Twist | VegasPete

By vegaspetit

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Após uma emboscada mau executada e um plano que deu errado, Pete Phongsakorn, o filho mais novo segunda máfia... More

avisos/introdução
capitulo um.
capitulo dois.
capitulo três.
capitulo quatro.
capitulo cinco.
capitulo seis.
capitulo sete.
capitulo nove.
capitulo dez.
capitulo onze.
capitulo doze.
capitulo treze.
capitulo quatorze.
capitulo quinze.
capitulo dezesseis.
capitulo dezessete.
capitulo dezoito.
capitulo dezenove.
capitulo vinte.
capitulo vinte e um.
capítulo vinte e dois. [conclusão]
[extra]

capitulo oito.

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By vegaspetit

Hey! Capítulo longo pois o próximo não virá tã cedo :/ culpem a semana de provas da facul

Espero que gostem desse, boa leitura e perdoem os erros!









Vegas faz curativos ao redor dos pulsos de Pete e aplica pomada nos machucados expostos em todo seu corpo. Ele poderia pedir a outra pessoa que fizesse mas não queria arriscar deixar papai bravo de novo por desobedecê-lo, então Vegas quem faz tudo sozinho.

Ele também dá a Pete analgésicos para baixar a febre e limpa muito bem a ferida da bala, tirando qualquer resquício de sujeira, cobrindo com gaze e esparadrapo. O caçula Phongsakorn está cochilando quando Vegas termina de cuidar de todos seus ferimentos, então ele o empurra para debaixo das cobertas e deixa que ele durma por algumas horas.

Macau está sentado na ante-sala, jogando uma bolinha para o ar com uma das mãos e pegando com a outra. Ele fica de pé quando vê Vegas.

"Você está bem?" Seu irmão pergunta. Ele ainda está usando o uniforme da escola. "Não te vi o dia todo."

"Você não tem que se preocupar comigo." Vegas diz a ele, com um sorriso pequeno. Ele puxa a porta do quarto mas nem sequer pensa em trancá-la. "Eu sou o mais velho."

"Vegas." Macau chama. Ele não está sorrindo de volta, suas sobrancelhas grossas estão franzidas e os olhos vermelhos. "Não importa se você é mais velho ou não, você é meu irmão e é tudo que eu tenho. Não gosto de te ver machucado."

"Eu estou melhorando." Vegas garante. A dor abdominal está mais fraca e conforme o tempo passa, ele se cura mais rápido do que da última vez. Talvez papai esteja perdendo a força no braço ou talvez ele apenas não veja mais resultado em puni-lo.

"Você não me contou quem fez isso com você." Macau pressiona. Ele morde a boca em ansiedade e é um hábito muito comum que seu irmão adquiriu. Toda vez que ele fica nervoso com uma prova ou qualquer coisa importante da escola, Macau castiga seus lábios com os dentes e ataca a geladeira à noite.

"Foi uma missão idiota, fui abordado por uns trombadinhas e apanhei um pouco antes de bater." Vegas o empurra pelo ombro para tranquilizá-lo. "Já passou."

Mas seu irmão o viu no pior estado, quando seu rosto ainda estava sangrando e Vegas estava tão machucado que ele sequer conseguia levantar de onde seu pai o havia deixado. Nenhum dos subordinados tinha permissão para ajudá-lo então só lhe restou esperar que Nop fosse fiel o bastante para chamar quem pudesse. Macau quase desmaiou quando o encontrou.

"Você poderia dizer ao papai." Macau segura seu braço quando Vegas tenta passar por ele. "Eu sei que ele é duro com você mas se contar a ele quem fez isso..."

"Macau." Vegas o interrompe. "Está tudo bem."

"Sua cara está péssima." Seu irmão diz. "Papai ama você, Vegas. Ele te protegeria."

Papai ama você.

Ele tenta empurrar Macau para fora mas seu irmão não se move um passo sequer. Desde quando eram crianças, Macau nem mesmo uma vez viu a forma como papai podia se tornar agressivo, e mesmo que tenha visto Vegas duvida que ele possa se lembrar. Então ele manteve apenas as memórias melhores para seu irmão, e em nenhuma das vezes que Kan o espancou, em nenhuma delas, Vegas disse alguma coisa.

Papai ama você, Vegas.

Deixar Macau pensar que ele havia arrumado confusão na escola, na faculdade ou na rua, era melhor do que desmanchar toda a imagem que ele havia criado de Kan em sua própria cabeça. Vegas não pretende deixar que Macau saiba tudo que ele já fez para protegê-lo e o que continua fazendo para mantê-lo seguro.

"Eu sei." Ele murmura por fim. "Eu vou falar com ele se você prometer não me importunar mais com esse assunto."

"Se você prometer que não vai mais arranjar briga na rua."

"Está bem." Vegas sorri.

"Você vem jantar?" Macau questiona, caminhando em sua frente.

"Eu tenho algumas coisas para resolver agora. Mais tarde passo no seu quarto para terminarmos aquele jogo."

Seu irmão olha sobre o ombro.

"Vou detonar você."

"In your dreams." Vegas murmura, empurrando Macau pelo corredor.





[...]





Os lábios gelados de Pym Phongsakorn encontram um ponto atrás da nuca de Vegas. Ele beija toda extensão de seu pescoço e continua deslizando até chegar em seu rosto. A pressão da boca de Pym por cima das lesões recém feitas pelos punhos de seu pai, fazem Vegas se afastar, empurrando a cabeça dele para o lado.

"Qual o problema?" Pym murmura contra seu ouvido.

"Você" Vegas diz a ele. "Está beijando o lugar errado."

Pym está sorrindo quando escorrega para fora da cama e se coloca de joelhos entre suas pernas. Vegas passa o polegar pelo rosto dele, o dedo desviando do corte causado por um caco de vidro na bochecha direita até finalmente encontrar seu cabelo. Pym levanta os olhos castanhos, a boca semi aberta e as mãos espalmadas sobre as coxas de Vegas, esperando.

"Eu posso?" Ele pergunta poucos segundos depois, empurrando a palma da mão contra sua ereção. "Por favor?"

O sucessor da Segunda Família não responde verbalmente mas acena com a cabeça, dando-o permissão. Vegas levanta apenas o suficiente para conseguir abaixar sua boxer, seu pau duro batendo contra seu abdômen quando liberto. Pym começa tocando-o pela base, esfregando seus dedos e se inclinando até conseguir colocar a cabecinha na boca. Um gemido rouco sobe pela garganta de Vegas quando o filho mais velho da família rival esfrega a língua por sua fenda e depois o engole até quase metade.

Ele fecha os olhos e aplica mais força contra o cabelo de Pym, empurrando sua cabeça mais para baixo enquanto levanta os quadris para cima, estocando lentamente dentro da boca dele. É quente e molhado, quase tão bom quanto estar dentro dele e a sensação o faz, por alguns instantes, esquecer se tudo ao seu redor.

"Porra, Pete..." Vegas geme, segurando-o com mais força, aumentando o ritmo, sentindo o fundo da garganta dele onde é mais molhado e mais macio. "Assim..."

Vegas percebe que tem algo errado quando Pym bate na mão que segura seu cabelo e se empurra para trás.

"Você acabou de gemer o nome do meu irmão?" Ele fica de pé, limpando os lábios com a barra da camisa e a expressão quase horrorizada na direção de Vegas. "Está falando sério, Vegas?"

"Vocês tem nomes parecidos." Vegas joga a cabeça para trás, as mãos apoiadas no colchão e as pernas abertas. Ele ainda está quente e excitado. "Foi sem querer."

Sequer percebeu que tinha dito o nome errado até o momento que Pym ergueu a cabeça. Eles tinham rostos parecidos também, embora o formato dos olhos, dos lábios e do nariz fossem diferentes, eram irmãos e se pareciam. Vegas observa que enquanto Pete tem nariz empinado, maçãs do rosto altas e olhos alongados que se tomados por raiva, eram completamente excitantes, Pym possui um rosto mais redondo e suave. É quase inocente.

"Achei que estava blefando quando disse que estava transando com ele." Pym diz, cruzando os braços.

"Você vai continuar ou não?"

"Você está transando com ele ou não?" Pym rebate, cenho franzido.

E Vegas não está, embora Pete tenha parecido muito afim dias atrás. Ele admite que se tivessem tido mais tempo, se ele não tivesse visto Gunhan Phongasakorn e seu pai se aproximarem, Vegas teria cedido.

Ele se levanta e começa a colocar suas roupas de volta. Não é um bom dia e não lhe restou paciência o bastante para lidar com Pym agora. Vegas sequer devia ter ido até lá quando recebeu a ligação dele.

"Você prefere ir embora do que responder?" Pym agarra seu braço. "É sério?"

"Eu realmente não sei como você chegou a conclusão que eu te devo satisfação de alguma coisa." Vegas puxa seu braço de volta. "Com quem eu transo ou deixo de transar não é da sua conta, Pym."

"É da minha conta se for meu irmão caçula." Pym aponta. "Você está mesmo indo embora?"

Vegas não fica para escutar o que Pym tem para gritar em sua cara. Ele encontra sua moto na garagem e coloca o capacete antes de dar partida. Seu rosto e corpo ainda estão quentes enquanto corre sobre duas rodas pelo centro de Bangkok, o vento gelado ultrapassando o couro da jaqueta e esfriando aos poucos sua pele.

Há uma pequena comoção entre seus subordinados quando Vegas finalmente estaciona em casa, e Nop vem em sua direção assim que o vê.

"Senhor Vegas!" Ele chama, erguendo as mãos cheias de sangue. "Aconteceu uma coisa."

"O que?" Vegas questiona, ajeitando o cabelo com os dedos.

Ao se aproximar, ele percebe que Ken está de volta, e está sentado no chão, sendo socorrido pelos outros caras. Ele tem um ferimento na cabeça que escorre sangue sem parar e um enorme hematoma debaixo do olho direito.

"Eu sinto muito, senhor." Ele murmura, abanando as mãos. Pela jeito que suas palavras soam e sua respiração está ofegante, ele está lutando bastante para não desmaiar.

"O que aconteceu?" Vegas o olha por cima. "E por que você está aqui?"

"Trouxe informações sobre a Família Principal." Ken continua falando, tentando parar seu próprio sangramento com a palma da mão aberta por cima do corte. "E eu tentei impedi-lo mas o bastardo me atingiu com uma tigela."

Vegas inspira profundamente.

"O que aconteceu?" Ele questiona outra vez. Seus subordinados trocam olhares mas nenhum deles parece ter coragem o bastante para dizer. "Quem atingiu você com uma tigela?"

"O senhor Pete" Nop quem é quem começa a resposta. Ela olha para Vegas, para os outros caras e então continua. "Ele fugiu."

Claro que fugiu, Vegas pensa, quase rindo.

Ele não o algemou antes de sair, ao invés disso, o limpou, cuidou de seus machucados e o alimentou. Vegas deixou Pete descansando em seu quarto e se recuperando sozinho, sequer se lembrou de trancar a ponta então ele não está realmente surpreso que Pete tenha fugido.

Vegas não teria feito diferente no lugar dele.






[...]





"Você ainda não me disse como conseguiu fugir." Pete movimenta seus pés quando Pym o pressiona com a mesma pergunta, os dedos correndo gentilmente por seu cabelo.

"Eu disse" Pete afirma. Ele está ficando com sono de novo. "Ele não me prendeu."

"Quer que eu acredite que Vegas te libertou depois de ter que sequestrado?" Pym mexe as pernas, perturbando a cabeça de Pete sobre seu colo. "Pete, você não precisa ter medo."

Ele não está com medo. Não mais. Estar em casa depois de duas semanas longe, é a melhor coisa que poderia ter lhe acontecido. Papai ainda não sabe que ele está de volta, Pym era o único que estava quando Pete avançou sobre os portões e gritou para o deixassem entrar. Arm o abraçou tão forte que seus braços começaram a doer de novo e Pol beijou suas bochechas repetidas vezes dos dois lados e só parou quando Arm o afastou.

"Ele me deixou lá." Pete murmura, com os olhos fechados e as mãos juntas ao corpo. De perto, ele consegue reviver o momento de horas atrás quando papai o viu naquele estado nos braços de Vegas e não fez nada mais do que olhar em seus olhos e abandoná-lo. "Ele olhou para mim e me deixou lá, Pym."

Pete o viu indo embora, dando suas costas e sem nem olhar para trás.

"Eu tenho certeza que ele pode explicar" Pym garante, acariciando seu cabelo com mais calma. "Dê uma chance a ele."

"Quero ver Pen." Pete diz seu irmão mais velho, mudando de assunto. Ele queria ter corrido ao hospital assim que se viu fora da casa da Segunda Família, depois bater contra a cabeça de Ken quando ele tentou empurrá-lo e ter dado um soco no rosto dele, mas Pete não iria muito longe da maneira em que estava. "Como ele está?"

"Estável." O filho mais velho Phongasakorn suspira. "Ele perdeu muito sangue e precisou de uma transfusão. Éramos compatíveis então eu pude ajudar."

"Pensei que o tivesse perdido." Pete confessa com a voz baixa.

O silêncio é tão calmo que Pete pensa em dormir. Ele está tranquilamente deitado sobre as pernas de Pym e é tão confortável quanto se ele lembra.

Quando eram mais novos, logo assim que mamãe morreu de um câncer tão agressivo que ela não durou nem mesmo seis meses depois de descobrir a doença e papai se afogou em trabalho, não havia mais ninguém para pegar Pete no colo quando chovia muito forte e os trovões faziam as janelas de seu quarto tremerem.

Pen passou a maior parte da infância em uma internato fora do país, para onde Pete também seria mandado quando tivesse idade o bastante, e Pym passava tanto tempo estudando com papai que ele não lembra de vê-lo todos os dias em casa. Mas durante as tempestades, Pete se lembra que a noite seu irmão, mais velho apenas por quatro anos, se esgueirava para dentro de seu quarto e o abraçava em sua cama com as mãos ao redor de seus ouvidos até o som se tornasse tão abafado que Pete finalmente podia dormir.

Ele se lembra dessa sensação com mais clareza do qualquer outra. A sensação de estar seguro nos braços de alguém que o amava e o protegia.

"Pete?" Seu irmão chama. Pelo tom que ele usa e a maneira que ele se move, Pete quase choraminga ao ter que levantar, apoiando-se em suas mãos para olhar nos olhos Pym.

Seu irmão está usando uma camisa fina com os três primeiros botões abertos, então Pete tem uma boa visão das marcas carimbadas em seu pescoço e peito. Ele acaba juntando as sobrancelhas, logo que Pym não tinha ninguém da última vez que ele checou e Pete duvida que ele tenha arranjado alguém durante as duas semanas em que esteve fora.

"Vegas fez isso com você?" Pym questiona com calma, interrompendo seus pensamentos.

"Não" Pete rapidamente responde. "Kan Theerapanyakul fez."

Os olhos de Pym dobram de tamanho.

"O que?" Sibila espantado. "Kan Theerapanyakul fez isso com você?"

"Não com as próprias mãos." Pete puxa a manga da blusa de seu pijama para baixo e ergue seus pulsos. Embora tenha tomado outro banho e feito uma refeição decente, os curativos em seus braços ainda eram os mesmos que Vegas havia feito. "Vegas me fez curativos."

"Eu tenho outra pergunta para você." Pym observa seus braços de perto, logo depois desvia os olhos para o chão. "Ele te forçou a fazer alguma coisa? A transar com ele?"

Pete observa como seu irmão se retrai enquanto espera uma resposta. Ele parece genuinamente incomodado, com as mãos fechadas em punhos e a expressão enraivada, e deixa Pete feliz em saber que Pym se preocupa.

"Não, ele não fez." Pete morde o lábio, incerto sobre contar a Pym. Ele foi agredido, acreditou por dias que Pen estava ferido e talvez morto, foi ameaçado, viu alguém levar um tiro na cabeça na frente de seus olhos e ainda sim, no instante em que provocou Vegas pela primeira vez, Pete quis bater em si mesmo por ter ficado excitado tentando excitar ele. "Eu sei que o que eu vou dizer vai parecer estranho e doente mas eu quis."

Pym olha por cima do ombro. Há algo nos olhos dele que Pete não consegue desvendar o que é. Exceto que é frio e distante.

"Quis o quê?"

"Transar com ele." Pete completa, seu rosto se tornando quente. Admitir em voz alta é dez vezes pior do que manter em segredo em sua mente. "Teve uma noite, depois que Vegas me tirou do porão e me levou para o quarto, que ele chegou bêbado. E eu pensei que se quisesse arrancar alguma coisa dele, tudo podia valer, então eu o provoquei. E por um instante eu pensei que ele fosse cair e nesse momento eu quis muito que ele tivesse cedido."

"Você tem razão" Pym de repente fica de pé. "É estranho e doente. Ele te sequestrou, te manipulou, te machucou e mesmo assim você o quis?"

"Eu não sei." Pete coloca o queixo sobre seus joelhos. Ele poderia cavar um buraco bem fundo agora mesmo no jardim e enfiar sua cabeça. Ele não consegue olhar para Pym agora.

"Você não o conhece." Pym briga, a voz dura. "Você não sabe o tipo de coisa que ele podia ter feito com você. O que estava pensando, porra?"

"Eu estava pensando em fazer o que papai me mandou lá para fazer." Pete rebate. "Eu não estava preocupado se ele ia me bater de novo, eu só queria que ele falasse alguma coisa ou..."

"Dormindo com ele?" Pym o observa da cabeça aos pés. A expressão enojada que ele faz deixa Pete constrangido. "Trocar sexo por informações?"

"Eu estava tentando ter alguma coisa." Pete repete, olhando para Pym por debaixo das sobrancelhas. "Como eu podia voltar para casa sem nada?"

"E você conseguiu alguma coisa?" Pym questiona. A expressão de nojo não foi embora mas agora é mais suave. "Conseguiu alguma coisa seduzindo-o?"

Pete de repente se lembra da última conversa que teve com Vegas, antes dele cuidar de seus ferimentos e deixá-lo dormindo em sua cama. O sucessor da Segunda Família disse que desconfiava que Kan Theerapanyakul estivesse vendendo informações sobre a Primeira Família, e se ele estivesse certo, era perigoso para sua própria família.

Mas Pete não ficou por tempo o suficiente para ouvir o que mais Vegas tinha a dizer sobre isso, então ele abaixa a cabeça e escolhe, por enquanto, não dizer nada a Pym.

"Não." Pete murmura.

Seu irmão respira fundo, olhando-o quase como se soubesse que Pete não obteve sucesso, que de nada valeu seu esforço. Ainda que Pete tenha certeza que Vegas estava prestes a ceder, ele não conseguiu nada.

"Bom ter você em casa, Pete." Pym diz por fim, deixando-o sozinho em seu quarto.

Mais tarde naquela noite, Arm trocou seus curativos e ameaçou beijar cada um de seus machucados se Pete continuasse reclamando sobre isso. Pol lhe trouxe mais comida, arroz com curry, frango cozido e a melhor sopa apimentada do mundo. Ele jantou sozinho em seu quarto, porque Pym ainda parecia incapaz de encará-lo esperou por mais algumas horas até que seu pai chegasse.

"Vegas soltou você?" Papai questiona, olhando para Pete da mesma maneira que Pym e seus guarda-costas haviam olhado mais cedo quando repetiu a história.

"Ele não me prendeu." Pete explica. "Também não trancou a porta."

"Certo." Seu pai lhe oferece um sorriso breve, puxando-o para um abraço. "Fico feliz que esteja bem."

"Por que o senhor me deixou lá?" O caçula Phongasakorn questiona em voz baixa, assim que seu pai o liberta. "Por que não me trouxe de volta quando me viu?"

"Há coisas acontecendo" Papai diz cautelosamente. "Coisas fora do meu controle e do seu, eu não podia arriscar resgatando você."

"O que é mais importante?" Ele pressiona. "Eu fui torturado de verdade, pai, pensei que-"

"Pete, você está em casa agora" Papai interrompe, suspirando. "Você deve esquecer o que aconteceu e-"

Ele não pode estar falando sério.

"Esquecer?" Pete grunhi. "Eu fui algemado como um animal, sufocado, e me deram choques..."

"Pete."

"Não era parte do plano!" Pete estoura, aumentando a voz. Seu pai não está ouvindo. "O senhor não devia ter deixado eles me levarem de volta!"

"O seu irmão estava machucado, eu não tive escolha!" Papai responde no mesmo tom, referindo-se a Pen. "Ele poderia ter morrido, Pete. Você só levou uns tapas."

Ele não está vendo? Todos os curativos que Arm se esforçou para refazer em seus braços, em suas costas, peito e pernas? As marcas dos golpes do subordinado de Kan Theerapanyakul que usou fios de cobre para espancá-lo, especialmente por eram finos, dolorosos e demoravam rasgar a pele?

"Eu sou seu filho também." Pete diz a ele uma última vez antes de virar as costas e sair.

Na porta, Pym esbarra em seu ombro ao passar mas sequer ergue a cabeça para se desculpar.

Do lado de fora, Pete encosta contra parede e escorrega até estar sentado ao chão. Ele agarra seus joelhos e pressiona as unhas contra as laterais de suas pernas, sentindo a pressão no peito se tornar tão insuportável que ele quer gritar.

"Quando o senhor vai contar para ele?" Pym pergunta a papai dentro de seu escritório. Ele não fechou a porta quando passou por ela, e Pete não voltou para seu quarto como devia, então ele apenas se encosta mais na parede e escuta.

"Não falamos disso." Papai é duro com ele. "Você sabe."

"Pete é uma criança." Seu irmão continua. "Ele não sabe o que está fazendo e nem o que está acontecendo."

"Está sugerindo que eu conte a ele?" Seu pai solta uma risada incrédula. Segundos depois, quando Pym não responde ele continua. "Isso não vai acontecer."

"Pai." Seu irmão murmura, descontente. "Ele pode ser útil."

"Pen está em coma." Papai diz. "Eu não preciso de outro filho ferido. Proíbo você de contar a ele sobre o acordo com Kan Theerapanyakul."

Pym suspira alto.

"Não dá para continuar fingindo que nada está acontecendo." Ele tenta. "Se Korn Theerapanyakul descobrir que o senhor está trabalhando com o irmão dele-"

"Cuidado" Papai avisa. "Cuidado com o que você vai dizer."

"Tudo bem." Dando-se por vencido, os passos Pym se aproximam da porta. "O senhor sabe o que está fazendo."

"Claro que eu sei o que estou fazendo." Seu pai afirma, parecendo irritado. "Apesar de tudo, Kan e eu temos um acordo e ele não ousaria desonrar com ele."

"É o que senhor acha?" Pym questiona, desdenhoso. Pete imagina que papai silenciosamente concordou, uma vez que seu irmão volta a falar. "Devia perguntar ao Pete o que ele acha, afinal, Senhor Kan foi quem o torturou."

Pete espera por uma resposta, as unhas cada vez mais fundas em sua pele mas papai não parece ter mais alguma palavra.

"O senhor sabia?" Pym murmura, alarmado. "Sabia que Kan o torturou e não fez nada?"

"Já chega, Pym." Papai finalmente coloca. O tom de voz dele sugere que ali eles terminam a discussão. "Deixe os assuntos da família para mim e volte para os braços do seu amante Theerapanyakul."

"Vegas e eu não temos mais nada."

"Ah, que ótimo" Papai diz, mas sua voz é meramente irônica. "Assim quando estivermos trocando tiros você não vai se importar de matá-lo e ele certamente também não."

Pete se arrasta de volta para o quarto sob suas pernas bambas. Ele tranca a porta e depois se senta sobre sua cama com as mãos cobrindo a boca enquanto tenta separar tudo que acabou de ouvir.

Seu coração acelera e ele quase para de respirar quando se dá conta de que, mais cedo, quando Pym se demonstrou preocupado e irritado ao perguntar sobre ele e Vegas, não foi por cautela ou medo, foi por ciúmes.

Porque eles estavam fodidamente transando.

E papai sabia que Kan Theerapanyakul o estava torturando e não fez nada porque eles tinham acordo de merda.

"Senhor Pete?" Arm está batendo na porta, aos sussurros. "Está aí? O senhor tem uma visita."

Pete rapidamente se levanta. Ele passa os dedos pelo cabelo bagunçado e põe um sorriso no rosto. O mais bonito. Ao abrir a porta, Arm empurra alguém para dentro e põe o indicador na frente da boca, indicando silêncio, logo depois a fecha.

Todo o corpo de Pete se arrepia quando seus olhos sobem pelo corpo dele e chegam ao seu rosto.

"O que você está fazendo aqui?" Pete sussurra do mesmo jeito que Arm havia feito instantes antes, afastando-se dois ou três passos para trás.

"Meu cachorro fugiu de casa" Vegas murmura, os braços cruzados e aquele maldito sorriso nos lábios. "E eu vim levá-lo de volta."

Não fode, porra.



[...]



Espero que tenham gostado!

Alguém tem teorias? Hm?

Beijo!

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