Twist | VegasPete

By vegaspetit

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Após uma emboscada mau executada e um plano que deu errado, Pete Phongsakorn, o filho mais novo segunda máfia... More

avisos/introdução
capitulo um.
capitulo dois.
capitulo três.
capitulo quatro.
capitulo cinco.
capitulo seis.
capitulo sete.
capitulo oito.
capitulo nove.
capitulo dez.
capitulo onze.
capitulo doze.
capitulo treze.
capitulo quinze.
capitulo dezesseis.
capitulo dezessete.
capitulo dezoito.
capitulo dezenove.
capitulo vinte.
capitulo vinte e um.
capítulo vinte e dois. [conclusão]
[extra]

capitulo quatorze.

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By vegaspetit


Acho que esse é um dos meus capítulos preferidos :')

Espero que gostem, boa leitura e perdoem os erros 💗






Se um dia você se apaixonar, se apaixone por mim.

A voz de Pete é como um eco de seus próprios pensamentos dentro da cabeça de Vegas, sem parar. Ele tenta afastar os pensamentos intrusivos mas eles nunca vão embora, não importa o quanto tente. São como rosas desabrochando no frio intenso do inverno, queima suas pétalas e as faz quebrar mas ainda sim, lá estão elas.

Vegas sente as mãos de Pym deslizando por seus ombros mas ele não consegue pensar em nada que não seja as mãos de Pete. Quando ele beija um ponto atrás de sua orelha, ele imagina Pete fazendo o mesmo mas quando Pym vira seu rosto para beija-lo, Vegas o empurra.

"Não." Murmura. Durante toda sua vida, manter seus lábios longe de outros lábios foi a única coisa sobre seu próprio corpo que Vegas conseguiu controlar. Ele nunca beijou na boca nenhum dos investidores e clientes de papai quando os levou para cama, nunca havia beijado Pym ou qualquer outra pessoa além de Pete.

Pete e seus lábios macios que o fazem sempre querer mais. Pete e sua passividade que deixa Vegas controlar ainda que ele esteja furioso e pronto para explodir. As vezes, tudo é sobre ele.

"Por que?" Pym questiona voltando a se aproximar. "As informações que eu trouxe são importantes, então estou pagando pelo serviço completo."

Vegas o odeia. Ele odeia como Pym está sorrindo agora, como se tivesse um triunfo ou algum tipo de vitória por tê-lo em sua cama quando ele deveria estar fazendo qualquer outra coisa, indo a faculdade por exemplo, mas o invés disso, Vegas foi até lá. Ele se sente enojado o tempo todo.

"O que foi?" Pym questiona, observando-o por trás. Ele deita na cama de costas, sobre seus cotovelos, vestindo apenas a boxer e o peito completamente nu. "Você está chateado?"

Vegas se levanta devagar, virando de frente para cama para que possa olhar melhor o rosto de Pym. Ele continua com aquele sorriso odioso e a expressão presunçosa no rosto. O cabelo castanho está bagunçado e suas bochechas vermelhas, quentes. Olhando um pouco mais para baixo, depois do abdômen, Vegas observa que ele está excitado.

Ele vai vomitar.

"Eu vou embora." No chão, Vegas encontra sua camisa, que foi arrancada contra sua vontade, e a coloca de volta, mantendo os botões abertos.

Ele está pouco se fodendo para as informações que Pym afirma ter sobre seu próprio pai. Na verdade, Vegas duvida que ele vá dizer algo realmente valioso, no entanto, ainda que seja, não importa mais porque ele já tem as respostas que precisa. Ele não quer mais saber. Não devia ter ido até lá.

"Você acabou de chegar." Pym ergue as costas, sentando-se sobre os lençóis. "Fica mais um pouco, podemos só conversar."

Vegas balança a cabeça. Até mesmo a voz de Pym faz seu estômago revirar.

"Eu estou ocupado."

Ele está caminhando para porta quando Pym de repente segura seu braço. Ele o empurra contra a parede ao lado e pressiona Vegas com seu próprio corpo. Seus olhos queimam agora.

"Com o meu irmão?" Questiona, o rosto se tornando duas vezes mais vermelho. "Está ocupado demais fodendo com ele? Por isso invadiu a minha casa ontem?"

Por que aquele Phongasakorn maldito sugeriu que eu mantenha sua coleira mais apertada?

"O que você disse?" Vegas escuta a voz de seu pai trovejando em seus ouvidos.

O que você foi fazer lá no meio da noite, Vegas?

"Vegas!" A mão de Vegas envolve o pescoço de Pym, empurrando-o na direção contrária até que ele esteja batendo contra a porta do banheiro do outro lado do quarto.

O estalo da cabeça dele contra a madeira faz Vegas ficar eufórico, prendendo seus dedos cada vez mais firme ao redor da garganta. Em seguida Vegas o empurra para chão, Pym cai de frente, com o peito para baixo e se arrasta pelo carpete do quarto, gemendo quando o sucessor da Segunda Família o puxa de volta pelas pernas.

Logo depois Vegas sobe por cima dele, sentando sobre seu quadril e mantendo Pym paralisado enquando ele balança os pés e luta com os braços. A pura expressão de pavor que toma o rosto dele é mais do que suficiente para deixá-lo momentaneamente satisfeito.

"O que você está fazendo?" Ele grita outra vez, com a voz falhando e o rosto vermelho, respiração ofegante. "Vegas!"

"Sua vagabunda." Vegas xinga, segurando os braços de Pym por cima da cabeça e tentando parar os movimentos dele. "Você contou para o meu pai que eu estive lá?"

"Foi por impulso!" Pym grunhi em desespero, as lágrimas escorrendo pelo canto dos olhos dele. "Eu fiquei com ciúmes!"

"Impulso?" Vegas questiona, torcendo os pulsos dele entre os dedos. Ele poderia quebrar suas mãos. O que ele estava pensando, porra? "A sua impulsividade de merda fez o meu irmão sair ferido."

"Eu não— Eu sinto muito!" Ele chora. Fodidamente fraco. "Eu não queria machucar ninguém."

"Escuta o que eu vou te dizer" Vegas se aproxima, olhando dentro dos olhos dele. Pym ainda está se remexendo, então o sucessor da Segunda Família solta de um seus braços para usar mão, acertando um tapa forte na bochecha corada dele. "Presta atenção, porra."

"Está me machucando..." Pym choraminga de novo, parecendo verdadeiramente assustado. A marca da mão de Vegas está em seu rosto e ao redor do pescoço, e ele tem certeza que mais tarde se tornarão hematomas.

"Reze, Pym" Vegas murmura para ele, sorrindo, espremendo seu rosto entre os dedos. A sensação que preenche o peito de Vegas agora é reconfortante, ver as lágrimas acumuladas nos cantos dos olhos de Pym o faz ficar mais do que satisfeito. "Reze para nossas famílias não entrarem em confronto porque se isso acontecer, eu vou te caçar, te prender no meu porão como um maldito animal e vou torturar você. Enquanto aquela cicatriz marcar o rosto do meu irmão eu vou fazer os seus dias durarem. Podem ser semanas, meses ou anos. Eu vou fazer durar."

Ao sair do quarto, Vegas não olha para trás nenhuma vez.

O celular toca no caminho de volta para casa, e seu coração bate duas vezes mais forte quando ele lê o nome de Pete no visor.

"Eu preciso de contar uma coisa."

E o que ele diz só confirma o que Vegas já suspeitava, mas que ainda secretamente desejava estar errado.






[...]




"Você tem certeza?" Papai questiona, afiando os olhos em sua direção. "Tem certeza do que está me contando?"

Em cima da mesa, a gravação do interrogatório de TewJ está sendo transmitido pela tela do computador. Embora as informações que Vegas trouxe sejam claras, papai não parece surpreso. Ele sequer esboça alguma reação diante das palavras de TewJ, apenas movimenta suas sobrancelhas e mantém a expressão lisa.

"São as palavras dele, não as minhas." Vegas responde. "Foi tudo que eu consegui."

A cabeça de Kan Theerapanyakul se inclina. Ele avança dois passos para frente, perto demais.

"Sozinho?" Ele questiona, parecendo surpreso. "Você conseguiu todas essas informações sozinho? Ninguém o ajudou?"

Vegas observa seu pai. Ele está tão perto agora que é possível sentir o cheiro do whisky caro vazando de seus lábios. Ele o encara em busca de uma reposta. Os olhos não demonstram mais do que seu rosto congelado. Alguém além de você sabe disso? É o que ele está perguntando de verdade. Alguém além de você pôde ser uma ameaça?

"Eu fiz tudo sozinho." Garante. É mais seguro que papai pense assim. "Só eu sei sobre isso."

Seus braços continuam firmes ao lado do corpo quando papai o envolve em um abraço apertado. Vegas sequer consegue respirar, mantendo seus olhos bem abertos e as mãos fechadas em punho. A única vez que ele recebeu um abraço de papai foi durante o enterro de sua mãe, onde Kan aproveitou para sussurrar em seu ouvido que não havia mais ninguém para impedir que ele se tornasse um homem de verdade.

Nada é mais frio do que isso, os braços de seu pai ao redor dos seus e as mãos pressionando suas costas enquanto Vegas deseja apenas poder alcançar sua arma, colocar uma bala em sua cabeça e garantir que Kan nunca mais o toque.

Mas ele pode fazer melhor do que isso.

"Eu não sou idiota, pai." Ele finalmente consegue se mexer, erguendo os braços devagar, pronto para retribuir. Inclinando a cabeça para o lado, Vegas faz exatamente como ele há anos atrás, sussurrando contra seu ouvido. "Eu sei o que o senhor fez."

Quando papai não responde, ele continua.

"Eu sei quem é o verdadeiro culpado." Vegas murmura, quase sorrindo. Seu coração está batendo tão rápido no peito que poderia escapar por sua boca a qualquer instante. "Macau e eu estamos indo embora. O senhor pode dizer o que quiser para Primeira Família sobre isso mas se tentar me impedir, eles vão saber da sua traição."

"Eu não esperava menos de você." Papai o aperta com mais força. Ainda é frio, doloroso. Por muito tempo Vegas quis receber um abraço dele, por muito tempo ele desejou que seu pai fosse capaz de demonstrar qualquer ato de afeto e carinho, ele desejou amor, até perceber que Kan era incapaz de amar alguém, e que amá-lo custou a vida de sua mãe. Então agora ele não quer mais nada de seu pai. "Você pode fugir mas no fundo sabe que é exatamente como eu."

"Eu sou uma pessoa." Vegas diz a ele, sentindo-se sufocado. "Eu tenho sentimentos, pai. Isso me faz diferente de você."

"Guarde minhas palavras" Papai murmura contra seu ouvido de volta. "Quando isso virar uma guerra, e vai virar, se não estiver do meu lado estará contra mim. E você melhor do que ninguém sabe o que acontece com meus inimigos."

Vegas o empurra quando papai termina de falar. A expressão no rosto de Kan ainda é passiva e fria, ele ainda está vestindo uma máscara mas Vegas cansou de vestir a sua. Ele cansou.

"Vou levar Nop e Ken comigo." Avisa, afastando-se. "Adeus."

"Por hora" Papai acena. Ele está sorrindo agora. "Adeus, meu filho."

Quando Vegas da as costas a ele, intensivamente ele espera que papai o acerte de alguma forma, mas ele não faz. Ele não saca sua arma e não dá um passo sequer, continua apenas observando.

No corredor, Macau está vindo em sua direção. O corte na bochecha dele não precisou de pontos mas os curativos precisam ser trocados pelo menos duas vezes ao dia.

"Você já fez as malas?" Vegas agarra a nuca dele, empurrando-o na direção contrária do escritório de seu pai.

"Eu ia me despedir." Seu irmão caçula murmura, empurrando suas mãos. "Mas acho que não é uma boa ideia."

"Não é." Vegas oferece um sorriso a ele, passando os olhos pelo curativo na bochecha. Culpa aperta seu peito. "Vamos, temos que ir."

"E o seu namorado?" Macau pergunta, olhando-o por cima do ombro.

Alguns subordinados estão espalhados pelo corredores da mansão, vestindo armas grandes como peças de roupa. Conforme eles passam, os homens se curvam em respeito.

"Ele vai vir com gente?" Seu irmão continua. "Você devia trazê-lo. Não vou suportar ficar sozinho com você em casa, está sempre de mau humor."

Ele ainda está sorrindo quando chegam do lado de fora. Nop está esperando perto do carro, uma Maserati nova da garagem de papai. Ele não vai dar falta, embora os vidros blindados da híbrida e o brilho preto reluzente da lataria a tornem duas vezes mais cara do que alguns de seus outros carros.

"Apenas continue andando." Vegas diz a Macau.

"Senhor." Cumprimenta Nop respeitosamente. Ele sorri para Macau. "Senhor Macau."

"Ei, cara." Macau acena de volta. "Posso dirigir?" Ele nem mesmo sabe como se faz isso.

"Nunca." Vegas pressiona o ombro dele. "Nop, leve a minha moto e peça para Ken levar Macau com o carro forte. Tenho que ir a um lugar."

"Sim, senhor." Nop concorda, guiando Macau para o carro de trás, onde Ken está pacientemente esperando. "Senhor Macau, por aqui."

Após dar partida, Vegas encaixa seu celular no painel e digita a senha de entrada, conectando no aplicativo de rastreio que lhe oferece o exato lugar onde Pete se encontra nesse momento.

Ele está num bar no centro, não muito longe, não muito sofisticado, e é para lá que Vegas está indo. Pete merece um agradecimento adequado.






[...]






"Ei, Pete!" A voz animada de Porsche Pachara chama atenção de Pete. Ele balança os braços para cima como uma criança e se aproxima do bar, cumprimentando-o com um abraço sem jeito. "Como você tem passado? Não nos vimos depois daquele incidente da Casa Principal."

Pete oferece um sorriso a ele, abrindo espaço para Porsche se sentar no banco vazio ao seu lado. Ele está usando roupas comum hoje, calça jeans com rasgos nos tornozelos, tênis e camisa branca, o que significa que foi até ali apenas por um pouco de diversão.

"Estou bem." Responde Pete, oferencendo a terceira dose de tequila pura que estava prestes a virar para ele. Porsche aceita. "Tem sido dias difíceis, estive um pouco ocupado com assuntos de família."

É uma sexta-feira à noite, o bar da Yok está cheio, não lotado, mas suficientemente cheio. A música ainda não está tão alta então ele não tem que gritar e se esforçar para ouvir o que Porsche está falando, ou o barman do outro lado que insiste que Pete dê seu telefone a ele, oferecendo drinks de graça. Ele já negou três, mas não vai negar um quarto.

Arm e Pol estão em lados opostos no balcão, sem uniforme de trabalho mas com os olhos atentos em todos o cantos. Mais cedo, depois de levar um pé na bunda, visitar Pen no hospital e chegar em casa, Pete foi obrigado a ouvir um sermão de papai sobre responsabilidade, e enquanto ele falava sem parar sobre como não atender seu telefone podia colocar sua vida em perigo, Pete só conseguia pensar em nas últimas palavras que TewJ disse.

Eu não faço os planos, só executo.

Alguém grande está por trás disso, eu e você somos peças num jogo de tabuleiro. Somos descartáveis.

"Sei como é." Porsche conversa. Ele parece descontraído, feliz até. "Kinn me perturba todos os dias com isso. As vezes quero matá-lo."

"Kinn?" Questiona Pete. O que aconteceu com Senhor Kinn? "Vocês..."

"Ah" Porsche balança as sobrancelhas com um sorriso sugestivo. "Como vai a faculdade?"

Pete desvia os olhos na mesma velocidade que ele muda de assunto.

"Não vai, estou dando um tempo." Responde brevemente. "Muita coisa aconteceu, eu não tive cabeça para isso."

A música se torna um pouco mais alta, Porsche levanta o braço para o barman e pede outra rodada de bebida, em seguida ele se vira para Pete.

"Pete" Chama, o tom e voz casual embora sua expressão sutilmente demonstre que não é só isso. "Você ficou algumas semanas com a Segunda Família, não é?"

Porsche está curioso. Pete só não consegue identificar se é aquela curiosidade inofensiva ou se ele está tentando tirar alguma coisa dessa conversa.

"Sim." Afirma. "Algumas."

"E como foi?" Porsche questiona, o olhar atencioso e expressão leve como quem não quer nada mas ao mesmo tempo quer tudo. "Eu conheço Vegas há um tempo, e ele é um pouco sádico."

Uma sensação estranha fervilha em seu peito faz Pete se sentir desconfortável. Ele se remexe no banco e coloca os cotovelos por cima do balcão, recusando a dose de tequila que Porsche empurra em sua direção.

"Um pouco." Admite. Ele pôde ver com seus próprios olhos as coisas terríveis que alguém podia sofrer nas mãos de Vegas.

Quando ele disse que estava brincando com Pete durante o tempo que ele esteve em seu porão, não era um blefe. As coisas que ele viu Vegas fazer com TewJ deixaram seu estômago sensível, e ainda é possível escutar o gritos dele.

"Você foi machucado?" Porsche continua.

Pete ergue as sobrancelhas, olhando para ele.

"Por que esse interesse repentino em mim?" Questiona.

Porsche recua um pouco, com um sorriso no rosto e as mãos erguidas. Antes que Pete possa provocá-lo mais, alguém o interrompe.

"Porsche!" Grita o homem. Pete o reconhece, o primeiro filho da Primeira Família Theerapanyakul, Tankhun. "Porsche, onde está... Eu não conheço você."

Pete sorri para ele. Tankhun é alguém interessante, ele está sempre vestido como se estivesse prestes a ir para uma festa, não importa se é de manhã, com muito brilho e as vezes plumas demais. Hoje, ele está vestido completamente de rosa, das botas ao blaser, com um óculos escuro no topo da cabeça segurando as mechas de cabelo rebelde.

Dizem que ele se acidentou quando criança, motivo pelo qual Korn Theerapanyakul fez de Kinn, o filho do meio, seu sucessor, mas Pete não sabe onde está a verdade, embora esteja claro que Tankhun é realmente alguém peculiar.

"Nos conhecemos." Pete diz a ele. Eles foram apresentados em uma das vezes que papai o arrastou para a casa da Primeira Família mas raramente Pete o via vagando pelos corredores e quando o via, Tankhun não parecia se lembrar dele então não o surpreende que não se lembre agora. "Sou Pete."

Tankhun encara sua mão esticada por alguns segundos, batendo os cílios, antes de erguer os olhos novamente. Atrás dele, dois guarda-costas com chapéus cololoridos esperam pacientemente. Pete recolhe a mão.

"Doce." Diz o primeiro filho, estalando a língua no céu da boca. "Você é doce, Pete. Como uma bala de leite."

"Obrigado." Pete sorri um pouco mais, mostrando os dentes. "Você é muito gentil."

"De tudo que já me chamaram, essa foi a coisa mais estranha." Então ele vira de costas, levanta os braços e começa a caminhar de volta de onde veio.

Porsche está rindo quando Pete olha para ele.

"Eu preciso de um cigarro." Diz. "Você tem?"

"Não sabia que fumava." Ele enfia a mão no bolso do jeans, puxando uma carteira cheia.

"Há muitas coisas sobre mim que você não sabe." Responde, pegando apenas um. Em seguida Pete pula do banco e se aproxima para murmurar no ouvido dele. Porsche se inclina como se fosse obter algum segredo. "Não é legal da sua parte usar a nossa quase-amizade para tentar extorquir coisas de mim, Porsche. Não é nada legal."

Porsche levanta a cabeça, o sorriso foi embora.

"Não era o que eu estava fazendo."

Pete pisca um dos olhos.

"Obrigado pelo cigarro."

Arm vem em sua direção quando Pete começa a andar na direção da saída de trás, onde geralmente os fumantes se juntam para entupir seus pulmões e desgastar a saúde.

"Eu vou fumar." Pete avisa, erguendo a mão. Arm franze o cenho. "É rápido, eu já volto. Não precisa ir comigo."

Seu guarda-costas acena.

"Não demora." Pede. "Vou estar próximo da porta. Esteja de volta em quinze minutos ou vamos sair para buscar você."

"Está bem."

O ar gelado atravessa todo o corpo de Pete quando ele chega do lado de fora. A música e as conversas se tornam abafadas e ele consegue ouvir o som da cidade. As luzes estão acesas mas o beco é potencialmente mais escuro do que qualquer outra rua. Ele encosta em uma das paredes e pendura o cigarro entre os lábios, antes de se dar conta que não tem como acendê-lo.

Pete está prestes a voltar para implorar o isqueiro de Pol emprestado quando um par de dedos muito ágeis puxam o cigarro para longe de sua boca.

"Merda!" Ele grita, pulando para trás. Pete ainda está assustado quando Vegas dá um passo para fora da sombra, sorrindo. "Por que você fica fazendo isso?"

"Não sabia que você fumava." Vegas repete o mesmo que Porsche a minutos atrás, mas ao contrário da expressão divertida do guarda-costas da Primeira Família, Vegas parece um pouco surpreso. "Essa merda é ruim para o corpo."

"Você vive fumando." Pete cruza os braços, assistindo ele acender o cigarro que devia ser seu. "E então?"

"E então?" Devolve. "O que você quer saber?"

"O que você fez com a informação que eu te dei?" Pete questiona, falando um pouco mais baixo.

Vegas inclina a cabeça e para o lado e solta a fumaça. Ele com certeza não faz ideia do quão atraente ele é.

"Fiz um bom uso." Responde apenas. Ele acrescenta poucos segundos depois. "Estou de mudança."

"Isso quer dizer o quê?" Pete continua. "Vai sair da cidade?"

"Não." Vegas balança os ombros. Ele parece incomodado, ansioso talvez, tragando uma vez atrás da outra. "Meu irmão e eu estamos nos mudando de casa, não planejo deixar a cidade sem Macau e ele só pode ir comigo quando terminar a escola."

"Acha que vamos ter um conflito?"

"Não agora." Vegas lhe oferece o cigarro pela metade. "Talvez em duas semanas. Talvez daqui dois meses ou talvez em menos. É inevitável."

"Não deveríamos avisar?" Pete murmura a pergunta, enchendo seus pulmões com fumaça tóxica e seu corpo com nicotina. Ele respira fundo. A sensação é boa mas não é o bastante para afastar a culpa. "Deveríamos avisar."

"Eu não me importo se eles vão se matar." Vegas revela. "Tio Korn nunca fez nada por Macau ou por mim além de evidenciar seu desgosto pela Segunda Família, ele merece o que está vindo."

Pete balança a cabeça. Essa é uma daquelas decisões difíceis que todas as pessoas tem que tomar pelo menos uma vez em suas vidas. Ele tem duas opções, na verdade, deixar as coisas como estão, permitindo que seu pai e Kan Theerapanyakul resolvam, ou então avisar a Korn e tornar tudo aquilo em um desastre.

Pete traga mais uma vez. De qualquer forma vai acabar em um desastre.

"Encontrei Pym hoje." Vegas revela. Ele está encostado ao seu lado, os olhos distantes, parecendo pensativo. A garganta de Pete se aperta. "Ele queria me contar algo sobre seu pai mas eu não fiquei o bastante para ouvir."

Em silêncio, Pete joga o que sobrou do cigarro no chão e pisa em cima. Algo quente e ácido queima em seu peito.

"Por que veio até aqui?" Questiona, enfiando as mãos no bolso. "E como sabia onde eu estava?"

Vegas vira o rosto em sua direção, o vento trazendo uma mecha do cabelo dele para frente dos olhos. Pete é obrigado a tirar de lá, a ponta dos dedos tocando suavemente a testa de Vegas quando ele arrasta o cabelo de volta.

"Eu vim ver você." Ele confessa, parecendo um pouco inseguro. Seu tom de voz é calmo e baixo. "Quis agradecer pessoalmente."

Deixa Pete surpreso, e ele está prestes a responder quando a porta da área de fumante abre novamente. Vegas puxa seu braço e o empurra de costas para o vão entre duas paredes, onde a luz não alcança, colocando-se em sua frente, uma mão tapando sua boca enquando a outra ainda segura seu braço.

"Não faça barulho." A ponta gelada do nariz dele encosta em sua bochecha, e Pete escuta o murmúrio em seu ouvido.

"Onde ele está?" Alguém pergunta a distância, eles não conseguem ver quem é daquela posição, além de que a voz a pertence a um homem, e tampouco podem ser vistos. "Porra, você me disse que o garoto Phongasakorn estava aqui."

"Eu o vi." Outra voz responde, dessa vez feminina. "Ele estava conversando com um homem no bar, depois saiu para fumar."

"Não há ninguém aqui." O homem rosna, parecendo irritado. "O que eu digo para o chefe agora?"

"Isso não é problema meu." A mulher responde. "Eu disse que o avisaria se o visse, a culpa não é minha se você chegou tarde."

Pete fecha os olhos, com o coração batendo tão rápido que os sons preenchem seus ouvidos. Ele coloca os braços ao redor do corpo de Vegas, embora seja impossível tê-lo mais perto do que ele está agora. O sucessor da Segunda Família guia a mão que cobria sua boca para a parte de trás de sua nuca, puxando a cabeça de Pete para frente até ele esteja com a testa no ombro dele.

"Shh..." Vegas murmura contra seu ouvido, o polegar dele acariciando gentilmente um ponto abaixo de sua orelha.

"Que merda, Lin." O cara xinga. "O que você fez com a droga que eu te dei?"

"Ele recusou as bebidas." A mulher continua. "Dan podia ter colocado nas doses de tequila mas ele disse que o gosto ia ser muito forte e o garoto ia perceber."

"Idiota." Os sons dos passos do homem se aproximam e Pete segura Vegas com mais força. Suas mãos estão tremendo agora. "Que idiota."

"Ele não deve ter ido longe, os guarda-costas ainda estão lá dentro."

"Certo." Afirma. "Vamos dar uma olhada. Se ele voltar, me avise imediatamente."

Os passos se afastam, e em seguida o som da porta batendo outra vez.

"Você tem que vir comigo." Os dedos de Vegas se fecham ao redor dos seus. Pete tropeça para frente. "Não está seguro aqui."

"Quem são?" Ele consegue sussurrar, ainda sentindo-se trêmulo.

"Eu não sei." Vegas continua puxando sua mão. "Você contou a alguém o que descobrimos?"

Pete nega. Para quem ele poderia contar?

"Não, eu não contei."

Vegas de repente para de andar, virando-se.

"Preciso que confie em mim." Ele coloca as mãos sobre seus ombros.

"O que?" Pete ainda está confuso. "O que está acontecendo?"

Por que estão atrás dele?

"Confie em mim." Vegas repete, apertando seus braços.

Confie em mim. Confie em mim. Confie em mim.

Suas pernas começam a andar conforme a Vegas o puxa para frente. Eles dão a volta pela lateral do bar e saem na rua principal, onde está mais movimentado. Do outro lado da rua, há um carro estacionado. Vegas o empurra para dentro.

"Fique aqui. Mantenha as portas trancadas." Ele diz, antes de bater à porta e deixar Pete sozinho.

Porra, Pete quer outro cigarro.

Mais cedo, assim que Vegas o abandonou na cabana, Pete pensou que podia mudar as coisas se desse a ele mais uma informação sobre o que eles estavam procurando. Daquela forma, do jeito que TewJ havia falado, somente seu pai parecia culpado e ainda que ele tivesse sugerido que outra pessoa poderia estar envolvida, eles não tinham provas.

Exceto que Pete havia escutado uma conversa. Na noite em que voltou para casa, enquanto papai conversava com Pym ele mencionou um acordo com Kan Theerapanyakul. O que poderia significar que seja qual for o acordo, eles estão nessa juntos. Para derrubar a Primeira Família.

"Você está inventando." Vegas havia dito, assim que Pete insistiu em manter a ligação e contar a ele. Estava óbvio que ele acreditava, embora não quisesse. "Me diga que está inventando."

Suas mãos estão tremendo quando
ele alcança o celular, checando as horas. Pol está ligando.

"Estou bem." Pete diz a ele rapidamente. "Estou com Vegas."

"Senhor Pete!" Seu guarda-costas ralha. "Não pode sumir assim! O senhor—"

"Eu não estou voltando para casa hoje" Acrescenta. "Quero que digam para quem perguntar que eu estou bem. Digam ao meu pai que estou bem." Então desliga.

Ainda não são nove da noite, e demora cerca de vinte minutos até que Vegas apareça outra vez em seu campo de visão.

"O que você foi fazer?" Pete agarra a jaqueta que ele está vestindo no mesmo instante que Vegas ocupa o lado do motorista. Ele bate a porta com força demais e respira tão fundo que seus pulmões parecem não aguentar. O cabelo está bagunçado e há um respingo de sangue na bochecha.

Pete se afasta e observa. Vegas não está machucado.

"Vegas, o que você fez?"

Os olhos dele caem sobre os seus.

"Estavam atrás de você porque o meu pai sabe que eu menti quando disse que mais ninguém sabia sobre o que descobrimos" Vegas murmura com pesar, melancolicamente agarrado ao volante. Pete repara que as juntas dos dedos de Vegas estão feridas. "Você não está seguro aqui."

Quando ele começa a dirigir, um frenesi incomum o preenche por dentro. Por que ele mentiu?

"O que vai acontecer agora?" Pete tem que abrir um pouco a janela para conseguir respirar, inspirando fundo assim que o vento gelado alcança seu rosto.

Vegas olha sobre o ombro.

"Eu estou sequestrando você, Pete."

"Tudo bem" Sua cabeça relaxa contra o estofado do banco. É confortavelmente macio. "Apenas me leve com você."






[...]




Capítulo longo haha espero que tenham gostado :)

Até a próxima! 💗

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