Twist | VegasPete

By vegaspetit

130K 14.2K 21.3K

Após uma emboscada mau executada e um plano que deu errado, Pete Phongsakorn, o filho mais novo segunda máfia... More

avisos/introdução
capitulo um.
capitulo dois.
capitulo três.
capitulo quatro.
capitulo cinco.
capitulo seis.
capitulo sete.
capitulo oito.
capitulo nove.
capitulo dez.
capitulo onze.
capitulo doze.
capitulo quatorze.
capitulo quinze.
capitulo dezesseis.
capitulo dezessete.
capitulo dezoito.
capitulo dezenove.
capitulo vinte.
capitulo vinte e um.
capítulo vinte e dois. [conclusão]
[extra]

capitulo treze.

4.5K 544 654
By vegaspetit

Oi! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Tentei não demorar muito dessa vez haha espero que gostem desse!

Gostaria de agradecer mais uma vez por todos os votos e comentários que Twist tem recebido. Saber que vocês gostam é o que me motiva para escrever 💘 obrigada!

Boa leitura 💗









"Olha só quem voltou." TewJ abre os olhos inchados e sorri para Pete. Há uma falha em sua boca e sangue seco nos lábios que indica que ele perdeu um dente recentemente. "O horário de visitas já começou?"

O caçula Phongasakorn está do lado de fora cela, perto o bastante para sentir o aço frio contra sua pele.

"Por que?" Pete murmura a pergunta para ele. "Você sabe que hoje vai ser pior do que ontem, então, por que?"

"Não se preocupe comigo, gracinha" O cara está sorrindo. A voz está falhando, suas mãos estão num tom pavoroso de roxo, os braços ainda presos para o ar, e Pete tem certeza que ele não vai durar muito mais se permanecer naquela posição por mais um dia. "Eu vou ficar bem. Aquele bastardo não me assusta."

"Eu já estive como você" Pete confessa para ele, baixo, quase um sopro. Ele se lembra perfeitamente de como respirar é torturante com os braços daquele jeito. "Dói muito. Você não vai aguentar."

"Porra, eu já lidei com psicopatas piores." TewJ quase revira os olhos enquanto desdenha, talvez seja reflexo ou apenas o cansaço. "Ele vai arrancar mais algumas unhas, me fazer uns cortes e quando perceber que não vou dizer nada, vai me matar. Vai ser rápido."

Pete bate os dedos suavemente contra as grades, observando com atenção a maneira que TewJ parece satisfeito e conformado com a ideia de ser descartado. Ele sente dor mas não está com medo, seu corpo treme de frio e sofre espasmos por causa das feridas mas não há nada em seu rosto inchado que demonstre qualquer coisa além de desdém e muita calma.

"Você é tão egoista." O caçula Phongasakorn balança a cabeça, os braços caindo ao lado do corpo ao falar. "Você está sumido há dois dias, há pessoas procurando por você."

"O que você imaginava?" O cretino que atirou em Pen se move. O esforço mínimo faz as correntes tilintarem. "Eu tenho algum valor. Não é por isso que estou aqui?"

No fim do corredor, Nop olha em sua direção. Pete acena para ele. Está tudo bem.

"Sim, é por isso" Concorda. "Você é valioso para muita gente, mas há duas pessoas em especial que se preocupam com você mais do que qualquer outra."

TewJ ergue as sobrancelhas, parecendo confuso e em silêncio.

"A sua esposa" Esclarece Pete, sorrindo sutilmente. Ele não quer parecer ameaçador. "Naeng está procurando por você."

Os olhos do cretino dobram de tamanho.

Ele obteve essas informações direto dos subordinados de Vegas e embora usar delas não lhe agrade, Pete reconhece quando alguém prefere perder a própria vida do que ser considerado um traidor. Não importa de quais maneiras Vegas o torture, TewJ não vai falar. Não sem um incentivo para isso.

"Seu filho da puta." Tew range os dentes que lhe sobram, o rosto se tornando ainda mais vermelho. Ele usa suas forças para se empurrar até estar virado o bastante para olhar no rosto de Pete. "Se tocar um dedo nela, você já era."

"Eu não faria isso." Admite Pete com sinceridade. "Ela é uma mulher adorável mas a sua filha é ainda mais."

Se pudesse, Tew com certeza voaria sobre sua garganta agora. Ele parece prestes a estourar as correntes e matá-lo.

"Você não sabe com quem está lidando, moleque." Ele cospe.

"Sim, Lorha é adorável." Completa Pete, ignorando-o e sorrindo. "Você esteve preso aqui durante a manhã então não pôde vê-la mas eu vi. Naeng fez tranças no cabelo dela e hoje as meias eram amarelas."

O olhar de Tewt vacila.

"Ela é só uma criança." Murmura, cedendo. "Não tem culpa de nada."

"Como eu disse, adorável. " Pete inclina o rosto para o lado, observando-o. "Você não acha que a escola fica um pouco longe da sua casa? Sua esposa dirige por longos minutos até lá."

TewJ respira fundo uma porção de vezes. A expressão em seu rosto revela que ele luta silenciosamente sobre o que fazer. As sobrancelhas franzidas, os lábios entreabertos e a respiração tensa.

Pete suspira.

"Então" Chama a atenção do homem de volta. "Acha que ela gostaria de uma visita?"

"Não é tão simples quando você pensa." TewJ garante, arregalando os olhos. Finalmente alguma reação. "Era eu quem estava atirando naquele dia, eu confesso. Mas como você acha que conseguimos acesso a casa? Eu não faço os planos, só executo."

"Mas você sabe quem faz." Pete aperta seus dedos juntos. "E vai me contar."

"Eu estou cooperando." Diz TewJ. "Eu quero uma garantia que a minha esposa e minha filha estão bem."

"Que tipo de pessoa você acha que eu sou?" O caçula Phongasakorn move as sobrancelhas. As respostas que ele precisa não valem duas vidas inocentes, Pen que o perdoe. "Eu jamais as machucaria."

"Eu machucaria." Vegas de repente diz em suas costas, respirando perto demais de seu pescoço.

Pete pensou ter visto ele se esgueirar no corredor escuro, contudo, senti-lo tão próximo de repente faz sua espinha gelar e seus pelos se arrepiarem. O cheiro do perfume agrada seu olfato, uma vez que tudo lá embaixo cheira a sujeira e mofo, então Pete suspira conforme Vegas se aproxima, desejando poder cheirá-lo mais de perto.

Desde a noite passada, quando ele se esgueirou para dentro de seu quarto e adormeceu em seu peito, Pete não teve mais notícias dele. De amanhã ao acordar, ele estava sozinho, mas o cheiro de Vegas impregnado em seu pijama não deixou que ele pensasse que havia apenas sonhado. E se tivesse, teria sido o melhor sonho.

"Não fique tímido." O sucessor da Segunda Família murmura, assumindo a conversa. "Pete tem razão, Lorha é uma criança adorável."

Vegas usa as chaves para destrancar a fechadura e finalmente entrar na cela, sem nenhuma vez olhar em sua direção. Pete o observa do lado de fora, há algo no rosto dele que não estava ali antes, algo frio e potencialmente perigoso coberto por uma máscara fina e quase invisível de tranquilidade.

Algo está errado.

"TewJ, você conhece o mundo em que vivemos" Vegas se aproxima do homem e agarra o cabelo dele, puxando sua cabeça, falando perto do ouvido. "Você sabe como é fácil fazer pessoas sumirem, ainda mais crianças que voltam para casa sozinhas."

TewJ impulsiona a cabeça para trás, dentes cerrados e olhar afiado.

"Se encostar na minha filha..."

"O que?" Vegas tenciona o aperto. Ele sorri e se delicia em causar aflição. "O que você vai fazer daqui? Hm?"

"Seu bastardo filho da—" O som seco de algo se quebrando faz Pete pular do lugar, ao mesmo tempo que o grito dolorido de TewJ preenche seus ouvidos e ecoa por todo o porão.

"Não fale da minha mãe." Vegas desdenha friamente, segurando dois dos dedos dele em um aparelho que Pete não reconhece. É algo metálico e aparentemente feito para acomodar todos os dedos da mão na parte inferior enquanto a parte superior foi planejada para esmagar os dedos e partir os ossos. "Se você responder as minhas perguntas eu garanto que a sua esposa e a sua filha estarão seguras até o fim de suas vidas, caso o contrário, não haverá corpos para serem enterrados. Pelo menos não inteiros."

O estômago de Pete revira e ele sente que pode vomitar. Suas mãos estão tremendo e ele ainda consegue ouvir o som oco dos ossos dos dedos de TewJ se partindo.

Embora a voz de Vegas trasmita mais seriedade do que necessário, a expressão dele não é tão verdadeira.

"Vai ser como um quebra-cabeça" Vegas continua. "Daqueles grandes com muitas peças."

"Seu..." Ele sequer tem forças para continuar, lágrimas escorrendo pelos cantos dos olhos e a boca pálida demais.

"Pete" Chama Vegas, pela primeira vez olhando em sua direção. Pete ergue o rosto. "Me espere no andar de cima, isso não vai ser bonito."

Ele balança a cabeça e se afasta da grades da cela. Pete está prestes a cumprir com o aviso mas suas pernas sequer se movem do lugar. Embora horrorizado, quando Vegas começa a sessão de tortura e TewJ encontra mais voz para gritar e implorar, ele ainda está assistindo.






[...]







Pete balança os pés da fora da cama, as mãos apoiadas para trás e os olhos focados ao longe, no topo das árvores, pela janela aberta.

O vento fresco ultrapassa as cortinas e as movimentas, está começando a escurecer. Há três chamadas perdidas em seu celular de papai e algumas mensagem que ele não faz questão de ler, todavia, Pete se certifica de dizer a Arm e Pol, seus guarda-costas que ele havia dispensado temporariamente para seus encontros com o sucessor da Segunda Família, que está tudo bem.

O cara no porão teve paz há alguns minutos, com uma bala na cabeça que finalmente o livrou de toda a dor. Ele resistiu, mas cedeu, e Pete pôde entender como eles estavam fodidos quando ele revelou que o líder da gangue recebia ordem de outra pessoa, alguém grande que fazia questão de comandar de longe e orquestrava os roubos com informações que eles não deveriam ter.

Ele descobre que no dia em que a Casa Principal foi invadida, os atiradores não tinham ordens para ferir nenhum Phongasakorn presente, Pen foi um acidente. Também não tinham ordens contra a vida de Kan Theerapanyakul ou Vegas. A Primeira Família era o alvo. Senhor Korn e Kinn. Depois os outros.

Pete ainda se lembra dos sons dos disparos, das balas acertando o peito de Pen e de Vegas protegendo-o dos cacos de vidro.

Ele olha sob o ombro quando a porta do banheiro abre. Em silêncio, Vegas se movimenta pelo pequeno quarto, vestindo um par de roupas limpas e depois se sentando do outro lado da cama para calçar seus sapatos.

É um cômodo pequeno, com paredes e chão feitos de tabuas de madeira, assim como quase toda a estrutura da casa. Há uma cama de casal no centro, uma cômoda em frente, mesas de cabeceira dos dois lados e um banheiro ao lado da porta.

"Eu sei o que você está pensando." Ele de repente conversa, chamando sua atenção. "E me parece simples."

"Isso não foi simples." Contrapõe Pete. As imagens e os sons de TewJ eram de agonia profunda. "Foi traumatizante, eu nunca vou esquecer."

"Eu te disse que não ia ser bonito." Vegas repete, amarrando seus cadarços. "Escolheu ficar."

Pete inspira fundo antes de continuar. Ele reconhece a expressão no rosto de Vegas de quando ele faz algo porque quer ou quando ele faz por outra razão. Hoje, com TewJ não foi como antes, ele não estava se divertindo enquanto o machucava, ele não sorriu, e não sentiu prazer, havia outra coisa em seu olhar. Irritação. Rebeldia. Confusão. Frieza.

Dentro de olhos tão lindos.

"Você está com raiva." Pete diz a ele, tentando fazer soar como uma observação. Ele não está julgando, só tentando entender. "O que te deixou com raiva?"

"Eu não tenho tempo para isso." Vegas se levanta. "Vamos embora."

"Vegas." Chama, tentando ser gentil. "O que aconteceu?"

"O que?" Ele se vira parecendo ainda mais enraivecido. Pete recua um passo. "Eu te dei uma migalha de atenção uma vez e você acha que tem direito que perguntar sobre a minha vida?"

Você vai ficar?

Até de manhã.

"Está sendo cruel." Pete avisa. Talvez o idiota não tenha reparado. "Isso faz parte das coisas que me machucam e você prometeu que não ia—"

"Foda-se, Pete!" Vegas explode, levantando os braços e indo em sua direção. "Foda-se o que eu disse, isso não importa mais. O nosso acordo acaba aqui."

Quem ele pensa que é, inferno? Vegas não pode invadir sua casa, prensá-lo contra parede até que Pete sequer tenha forças para negar algo a ele e depois dispensá-lo como se não fosse nada. Ele não pode torturar uma pessoa incansavelmente e com frieza o bastante para congelar um rio, compartilhar das respostas do cretino morto no porão e depois dizer a ele que o acordo acabou.

Ele não pode, diabos, fazer Pete se sentir daquela forma, com o coração acelerado e as mãos suando, e depois afastá-lo como se eles não tivessem compartilhado um momento na noite passada.

Não acabou.

"Não!" Pete empurra seus ombros para trás. Vegas tropeça até bater de costas contra a porta do banheiro. Ele levanta a cabeça, os olhos em chamas e uma veia saltando em sua testa. "Eu disse uma vez que eu não sou um brinquedo então não me trate como se eu fosse."

"Pete..." Ele avisa, beirando uma ameaça.

"Você disse que não é simples e tem razão" Pete continua, interrompendo-o. Ele está com raiva agora também. "Eu não sou idiota e eu sei o que acontece agora. O que TewJ disse põe a minha família em perigo e nos deixa em lados opostos de novo."

"Você não—"

"Cale a maldita boca, Vegas." Ele se inclina para frente e usa uma das mãos para tapar a boca dele. Vegas segura seus ombros, parecendo surpreso. "TewJ sugeriu que o meu pai quem está por trás de tudo isso mas eu não acredito. Ele jamais colocaria a vida de Pen em perigo."

Quer dizer, não faz sentido. Papai nunca faria isso. Pen quase morreu.

"Jamais é uma palavra muito forte." Vegas empurra sua mão para baixo mas não a solta. Ao invés disso ele usa sua força para puxar Pete mais para perto, de maneira que seu peito fique colado ao lado e as respirações misturadas. "Eu preciso te lembrar o perigo que você correu enquanto esteve na minha casa sendo acusado de traição?"

Suas sobrancelhas se movem, os olhos caem sobre os lábios de Vegas e Pete vacila. Ele malditamente vacila.

"Isso foi diferente." Ele mergulha para frente, apenas o bastante para acabar com espaço insuportável.

"Diferente?" Vegas questiona com um sorriso, afastando a cabeça. "O seu irmão está em coma no hospital, você teve muita sorte, Pete."

"Acha que eu não sofri?"

Vegas abre a boca mas não reponde. Ele engole suas palavras e passa as mãos nervosas pelo cabelo úmido do banho, soltando-o. Pete ainda consegue sentir o cheiro do sangue na pele dele.

"Está bem." Pete concorda por fim. "Isso não acabou."

"Acabou para mim." Contrapõe Vegas. "Você queria o cara que atirou em Pen morto, e ele está. Eu não preciso mais de você. Eu vou seguir sozinho daqui."

"Você não pode me deixar de fora, ele acusou meu pai." Ele tenta segurar o braço de Vegas mas ele o empurra para trás com tanta força que Pete tropeça e bate contra a cômoda. Seu quadril dói com o impacto e Pete solta um grunhido surpreso, erguendo os olhos.

Eu não vou machucar você.

"Eu disse que acabou." Repete o Sucessor da Segunda Família, rangendo os dentes. Não há mais nada dentro dos olhos dele. Apenas o grande vazio. "É assunto da minha família agora."

Dito isso, ele vira as costas e o deixa sozinho e dessa vez, Pete não tenta impedi-lo.






[...]







Kan Theerapanyakul, o líder da Segunda Família, atende a chamada no segundo toque.

"O que você quer?" Questiona em voz baixa, relaxando as costas contra a cadeira giratória. "Eu já disse para não me ligar mais."

Do outro lado da linha, Gunhan Phongasakorn respira bem fundo.

"Eu não sei o que fazer." Ele parece desamparado. Como uma criança. "A Primeira Família está em cima de mim, você disse que lidaria com isso."

"Eu estou lidando." Garante Kan, sorrindo brevemente, enquanto seus olhos estão focados na porta do escritório. É quase ridículo falar com ele agora. "Meu irmão pode ser um idiota mas também é insistente. Você insinuou naquela reunião que havia um traidor infiltrado na família, o que esperava?"

"Eu não sei." Gunhan suspira. "Acho que está na hora de fazer o que planejamos. Eles estão muito perto."

"Tenha calma." O líder da Segunda Família pede. "Ainda não é a hora de atacar, se fizermos isso agora, tudo pode dar errado."

"Eles estão colocando uma corda no meu pescoço!" Ele explode. "Eu não sei o que você está fazer, Kan, mas se eu desconfiar que você está me traindo, vou entregá-lo."

Seu sorriso se desfaz lentamente. Quem o bastardo pensa que é para ameaçá-lo?

"Não me faça ameaças." Kan diz a ele, ajeitando sua postura. "Você sabe com quem está lidando. Não me faça ameaças e não me subestime."

"Apenas garanta sua parte do acordo." Gunhan responde minutos depois, abaixando o tom. Ele parece mais calmo mas sua voz ainda é preocupada. "Eu estou cumprindo a minha."

"O que te faz pensar que eu não faria exatamente o planejamos?"

"Não me julgue por não confiar em alguém que está prestes a apunhalar a própria família pelas costas." O homem rebate. "Tire-os do meu pé."

"Você" Interrompe Kan. "Mantenha os seus filhos longe de Vegas."

"Eu não controlo com quem eles dormem." O líder Phongasakorn solta uma risada desdenhosa. Quando a hora chegar, vai ser prazeroso para Kan matá-lo. "Você o acostumou mal, Kan." Em seguida ele desliga.

Você o acostumou mal.

Ele havia criado Vegas para ser perfeito. Havia criado-o para ser o melhor, mas mesmo debaixo de suas surras ele podia superar o filho mais velho mas nunca conseguia superar Kinn Annakin. Desde crianças, Vegas sempre foi o segundo, nunca o primeiro. Sinceramente ele lembra a mãe, em cada maldito traço. No formato dos olhos, dos lábios, todo rosto, até mesmo na maneira de falar.

E havia o outro lado. O lado de Vegas que lembra o pai, a cor do cabelo, o sorriso, a postura, e as vezes até sua voz. Aquele lado que Kan odeia mais do qualquer outra coisa em sua vida. O lado que o enoja e que torna impossível olhar para ele.

Kan a amava. Malee. Sua esposa. Depois do casamento, foram quase dois anos tentando engravidar, mas ela tinha uma deficiência genética que não a deixava permanecer com o feto por mais de dois meses sem o tratamento adequado. Então o primeiro filho de Korn nasceu, pouco tempo depois Malee engravidou de Vegas.

Não havia suspeitas de sua parte quando sua esposa começou a frequentar a casa da Primeira Família, buscando a companhia e a compreensão da esposa de Korn, que também já havia passado por um aborto espontâneo antes dar a luz a sua primeira criança, e fazia pouco tempo desde a perda do terceiro bebê, ela estava deprimida, não se deixava ser tocada, sequer compartilhavam a mesma cama.

Então, como ela poderia estar grávida?

O líder da Segunda Família questionou a si mesmo por semanas, esperando pelo momento em que o útero de Malee expulsaria o feto mais uma vez, mas as semanas se tornaram meses, e depois do terceiro mês, ele teve certeza que seria diferente. Sua esposa finalmente lhe daria um herdeiro. Exceto que aquela criança não era sua.

Kan viu como o desespero a tomou e ela sequer saia do quarto. Abaixava a cabeça quando passava por ele e em todas suas conversas sua esposa sequer conseguia olhar em seus olhos. A mentira estava destruindo-a, corroendo-a de culpa, lentamente, mas estava. No sétimo mês de gestação, Malee tentou se livrar do bebê que ela tanto queria ter, mas os médicos foram rápido em colocar para fora todos os comprimidos que ela havia tomado.

Foi quando ela finamente confessou; Essa criança não é sua, Kan, ele se lembra como se fosse ontem de ouvi-la sussurrar, ainda deitada numa cama de hospital, grogue de sono e fora de si. O tratamento estava funcionando, a mulher mais linda do mundo estava grávida de um bebê saudável, que sequer era seu.

A resposta era óbvia mas ele nunca verbalizou em voz alta, por falta de coragem ou necessidade. E a pergunta continuava escondida, enquanto Kan tinha que olhar para o rosto de Korn durante as reuniões na Casa Princial e suportar o fato de que ele havia roubado tudo que era seu por direito. Kan era o filho mais velho, o anel de líder da Primeira família deveria estar em seu dedo, mas seu irmão havia se casado e ganhado herdeiros primeiro.

Ele lhe tirou tudo, até mesmo o direito de ser pai. Porque Vegas não era seu.

Olhar para aquela criança todos os dias, observar como insconsciente ele era parecido com o pai biológico foi doloroso e torturante. Durante um tempo. Mas então a dor se tornou raiva, e a raiva se tornou vingança. E não importa realmente quantos anos se passem, da mesma forma que Korn se infiltrou em sua vida como uma doença maldita, lhe tirou seu primeiro filho e causou a morte de sua esposa, Kan vai tirar tudo dele.

E ele não vai ser piedoso quando a hora chegar. Por fim, Korn vai desejar nunca ter olhado para sua esposa.

Korn vai desejar nunca ter corrompido ela com sua sujeira.

Korn vai desejar nunca ter nascido.





[...]





Trouxe um pouco da história do daddy Kan para vocês :) lembrando que nada que ele fez contra o Vegas e o Macau pode ser desculpado.

Que a vingança venha.

Espero que tenham gostado, até a próxima! 💘

Continue Reading

You'll Also Like

7.4K 517 45
Sn é uma jovem que acabou de se formar em dança, seu sonho era entrar para o balé da empresa Hybe , mas por ser recém formada era muito difícil, Sn m...
179K 11.2K 130
invenções loucas da minha mente
2.8K 368 11
Depois de meses em um relacionamento abusivo, Win finalmente toma coragem para sair dele, sem imaginar, que tomando o primeiro passo, estaria finalme...
8.8K 611 7
Lucerys sabe o que seu tio deseja mais do que qualquer coisa neste mundo, sabe quão profunda é a necessidade de vingança e sabe até onde Aemond irá p...