Corte de Amor e Caos - Azriel

De LauraEglantiny

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Estava frio, me sentia como se tivesse sido afogada em um lago congelado. Em um minuto eu estava fugindo _ou... Mais

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AVISO IMPORTANTE

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De LauraEglantiny

Foi difícil sair da cama, mas depois daquele sonho, eu me apressei.
Coloquei um vestido preto com a capa azul e as bordas douradas. Tão lindo e elegante, acho que é uma boa vestimenta para ir até a corte noturna.
Ainda não tinha certeza do que faria lá oficialmente, mas deixaria os grãos senhores da noturna a par de tudo que eu planejava.

Convidei Isla para me acompanhar e representar as nossas terras também. Porém a mesma alegou que todo dia teria treino dos soldados. As minhas mulheres teriam as aulas com Leif já que eu estaria fora.

Com tudo planejado e ajeitado, eu e meus acompanhantes atravessamos até Prythian.
A aterrissagem foi mais tranquila que antes, mas dessa vez senti uma dor no estômago. Estávamos na sacada da casa dos ventos, estava frio e o solstício se aproximava. Isso me deixava ansiosa, queria muito poder ter uma comemoração em tempos tranquilos.

Adentramos o lugar chamando atenção de seus moradores que vieram ao nosso encontro. Cassian me cumprimentou alegre com a visita.
_ Como você está?_ perguntou. Ele sempre teve uma personalidade muito companheira, isso me deixava confortável.
_ Muito bem por enquanto!_ Nestha também pareceu relaxar os ombros quando me viu. Seu sorriso era simpático diferente da primeira vez que nos vimos.

_ Onde está Azriel?_ olhei em volta procurando ele.
_ Eu não sei._ respondeu o general._ Ele não dormiu aqui ontem a noite.
_ Entendi!_ eu disse. Mesmo que eu quisesse muito vê-lo, podia esperar um pouco._ Os grãos senhores estão disponíveis?
_ Feyre deve estar no Studio hoje._ respondeu a loira.

Acenei com a cabeça.
Nuan engatou uma conversa com Cassian sobre as armas e todos fomos acompanhar o treino de hoje. Lucien estava quieto, não como sempre é, mas como fica quando está próximo de qualquer um da corte noturna.

As mulheres estavam muito bem nos treinos e com a melhor resistência que já vi estarem. Acho que era hora de pegarem nas primeiras pistolas.
O primeiro a demonstrar foi o ruivo que vinha se dando muito bem com o instrumento.

Seus tiros foram precisos e certeiros, ele mantinha a respiração calma e os olhos atentos. Nuan tomou liberdade de explicar os funcionamentos enquanto minha atenção estava no homem de pele dourada que me olhava também.
Ele é como os raios de sol que eu tanto gosto.

Desviei o olhar rápido quando pensei que todos sentiriam o meu cheiro, mas tenho certeza que Lucien sabia o que eu estava tentando esconder quando se posicionou do meu lado e eu olhei para o chão.

Cassian estava muito animado treinando junto, o macho vinha muito empolgado para conhecer o objeto dês de que começamos a criação.
As meninas também foram muito bem, um erro aqui e alí, mas logo poderiam até treinar alguém.

Azriel devia estar bem ocupado, não o vi no tempo de treino e nem pela casa depois.
Rhys falou comigo mentalmente e logo atravessei até sua casa. Nuan não veio comigo pois queria ficar na sua corte até voltarmos para as Terras do Caos.

_ Tiny!_ Lucien me chamou antes de entramos._ Acho melhor eu ficar na casa dos ventos ou nas terras humanas.
Franzi as sobrancelhas e pude entender o motivo quando ouvi os passos dentro da casa. Elain.
_ Gostaria de ter você comigo._ iniciei respirando fundo._ Mas não precisa ficar se não quiser, só não se limite por isso.

Ele pareceu pensar, me olhou e deu os passos para frente batendo a porta.
Eu sorri com a atitude, querendo ou não, são assuntos oficiais e Elain teria que aturar.
Um Rhys abriu a porta sorrindo quando me abraçou. Retribui o ato surpresa mas foi muito bom vê-lo também.

Entramos na casa e partimos para o escritório dos grãos senhores.
Sempre gostei daqui, tinha um ar muito sério e ao mesmo tempo a foto de Feyre no fim do lugar, atrás de onde Rhys sempre ficava, era romântico.

_ Como estão as coisas no seu reino?_ Iniciou o grão senhor. O macho cruzou as pernas diante da mesa e mantinha seu olhar cauteloso em mim.
_ Progredindo._ respondi._ Nuan e os ferreiros produziram um grande arsenal. Poderíamos iniciar uma invasão com segurança. Mas eu prefiro ir com muita calma.

Lucien, que tinha sua postura impecavelmente reta, prestava atenção.
_ Lucien tem acompanhado os treinos dos homens que se voluntariaram para o exército. Um novo grupo de pessoas foram resgatadas, então é um número que só vem crescendo. Estão indo muito bem.

_ Como está a divisão de tarefas lá?_ o macho de olhos roxos parecia muito interessado.
_ Nuan tem um grupo de ferreiros, eles quem produzem os armamentos com auxílio de magia, por isso está tão rápido.
Leif é meu general, ele quem criou a resistência e vem destruindo postos dos reis pelo reino. Sua noiva Isla é minha comandante. E Lucien é o treinador dos exércitos e meu conselheiro, ele também acompanha muitos missões com meu general.
_ Muito bom!_ respondeu o macho.
_ Muitos grupos foram montados de acordo com as habilidades das pessoas lá dentro, eu como uma caçadora, tenho um grupo de mulheres dispostas a manter os arredores livres invasores. Nosso castelo está muito bem escondido.

Eu me sentia bem com a organização da nossa resistência. Com tão pouco tempo, consigo ver melhoras entre as pessoas.
_ E o que estão planejando fazer?_ foi a próxima pergunta.

_ O rei está fazendo navegações marítimas em busca de Eglantiny e de alianças._ dessa vez Lucien se manisfestou._ A primeira coisa que vamos fazer é destruir os Portos. Depois ir adentrando as terras de cada um dos reis, queremos acabar com seus exércitos o máximo possível antes de uma invasão aos castelos.

O ruivo sempre falou bem. Encho a boca ao falar seu título, ter uma raposa traiçoeira ao meu lado, podem interpretar como um grande erro. Mas ter essa raposa é grande privilégio.
_ Como andam as coisas aqui com os outros senhores?
O grão senhor descruzou as pernas.
_ Feyre fez visitas em cada um deles, o senhor da outonal como já devem ter imaginado, não aceitou nada bem a notícia da feiticeira e suas batalhas. _ iniciou o macho._ Mas a situação foi contornada por Eris e seus jogos. O restos pareceu compreender e esperam notícias suas. Preferem aguardar a situação de risco para nós chegar antes de se alarmar, mas estão deixando suas tropas prontas.

_ Espero não ter que chegar ao ponto de colocar vocês em risco._ respondi. Esse era um dos meus maiores medos.
_ Sei que está preocupada com tudo isso, Tiny._ ele olhou para os meus olhos. _ Está fazendo o possível para que ninguém saia ferido. Mas entenda, não dá para evitar tudo.

É bom ouvir isso sair dele, são palavras de conforto. Vindo de qualquer outra pessoa eu entenderia como uma afronta, mas dele é diferente, são coisas que se eu ouvir de Rhys, um cara que já passou por muitas coisas, vou consigo respirar mas fundo e me acalmar.

_ Só não falamos com um até agora._ completou rhys._ Ninguém está a fim de conversar com ele.
Eu já sabia de quem ele estava falando.

Nunca o vi, mas já ouvi suas histórias. Eu me somo aos outros que não querem falar com ele. Eu poderia falar que eu não tenho nada a ver com a situação que aconteceu, ou que ele nunca fez nada para mim, mas isso seria um baita pano sendo passado. E se eu agisse assim, não faria sentido algum eu estar com meus amigos agora depois de tudo que o puto fez.
Ele está fraco e sem companhia, mas não deixa de ser um desgraçado.

_ Farei uma visita ao senhor da primaveril hoje ainda. _ falei para Lucien.
O macho com certeza não gostou da ideia interpretando o bico que fez quando eu falei com o mesmo. Eu não faria ele vir comigo, ele tinha que ir visitar seus amigos na fronteira.

A corte primaveril é linda, imagino que um dia seu campo tenha sido mais colorido.
Ando calmante pela grama do lugar que está com geada em suas folhas devido ao inverno chegando.

Mantenho meus ouvidos atentos a qualquer movimentação, este lugar é cheio de bestas manipuladoras. Incluindo seu rei.
Meus equipamentos fazem barulho conforme meus passos, mas jamais deixaria de usá-los.

Avisto o local que o senhor mora, seus muros cheios de arbustos necessitando de uma poda. Feyre já morou aqui, não imagino o que passou.

Quase me perco em meus pensamentos, quando começo a ouvir um rugido vindo de não muito longe. A minha direita, ouço suas pegadas ao chão, pesadas e com raiva.
Não dou nem um passo para trás, Tamlin, em sua forma bestial, tentava ser o mais intimidador.

_ Como ousa pisar em meu território?_ iniciou. Sua voz era rouca e alta.
_ Se eu tivesse feito um pedido formal para uma reunião, teria aceitado?_ devolvi a pergunta.
_ Quem é você?_ a besta perguntou se aproximando.
_ Sou Eglantiny, a feiticeira da corte noturna.
Ele rosnou.
_ O que quer aqui?_ seu bafo me incomodava.

Franzi o cenho enquanto abanava próximo ao nariz.
_ Gostaria de conversar com você, de preferência de forma normal em seu castelo. Ou prefere que eu também me transforme em uma besta?
Aposto que ele não estava afim de me ver como um monstro.

Tamlin não tinha a feição mais saudável do mundo. Mas como dizem, seus cabelos são de um loiro brilhante.

Nunca pensei que conversar com o macho seria difícil, mas não imaginei que encontraria alguém tão abatido assim. A conversa não durou muito. Apenas o deixei sabendo das coisas que poderiam acontecer. Ele poderia querer agir contra, querer atacar Rhys e sua corte já que estamos perto de um conflito e está fácil demais para aproveitar, mas sabe que perderia. Como já perdeu.

_ Foi você quem colocou o feitiço em Prythian, não foi?_ perguntou.
_ Sim!
_ Para que ele serve?
_ É uma proteção, impede que o país seja invadido. E me alerta se algo acontecer.
_ E por que incluiu minha corte?_ ele pensou que não fosse fazer isso?
_ Eu poderia deixar de proteger você depois do que fiquei sabendo._ conseguia ver seu arrependimento._ Mas tudo isso está sendo causado por mim, então é minha obrigação porteger quem não está envolvido. É o mínimo.

Tamlin também fez o mínimo quando salvou Rhys na guerra, ou quando ajudou Feyre em sua fuga com Az. Fez sua parte.
_ Bom. _ continuou o macho._ Espero retribuir um dia.

Espero não precisar que ele retribua.

Tomei um banho após a visita. Meu quarto estava quentinho, senti falta da cama e de seus lençóis. Feyre voltou do Studio de me convidou para um jantar em sua casa. Disse para não falarmos de assuntos oficiais já que todos estamos precisando aliviar as cabeças.
Coloquei um vestido azul, era muito leve e confortável.

Não vi Azriel o dia inteiro, mas esperava encontrar ele no jantar.
Desci até a sala de estar e topei com Nestha.
A fêmea alta e de cara fechada estava com os cabelos soltos essa noite.
_ Onde está Cassian? Aposto que ele vai ficar doido quando te ver de cabelo solto._ iniciei.
_ As vezes eu gosto de agradar ele.
Eu ri de sua frase.
_ Esta linda! _ elogiei._ Como andam as coisas?
_ Normais, vou para os treinos, para a biblioteca. Mas sem sua companhia pela casa é diferente, não sei, acostumei com você sapateando pelos corredores e fazendo barulho por aí.

_ É bom ver que te incomodo._ gargalhei._ Você sabe de Azriel?
A loira pareceu pensar no que dizer, estranho.
_ Ele anda ocupado, mas vai ficar feliz quando te ver.
Dei um sorriso calmo e logo a sala se encheu com as palavras animadas de uma Cassian pronto para sairmos até o jantar.

A noite começou estranha pois uma Elain me cumprimentou quando cheguei, mal soube reagir, mas a garota parecia relaxada nesse evento.
Feyre correu para me abraçar no corredor da entrada, sem se importar nem um pouco com etiqueta e essas coisas. A mulher é a personificação da esperança e sempre que olho em seus olhos, vejo sinceridade em seus atos.

_ Como você está?_ pergunto para a loira animada a minha frente.
_ Mais tranquila agora que está aqui._ respondeu arrancando um sorriso largo de mim.
_ Sua graça sempre me deixa mais tranquila, Feyre!_ ela segurava minhas duas mãos por pura emoção.

_ Se acalme, Feyre._ uma voz rouca soou atrás de mim._ Tem que sobrar bastante dela para mim ainda.
Meus pelos da nuca se arrepiaram com as palavras do macho. Meu mestre espião estava com a expressão mais alegre quando me virei. Sorri ao ir em sua direção para agarra-lo.

A falta que eu estava dos seus braços a minha volta é inexplicável. Jamais senti tanta segurança em um lugar como aqui. Queria nunca mais sair do conforto se seu peito.
_ Como senti sua falta, Egla!



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