Jornada da Tigresa

By CarolyneMSouza

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Tudo começa com o acordo que os humanos fizeram com as almas animais, isso originou os Humanimais. Depois de... More

Obras
Aviso
Prólogo - A Escolha da Tigresa Branca
O Começo
Humanimal Tigresa de Origem Desconhecida
A Ligação
Humana e a Tigresa
Habilidades
Treinamento Animal
Escuridão que viver dentro de mim
Tigresa Maligna
Um corpo e três almas
Que poder é esse?
Descobrindo nossas partes perdidas
Terra dos Tigres
Seja grande guerreira
Treinando com tigres
Dança das tigresas
Invocando o fogo
Rei dos Felinos
Briga dos irmãos tigres
A escolha do Rei dos Felinos
Fazendo meu próprio caminho
Quero ser seu aprendiz
Vila dos Humanimais Herbívoros
Ataque dos Morcegos
Os Espíritos Herbívoros
Caçador Acorrentado
Por que me salvou?
Minha liberdade
Irmãos Lobos e o Ataque Misterioso
Destruição da Tribo dos Lobos
A Vingança do Lobo
Tigre Amaldiçoado
Lago dos Lobos
Gália, Território das Aves
Aves e Carnívoros vs Urubus e Cobras
As Chamas da Fênix
Rei Leão Romano
Humanimal Desconhecido e Gladiador Gorila
A História do Gorila e a Curiosidade do Leão
Encarando o Rei Leão
Mereço sua Confiança
Preparem o Navio
Terra Quente
Kemet
Selvagens Exilados
Tigresa Amaldiçoada vs Deusa Leoa
Floresta Sagrada
Sagrados
Pedido de Ajuda
Caçando Almas Malignas
Armadilha da Tigresa
Portus Cale
Plano de Fuga
Novo Lar
Continuando a Missão
Mensagem da Mestra
Guerra dos Humanimais e Sombrios
Fúria da Tigresa
Meu nome é...
Epílogo

Menino Raposa

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By CarolyneMSouza

Kida (Humanimal Tigresa)

15 dias depois


Quinze dias e quinze noites, andando pela direção oeste, descobrindo vilas novas, florestas grandes para pegar alimentos e passar a noite com sons dos animais à nossa volta.

Faz dois dias desde que o Bicudo (dei esse nome por pássaro de bico grande), desapareceu e nenhum sinal dele, por isso ainda estou continuando no mesmo caminho.

Sempre paramos em uma floresta para descansar. Levo o Vento (dei esse nome por cavalo) para beber água enquanto Kirara foi vigiar o território. Nos dias que a Kirara achar uma vila de Cidadãos, deixo Kirara escondida na floresta enquanto eu ia com o Vento para ir comprar alimentos ou acessórios para viagem.

Graças ao meu cabelo curto, roupas longas e capuz preto, me disfarço de homem misterioso e nunca conversa com ninguém. Já que como mulher sozinha, chamaria muita atenção deles, principalmente para os Humanimais, e até agora não encontrei com nenhum outro tipo de Humanimal.

Essa noite passamos dentro da floresta e assar carne de porco na fogueira.

Deitou-me entre raízes da árvore e Kirara dormindo ao meu lado, aquecendo minhas pernas, e o Vento comendo a grama. Antes de dormir eu converso pouco com Arya e até com a Sombra.

Desde que consegui dom de controlar Sombra, fui sentindo melhor a energia e sentimentos dela. E ela é bem chata quando grita pra chamar minha atenção. Pelo menos eu queria ter um sono tranquilo sem uma alma animal maligna gritando na minha mente e Arya gritando pra ela calar a boca.

Olhei para estrelas e pensando o que a mestra Parvati e Úrsula estavam fazendo e onde estão. Queria vê-las, mas tenho que fazer essa jornada sozinha, procurar minhas lembranças perdidas e quebrar a maldição.

Antes de fechar os olhos, falei boa noite pra elas, como faço todas as noites.

***

Na manhã seguinte depois de atravessar toda a floresta, paramos numa cachoeira pra pegar água. Na bolsa de pele, que eu mesma costurei, vi tínhamos poucas ervas medicinais e os vegetais tinham acabado.

Tenho que passar numa vila próxima, espero que na próxima seja de Humanimais.

Estou cansada de cidadãos me encarando o tempo todo e alguns falam uma língua diferente.

Mas Arya falou que como os animais podem se comunicar com muitos tipos de animais, eu posso entender e falar com os cidadãos de línguas diferentes e eles podem me entender.

Kirara foi caçar enquanto subi em uma árvore mais alta e não dava pra ver por causa das outras árvores. Fui descendo até ver que Kirara me esperando e disse mentalmente:

"Achei uma vila de humanos, meio perto daqui."

Eu a segui até uma cerca entre a floresta e um campo de plantação. Do outro lado está uma vila dos Cidadãos.

Preparei-me para ir, vestir capuz cobrindo a maior parte do lado esquerdo para esconder o braço coberto de pêlos pretos.

- Me espere na cachoeira. - falei pra Kirara enquanto montei no Vento - Volto antes de anoitecer.

"Tá bom, Kida."

A vila é pouco maior do que imaginava.

Na rua principal está tendo uma feira, cada barraca tinha mercadorias diferentes, frutas, armas, plantas, grãos, alimentos e animais.

Deixei Vento com outros cavalos bebendo água e andei entre a multidão, as pessoas abriram passagem pra mim e sussurrando nas minhas costas.

Aproximei numa barraca de ervas e uma senhora de pele escura, usando um vestido velho e um lenço na cabeça me atendeu.

- Olá, senhor. - disse sorrindo e perguntou com educação - O que deseja?

- Estou querendo ervas para sono, feridas e tosse. - respondi com voz pouco grosso para aparecer masculina.

- É viajante? - perguntou e assenti - Isso explica seu jeito misterioso e esse rosto bonito, aposto que várias garotas imploram pra você ficar.

- As ervas, por favor. - tirei do meu bolso duas moedas de ouro, ela arregalou os olhos e já foi preparando as ervas.

- Aqui estão as ervas. - ela me entregou três tipos de ervas enroladas com lenços - Vou pegar seu troco.

- Não, pode ficar.

- Sério?! - perguntou e deu um sorriso grande quando assenti - Muito obrigada, belo moço.

Passei em duas barracas de carnes e peguei cinco pacotes com carne de frango e carne de vaca. Numa barraca de equipamentos de viagens, estava olhando bolsas de pele e galões, ao meu lado ouvi dois homens conversando:

- Hoje ao meio-dia é que vão enfocar o menino monstro na praça, nem posso esperar pra ver. - disse o homem mais alto.

- Me diga como é esse menino monstro? - perguntou o mais musculoso.

- É tipo de meio humano e meio raposa. - essa frase me chamou atenção - Dizem que ele tentou roubar duas galinhas do mercador e quando dois homens o cercaram, ele se transformou num tipo de raposa humano, um verdadeiro monstro.

- Que horror e acreditar que um de nós pode ser um monstro terrível e assustador. Esses tipos de criaturas merecem ser mortos, que bom que os homens conseguiram capturá-lo.

- Espero que ele se transforme antes da morte, pra ver a cara monstruosa enquanto é enforcado. - os homens estavam se afastando.

Esse menino com certeza é Humanimal e pior que está correndo perigo.

Perguntei para o vendedor onde é a praça principal e apontou a direção, chegando ao local já tinha muitas pessoas em volta no palco de forca.

"Kida, não vai pensar em fazer alguma loucura", Arya já estava me alertando.

- Se esse menino for Humanimal, não vou prometer. - falei meio rindo.

Rapidamente peguei o Vento e corri bem rápido enquanto pensava num plano. Fui pra floresta onde estava Kirara me esperando e disse mentalmente:

"Você voltou bem cedo, achei que ia demorar mais."

- Eu vou voltar. - guardei as sacolas e sorri pra ela - Mas eu meio que preciso da sua ajuda na vila.

"Ajuda pra que?"

Robin (Humanimal Raposa-Vermelha)


Meu nome é Robin e sou menino raposa.

Nunca conheci meus pais e com certeza nunca quero conhecê-los por terem me abandonado nesse orfanato. Aqui só tem pessoas falsas, mentirosas e malvadas, nem as crianças que moram comigo eram gentis e inocentes, eram piores que os adultos.

Nunca consegui me sentir como um deles, eu sou como corvo no ninho de pássaros bonitos. As crianças sempre zombaram de mim graças aos meus cabelos ruivos e falam que tenho cheiro de bicho fedido. As mulheres que cuidam de nós eram tão sérias e mal humoradas.

Só tinha uma pessoa que era boa comigo, o nome dela é Lúcia.

A mulher mais jovem do orfanato, pele branca, bonita e olhos azuis e foi ela que me achou na entrada quando eu era um bebê. Cuidar de mim com maior carinho e gentileza, sempre dizia que gostava muito dos meus cabelos ruivos. Nos castigos era ela que trazia comidas no porão e acariciava meus cabelos, desejei estar com ela pra sempre.

Mas um dia, ela foi embora de repente e me deixou um bilhete dizendo:

Sempre seja menino forte, gentil e corajoso, desejo que tenha uma vida feliz e brilhante.

Chorei à noite toda até o dia seguinte, depois desse dia prometi que nunca mais seria fraco e que vou ser forte e corajoso.

Enquanto os garotos tentavam me bater, eu os batia muito que ficam de narizes sangrando. E nunca mais dei ouvidos para outras mulheres, nem quando me prender no porão, eu conseguia fugir graças à chave que roubei na sala delas.

Aos meus 13 anos de idade, cansei do orfanato e então uma noite eu fugi quando ninguém estava vendo e fui pra outra vila bem longe, foi aí que senti maior liberdade que nunca senti.

Claro que a vila onde estou ficando é bem dureza. Os adultos enchendo meu saco e tentavam me pegar quando roubo pouco de comida nas barracas.

Eu dormia no celeiro escondido dos donos e olho pra floresta e desejando uma vida bem legal e muita liberdade, sem adultos falsos e chatos.

Nunca achei que aquela tarde ia mudar toda minha vida.

Fui à barraca do mercador que vende galinhas, escondido peguei duas galinhas, ia pegar mais um até o mercador me viu. Corri segurando duas galinhas enquanto o mercador e mais um homem me seguindo, entrei um dos becos tentando distraí-los até que do nada eu caí contorcendo de dor.

Enquanto os homens me seguraram pelos braços, o mercador foi socando minha cabeça e meu estômago com muita força que vomitava sangue. Sentia muita raiva que meu peito queimava tanto e fui ficando tonto até uma voz masculina disse na minha mente:

Red.

De repente meu corpo queimava como se eu estivesse pegando fogo e senti algo mudando dentro de mim e acabei só por um minuto. Os homens se afastaram de mim chocados e o mercador pegou bastão e bateu minha cabeça tão forte que acabei cercado na escuridão.

Acordei dentro de uma gaiola tamanho humano e meus braços e pernas estavam amarrados bem forte.

Assustei vendo uma criatura na minha frente, parecia humano, mas com corpo coberto de pêlos laranjas, quase vermelhos, e pêlos brancos no pescoço até na barriga, orelhas enormes e pontudos, tinha focinho ao invés do nariz, e uma cauda grande...

Humano raposo.

Tentei me mexer até notar que a criatura está fazendo os mesmos movimentos que eu fazia, aproximei e meu coração quase parou notando que a criatura no espelho...

Eu sou a criatura raposa humana.

A porta da sala abriu e entrou um homem elegante e mercador segurando um balde pesado.

- Eu sou juiz da vila. - disse o homem elegante que se aproximou de mim e perguntou - Me diga monstro, só tem você ou tem outros iguais a você?

Fiquei quieto e encarando feio pra ele.

- Me responda ou vai sofrer as consequências.

Cuspi no seu rosto e sorrindo como louco.

Mas isso fez o mercador jogar balde de água congelada por todo meu corpo, era tão fria que fui tremendo. Ele ia pegar chicote que estava na parede, mas o juiz o impediu e falou enquanto limpava seu rosto com seu lenço.

- Não, nosso povo precisa saber os tipos de criaturas que estão entre nós e disfarçam de humanos para nos devorar. - foi em direção pra saída - Se ele não dizer nada, amanhã vamos ter o enforcamento.

Eles me deixaram a noite toda na gaiola e sem comida e água. Amanhã vai ser minha morte e eu passando a última noite me encarando no espelho e vendo minha forma monstruosa.

Quem sou eu e o que eu sou?

Estranho que isso fez voltar para minha forma humana.

Foi alívio, mas ainda estava com a cauda. Não importa, amanhã vai ser o último dia que estarei nesse mundo, pelos mesmos queria ver o rosto da Lúcia mais uma vez.

***

No dia seguinte, meio-dia, eles me buscavam e estavam um pouco com medo por causa da minha forma e claro que mercador não ia ficar de fora dessa.

Ele foi me puxando pelas cordas enquanto andava e cercado de homens musculosos, andando pra praça principal onde estavam muitas pessoas.

Ouvi voz nojenta daquele juiz e foi falando alto:

- Hoje estamos aqui pra morte do menino monstro, vamos limpar nossa vila desses monstros que podem nos devorar até crianças pequenas. - o homem com capuz preta na cabeça pegou as cordas e me puxou forte.

- Traga o menino monstro.

Enquanto eu subia no palco, as pessoas jogavam pedras e frutas pobres em mim.

Parei até o homem de capuz me colocar em cima de um barril pequeno e amarrando corda no meu pescoço. O juiz me agarrou pelos cabelos, segurou minha cauda e mostrou para as pessoas.

- Veja esse monstro na forma humana. Mostre sua verdadeira forma, seu monstro raposa.

Aproveitei que ele estava bem perto e dei uma cabeçada nele e ia mordê-lo se não fosse homem de capuz me socando no estômago.

Juiz se limpou e disse gritando junto as pessoas:

- Enforquem esse monstro maldito.

As pessoas gritaram pra me enforcarem, homem de capuz segurou alavanca e se preparando. Eu só fechei os olhos e segurando meu choro pra parecer forte.

Queria crescer pra encontrar Lúcia e viver uma vida de aventura, respirei fundo esperando a morte.

Até que ouvi um forte rugido bem alto entre a multidão e fez as pessoas ficarem em silêncio. Fiquei curioso e abri os olhos vendo eles paralisados, até uma mulher grita forte:

- TIGRE... TEM TIGRE SOLTO AQUI.

Atrás da multidão, as pessoas abriram o caminho para um tigre correndo no meio deles.

Ele rugia e pulando para as pessoas correrem e empurrarem um ao outro para não serem devorados. Estranhei que um tigre está aqui, era impressão minha ou ele está correndo na minha direção?

O tigre estava indo para palco e os homens seguram as lanças se preparando para o ataque.

Mas ele conseguiu desviar das lanças. Achei que ia a cima do palco, mas com muita força quebrou a madeira e entrou pra dentro do palco, todos ficaram parados esperando pra ver se ele saia.

- Preparem. - gritou juiz meio nervoso - Assim que tigre sair, o matem em grupo.

Ele gritou como menininha quando o piso do palco quebrou e algo saiu saltando em cima de nós. Pousou na nossa frente revelando uma criatura humana nos encarando com seus olhos dourados.

Ele é um pouco alto, vestido túnica marrom sem mangas, calças curtos com mangas rasgadas, corpo coberto de pêlos e iguais da pelagem de tigre e até tem cauda de tigre.

- O tigre se transformou numa forma humana. - disse o homem enquanto as pessoas gritavam assustadas. - Homem Tigre.

Mas se calaram quando o tigre humano virou a cabeça para encará-los e isso os paralisa de medo que ficaram quietos.

Esse humano se parece pouco comigo, ele é como eu, isso...

É incrível.

O homem de capuz pegou uma lança próxima e tentou atacá-lo. Antes de dar o golpe, o Homem Tigre segurou a lança só com uma mão preta e quebrou em pedaços. Mostrou seu braço esquerdo preto, Homem Tigre encara pra ele e disse com duas vozes grossas e ameaçadores:

- Se não quiser morrer, então corra enquanto pode.

O homem de capuz não pensou duas vezes e correu como cachorro fugindo com rabo entre as pernas. Os homens estavam com tanto medo que nem se mexeram, Homem Tigre foi andando até nós enquanto juiz se ajoelhou implorando pela vida:

- Por favor, não me mate pelo amor dos deuses. - até esta chorando - Eu faço tudo que quiser, mas... Por favor, não me mate.

- Solte-o - disse Homem Tigre me encarando - Solte esse menino, e então deixei todas essas pessoas da vila viverem.

- Não se eu matá-lo primeiro. - reconheci a voz, o vi de longe com arco e flecha e está preste a dispara por Homem Tigre.

- Cuidado, atrás de você. - gritei pra ele, mas o mercador disparou a flecha.

Fechei os olhos sabendo que ele não conseguiria desviar, espiei um pouco e surpreendi pelo que vi.

Ele segurou a flecha só com os dedos.

O Homem Tigre olhou pra flecha antes de encarar o mercador se ajoelhando apavorado e tentando pegar outra flecha. Por rapidez, Homem Tigre devolveu lançando a flecha e furou bem na palma da mão do mercador.

Ele gritou segurando a mão furado pela flecha. O juiz não esperou e então foi me soltando, desamarrou e tirou as cordas que me prendiam, me puxou por Homem Tigre e disse se curvando na frente dele:

- Aqui está o menino, está solto. - implorou - Por favor, nos poupe.

As pessoas da vila fizeram a mesma coisa, soltaram as armas e se curvaram de medo. Homem Tigre foi pra multidão e gritou forte com duas vozes:

- Atenção, se voltarem tentar matar e caçar um de nós, de novo... Voltarei com meus companheiros e então devoraremos todos desta vila, VOCÊS ENTENDEREM?

- ENTENDEMOS. - eles gritaram forte e continuam abaixados.

Ele desceu do palco com pulo, e foi correndo enquanto as pessoas estavam abrindo caminho para ele como se fosse um rei.

Aquele Homem Tigre é incrível. Além de salvar minha vida, ele é como eu só que outra espécie de animal.

Pulei e corri para a direção que ele está indo. Claro que as pessoas se afastaram bem longe de mim e nem me importei porque estava muito ansioso pra conversar com Homem Tigre.

Consegui segui-lo de longe e indo em direção pra floresta, o observei pulando na cerca e desaparecendo entre as árvores.

Entrei pela floresta e me perguntei pra onde ele foi. Pela minha intuição, fui andando até achar uma grande cachoeira, olhando em volta e nada, pensei ir dar meia volta até algo grande me agarrou e me empurrou pro chão.

Virei meu corpo olhando um tigre rosnando pra minha cara e as garras estavam quase entrando na minha pele, me encarando com olhos dourados e bem escuros.

Ele está na forma tigre, ele salvou minha vida e de repente parece que quer me devorar.

- Kirara, solte-o. - gritou uma voz feminina, isso fez o tigre me soltar e sentou na minha frente.

- Impressionante, conseguiu me seguir até aqui. - disse a voz de novo, me sentei e olhei em volta procurando a dona da voz. - Não há dúvida que seja Humanimal.

- Quem é você? - perguntei disfarçando meu nervosismo - Cadê você?

Gritei quando algo bateu pouco forte na minha cabeça, virei e vi no chão o que me atingiu foi uma avelã.

- Mas não é treinado, senão já teria me achado.

Levantei-me rápido e fui andando devagar enquanto olhava em volta. Parei quando o tigre se levantou e fui achando que ia me atacar de novo.

- Não precisa ficar assustado. - minha coluna arrepiou e gelou quando a voz disse bem perto da minha orelha e senti um pequeno puxão na minha cauda que me fez olhar pra trás.

Fiquei boquiaberto vendo a própria pessoa que me salvou, mas pouco diferente. Não tinha mais pêlos cobertos pelo corpo, só pele humana e branca, olhos pretos ao invés de dourados.

É a versão humana do Homem Tigre, um rapaz (rosto dele é muito bonito), cabelos morenos bem curtos, vestido com as mesmas roupas, era ele mesmo por causa do braço esquerdo com pêlos pretos e revelou sua cauda de tigre.

Ajoelhei na frente do meu herói e encostei minha cabeça no chão.

- Muito obrigado por salvar minha vida. - falei bem animado - Você foi incrível e demais na vila, estou bem feliz que fui salvo por um guerreiro mais incrível do mundo.

- De nada e agradeço muito por me elogia... - achei que ele ia falar, mas era aquela voz feminina de antes - Poderia se levantar, por favor.

- Tudo bem, cadê você? - levantei a cabeça para achar voz da mulher e perguntei para meu salvador - Quem é a mulher que está falando?

- Sou eu, menino. - ao invés de voz masculina...

Foi a voz feminina que saiu da boca do rapaz.

- Olhar... Eu posso está imaginando coisas. - sorri como bobo pra ele e falei meio rindo - Mas podia jurar que você falou como se fosse uma verdadeira mulher.

Pela minha surpresa, ele colocou sua mão direita na minha cabeça e foi acariciando e brincando com meus cabelos. Seu rosto se aproximou pouco do meu, disse meio rindo e suave:

- E se eu fosse realmente uma mulher?!

Afastei-me quatro passos para trás e eu estava tão chocado que fui gaguejando:

- Não... Pode ser... Toda aquela força que mostrou na vila, é impossível que seja mulher.

Antes de dizer alguma coisa, soltou longo suspiro e disse bem nervoso e com uma voz pouco diferente:

- Eu realmente não queria fazer isso. - virou de costas - Mas como você é criança, tudo bem.

Quase gritei reclamando por ter me chamado de criança, mas congelei quando ele foi tirando a túnica e mostrando parte de cima do corpo nu. Virou-se mostrando seu corpo de frente, revelando realmente corpo feminino, pode parecer bem forte, mas é corpo de mulher.

O braço preto escondendo e segurando...

Seios e meio grandes.

É a primeira vez que vejo a parte de cima de uma mulher nua.

Meu salvador, bem forte e incrível...

Na verdade é uma mulher.

Eu fui salvo por uma mulher com rosto de garoto, e ainda por cima bem bonita. Minha cabeça estava girando tanto que meu corpo ficou mole e cai por trás no chão, e mergulhei na escuridão.

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