All You Want | Dramione

By moonletterss

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O oitavo ano em Hogwarts deveria ser o ano de Hermione. E é, mas não do jeito que ela espera. Fic ômegaverso... More

01. Em que tudo deixa de fazer sentido
02. Você não sabe o que tem até que tudo acabe
03. Você recebe o que precisa
04. Sinto o modo como você me quer
05. É apenas curiosidade
06. Em um mar de apaixonados
07. O mundo dele continuará girando
08. Então, deixe-me ir, deixe-me ir
09. Estou tentando acalmar minha respiração
10. O que está acontecendo?
11. Eu fico um pouco nervosa perto de você
12. Tão perto de ter você nos meus lábios
13. Eu não sei como é ser você
14. Posso te chamar de meu?
15. Talvez possamos encontrar novas maneiras de nos desfazermos
16. Eu queria ser um pouco mais amada
17. Meu coração e eu não nos damos bem
18. E como você, como você pode simplesmente ir embora?
19. Eu estive pensando demais, me ajude
20. Entenda como meu cérebro funciona
21. Todo esse sangue ruim aqui
22. Diga-me o que há em sua cabeça
23. Tudo parece certo
24. Entre nós dois
25. Quero que você seja mais feliz
26. Seja minha para sempre
27. Meu coração finalmente confia em minha mente
28. Gostos particulares
29. Você tem esse poder sobre mim
30. Eu preciso disso
31. Estou com ciúmes, sou excessivamente zelosa
33. Sinto seus lábios se mexendo
34. O único para mim é você
35. Tudo o que você quiser
36. Epílogo: Venha o que vier

32. Meu mundo é só você

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By moonletterss

A visão de Hermione se avermelhou completamente. Ela se viu de pé. Tudo o que podia ouvir era sua própria respiração.

Draco se virou bruscamente e seus olhos encontraram os de Hermione.

A mandíbula dela tremia e ela cerrou os punhos enquanto lutava para conter o desejo irresistível de colocar fogo nele e em Astoria. As mesas e travessas de comida tremeram.

Hermione respirou fundo, girou nos calcanhares e saiu correndo do Salão Principal.

O sangue rugia em seus ouvidos enquanto ela corria pelo castelo, de volta ao quarto.

— Destino! — cuspiu a senha e abriu a porta.

Ela invadiu a sala, juntando todos os seus pertences e os jogando em seu baú.

Ela estava – para seu espanto – sem chorar. Depois de uma semana chorando por quase tudo que se podia imaginar, ela não estava chorando por algo que esperava estar histérica.

Em vez disso, sentia-se extremamente lúcida. Seus olhos foram destampados e a realidade se reafirmara; e estava fria e clara como cristal. Chega de ilusões emocionais, hormonais e biológicas.

Ela era uma idiota.

Uma idiota hormonal chorosa, pegajosa.

Isso era extremamente óbvio.

Ela e Draco sempre estariam condenados. Ninguém achava que fazia sentido que eles estivessem juntos. Nem os amigos dela. Nem os amigos dele.

Ocorreram algumas poucas coincidências e ela tinha sido estúpida o suficiente para confundir aquilo com algo sonhador e predestinado.

Claro que seria assim. A biologia tinha feito parecer que ceder era fácil; deixar a razão ir embora e acreditar em um relacionamento co-dependente, onde amarrar a própria magia e emoções às de outra pessoa era algo saudável e romântico. Algo ideal.

A apresentação quisera que ela se apaixonasse, de modo a fazê-la acreditar que sua dependência biológica não era apenas suportável, era o destino. Que Draco não era apenas certo para ela, ele era sua alma gêmea.

Lixo. Tudo aquilo era lixo.

Não existiam almas gêmeas. Isso era apenas um conto de fadas para tornar a indignidade e o horror do fato dela ser fundamentalmente uma égua de cria mágica um sentimento suportável.

Quem se importava com a autodeterminação quando o "destino" vinha com tantos orgasmos?

Ela chutou seu malão e praguejou enquanto colocava uma braçada de livros nele.

A porta clicou e ela se virou para encontrar Draco parado atrás dela.

— O que você está fazendo? — ele perguntou, olhando para seu malão pela metade.

Ele não tinha mais o livro, provavelmente porque o havia deixado com Astoria.

— Estou voltando para a torre da Grifinória — ela disse enquanto se aproximava e pegava uma pilha de roupa que havia chutado para o canto no dia anterior. — Acho que isso faz mais sentido.

— Hermione...

Hermione se afastou dele.

— Eu não quero mais fazer isso. Foi um erro, eu acho. Eu percebi enquanto fazia as malas... que isso foi um erro. Eu não acho ... — Ela abaixou a cabeça e olhou para os sapatos. — Eu não acho que o St. Mungus realmente tenha qualquer intenção de me aprovar, eles provavelmente estão apenas adiando até que eu desista. Então, eu provavelmente deveria escrever para Charlie. Eu não quero continuar fingindo que os fatores biológicos tornam isso realmente... — Sua voz saiu ligeiramente fracionada. — ...real.

Ela entrou no banheiro.

Pegou sua escova de dentes, pente e shampoo e os colocou em sua caixa de supressores. Draco estava bloqueando a porta quando ela se virou para sair.

Ele tinha passado de pálido a cinza.

— Hermione... Charlie Weasley. É... quem você quer.

Ela não tinha certeza, pela maneira que ele disse, se era uma pergunta ou uma afirmação.

Olhou para ele e parecia haver uma caverna em seu peito.

— Eu não quero mais fazer isso. Tem ficado cada vez mais difícil ultimamente e acho que não aguento mais.

Ela tentou passar por ele, mas ele barrou a porta.

— Hermione... você está fazendo isso por causa do que aconteceu no Salão Principal?

Hermione ergueu os olhos. A sensação fria e calma do cristal estava derretendo e ela estava começando a sentir que iria chorar. Parecia que havia um poço sem fundo onde geralmente ficava seu estômago.

— Bem, isso é apenas a ponta do iceberg, não é? — ela disse com uma voz fria. — As Greengrass são seu backup? Você ficou aborrecido com o St. Mungus, então saiu e decidiu organizar as coisas por conta própria... preventivamente? — Sua voz falhou ligeiramente no final.

Draco parecia confuso.

— O quê? Não. Hermione, Astoria me abraçou...

— Eu sei! — Ela tentou abrir caminho com cotoveladas, mas Draco estava imóvel. Ela bufou e olhou para ele. — Eu estava olhando. Eu vi tudo desde o momento em que sua coruja chegou. — Ela deu uma risada zangada. — Eu admito, isso simplifica as coisas. Tenho tentado me preparar para todas essas conversas com você, mesmo tendo todos esses hormônios... não consigo nem pensar sem chorar... e então você saiu ontem à noite. Achei que você voltaria. Mas você não voltou por horas. E agora... — Ela deu um soluço baixo. — Eu não quero mais fazer isso. Então, vou voltar para a torre da Grifinória. Divirta-se com as garotas Greengrass neste Natal, elas parecem... muito ansiosas para te agradar.

Ela tentou empurrá-lo para fora do caminho, mas ele arrancou a caixa de suas mãos, empurrou-a de volta no balcão e a segurou pelos ombros. Seus olhos estavam arregalados.

— Hermione, não faça isso. Por favor, diga-me do que você está falando? O que está muito difícil? Diga-me e eu vou consertar.

Ela olhou para ele. A imagem dele sorrindo e abraçando Astoria parecia permanentemente queimada em suas córneas.

— Você deu um livro a Astoria e depois a abraçou na frente de toda a escola. Daphne tem te perseguido desde o Expresso de Hogwarts, e eu já ouvi tudo sobre como ela está tentando fazer com que ela e sua irmã sejam convidadas para passar o feriado em sua casa. Tudo parece muito claro. Você estava tão bêbado que se esqueceu de terminar comigo ontem à noite?

Draco a encarou com espanto.

— Não. Eu nunca vou terminar com você, sua idiota.

Hermione estremeceu.

— Oh, você está montando um harém então? Mantendo uma Ômega do lado e uma boa garota de sangue-puro para levar para casa nas férias?

Draco estremeceu ligeiramente.

— Eu não estou interessado nas Greengrass. Eu não quero um maldito harém. E não vou a lugar nenhum nas férias. Agora, por favor... — ele segurou seus ombros com mais força e sua voz tremeu — ...por favor, me diga o que eu preciso fazer para consertar isso, porque se você terminar comigo, posso vir a morrer de coração partido.

O coração de Hermione saltou várias batidas e ela deu um pequeno suspiro antes de começar a chorar.

— Então por que você está dando livros para outras garotas?

Ela não queria fazer a pergunta exatamente daquela forma, mas foi assim que saiu. Ela ficou parada no meio do banheiro, soluçando entrecortadamente.

— Oh, Deus. — Draco a puxou para seus braços e a apertou contra seu peito. — É disso que se trata?

Não era inteiramente isso, mas Hermione concordou de qualquer maneira. Assistir Draco dar um livro para Astoria Greengrass foi como ser chutada no estômago e pisoteada até a morte.

Ele suspirou e a abraçou enquanto ela chorava em suas vestes.

— Eu sinto muito. Eu não estava pensando em como isso pareceria para você. Não dei um livro a Astoria, apenas emprestei um da biblioteca de minha família. — Ele deu um suspiro profundo e abraçou Hermione com mais força. — A Família Greengrass tem uma maldição de sangue em sua linha matrilinear. Aparentemente, está na família há gerações, mas raramente se manifesta. No ano passado, os sintomas começaram a aparecer em Astoria. Maldições de sangue são... como tenho certeza que você pode imaginar, um tabu entre as famílias de sangue-puro; muitas delas nem mesmo tentam reverter uma maldição de sangue por medo de que a notícia se espalhe. Daphne decidiu que não se importava se tentar salvar sua irmã arruinasse sua chance de casamento. Sem contar aos pais, ela passou o verão inteiro solicitando convites para bibliotecas particulares na esperança de encontrar informações sobre como quebrar a maldição de Astoria. — Draco tossiu e limpou a garganta. — Daphne pediu para ver a biblioteca da minha família durante o verão, mas... — Sua voz se tornou estranhamente tensa. — ...houve um mal-entendido entre nós que levou algum tempo para ser resolvido. Ontem à noite, na festa de Natal, Daphne me contou sobre o livro específico que estão tentando encontrar. Depois que a mansão foi revistada durante o verão, Blaise, Theo e eu passamos a maior parte do tempo reorganizando os livros da biblioteca. Quando Daphne me disse exatamente por que ela queria acessar a biblioteca Malfoy, eu percebi que havia um livro na mansão que elas estavam procurando e que eu poderia pedir a minha mãe para enviá-lo. Dessa forma, durante as férias de Natal, elas podem encontrar um quebrador de maldições que poderão ajudar Astoria.

Hermione estava em seus braços, piscando repetidamente enquanto processava a informação.

— Daphne está perseguindo você o ano todo porque queria ver sua biblioteca?

Draco tossiu novamente.

— Biblioteca da minha família. — Ele colocou grande ênfase na palavra "família". — Mas... sim, é... é por isso que ela tem me perseguido.

Hermione franziu as sobrancelhas, revendo mentalmente todas as interações recentes de Draco com Daphne.

— Qual... qual mal-entendido você teve com ela?

Draco congelou.

— Por favor, não me pergunte isso. Hermione. É possivelmente a coisa mais embaraçosa que já fiz na minha vida. Vou te dar qualquer coisa se você simplesmente não me pedir para explicar.

A curiosidade de Hermione estava aumentando e ela olhou para ele.

— Você tem que me dizer. Estou ficando com tanta raiva dela por estar sempre perto de você. Eu... — Ela abaixou a cabeça. — Eu quase coloquei fogo nela na semana passada.

Draco soltou Hermione e se mexeu desajeitadamente, passando a mão pelos cabelos e parecendo muito preocupado com a retidão dos punhos da camisa. As cavidades de suas bochechas estavam manchadas de vermelho e ele se recusou a encontrar seus olhos.

Ele era tão alto que sua cabeça estava a apenas alguns centímetros do batente da porta e seus ombros eram tão largos que ele quase enchia a porta. Enquanto ele estava lá, pegando poeira inexistente de suas vestes, Hermione se lembrou de que ele realmente era apenas um garoto de dezoito anos muito grande.

Isso a fez querer se enrolar em seus braços e beijá-lo.

Ele tossiu e corou ainda mais.

— Daph... Daphne me escreveu uma carta... durante o verão... pedindo para ver minha biblioteca e falando sobre o quão... quão grande ela tinha ouvido falar que ela era. E... e... — Ele engasgou ligeiramente. — E tendo em vista que a biblioteca é da minha família, nunca pensei nela nesses termos e então... — Ele limpou a garganta e parecia que queria que o chão o engolisse. — ...eu pensei que ela estava usando o termo biblioteca como um... um eufemismo estranho para o meu... — Ele acenou com a mão desajeitadamente em uma direção incrivelmente não específica e ficou mais vermelho. — Eu não estava interessado em Daphne, então sempre que ela se sentava ao meu lado e começava a falar sobre bibliotecas, eu simplesmente... fugia.

Hermione engasgou quando uma sensação histérica de alívio tomou conta dela.

— Você quer dizer...

A imagem da expressão horrorizada de Draco quando ele se jogou no seu compartimento do trem passou diante de seus olhos e ela bufou de tanto rir, tapando a boca com as mãos. Seu corpo inteiro estava tremendo e parecia que seus pulmões poderiam explodir enquanto ela lutava para não rir.

Ela respirou fundo e puxou as mãos, a boca torcendo enquanto o olhava incrédula.

— Este ano inteiro, você pensou que Daphne queria te pegar, mas ela realmente só queria visitar a biblioteca de sua família?

Draco balançou a cabeça, parecendo confuso.

— Não "me pegar" exatamente. Quando ela disse minha biblioteca, eu pensei que era um eufemismo para o meu... meu...

Hermione o interrompeu jogando a cabeça para trás e uivando de tanto rir até seus pulmões começarem a ter espasmos e ela engasgar. Lágrimas escorriam por seu rosto. Ela riu e chorou de alívio. Draco a encarou e riu nervosamente, quando ela conseguiu fazer contato visual com ele.

Então ele engoliu em seco e a observou se dobrar e afundar no chão. Ela havia passado três meses odiando Daphne cada vez mais e Daphne estava atrás de um livro de biblioteca.

Finalmente Hermione se acalmou e se sentou, tentando recuperar o fôlego. Seus pulmões estavam queimando e ela continuava soluçando.

— Então... — Seu tom era leve, mas havia uma tendência nervosa. — Você ainda vai embora?

Hermione balançou a cabeça e esfregou o rosto enquanto ficava quente. Ela desviou o olhar.

— Eu pensei, depois que você saiu ontem à noite, que talvez você tivesse convidado as Greengrass a irem na sua mansão durante as férias, para se vingar de mim devido à entrevista do St. Mungus.

Draco caiu no chão ao lado dela com um rosnado.

— Não vou a lugar nenhum durante as férias. Porque você pensou isso?

Seu subconsciente Ômega instantaneamente começou a se agitar nervosamente. Hermione lutou contra o desejo de se prostrar no chão do banheiro e implorar por perdão.

Ela curvou os ombros e desviou o olhar, com um aperto na garganta. Tentou se concentrar intensamente em quais eram seus sentimentos e não no que eles estavam se transformando.

— Você saiu. Estávamos conversando sobre o St. Mungus e você ficou chateado e foi embora. Eu esperei por você, mas você não voltou. Então, quando voltou, tudo o que me disse foi que tinha ido ao corujal com as Greengrass. Assim...

Draco fez um som de descrença.

— Você poderia ter perguntado, se foi isso que você pensou.

Hermione estremeceu.

— Eu te perguntei, mas você estava dormindo. Eu iria te perguntar hoje, mas aí veio o correio.

Draco enterrou o rosto nas mãos.

— Com a quantidade de falhas de comunicação que tenho com as pessoas, pergunto-me se estou falando o idioma correto. — Ele colocou as mãos no colo e suspirou, sua expressão tensa. — Eu não sei como falar sobre o St. Mungus. Ultimamente... os aspectos biológicos têm sido... mais difíceis de controlar. Toda vez que o St. Mungus aparece e eu penso em você indo até o fim... — Ele interrompeu a fala e sua mandíbula se mexeu. — Biologicamente, não sei como processar. Racionalmente eu entendo, mas instintivamente parece que você está em perigo, que estou te perdendo e que preciso...

As glândulas de Hermione formigaram e ela apertou os joelhos.

Ele hesitou e inclinou a cabeça para trás.

— O que estamos fazendo... não há realmente uma maneira de se processar biologicamente. Posso lidar com isso na maioria das vezes, mas às vezes... não acho que devo testar onde estão os limites externos de meu autocontrole. Do jeito que você fala sobre isso, eu sinto que, se eu cometer um erro, você vai se esterilizar ou... enviar uma coruja a Charlie Weasley. O que... — Sua voz se apertou — ...é aparentemente uma preocupação válida para mim.

A respiração de Hermione ficou presa na garganta quando seu estômago se embrulhou.

— Eu não queria que parecesse assim. Desculpe-me. Não foi isso o que eu quis dizer. Quando mencionei Charlie, foi só... essa coisa entre nós é tão intensa que tem sido... tem sido... nem sempre sei como lidar com o quão intensa é. Estou tentando não fazer com que esse relacionamento pareça algum tipo de risco. É por isso que te falei sobre o St. Mungus, para que você não se sinta preso, como se não pudesse sair mesmo se quisesse, por pensar que estou planejando todo o meu futuro ao seu redor. — Ela engoliu em seco.

Houve vários segundos de silêncio.

— Granger — Draco usava seu sobrenome sempre que estava frustrado com ela. — Eu nunca vou terminar com você. Minha nossa. — Ele zombou. — Eu estou apaixonado por você. — Ele deu uma risada curta. — Não tinha a intenção de te dizer isso em um banheiro, mas toda vez que estou prestes a dizer, você começa a falar e falar que só estamos namorando há uma semana, quinze dias ou um mês, que é provavelmente tudo biologia e que provavelmente terminaremos. Estou cansado de não dizer isso. Eu estou apaixonado por você. Se você se esterilizar, ainda estarei apaixonado por você. Se você escolher Charlie Weasley ou qualquer outra pessoa ao invés de mim... eu... provavelmente nunca vou superar isso... e ainda estarei apaixonado por você.

Os dedos de Hermione se contraíram. Seu coração parecia estar batendo tão rápido que latejava. Ela queria se lançar sobre ele, mas se obrigou a ficar parada.

— Você tem certeza?

Ele olhou para ela.

— Sim. — Seu tom era cortante e um tanto gélido e isso a fez murchar por dentro. — Estou bastante certo disso. Realmente é uma novidade para você? Você não sabia?

Hermione sentiu as pontas das orelhas esquentarem.

— Bem — sua voz saltou. — É difícil ter certeza sobre qualquer coisa, por causa da... biologia.

Os olhos de Draco piscaram e se endureceram, e ele desviou o olhar.

— Bem, é por isso que eu não disse isso antes. Tive a sensação de que nem teria importância. Quer saber por que sei que não estou apaixonado por você por causa da biologia? Porque se estivesse ouvindo apenas o que quero biologicamente, eu teria mordido você em setembro, outubro ou qualquer dia desde então. Cada vez que eu te olho, eu quero te morder para que possa parar de me preocupar constantemente se vou acabar fodendo tudo e te perder.

A boca de Hermione se abriu e ela ofegou. Suas glândulas estavam começando a latejar, o que fez com que outras partes dela também começassem a latejar. Ela se contorceu enquanto seus dedos se arrastavam em direção a ele.

Alfa. Alfa, por favor.

Ele desviou o olhar, carrancudo.

— Mas eu não vou. O que você quer é mais importante para mim do que ficar com você.

Morda-me. Por favor, Alfa. Hermione engoliu um gemido.

Ele se levantou abruptamente.

— Eu não estou esperando que você diga isso de volta. Não estou esperando que você mude de ideia ou que decida que não se importa em ser uma Ômega porque eu disse isso. Só disse isso para que você pare de fazer essas coisas e diga que está fazendo por mim. Eu não quero uma saída, então pare de dizer que é por minha causa. Simplesmente está... me estressando até a morte.

Parecia que ele queria derrubar um centauro com as próprias mãos.

Hermione mordeu o lábio e se levantou. Sua garganta estava apertada. Ela estava lutando contra o desejo de subir em seus braços e implorar que ele a mordesse. Alfa. Alfa, por favor.

Ela esmagou o desejo violentamente.

Ela respirou fundo, trêmula, fechando os punhos cerrados.

— Eu só quero ser responsável. Ultimamente tenho estado tão emocionada e a biologia está ficando tão intensa que tem sido difícil pensar direito. É de toda a nossa vida que estamos falando, Draco. E se tudo for apenas...

— Se você disser "biologia" mais uma vez, vou enlouquecer — Draco disse em uma voz tão frustrada que estava vibrando.

Hermione apertou os lábios e ficou em silêncio. Draco deu um suspiro baixo e baixou a cabeça contra o batente da porta.

— O que exatamente você quer? O que você está esperando para, de alguma forma, ter certeza?

Hermione mexeu os pés e desajeitadamente começou a endireitar seus frascos de supressores.

— Eu não sei. Eu não sou... eu não sou muito boa em coisas emocionais.

Draco ficou em silêncio por um longo tempo.

— Certo — ele finalmente disse. — Bem, deixe-me saber. Se... você descobrir.

"Não mexa com vínculos mágicos é uma regra bem básica no mundo bruxo. Tenho certeza que Malfoy sabe disso, então... ele provavelmente está esperando você... mudar de ideia ou o que quer que você ainda esteja trabalhando".

Hermione hesitou e seu coração começou a bater forte.

— Draco, você... vai ficar comigo durante o meu cio?

Ele enrijeceu, mas quando olhou para ela, sua expressão estava cuidadosamente fechada.

— Se você quiser que eu fique.

Ela sentiu como se seu coração estivesse na garganta, sufocando-a.

— Você quer estar?

Ele deu uma risada incrédula.

— Claro. Grang... Hermione, você achou que eu não iria?

Ela engoliu em seco e agarrou os pulsos com força.

— Eu sei... eu sei como funciona biologicamente, mas emocionalmente, eu... eu tenho dificuldade em ter certeza. Eu não quero que você sinta que sou pegajosa ou que você tem que estar se não...

— Hermione... — Draco balançou a cabeça como se estivesse ligeiramente confuso. — Você tem a impressão de que é a pessoa pegajosa neste relacionamento?

Ela engasgou e lutou contra as lágrimas.

— Todos os livros falam sobre como as ômegas são necessitadas. Estou tentando tanto não...

Draco bateu com a testa contra o batente da porta com tanta firmeza que a sala tremeu.

— Foda-se minha vida. Bem quando tenho certeza de que não podemos ainda estar nos entendendo mal sobre qualquer coisa... — Ele parecia estar falando consigo mesmo.

Ele se virou para olhar nos olhos dela.

— Eu sou o pegajoso. Você pode verificar isso com... provavelmente com qualquer pessoa em todo o castelo. Eu te sigo como um cachorrinho. Não consigo parar de te tocar. Quando não estou com você, mal consigo formar um pensamento inteiro que de alguma forma não a envolva. Por favor, pelo amor à magia, seja tão pegajosa quanto deseja ser. Eu adoraria. O fato de você geralmente não ser é incrivelmente, incrivelmente inútil.

Ele deu um assobio agudo e a agarrou pelo pulso.

— Estou cansado de ter essa conversa em um banheiro.

Ele a puxou para fora do banheiro, passando pelo sofá, pelo malão e indo para a cama. Ele a pegou e começou a se sentar com ela em seu colo, apertando-a contra seu peito em um longo abraço e enterrando o rosto em seu ombro através de seu cabelo.

Hermione ficou quieta durante vários minutos antes de franzir as sobrancelhas.

— Achei que estávamos conversando.

Ele ergueu a cabeça e olhou para ela.

— Bem, na verdade eu não quero falar agora. Você tentou terminar comigo. Sei que sou bastante estoico, mas na verdade não superei isso.

Sua voz estava grossa. Ele a abraçou até que ela pudesse ouvir seu coração batendo forte no peito. Seu estômago se revirou de culpa e ela se aninhou mais perto, envolvendo os braços em volta do pescoço dele e enredando os dedos em seus cabelos.

— Desculpe-me. Desculpe-me, Draco. Eu não deveria. Eu exagerei e assumi coisas. Eu sequer te dei a chance de explicar. Ginny estava literalmente me dizendo que eu estava insegura sobre as coisas e então eu vi você abraçando Astória e eu... perdi minha cabeça e... explodi as coisas.

Draco a apertou com mais força.

— Está... tudo bem, não exatamente bem, mas eu vou superar isso. Apenas... se você for terminar comigo novamente, por favor, pelo menos me permita explicar antes.

Hermione sentiu seu coração doer.

— Eu irei, eu prometo. Desculpe-me.

Eles ficaram sentados em silêncio por um longo tempo antes de Hermione virar a cabeça e dar um pequeno beijo na lateral do seu pescoço. Depois outro e outro.

Ela se mexeu ligeiramente no aperto de modo que estava montada em seu colo e, em seguida, beijou mais acima em seu pescoço e atrás da orelha, penteando seus cabelos com os dedos.

Ele inclinou a cabeça para trás para olhar para ela, uma sobrancelha arqueada.

— Algo que você queira?

Hermione se acalmou.

— Não — ela disse, recuando. — Não.

Ele deu uma pequena bufada.

— Eu não quero nada. Eu estava apenas te beijando. Eu não estava tentando começar algo.

Ele esticou o pescoço para trás e olhou o relógio.

— Já se passaram mais de quatorze horas.

— Sério? Tudo bem — ela se mexeu ligeiramente e sua voz saltou e a traiu. Suas glândulas estavam dolorosamente sensíveis. Estou bem.

— Você está? — A voz dele caiu uma oitava inteira. As vibrações estremeceram em seus nervos e Hermione sentiu o calor florescer em seu abdômen.

Ela deu um suspiro baixo.

— Estou. Você não pode simplesmente...

A mão de Draco deslizou ao longo de sua coxa e sua voz se transformou em um gemido.

— Eu não posso o quê? Você estava dizendo algo?

Os dedos de Draco alcançaram o ápice de suas coxas e ele pressionou firmemente contra seu sexo. Hermione mordeu o lábio.

— Estou bem. Nós não.. eu estava apenas te beijando.

Draco a virou abruptamente de forma que ela estava deitada no colchão e ele se encontrava pairando sobre ela.

— Hermione, por algum motivo você está pensando que eu, um Alfa de dezoito anos, não gostaria de fazer sexo agora?

Hermione sentiu suas orelhas esquentarem.

— Bem, quando você diz assim... eu apenas, estávamos abraçando, eu não estava tentando estragar isso.

Draco sorriu afetadamente.

— Essas duas coisas dificilmente são mutuamente exclusivas.

Ele desceu seu corpo sobre ela até que ela quase foi esmagada sob ele e enterrou a cabeça em seu pescoço. A respiração dele roçou em suas glândulas e ela se sentiu respondendo imediatamente.

Ela soltou um suspiro trêmulo, envolveu as pernas ao redor de seus quadris. Sua mente já estava se anuviando.

— Você vai cuidar de mim... durante o meu cio? — ela gemeu a pergunta quando ele arrastou a língua por sua garganta.

— Eu sempre vou cuidar de você. — Ele a beijou. — Sempre.

Ele a beijou várias vezes e puxou suas roupas até que ela ficou nua. Então ele beijou seu corpo.

— Não me peça para te deixar ir. Não termine comigo. Eu farei o que você quiser. Apenas me diga e eu farei isso. Eu juro.

A cabeça de Hermione clareou ao ouvi-lo. Ela enrijeceu e o agarrou pelo ombro, empurrando-o. Ele imediatamente recuou enquanto ela o rolava de costas e se inclinava sobre seu peito, olhando em seus olhos.

— Seja você mesmo comigo, Draco. Nós dois estávamos tão preocupados em deixar a outra pessoa ir se ela quisesse que acho que isso está nos atrapalhando mais do que qualquer coisa. Não me deixe ir. Eu... não quero que você me deixe ir.

.

Depois de mais de uma hora, Hermione começou a se lembrar de que havia um mundo fora de seu quarto.

— Oh, Deus... — ela gemeu enquanto Draco lambia seu pulso com tanta firmeza que seu corpo inteiro se tensionou ao redor do pau dele, que estava preso dentro dela. — Eu deveria me encontrar com Ginny.

— Eu não vou te deixar ir. Estou sob ordens. — Seu tom era irônico enquanto a língua dele brincava em seu pulso interno.

Ela riu e choramingou.

— Não podemos simplesmente transar para sempre. Temos N.I.E.M.s para os quais estudar. Você provavelmente vai ficar doente de mim durante a próxima semana.

— Eu sou rico. Na verdade, estou disponível para transar com você para sempre. Vou fazer disso uma carreira.

Ela bufou indelicadamente e tentou ignorar o quão atraente a ideia parecia.

— Vou adicionar à minha lista de opções de carreira. — Ela se mexeu e confirmou que estava fisicamente incapaz de ir a qualquer lugar no futuro imediato. — Eu realmente preciso ir, no momento em que você puder... se encolher um pouco.

— Não é como se eu controlasse isso — Draco disse, revirando os olhos. Então ele olhou para ela. — No entanto, sobre o tópico "tamanho"... você concorda que eu cresci recentemente?

Hermione olhou para ele deitado embaixo dela. De alguma forma, Draco parecia ainda maior nu.

— Sim. — Ela traçou as pontas dos dedos ao longo dos contornos de seu peito. — Eu acho... bem, minha teoria é que é por minha causa. Porque nós não... estabelecemos um vínculo... fazendo com que as apresentações se repitam um pouco.

Ele acenou com a cabeça, seus olhos prateados sérios.

— Foi o que eu pensei. Eu me perguntei se você teria alguma ideia diferente. Você está ficando bastante... — Os olhos dele caíram para estudar seus seios. — Eu acho que suas curvas podem vir a ser a minha morte.

Hermione bufou.

— Nunca pensei que precisaria aprender feitiços de alfaiataria. Pelo menos as vestes são largas. Embora você precise escrever à Madame Malkin e encomendar novas. Ginny estava olhando para você hoje.

A expressão de Draco ficou presunçosa.

— Sério? Eu certamente vou esfregar isso na cara de Potter algum dia.

Hermione revirou os olhos.

— Você é um idiota.

Ele sorriu, presunçoso e felino.

— Você só percebeu isso agora?

Hermione deu de ombros e lhe forneceu um sorriso atrevido.

— Achei que talvez a sua baboseira pudesse ter desaparecido com esta apresentação.

Ele revirou os olhos.

— Tive um surto de crescimento, não uma lobotomia; certas características são gravadas em pedra.

.

Hermione estava meia hora atrasada para sua sessão de estudos com Ginny.

— Então, estou supondo que você estava ocupado fazendo sexo selvagem que balançou as paredes do castelo e essa é a razão do seu atraso? — Ginny disse, esquivando-se de Hermione enquanto ela se sentava na cadeira ao lado dela.

— Tivemos outro mal-entendido — disse Hermione com o rosto vermelho. — Mas está esclarecido agora. Eu acho que está.

Ginny jogou sua pena no chão e se virou para encará-la.

— Vocês conversaram sobre o vínculo?

Hermione evitou o olhar de Ginny, procurando seu livro de Transfiguração em sua bolsa.

— Não. Ginny, eu não posso simplesmente... propor um vínculo de alma com a antecedência de uma semana. — Sua voz estava tensa. — Ele disse que está apaixonado por mim hoje e eu nem disse isso de volta ainda. — Ela acenou com a cabeça com firmeza. — Deve haver uma certa progressão nos relacionamentos.

Ginny bufou e balançou a cabeça e seus cabelos ruivos caíram sobre seus olhos.

— Eu acho que qualquer que seja a "certa progressão", ela foi ignorada quando vocês dois passaram uma semana transando um com o outro antes de trocarem mais de uma dúzia de palavras civilizadas. — Ginny tirou o cabelo dos olhos e ergueu uma sobrancelha. — Hermione, todo o seu relacionamento foi ao contrário. Vocês começaram com um cio, entraram em uma relação sexual exclusiva e então começaram a namorar. Agora vocês podem até se qualificar como amigos. — Ginny revirou os olhos. — Você provavelmente deveria dizer que também está apaixonada por ele, supondo que esteja. Esse não é realmente o tipo de coisa pela qual você possa esperar para sempre.

Hermione desviou o olhar.

— Eu nunca disse isso a ninguém. Ele nem mesmo disse de modo romântico. Ele ficou irritado comigo e acabou dizendo.

Ginny revirou os olhos novamente.

— Tenho quase certeza de que quase toda vez que uma pessoa anuncia que está apaixonada, isso é considerado romântico.

— Tenho certeza de que há algumas exceções — Hermione murmurou enquanto vasculhava sua mochila, procurando por uma pena.

Ginny suspirou.

— Eu tenho que dizer, assistir você namorar Malfoy de maneira estranha faz com que eu me pergunte sobre o motivo pelo qual eu te procurei para pedir conselhos sobre relacionamento. Você é terrível nisso. É uma maravilha que Harry e eu estejamos juntos.

— Eu te dei um bom conselho. — Hermione olhou para Ginny com o canto do olho enquanto ela folheava o capítulo correto de seu livro.

— Eu sei. — Ginny enrolou o cabelo nos dedos. — É por isso que estou confusa com o quão difícil você está tornando isso para si mesma. — Ginny escondeu o rosto nas mãos por um momento antes de erguer os olhos. — Hermione, se fosse outra pessoa, o que você diria a ela para fazer?

Hermione engoliu em seco e lambeu os lábios.

— Vamos nos concentrar somente em Transfiguração e depois podemos nos preocupar com os conselhos sobre relacionamentos que eu devo dar a mim mesma.

Ginny deu um suspiro mártir e fechou o livro com um baque forte.

— Não. Vá embora. Eu não quero sua ajuda.

Hermione olhou para Ginny sem compreender.

Ginny acenou para ela se afastar.

— Vá. Vá lidar com seus problemas de relacionamento. Minha nota em Transfiguração não é desculpa para você explodir outra sala cheia de vidros e quebrar duas mesas. Obrigada por isso, a propósito, foi muito divertido limpar.

Os olhos de Hermione caíram.

— Desculpe-me, eu não estava...

— Eu sei. Eu sei. — Ginny acenou com a mão com desdém mais uma vez. — Seu próximo cio está fazendo sua magia ficar mais forte, estou ciente de como isso funciona. Apenas me faça um favor e não repita isso. Vá dizer a Malfoy que você o ama, peça-lhe para fazer o vínculo de alma e diga que quer ter filhos com ele. Eu garanto, ele ficará absolutamente emocionado.

— Ginny... — Hermione se contorceu e deu um suspiro trêmulo enquanto tentava não pensar em ter aquela conversa com Draco. Talvez ele a mordesse então. — Não é tão simples assim...

— Hermione, você não quer ter filhos com ele algum dia?

Hermione sentiu seu rosto esquentar e engoliu em seco.

— Isso é... realmente totalmente diferente...

— Não. Realmente não é. Não com Alfas. Não com você. E você sabe disso, porque leu todos os mesmos livros que eu. Pare de tentar tratar isso como uma tarefa de Aritmancia. Você tem que confiar em sua magia. Mas você sabe o quê? Bem. Não diga que você quer ter bebês com ele. Vá dizer a ele que você o ama, porque tenho quase certeza de que ele é a única pessoa na escola que não tem certeza disso. Especialmente depois desta manhã, acredite em mim, todo mundo sabe e todos nós pensamos que vocês dois são idiotas.

Hermione engoliu em seco e olhou para seus pés.

— Bem. Você está certa. Eu vou. Vou lhe dar seu presente de Natal hoje e depois vou lhe dizer. Essa seria uma boa maneira de fazer isso, certo?

.

Draco estava mal—humorado quando encontrou Hermione no hall de entrada.

— Temos que ir lá fora? — Seu tom era petulante quando a alcançou. — Isso é necessário? Está congelando e, se eu achar que está frio, então saberei que você está sentindo muito frio, terei que te dar minha capa e eu passarei frio.

Hermione revirou os olhos e o arrastou para fora.

— Eu coloquei camadas extras de roupas e usei amuletos de aquecimento. Vai ficar tudo bem. Nunca fazemos nada além de estudar e transar. Você precisa de exercícios. Olha, está até nevando.

— Transar é exercício — Draco disse, enquanto ela o puxava pela neve que caía.

Hermione bufou e balançou a cabeça.

— Oh, você trouxe luvas? Oh, bom, eu estava preocupada que você não tivesse trazido.

Eles estavam a meio caminho de seu destino quando Draco hesitou.

— Vamos em direção ao lago — ele disse, puxando sua mão.

Hermione parou e olhou para ele.

— Vamos por aqui.

Sua expressão era cautelosa.

— Granger, vamos... não.

Hermione aplicou mais força em seu aperto na mão dele.

— Não. Temos que ir por aqui. Eu vou te contar um segredo que nem mesmo Harry e Rony sabem e você tem que prometer não rir.

Draco hesitou por um momento e a seguiu.

— Bem. Qual é o seu segredo?

Hermione o puxou mais para perto e colocou a mão em volta do braço dele enquanto se aproximavam do campo de quadribol.

— Eu... na verdade nunca passei na prática de voar no primeiro ano. Eu tenho... problemas com o manuseio da vassoura e, portanto, não pude... pedi à Madame Hooch para me deixar escrever um ensaio de vinte e oito polegadas sobre os elementos da vassoura, para demonstrar que entendo a teoria, mesmo que não conseguisse fazer exame prático. — Ela falou rapidamente. — Mas... ultimamente tenho pensado que isso foi um erro. Eu perguntei à diretora McGonagall sobre uma aula de reforço, mas Madame Hooch não gosta de voar no inverno e Ginny está atolada de deveres de Monitora-Chefe e de capitã do time de quadribol da Grifinória. Então, eu precisava encontrar um veterano com experiência de vôo e sem muitos compromissos extracurriculares.

Draco havia parado de andar e estava olhando para ela sem expressão. Hermione continuou apressadamente.

— De qualquer forma, pensei que talvez você pudesse querer. Eu tenho uma permissão da diretora dando a você dez horas acumuladas de isenção de sua proibição de voar. — Ela puxou o pedaço de papel e o acenou. — E Ginny me emprestou sua vassoura... — Hermione tirou sua bolsa de contas do bolso do casaco, enfiou a mão e tirou a Firebolt de Ginny. — É... eu acho que é muito boa. Harry deu a ela neste verão; é o modelo mais recente, eu acho. Então, de qualquer maneira, feliz Natal, Draco.

Ela o estudou nervosamente enquanto estendia a vassoura para ele.

Draco piscou.

— Você está me dando uma isenção de dez horas da minha proibição de voar para que eu possa te ensinar?

Hermione corou.

— Não. Eu quero dizer, sim, tecnicamente, mas você realmente não precisa me ensinar a voar. Eu não... realmente eu não quero. Eu simplesmente... pensei que você sentia muita falta. Você não vai mais aos jogos. Achei que gostaria de voar novamente.

— Granger...

Hermione pensou que talvez ela tivesse ido longe demais. Talvez ela devesse ter perguntado a ele em vez de surpreendê-lo com aquilo. Era claramente algo sobre o qual ele era sensível.

— Você... você gostou?

Draco a puxou para frente e a beijou até que ela largasse a Firebolt.

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