Ao contrário do que pretendia fazer esta noite, Sophie estava no início do salão preparando-o para Ivar e seus irmãos, exatamente como ele havia pedido a ela. Ela odiava o fato de que ele a tinha derrotado, forçando-a a estar aqui, mas talvez se ela terminasse os preparativos mais cedo, ela teria a chance de ir dormir.
Seus planos não foram cumpridos quando os irmãos entraram no salão surpresos ao vê-la, mas não Ivar que estava sorrindo com orgulho. Ignorando-a, eles foram se sentar ao lado da grande mesa quando ela notou Sigurd olhando para ela com olhos que não eram nada além de assassinos antes de apoiar as pernas na mesa recém-arrumada.
Ela terminou apressadamente o que estava fazendo antes de se virar para ir embora apenas para sua tentativa de falhar quando Ivar a chamou. "Escrava. Onde você pensa que está fazendo?" ele perguntou. "Devemos servir a nós mesmos?"
De costas para eles, ela respirou fundo enquanto debatia se deveria sair ignorando-o ou ficar e obedecê-lo. Ela escolheu o último.
"Você está aprendendo", disse ele em seguida, testando ainda mais a paciência dela, e novamente ela conseguiu.
"O que você quer que eu faça por você, príncipe Ivar?" ela perguntou a ele com confiança que mascarava seu coração martelando.
"Talvez comece tirando suas roupas," ele a testou novamente com um sorriso malicioso enquanto Sigurd ria enquanto o outro irmão assobiava ao lado dele, exceto para Ubbe que estava olhando para a mesa.
"Estamos aqui para festejar ou passar a noite conversando com uma escrava?" Ubbe perguntou antes de se virar para Sophie, que parecia tudo menos confiante. "Traga a cerveja", ele ordenou a ela, fazendo com que Ivar o encarasse por desperdiçar seu momento de ouro.
Sophie não precisou ouvir duas vezes, pois estava grata por Ubbe, que presumivelmente a salvou de muitos problemas. Talvez afinal ele não seja tão ruin.
Trazendo de volta a cerveja pronta para encher a xícara de Ubbe, ele não ofereceu a ela sua xícara e, em vez disso, pegou a grande jarra que ela estava segurando enquanto a pegava enquanto ela o observava servir um pouco de cerveja para si e seus irmãos. "Você pode ir," ele disse a ela surpreendentemente enquanto se movia para se sentar novamente.
"Não, ela não pode," Ivar interrompeu. "Não é para você dizer."
"Olhe para ela Ivar", disse Ubbe. "Ela mal está de pé."
Foi gentil da parte dele notar o quão exausta e muito menos sonolenta ela estava.
"Eu não me importo", Ivar disse a ele antes de lançar um olhar para Sophie que estava com a cabeça baixa, mordendo a língua o tempo todo. "Por que você não está ficando louca, hein?" Ele perguntou a ela.
"Talvez, eu possa deixá-la toda louca por você irmão", foi Sigurd quem falou fazendo Ivar e Hvitserk rirem enquanto Sophie o amaldiçoava baixinho.
"Você quer ir?" Ivar perguntou com um sorriso que nunca parecia deixar seu rosto, mas ela se recusou a responder, pois sabia que era um de seus truques. "Eu lhe fiz uma pergunta."
"Sim," ela disse apesar de saber a resposta, mas ela estava errada.
"Então vá," ele acenou para ela quando ela finalmente olhou para ele com olhos confusos. "Vá em frente", ele a enxotou.
Seus olhos se voltaram para Ubbe, que não estava mais olhando para ela antes de dar passos hesitantes para longe dos irmãos. Seu coração ficou preso em sua garganta no momento em que uma faca flutuou passando por ela errando sua cabeça por centímetros enquanto o riso irrompeu atrás dela.
"Chega, Ivar!" Ubbe gritou enquanto se levantava com força, fazendo a cadeira cair para trás com um baque que fez Sophie pular.
"O quê? Estamos curtindo esse Ubbe, por que você tem que ser sempre assim?" Ivar perguntou enquanto olhava para Sophie que ainda estava de frente para a porta. "Você pensou que eu deixaria você ir tão facilmente?"
"Onde você estava indo de qualquer maneira?" Ele continuou. "Você ia contar ao nosso pai como você disse a ele antes?"
Ela nunca faria isso, pois ele era a última pessoa de quem ela buscaria proteção.
Um olhar de Ivar fez Sigurd e Hvitserk se moverem em direção a Sophie que, apesar de virar as costas para eles, podia senti-los se aproximando dela, e antes que qualquer um deles pudesse tocá-la, ela se virou pronta para atacar em defesa, se necessário.
Hvisterk foi o primeiro a fazer um movimento quando ganhou um empurrão no peito que não fez nada além de encorajá-lo a agarrar a garota. Ela não era páreo para sua força, pois ele a segurou facilmente em seu lugar por ambos os braços enquanto olhava para ela com um sorriso. Ela não tinha certeza do que Ivar havia pedido para eles fazerem e o fato de Ubbe ser sua única defesa contra eles não a fez engolir o medo enquanto lutava contra as lágrimas.
Antes que algo mais pudesse acontecer, o padre entrou no lugar enquanto olhava para Hvisterk, que segurava Sophie assustada em suas mãos.
"E o padre decide se juntar a nós", disse Ivar em zombaria. "Bem-vindo, bem-vindo padre."
"Deixe-a ir", disse Athelstan quando finalmente desviou os olhos de Sophie para se dirigir a Ivar.
"Por que eu deveria?" perguntou Ivar.
"Porque Ragnar me pediu para ficar de olho nela", disse Athelstan, o que fez Ivar rir alto antes de fazer sinal para Hvisterk soltar Sophie.
"É claro que ele gostaria de proteger outro cristão, especialmente uma garota bonita como ela."
"Diga-me, padre", Ivar continuou. "Você a acha bonita?"
"Claro que sim, mas isso não significa que tenho o direito de atormentá-la dessa maneira", disse Athelstan.
"Mas ela é uma escrava", Ivar disse a ele.
"E ainda um humano", disse Athelstan.
"Então me diga por que o próprio Ragnar não vem salvar seu pequeno escravo?"
"Talvez, você devesse perguntar isso a ele", disse Athelstan antes de gesticular para Sophie segui-lo enquanto ele se virava para sair, o que ela fez com prazer.
Mal sabia ela que Ragnar estava assistindo a coisa toda da outra sala.
Ele não iria deixar seus filhos machucarem sua escrava favorita agora, iria?
Ele sabia exatamente o que tinha que ser feito.
"NÃO SEJAM UM LEITOR FANTASMA 👻"
XOXO