Ocean Eyes β€’ BNHA

By anacarolinarac

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By anacarolinarac

VILÕES DE MERDA
PARTE DOIS

Yao-Momo e eu nos empenhamos em trabalhar em equipe para achar os alunos da classe B e os ajudar, distribuindo as máscaras que ela fez. Conseguimos atuar em perfeita sintonia, eu achando eles usando minha telepatia e Yao-Momo criando máscaras para nos protegermos daquele gás. Meu coração estava batendo forte dentro do peito e a adrenalina corria pelas minhas veias, meu único pensamento sendo o de que eu apenas podia rezar para que todos ficassem bem e estivessem seguros. Não faziamos a menor ideia do quantos vilões estavam entre nós e o quão poderosos eles eram. Muito menos qual era o objetivo deles.

Em um determinado momento, Yao-Momo e eu acabamos tomando caminhos diferentes para ajudar pessoas diferentes, mas tudo estava bem. Eu tinha conectado minha mente na de Yao-Momo, criando um canal de comunicação entre nós duas, assim como tinha feito com Midoriya e Bakugo na nossa prova prática. Eu apenas podia rezar para que tudo desse certo, e que nosso plano para ajudar todos fosse bem sucedido. Por mais vontade de lutar que eu estivesse sentindo, as ordens eram bem claras sobre fugir e achar um lugar para se esconder, mesmo que eu odiasse essa ideia.

Alunos da classe A e B! A voz de Mandalay soou alta e clara dentro de minha mente, mas não parei de correr pela floresta enquanto prestava atenção nas ordens dela. Estão autorizados a lutarem, sobre a responsabilidade do herói profissional Eraser Head!

Meu coração só faltava sair pela boca. Com essa autorização, tudo mudava. Por isso, aos poucos, deixei minha individualidade se expandir, da forma como Mandalay tinha me dito para fazer. Aos poucos, fui achando a mente de cada aluno da turma A e da turma B dentro daquela floresta densa, todos espalhados, cada um em um canto diferente. Com muito esforço e sentindo meu sangue escorrer pelo nariz, consegui achar o máximo de pessoas que conseguia alcançar com meu poder. Aos poucos, fui pegando suas mentes e tecendo uma conexão entre todos.

Assim, criando não só um canal entre mim e Yao-Momo. Mas sim entre mim e todos os alunos que estavam ali.

Não se desesperem, sou eu, a Atsuko da 1-A. Todos que estiverem precisando de ajuda, é só me responderem, e eu vou dar um jeito de achar vocês! Ou mandar quem estiver mais perto! Todos estão ligados pela minha telepatia, então podem se comunicar comigo! Só não morram.

Eu sabia que minha mensagem tinha chego onde eu queria, pois podia escutar os pensamentos confusos, desesperados e pedindo por ajuda. Por isso, não parei de correr.

Identificamos um dos objetivos dos vilões! Era a voz de Mandaley novamente, me fazendo ficar apreensiva. O aluno chamado "Kacchan"! Quem quer que esse "Kacchan" seja, não entre em combate! Não ande sozinho em hipótese alguma!

Automaticamente senti ainda mais desespero me atingir com força total. O alvo era Bakugo; aqueles putos do caralho estavam atrás dele! O que só servia para fazer meu sangue ferver ainda mais e mais e mais!

E também piorava tudo para mim, pois Bakugo estava com Shoto, e eu não sabia onde nenhum dos dois estava. Podiam estar em perigo, e se algo acontecesse com eles...

Bakugo, onde caralhos você tá?

Sem resposta; o desespero foi ainda maior quando eu não conseguia encontrar e entrar na mente dele no meio daquela conexão de mentes que eu criei para saber com o encontrar. Eu estava usando demais minha individualidade, e meu corpo já estava começando a pagar o preço disso.

Relaxa, Jean Grey. Tô ótimo. Fiquei puta com essa resposta. Principalmente quando dava para sentir que Bakugo estava fodido de ódio por ser o alvo dos vilões e mandarem ele ir se esconder como um pobre coitado, um sentimento que ele odiava. Se ele já amaldiçoava Izuku antes, naquele momento, estava fazendo isso muito mais.

Isso não responde minha pergunta, Katsuki! Eu queria bater nele. Eu queria tanto, tanto bater nele! Continuei correndo e correndo, seguindo a mente mais próxima de mim, de um aluno da turma B que estava precisando de ajuda. Yao-Momo estava perto, por isso pedi para ela ir também, quem chegasse primeiro o ajudaria da melhor forma possível.

Eu não sei, porra! Tô com esse meio a meio desgraçado, e tô no meio de uma luta, então para de gritar na minha mente, Atsuko!

No meio de uma luta. Com um vilão. Isso não fazia eu ficar nem um pouco mais tranquila, pois em uma vaciladinha dele, os vilões iam ter o que queriam!

Você é um alvo. Você ouviu, Katsuki? Você é o alvo dos vilões.

Relaxa. Eles não vão me pegar.

Sem mais ou menos, Bakugo me colocou pra fora, batendo a porta de sua mente na minha cara. Isso apenas serviu para quase me fazer espumar de tanta raiva, principalmente por eu não conseguir o alcançar de novo sem quebrar toda a conexão entre as mentes que eu tinha feito.

Shoto! Vocês estão bem?

Sem resposta, o que apenas serviu para me deixar mais nervosa.

Shoto Todoroki!

No meio de uma luta aqui, Atsuko. Depois.

Outra vez, fui colocada para fora. Qual era a grande dificuldade de pedir a porra de uma ajuda? Qual era a dificuldade daqueles dois de serem pessoas menos idiotas me responderem? E me falarem onde caralhos estavam?! Pelo amor de Deus!

Atsuko, TetsuTetsu e eu estamos indo dar um jeito no cara do gás! Tenta achar o máximo de pessoas possíveis e as manter longe dessa névoa!

A voz de Kendo era a voz de uma líder de verdade, e não tinha hesitação ou dúvidas quando ela disse isso, o que me fez dar um sorriso, mesmo que ela não fosse ser capaz de ver.

Pode deixar, Kendo! Se a coisa apertar, me avise! Tem pessoas próximas a vocês nesse momento que podem ajudar caso precise.

Mas as coisas pareciam estar indo de mal a pior, mesmo comigo e Yao-Momo tentando fazer com que todos se encontrassem e se ajudassem. Ficou pior ainda quando Midoriya me contou que a situação de Tokoyami não era lá muito boa com sua Dark Shadow fora de controle, e eu estava me virando para ir até eles quando a voz desesperada de Aoyama chegou até mim, dizendo que estava se escondendo de um vilão. Um não, dois.

E eu não podia dar as costas para isso.

Midoriya! Ajuda o idiota do Bakugo e, por favor, não deixa nada de ruim acontecer com ele.

Era um pedido realmente desesperado, mas Midoriya era um dos únicos que seria capaz de bolar um plano para tirar Katsuki daquele buraco e eu confiava nele para salvar meu namorado estúpido de ser sequestrado ou coisa pior. Por isso, eu apenas corri na direção que Aoyama estava.

Jiro e Hakagure estão desmaiadas! Tem dois deles aqui! Vem logo, pelo amor de Deus!

Aoyama estava com medo e eu podia sentir isso. Não podia o julgar; eu mesma estava com medo, mesmo que os meus medos fossem completamente diferentes. Meu maior medo era de que meus amigos se machucassem. Por isso, eu preferia mil vezes estar na linha de frente.

Não pensei direito quando cheguei no meio da parte da floresta onde Aoyama estava se escondendo. Eu deveria ter bolado algum plano para chegar sem que me notassem e só tirar os três de lá.

Mas eu estava com raiva daqueles vilões por estarem tantando machucar meus amigos. Eu estava com raiva e não consegui pensar direito quando escutei eles falando que seu objetivo ali tinha sido concluído. Quantas pessoas estavam feridas? Quanto caos eles tinham infringido? Quanta coisa ruim aconteceu naquela noite e a troco do que?

Por isso, deixei minha individualidade me cercar por completo, com tanta força que meu nariz sangrou. E eu apenas corri e dei um pulo usando minha força psíquica para intensificar a propulsão, me fazendo dar um salto alto no ar. Envolvendo minha perna com meu poder psíquico, atingi meu pé contra o rosto do primeiro vilão que eu vi, fazendo ele cambalear para trás e quase cair no chão.

No segundo seguinte, eu já estava em pé, meus punhos erguidos para uma luta, meu poder me cercando com força e fazendo meu cabelo flutuar. Não podia deixar uma brecha; eu tinha que ganhar. Ou meus amigos poderiam pagar o pato por um erro meu.

-Dabi, tem uma dessas crianças aqui! - o outro vilão, o com a máscara, deu um gritinho que apenas me fez fechar o punho com ainda mais força, estendo minhas mãos e o lançando para longe.

Usei minha telecinese para atirar uma pedra contra a cabeça do vilão, escutando ele gritar antes de atingir o chão. E eu continuei a levitar tudo o que conseguia para jogar na direção dele, meus olhos ainda fixos no outro vilão, o que eu tinha dado um chute, tentando manter o outro o mais longe possível.

Dois contra um. O quão desigual isso podia ser?

-Você que tá liderando essa merda aqui? - perguntei para o tal de Dabi. Ele vestia uma roupa preta e seus cabelos espetados eram escuros. Ele era bem mais alto que eu, e chamas azuis estavam brilhando em sua mão direita.

E então, ele se virou na minha direção. Suas chamas se apagaram por um instante quando seus olhos pousaram sobre mim. Quando seus olhos cruzaram com os meus, uma espécie de sentimento estranho percorreu todo o meu corpo, me fazendo hesitar.

Olhos azuis.

Um azul intenso e profundo, como o oceano.

Um azul que eu conhecia muito bem e, por um instante, meu coração parou de bater.

Aqueles olhos...

Pareciam os de Toya.

Era como voltar ao passado, era como se eu tivesse olhando para Toya mais uma vez, mesmo que ele estivesse morto há tanto tempo.

Mas aquele era um vilão. E ele sorriu com malícia e maldade para mim, sua pele toda remendada fazendo um calafrio percorrer minha espinha. Um sorriso que Toya jamais teria lançado na minha direção.

-Você vai fazer o quê, pirralha? - aquela voz... Senti meus ossos congelando, e eu não sabia dizer o porque aquele vilão estava me deixando tão abalada emocionalmente. Pensar em Toya naquele momento tinha sido péssimo e não ia trazer nada de bom, mas... Os olhos daquele vilão... Devia ser até um crime serem tão iguais aos de Toya pelo que eu era capaz de me lembrar. E eu jamais ia esquecer dos olhos de Toya e do jeito como ele sempre havia olhado para mim com carinho. Diferente da maldade pura dos olhos azuis daquele vilão. -Já temos o que queremos, então seja uma boa garota e vá embora, tá? Talvez assim eu não precise queimar você até virar nada.

Meu coração bateu ainda mais forte dentro do peito. Se eles estavam batendo em retirada, é porque tinham conseguido pegar Katsuki. O que não me deixava nenhuma outra escolha que não lutar com minha vida para o derrotar.

Erguendo a mão direita, fiz as pedras ao meu redor levitarem ainda mais alto, parando de direcionar meu ataque na direção do vilão mascarado para direcionar na desse babaca na minha frente. O vilão riu, e não esperou que eu conseguisse usar minha telecinese contra ele antes de lançar uma imensa onda de fogo azul na minha direção. Tão grande que, por um segundo, não vi mais nada.

Aquilo deveria ter me matado; se eu não tivesse criado uma barreira psíquica rapidamente, eu estaria morta nesse exato momento, e mesmo com minha proteção, ainda conseguia sentir o calor absurdo de seu fogo. Ele não estava brincando quando disse que iria me queimar até não restar mais nada.

Meus olhos se arregalaram com puro horror e choque. Eu precisava acabar com aquilo logo, eu precisava vencer esse vilão e trazer Katsuki de volta! Eu precisava achar Shoto e me certificar de que estava tudo bem! Precisava salvar Aoyama, Jiro e Hakagure! Eu precisava...

-Você é a filhinha do papai? - ele zombou. -A garotinha adotada perfeita?

Ele sabia demais. Como ele sabia? Isso não importava; porque não dei tempo a ele de destilar veneno antes de o atacar, meu punho erguido pronto para atingir seu rosto.

O vilão conhecido como Dabi desviou do primeiro soco, mas não da joelhada no estômago, com tanta força que o deixou atordoado por um instante.

Eu agarrei seu cabelo com força e puxei para trás, mesmo que fosse um golpe baixo, não me importei com isso. Eu estava tão perto dele que podia ter uma visão ainda mais privilegiada de seus olhos e...

-Atsuko, Atsuko. - ele riu, meu nome saindo de sua boca me fazendo gelar e todo o meu mundo desmoronar por completo.

Naquele momento de hesitação, ele aproveitou minha brecha para atingir minha bochecha, me fazendo cambalear. Grunhi de dor quando sangue explodiu em minha boca e eu o cuspi no chão, me virando para o fitar mais uma vez.

-Você tá desafiando uma telepata, seu babaca. Não tem medo de morrer? - rosnei, atirando uma onda psíquica forte o suficiente para o partir no meio, mas ela foi desviada pelas chamas de Dabi. E ele apenas riu.

-Você continua sendo só uma criança mimadinha. Não vejo nada demais em você. - não deixei as palavras dele me afetarem antes de atingir as suas costelas com força. Ele agarrou meu pulso para o torcer, mas consegui desviar ao atingir meu punho contra sua garganta, o fazendo engasgar e recuar. Dabi abriu um sorriso lascivo e cruel para mim. -Heróis não matam, e tá aí o grande erro.

Eu estendi a perna para o atingir mais uma vez, porém Dabi agarrou meu pulso dessa vez, se aproveitando do meu ataque desesperado, suas chamas cercando meu braço esquerdo no local onde ele estava agarrando.

Um grito de dor escapou pelos meus lábios. Com isso, uma onda do meu poder o atingiu em cheio, o atirando contra a árvore com tanta força que sangue escorreu pelo seu pescoço.

Enquanto eu cambaleava para trás de dor, agarrando meu braço, a pele totalmente derretida até mostrar apenas a carne, a conexão que criei com todos os outros se partiu completamente antes mesmo que eu pudesse responder as perguntas sobre o porque eles tinham me escutado gritar em suas mentes.

Dor, dor, dor e dor, eu apenas sentia dor, minha visão ficando embaçada com as lágrimas que surgiram no meu rosto. A dor fez tudo ficar preto por um instante, e eu quase desmaiei. Aquilo era culpa minha; eu tinha vacilado e agora a marca da mão do vilão estava no meu braço com uma queimadura de segundo grau.

Por um instante, fechei os olhos, um soluço escapando pela minha garganta. E então, desliguei a parte do meu cérebro que era a responsável por dar a sensação de dor. O que podia ser um grande problema, mas, naquele momento, me daria a força que eu precisava para continuar a lutar.

Me levantei e ergui a cabeça para aquele vilão, fechando os punhos e ficando em posição de ataque mais uma vez. Nos meus olhos, só existia raiva e determinação para acabar com aquele merdinha.

-Você tem coragem. - Dabi riu, um sorriso puramente cruel em seus lábios e não havia remorso em seus olhos por ter queimado meu braço daquela forma.

-Você não deveria subestimar a força de uma telepata. - rosnei.

Eu deveria ter pensado antes de fazer um ataque desesperado, ou pelo menos, deveria ter me blindado antes de atacar sua mente, mas eu não o fiz; reuni toda minha força e invadi a mente daquele vilão.

Foi fácil atravessar as barreiras mentais de Dabi; mais fácil do que deveria ser, como se seu escudo não passasse de um portão velho e enferrujado que caia no mais simples toque.

Mas foi o que encontrei lá dentro de sua mente que me deixou surpresa; uma sala totalmente vazia, sem absolutamente nada, como se ele não passasse de um vegetal ou um daqueles Noumus, mas tinha uma diferença ali. As memórias, informações sobre ele, pensamentos, emoções, nada daquilo estava ali, visível para mim. Mas dava para sentir que existiam sim, e aquilo que Dabi estava me mostrando...

Foi ai que percebi meu maior erro.

Porém, foi tarde demais.

Quando me virei para sair daquela prisão construída especificamente e perfeitamente para mim, a porta foi fechada antes que eu o fizesse, me deixando no completo escuro e vazio. Com um grito desesperado, me choquei contra aquela porta que antes estivera aberta, tentando desesperadamente sair. Mas agora, não era só mais um portão velho qualquer, mas sim uma parede blindada.

Você não deveria jamais ter entrado aqui, Atsuko...

A forma como ele dizia meu nome, o como sabia meu nome... Quem era ele?

Quem era ele?

Eu não conseguia ver nada em sua mente, nada sobre ele e sobre seu passado, sobre quem era ou seu nome verdadeiro, mas no fundo de meu coração, acho que eu sempre soube. Soube no segundo que coloquei meus olhos nos dele, mesmo que aquilo devesse ser impossível.

Me deixa sair! Me deixa sair! Me deixa sair! Eu estava batendo contra aquela porta cada vez mais e mais e mais, lágrimas em meus olhos, o desespero me preenchendo por completo.

Eu podia ver através dos olhos de Dabi, porque ele queria que eu visse o que ele tinha feito comigo de propósito. Podia ver meu próprio corpo ali, parado, como se eu estivesse morta e ao mesmo tempo respirando. Era só um corpo sem consciência, pois toda minha essência estava presa dentro da mente de Dabi. E não conseguia sair, mesmo socando aquela porta várias e várias e várias vezes.

Esse sempre foi o plano dele; me manter presa ali. Era o que ele queria, queria que eu fizesse aquilo e eu caí em seu jogo como uma idiota.

-O que você fez com ela?! - o grito desesperado de Shoto, ele tentando me acordar mesmo que aquilo não fosse ser possível...

E depois, aqueles vilões entraram em um portal, levando Katsuki consigo. E não apenas ele, mas como, consequentemente, eu também.

Dabi me impediu de ver mais qualquer coisa, me fazendo cair dentro da escuridão e da prisão de sua mente. E eu sabia que iria morrer ali em apenas alguns dias se não descobrisse uma forma de sair.

Voltei pela segunda vez no dia
rsrsrsrs

Sim, eu estava louca pra escrever e postar esse capítulo, e ele ficou até que da forma como eu imaginava
Atsuko só se fode, tadinha :')
Ainda vai ter muito tempo pra ela descobrir toda a verdade, mesmo que ela já tenha sacado muita coisa
Amei escrever esse capítulo, mesmo ele tendo terminado de forma um tanto desesperadora K
Me digam o que acharam!

Votem e comentem, isso ajuda demais e me deixa mais inspirada a continuar!

Espero que gostem <3
~Ana

Data: 08/08/22

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