Lan Zhan, o que ele faz quando não está com Wei Ying.
Lan Zhan suspira e abaixa seus pauzinhos.
— Eu não fiquei encharcado, mas meu dia foi igualmente frustrante.
— Novas políticas?
— Mn. Minha opinião foi anotada e descartada, então foram algumas semanas difíceis.
— Sinto muito. Isso é uma merda.
Lan Zhan encolhe os ombros minuciosamente.
— Eu esperava.
— Sim, mas ainda é uma merda.
— Sim — Lan Zhan concorda. — No entanto, meus alunos estão progredindo e estamos nos preparando para uma exposição. Estou ansioso para...
— Mostrar a eles?
Os olhos de Lan Zhan enrugam nos cantos.
— Sim.
Está na ponta da língua de Wei Ying dizer, posso vir assistir? quando ele percebe o quão estranho isso seria e mantém a língua atrás dos dentes. Quase escapou por um triz. É desanimador o quanto ele quer ver Lan Zhan em ação, mesmo que não seja ele tocando. Só para ver como ele se parece em seu elemento, cercado de música.
Ocorre-lhe que talvez possa.
— Ei, Lan Zhan...
— Sim?
— Você tocaria para mim?
Lan Zhan parece congelar.
— Piano?
— Sim. Ou o guqin, com o que você se sentir mais confortável... — Ele calculou mal e ficou estranho apesar de seus melhores esforços para não fazê-lo. Eca. Ele pode sentir-se corar. É excruciante.
— Claro. Eu posso fazer isso.
Wei Ying levanta o olhar.
— Sério?
— Sim. Por que não limpamos antes ?
Eles fazem, trabalhando um ao lado do outro enquanto Lan Zhan coloca as sobras em um recipiente enquanto Wei Ying despeja as tigelas e os pauzinhos na pia.
— Deixe isso. — diz Lan Zhan, então pega a garrafa de vinho aberta da geladeira e enche o copo de Wei Ying. — Aqui. Vou lavar isso mais tarde.
— Tem certeza? — Wei Ying pega o copo.
— Mn. Vamos mudar para móveis confortáveis.
Wei Ying segue Lan Zhan para a sala de estar e obedientemente se senta no sofá quando convidado a fazê-lo. Lan Zhan vai para o piano, sentando-se no banco, de costas para Wei Ying. Wei Ying está agradecido – ele pode olhar o suficiente sem ser observado. Ele se acomoda mais confortavelmente no sofá enquanto Lan Zhan coloca as mãos sobre as teclas e começa a tocar.
É suave no início, suave. Wei Ying não o reconhece, mas isso não significa nada – ele não é exatamente um especialista em música específica para piano. Ele conhece música pop e a maioria dos clássicos famosos, mas Lan Zhan deve ter um repositório de músicas que Wei Ying nunca ouviu falar. É adorável, porém, isso Wei Ying sabe. A melodia é bonita, e a execução em si é toda fácil, confortável e impecável. Nem um único passo em falso. Ele observa as mãos de Lan Zhan nas teclas, uma imagem dupla em sua mente: aqueles dedos tocando o instrumento, e as mesmas mãos correndo sobre sua própria pele, arrancando prazer dele. Ele é meio obcecado pelas mãos de Lan Zhan, ele percebe. Já faz um tempo. Eles são lindos, elegantes e atingem sua competência como loucos.
Na verdade, todo Lan Zhan é. Tudo que Lan Zhan escolhe fazer, ele parece fazer bem. É bem injusto, na verdade.
Wei Ying se perde o suficiente em algum tipo de fantasia de assistir Lan Zhan enquanto ele passa pela vida que ele nem percebe a princípio quando o silêncio desce. É como acordar de um sonho, um despertar rápido, até que ele está olhando para o rosto de Lan Zhan, virado para ele. Wei Ying se faz sorrir para não parecer tão estranho quanto está se sentindo.
— Isso foi muito bom. Você é muito bom. Bem, quero dizer, obviamente. Você tem que ser, para ensinar os outros, não é? De qualquer forma, foi lindo. Como se chama?
Lan Zhan pisca lentamente e se vira totalmente para ele, girando no banco.
— Não tem nome.
— Oh, é um daqueles um estudo em B menores coisas ou algo assim?
Outra piscada lenta.
— Não.
A percepção amanhece tarde demais. Wei Ying se arrasta para uma posição ereta por ter afundado contra o encosto do sofá.
— Lan Zhan! Você escreveu?
— Mn.
Bem, foda-se ele de lado. Wei Ying ri uma única respiração exalada e balança a cabeça.
— Existe alguma coisa que você não pode fazer?
— Muitas... — diz Lan Zhan facilmente. — Eu simplesmente escolho não fazê-las.
Wei Ying balança a cabeça novamente e cruza as mãos na frente dele. A sala fica em silêncio e, por um momento, Wei Ying se pergunta como eles vão do ponto A ao ponto B nesse ritmo. Então Lan Zhan se volta para o piano e começa a tocar novamente.
É uma peça clássica, e desta vez Wei Ying a reconhece, embora não saiba como se chama ou quem a escreveu. É lindo, como um riacho brincando sobre um leito de rocha, constantemente se movendo e se movendo. É, como antes, tocado com perfeição de uma maneira que torna tão fácil se perder. Wei Ying nem percebe que fechou os olhos até que a música termina e tudo o que ele pode ouvir é o eco no silêncio.
Ele abre os olhos. Lan Zhan está olhando para ele, olhar intenso, inabalável.
— Acho — Lan Zhan diz baixinho — que devemos conversar.
O estômago de Wei Ying cai. Ele não tem muita experiência com esse tipo de coisa, mas mesmo ele pode dizer que isso só pode significar más notícias.
— A respeito? — ele pergunta com cuidado, então engole.
As palavras de Lan Zhan são lentas e medidas quando ele diz:
— Sobre o fato de estarmos namorando. — Ele olha para as mãos, depois volta para Wei Ying. — Devemos falar sobre isso?
Wei Ying congela. Seu primeiro instinto é zombar e dizer, não, obviamente. Se eles falarem sobre isso, vai acabar, e ele não está preparado para isso. Ele nem sequer beijou Lan Zhan esta noite, e ele quer, desesperadamente. Nem se importa se eles não fodem, contanto que ele consiga beijá-lo, pelo menos uma última vez. Porra. Foda-se.
— O que, hum... — Ele limpa a garganta. Ele está suando, o coração trovejando em seu peito. Ele se sente enraizado no lugar, como se alguém o tivesse congelado. — O que há para falar? Quero dizer, não precisamos. Nós podemos, tipo. Eu não sei, parar. Eu acho. Quero dizer, a... parte que você... mencionou... — Deus, ele é burro. O que ele está mesmo dizendo?
Lan Zhan, de muito longe, diz:
— Você deseja?
Wei Ying está tentando desesperadamente entender para que lado Lan Zhan está se inclinando e é completamente incapaz de entender.
— Quero dizer, claro. Se, você sabe. Quero dizer, isso é... se você... eu não... — Ele quer dar um tapa na própria cara. É por isso que ele não faz isso. É exatamente por isso. Ele é horrível nisso. Ele não tem ideia do que está fazendo. Tudo o que Wei Ying sabe fazer é calçar os sapatos e fugir. O fato de que ele não quer, apesar de tudo em seu corpo clamando para fazer exatamente isso, está assustando-o completamente.
— Wei Ying...
— Lan Zhan...
Ele olha para cima quando Lan Zhan se levanta do banco e vai até o sofá, afundando no lado oposto de Wei Ying. Wei Ying segue o movimento com cautela, sem saber o que fazer ou dizer, ou se ele deveria apenas se levantar e deixar Lan Zhan em paz. Ele já está se arrependendo de nunca mais vê-lo. E se eles se encontrarem no prédio? Está fadado a acontecer. Afinal, foi assim que os dois se conheceram. Ele tem uma imagem repentina em sua mente: encontrando Lan Zhan às seis da manhã, voltando para casa depois de uma conexão, sabendo que Lan Zhan está fazendo o mesmo. Isso o deixa enjoado. Isso faz sua boca ficar amarga e sua alma murchar.
Lan Zhan respira fundo e diz:
— Wei Ying. O que você acha que estou perguntando?
Wei Ying pisca e se sente corando de vergonha.
— Eu não sei. — ele murmura, forçado a ser honesto apesar de si mesmo. — Mas eu acho que você é muito educado para me dizer para superar isso.
— Superar o quê exatamente?
Wei Ying lhe dá um olhar suplicante. Por favor, não me faça dizer isso. Mas ele precisa, já que Lan Zhan lhe fez uma pergunta direta. Há tantas maneiras de medir as palavras neste caso, e é tarde demais para salvar as coisas, de qualquer maneira, então ele diz:
— Você. Para esquecer você. — Ele lambe os lábios e continua quando vê Lan Zhan abrir a boca. — Olha, eu nunca quis que isso acontecesse, ok? Eu sei que errei. Eu não deveria, mas eu fiz. Ok? Eu comecei a ter... sentimentos. Eu só... eu nunca quis fazer você, tipo, desconfortável, sabe? Esse é o meu erro, eu errei. Sinto muito.
O olhar de Lan Zhan está queimando através dele, e de repente ele está mais perto – quando isso aconteceu? Seus joelhos estão quase se tocando. Wei Ying engole e resiste à vontade de esconder o rosto nas mãos. No silêncio, Lan Zhan diz em voz baixa:
— Não é isso que estou perguntando.
Wei Ying olha para cima bruscamente.
— Não? O que, então?
— Eu estou perguntando — ele responde lentamente — se você gostaria de... estar... juntos. E não apenas por sexo.
Ele não... o quê? O que Lan Zhan disse? A garganta de Wei Ying faz aquela coisa de fechar por um segundo e ele quase engasga. Sua cabeça gira, provavelmente culpa do vinho.
— Você não precisa decidir agora. Mas... eu queria perguntar. Porque não perguntar estava se tornando impossível.
— O que? Como assim? — Wei Ying sussurra, seu pulso crescendo em seus ouvidos.
— Quero dizer que eu gosto de você, Wei Ying. E gostaria que nós... explorássemos... ficarmos juntos. Se você também quisesse isso.
Wei Ying é um único fio vivo, vibrando com a corrente. Ele está fundido ao sofá. Ele não pode se mover.
— Você quer isto? — Ele administra.
O aceno de cabeça de Lan Zhan é lento, mas inconfundível.
— Sim. Eu quero muito isso.
— E você gosta de mim? — É quase um chiado, o que seria absolutamente humilhante se Wei Ying fosse capaz de sentir outra coisa além de choque.
Lan Zhan parece sério quando diz:
— Sim.
— Eu também gosto de você. — Wei Ying diz impotente. — Porra, eu gosto tanto de você.
A expressão de Lan Zhan muda, fica mais suave, menos intensa. É difícil dizer como Wei Ying sabe disso.
— E você gostaria de... tentar? Namorar? — Lan Zhan pergunta com uma voz cuidadosa.
Muito cuidado, realmente. Wei Ying, sentindo o início de uma espécie de vertigem em sua barriga, quer sacudi-lo um pouco, tirá-lo da fachada cuidadosa na qual ele está sempre se escondendo.
— Sim, Lan Zhan. — Ele se move até estar quase em cima dele, então prende Lan Zhan no encosto do sofá, joga uma coxa sobre seu colo e monta nele. De um fôlego, ele diz: — Eu quero tentar namorar. Você, especificamente. Namorar como um conceito ainda é estúpido.
Os lábios de Lan Zhan se contorcem quando ele olha para Wei Ying. Suas mãos deslizam pelas coxas de Wei Ying até que seus polegares estão cavando nas ranhuras dos quadris de Wei Ying.
— Concordo.
— Mas você ainda quer namorar comigo. Porque você gosta da minha companhia.
— Porque eu gosto da sua companhia. — Lan Zhan acena com a cabeça. — Muito. E gostaria que nos víssemos mais. Sob várias circunstâncias.
— Não apenas na cama ou na cozinha.
— Ou na sala de estar, sim.
— Quer me levar em encontros?
Lan Zhan está positivamente ardendo nele.
— Sim. Sair com você, depois te trazer para casa e te foder. Ocasionalmente... — ele diz em uma voz calmamente intensa — eu gostaria de segurar sua mão.
Wei Ying solta uma risada, jogando a cabeça para trás.
— Lan Zhan! Que circunstâncias especiais exigiriam isso?
— Simplesmente quero tocar em você. — Ele soa completamente sério.
Wei Ying morde o lábio. Seu estômago é um tumulto de sensação clamorosa. Ele é efervescente com tudo isso. Jiejie estava certa, ele percebe. Ela nunca vai deixá-lo esquecer.
— Ok. Vou deixar você segurar minha mão de vez em quando.
Lan Zhan, parecendo satisfeito, acena com a cabeça.
— Também... — Aqui, ele desvia o olhar dos olhos de Wei Ying para baixo de seu corpo, embora não esteja claro se é vergonha ou outra coisa. — Eu gostaria de discutir... exclusividade.
Wei Ying pisca.
— Você quer dizer... não foder outras pessoas.
— Mn.
Wei Ying ri mais uma vez, então pega o queixo de Lan Zhan com o dedo e os força cara a cara. Seus olhares se encontram.
— Eu não quero foder mais ninguém, Lan Zhan. Então isso não deve ser uma dificuldade.
— Não ? — Lan Zhan pergunta, suas mãos ainda cavando hematomas nos quadris de Wei Ying.
Lentamente, Wei Ying balança a cabeça, sem quebrar o contato visual.
— Não.
— E sobre... — Lan Zhan se interrompe e parece desconfortável o suficiente para que Wei Ying se pergunte.
Ah. É claro.
— Aquela vez recentemente quando eu transei com outra pessoa?
O rosto de Lan Zhan faz algo próximo a um estremecimento, embora seja difícil dizer, realmente, com ele mal se movendo. Ele não diz nada.
Wei Ying solta um suspiro e deixa cair a mão para correr pela frente de Lan Zhan, sentindo o músculo se mexendo sob seus dedos.
— Eu estava tentando provar a mim mesmo que eu não estava super afim de você e queria foder só você. — ele confessa. — Não funcionou muito bem.
— Não? — Ele soa intenso. Wei Ying quer que Lan Zhan o foda pelo chão.
— Não. — diz ele, segurando seu olhar. — Não. Não mesmo.
— Bom. — Lan Zhan desliza as mãos até que estão agarrando a bunda de Wei Ying. — Isso é bom.
— Lan Zhan... — diz Wei Ying, subitamente encantado. — Você é possessivo?
Lan Zhan pisca, então franze a testa minuciosamente.
— Eu... eu não sei.
Wei Ying ri.
— Eu acho que você é. Olhe para você, você ficou com ciúmes com a ideia de outra pessoa me fodendo.
— Eu suponho... — ele diz lentamente — que eu sou. Eu nunca soube disso sobre mim mesmo.
— Viva e aprenda. — canta Wei Ying. — Agora, o que você vai fazer sobre isso?
O olhar de Lan Zhan escurece, os olhos ficando pesados.
— Parece haver apenas um recurso.
— Sim — Wei Ying concorda. — Acho que sou homem o suficiente para aguentar.
Lan Zhan aperta sua bunda com força suficiente para que Wei Ying engasgue.
— Você é?
— Sim sim. — A vertigem de Wei Ying é varrida por uma onda de excitação tão forte que ele quase engasga. — Por favor.
— Muito bem. — Lan Zhan diz, então se inclina e o beija. É um beijo duro e abrangente, e deixa Wei Ying sem fôlego. Ele geme, chega ainda mais perto, gruda em Lan Zhan, e eles se beijam e beijam e beijam. Eles se beijam o suficiente para que ambos fiquem totalmente duros, o suficiente para que Wei Ying se sinta tonto por falta de oxigênio, mas ele não quer parar. Nunca quer parar. Não é até Lan Zhan se afastar, olhar desfocado e suave, que ele diz:
— Cama?
E Lan Zhan concorda.
— Cama. — Então ele fica tenso, grunhe e se levanta do sofá.
Wei Ying faz um barulho e rapidamente envolve os braços em volta do pescoço para não cair para trás.
— Lan Zhan!
— Esta parecia a maneira mais conveniente — diz ele, como se fosse normal, enquanto Wei Ying se agarra a ele como um macaco. Lan Zhan dá alguns passos como se Wei Ying não pesasse nada. Deus, ele é forte. Wei Ying ri, enterrando o rosto no pescoço de Lan Zhan. Ele cheira tão bem. Wei Ying inala seu cheiro e não se move, permitindo que Lan Zhan o carregue até o quarto, onde ele diz: — Deixe, Wei Ying — e o joga na cama sem cerimônia.
Wei Ying fica sem fôlego com a queda, e depois com a visão de Lan Zhan tirando a camisa, seguido rapidamente pelo jeans e depois pela boxer, até que ele está olhando para Wei Ying nu, parecendo um deus. Ele já está duro. Ele é magnífico.
— Quero te chupar. — Wei Ying deixa escapar.
— Só se você ficar sem roupas primeiro.
Wei Ying se esforça para obedecer, mesmo quando ele chama Lan Zhan de mandão, o que lhe rende algo próximo a um sorriso. Ele tira a camisa, depois tira a calça jeans, levando a calcinha com ela.
— Ok, ok, venha aqui, venha aqui. — Ele se move para trás até que está descansando no travesseiro de Lan Zhan, e deixa completamente óbvio o que ele está procurando.
Lan Zhan, peito subindo e descendo visivelmente, pergunta:
— Você tem certeza?
— Deus, sim, por favor. — Wei Ying quer que ele o faça. Ele quer o peso de Lan Zhan sobre ele, quer ser imobilizado por suas coxas, quer tanto seu pau na boca que pode morrer.
Lan Zhan não pergunta duas vezes. Com toda a sua graça, ele se move até estar quase sentado no peito de Wei Ying, então se move para cima até que seu pau balança na frente do rosto de Wei Ying, enorme e escuro. Wei Ying lambe os lábios e olha para ele.
— Preparado ?
— Sim. — Lan Zhan se segura em suas mãos. — Abra, Wei Ying.
Wei Ying obedece, abrindo bem, permitindo que sua língua seja o recipiente da cabeça do pênis de Lan Zhan enquanto Lan Zhan o guia para dentro. Wei Ying faz um barulho. Tem um gosto bom. Tem um gosto tão bom. Wei Ying descobre que Lan Zhan já está vazando, e seus olhos se fecham de tanto entrar em outro lugar. Ele suga a cabeça, então Lan Zhan desliza para frente e Wei Ying abre sua garganta, pronto para pegá-lo. Lan Zhan fode sua boca lentamente no início, permitindo que Wei Ying se ajuste ao ângulo. Wei Ying, respirando constrangido pelo peso de Lan Zhan em seu peito, pede que ele vá mais rápido agarrando sua bunda e empurrando-o para frente. Ele pode pegar. Ele pode mais do que tomá-lo.
Lan Zhan suspira.
— Tem certeza?
Wei Ying faz um barulho afirmativo, apertando sua bunda. Ele se pergunta se Lan Zhan gostaria de brincar um pouco. Ele empurra Lan Zhan de volta até que ele escorrega e desliza um de seus próprios dedos em sua boca. Acima dele, Lan Zhan parece adoravelmente confuso, mas não questiona.
— Volte — Wei Ying rosna, e Lan Zhan vai facilmente, deslizando de volta para dentro de sua boca com um gemido apertado.
Wei Ying agarra seu quadril e, com seu dedo recém molhado, começa a circular sua borda. Lan Zhan meio que tem espasmos, pulando dentro da boca de Wei Ying, e não o impede, o que significa que Wei Ying estava certo. Ele sorriria, se pudesse. Ele fecha os olhos e entra nele. É um pouco como tentar acariciar seu estômago enquanto circula o topo de sua cabeça, mas ele consegue não perder o passo enquanto chupa Lan Zhan e continua a esfregar sua borda com um dedo. Lan Zhan está ofegante acima dele, empurrando para dentro e para fora bruscamente, e Wei Ying permite que o ritmo o leve. Ele não sabe se quer acabar com Lan Zhan, ele meio que realmente quer ser fodido, e quanto mais cedo melhor, mas seria bom fazer Lan Zhan gozar em sua boca.
— Wei Ying-
Wei Ying faz um barulho inquisitivo, indo mais rápido, sugando com mais força. Ele ouve o tapa da mão de Lan Zhan na parede e o estômago tenso de Lan Zhan roça seu nariz.
— Wei Ying, estou perto.
Bom. Wei Ying cantarola alegremente, sem parar. Decisão tomada, ele o levará até lá, e mais cedo ou mais tarde.
— Não, eu-
Wei Ying pressiona o dedo na borda de Lan Zhan e a voz de Lan Zhan quebra. Wei Ying arrasta uma respiração gaguejante, ficando tonta com isso. Lan Zhan está prendendo-o no lugar, e Wei Ying retribui tão bem quanto ele está recebendo, não o deixando sair. Ele suga Lan Zhan com uma intensidade obstinada, o gosto e o cheiro de Lan Zhan dominando seus sentidos. Lan Zhan está em toda parte, seu toque, sua voz. Por que Wei Ying iria querer foder alguém? Tudo o que ele quer está aqui, neste espaço.
Lan Zhan engasga seu nome, para, e então desce pela garganta de Wei Ying com apenas um aviso, inundando sua boca. Wei Ying engole o máximo que pode, o gosto acre cobrindo sua língua. Ele não se importa , era isso que ele queria, e conseguiu. Lan Zhan estremece contra ele, depois cai e sai. Ele se senta de costas e Wei Ying respira fundo após respirar, ofegante, o gosto de Lan Zhan ainda em sua língua.
— Porra. — Wei Ying afunda de volta. Seu pescoço dói por causa do esforço e ele está duro como uma rocha. Por um momento, ele simplesmente flutua lá, Lan Zhan respirando com dificuldade acima dele.
— Wei Ying... Wei Ying...
— Mmm. — Ele sente um sorriso se espalhar em seu rosto. Finalmente, ele abre os olhos. — Sim?
Lan Zhan estende a mão e manuseia o que deve ser um pouco dele vindo do canto da boca de Wei Ying. Ele parece terno, é a única palavra para isso. Wei Ying, ainda tonto, treme um pouco. Ele olha para o pau de Lan Zhan, ainda duro. Às vezes ele demora um pouco para ficar mole. Wei Ying diz:
— Eu ainda quero que você me foda.
Lan Zhan sai de cima dele sem dizer nada, então alcança sua mesa de cabeceira com uma mão. Ele traz lubrificante e preservativos e os joga na cama. Com a outra mão, ele acaricia seu pênis.
Wei Ying levanta uma sobrancelha.
— Acha que podemos tirar vantagem disso? — Ele aponta para a virilha de Lan Zhan.
— Sim — Lan Zhan concorda. — Eu posso tirar... Fique de bruços, Wei Ying.
Wei Ying se esforça para obedecer, levantando os quadris no ar.
— Eu não preciso de muita preparação — diz ele.
— Eu sei... — Lan Zhan destampa o lubrificante e Wei Ying ouve enquanto ele o aperta. — Eu vou te dar um pouco. — Ele usa um dedo para abrir Wei Ying, ele gemendo contra os lençóis, então o tira. Wei Ying o ouve rasgar uma camisinha, e então Lan Zhan está voltando com seu pau, ainda duro. — Você quer ?
Wei Ying mexe a bunda em vez de responder.
Lan Zhan empurra. Wei Ying suspira, se ajustando. Eles não têm muito tempo, mas então, ele não precisa de muito tempo, ele simplesmente precisa do agora. Ele empurra de volta contra Lan Zhan até que Lan Zhan agarra seus quadris para acalmá-lo e começa a fodê-lo. Ele vai forte e rápido, do jeito que Wei Ying mais gosta, então o prende no lugar com a mão sobre a parte superior das costas e vai ainda mais forte. Mais rápido. Ele está batendo em Wei Ying com intensidade incomparável e Wei Ying grita contra os lençóis, seu pau pesando nele. Tudo faísca, seus dedos, sua pele, seus ossos, e de repente ele está perto. Tão perto. Tudo o que ele tem que fazer é se acariciar por cinco segundos, e ele está vindo ao redor do pau amolecido de Lan Zhan, atirando em todo o punho e nos lençóis, tremendo com ele.
Lan Zhan aperta seus quadris contra ele, como se não quisesse sair ainda, e o estiramento é bom, parece aterrador. Wei Ying geme quando abaixa a cabeça e então seu braço cede e ele cai na cama. Finalmente, depois de um longo momento de silêncio, Lan Zhan sai. Wei Ying permite que a gravidade o leve completamente e apenas consegue cair ao lado de seu próprio ponto molhado em vez de em cima dele.
— Porra, foda-me — ele geme. — Isso não demorou muito. O que você é, Superman?
Lan Zhan bufa atrás dele, então Wei Ying o ouve se livrar do preservativo. Lan Zhan volta, curvando-se em torno de Wei Ying da cabeça aos pés. Um braço forte envolve sua cintura e o puxa para mais perto. O pau macio de Lan Zhan descansa contra a bunda de Wei Ying. Esta não é a primeira vez que eles se abraçam assim, mas Wei Ying nunca se permitiu apreciá-lo antes. Ele permite agora. Ele cantarola, sentindo-se simplesmente... feliz.
— Mas você é ? Superman? — ele pergunta, apenas para ouvir a voz de Lan Zhan novamente.
— Eu acho que não — Lan Zhan responde facilmente, há um tom divertido em sua voz — No entanto, estou feliz por ter lhe dado prazer.
Wei Ying bufa.
— Essa é uma maneira de dizer foda-se o inferno fora de você.
Lan Zhan dá um beijo em seu ombro.
— Se você me der alguns minutos, tenho certeza que podemos ir de novo. Talvez mais devagar desta vez.
— Por favor. — diz Wei Ying. — Eu não terminei com você ainda. Mas você tem que me dar um pouco também.
E então eles ficam lá em contentamento silencioso, e então Wei Ying cai no sono.