Separados por um século - Tob...

By Hailly_Wuin

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Um soldado que foi convocado para a guerra, decide escrever cartas de amor para o seu futuro amor enquanto co... More

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By Hailly_Wuin

Separados por um século - Tobiizu #4


[06 de julho de 2022]


Somente Izuna podia entender que aquelas cartas desgastadas apareciam ali do nada sem mais nem menos como se fosse algo normal, outra pessoa faria um baita escândalo se visse isso acontecer, Izuna não, ele sorria ao ver que logo de manhã, outra carta havia surgido na pequena caixinha.

E novamente, como nos últimos 4 dias que se passaram, sentou-se na beirada da cama e começou a ler.

Era notável que ao passar dos dias a escrita foi ficando menos formal, se adicionasse alguns memes e gírias durante a escrita, ninguém diria que aquilo era uma carta de 108 anos atrás.

"Posso prometer que ter toda a atenção das pessoas em torno de si o olhando como se fosse um pobre coitado é um tremendo de um estafado, por mais que eu sou sim um pobre e também um coitado.
Sinto que se você estivesse aqui comigo eu não me sentiria assim, na verdade, eu proibiria de pessoas daquele tipo fingir que se importam, eu iria somente te levar para vários lugares como se fosse a última vez (E seria) e passar todas as horas dos meus dias com você.

Eu iria partir e lutar com força da vontade somente para te ver de novo, para termos tudo aquilo que em menos de 30 dias não conseguimos fazer, como ficarmos noivos, nos casarmos e encher a mesa com cadeirinhas de bebês em volta.

Sabe, eu as vezes crio possíveis diálogos com você em minha cabeça, como eu chegando em você em uma biblioteca aleatória da cidade e dizendo:

- Está lendo 𝑀𝑒𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑢𝑠𝑎̃𝑜? que mal gosto...

Sim, eu não suporto esse livro, prefiro 𝐿í𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑎𝑑𝑜𝑟𝑚𝑒𝑐𝑒𝑚 do John Woodsen

E também, quando cheguei em casa depois das entregas que eu faço, recebi um convite para um baile que os ricos daqui fazem todo o ano, aparentemente estou ficando famoso.

De seu amor,
Tobirama


Izuna riu bobo enquanto lia a carta, sério mesmo que Tobirama não gosta de seu livro de época favorito?
Por mais que isso fosse uma crueldade consigo, não podia negar que Tobirama era o cara que todos sonhavam em ter, até mesmo Izuna sonhava isso.
Tobirama era verdadeiramente o cara dos seus sonhos.

Enfim, ele guardou a carta novamente em seu lugar e se preparou para o trabalho, tomou seu banho, se vestiu, parou em uma cafeteria antes de entrar na empresa, pediu um macchiato e assim, pôde bater seu ponto na hora certa.

Aparentemente tudo normal como qualquer outro dia, já havia se passado umas 2 horas desde que entrou e até agora nem Zaen e nem Alessia veio para o perturbar.
Ele digitava os dados das peças novas de roupas no computador enquanto escutava outras duas funcionárias conversando sobre uma nova boate que abriu, "dirty night" aparentemente.

Não que gostasse de se embebedar as vezes, mais, poxa, era uma sexta-feira e não podia ficar em casa comendo pizza seca.

Pegou seu celular olhando para os dois lados verificando se Alessia não estava por perto e digitou no Instagram o nome da boate, obviamente ela teria um Instagram já que hoje em dia é o melhor jeito de fazer um marketing bom e levar as pessoas pro lugar.

Na primeira postagem logo viu o endereço e as horas que abria, começava a partir das 22:00 da noite.
Agora, ele tinha opções, chamar Zaen e Alessia e torcer para que os dois não transem no seu carro ou Kay que se encontrar o ex dela lá vai pular em cima dele.

O Uchiha parou por um momento.

Quanta mais gente melhor, né?

E além de Alessia, Zaen e Kay, o carro ainda tinha espaço para mais um.
Olhou em volta procurando Iam, seu melhor amigo, por puro azar, não o viu, ele deve estar no refeitório ou saído para almoçar fora da empresa.

Se levantou desligando o computador e colocando o celular no bolso, precisava encontrar os 4 para ver se todos topavam em ir.

[06 de julho de 1914]


Pelo o convite, Tobirama teve que pedir um smoking emprestado para o senhor Wallace já que devido a sua casta, não ia muito a bailes da nobreza, a última que havia ido foi quando ainda era uma criança rica.

Depois de agradecer os Wallece, continuou a entregar as mercadorias e quando chegou em casa, exausto, se pousou adormecendo por alguns minutos em uma poltrona na sala.

Desde sua infância quando foi criado pelos Wallace, Roger reconhecendo ele como um bom homem, sempre quis que se desse bem com Arlete, sua filha mais nova.
Uma das moças mais charmosas dentre outras que procuravam um marido para liderar os negócios das família ricas.

Mais infelizmente para Roger, Tobirama nunca lhe veio fazer uma visita para que permitisse a cortejar, pelo lado do Senju, ele via Arlete como uma irmã mais nova.

E mesmo assim, a esposa de Roger o convenceu a ir junto de Arlete em uma das carroagens da família, Tobirama como muito bem educado e um grande cavalheiro, aceitou ir de acompanhante com a moça, afinal, só iriam entrelaçar os seus braços e cumprimentar as outras pessoas da nobreza.

Após 27 minutos terem se passado, o Senju acordou já vendo em seu relógio que eram 18:39 da tarde.
Logo teria que se arrumar então antes, deu comida aos animais, os guardou, côou um café e depois, tomou seu banho já pronto para se arrumar.

[06 de julho de 2022]


Por mais incrível que pareça, todos toparam em ir, Kay mesmo ficou durante todo o expediente combinando a roupa que ela iria para ver se Izuna não iria igual a ela.

Alessia mesmo que hesitante, concordou em ir, mas logo ela disse "Já vou avisando que não vou beber"
Palavras dela, não minhas.

Quando Izuna já saía de seu turno, avistou Iam pela segunda vez no dia e o puxou para o canto no mesmo instante.

- Queria resaltar aqui que eu tenho pernas, e elas funcionam

Iam disse resmungando.

- Tá, tá, já pegou suas coisas?

- Minhas coisas? Claro, eu já estava indo embora quando você me puxou

- Sinto muito mais você não vai embora, não agora

- E por que não?

- Vou precisar de você para ir no shopping comigo, preciso de roupas novas

Ele bufou revirando os olhos, Izuna como já esperava essa reação, somente esperou o ódio do amigo passar.

- E o que eu ganho com isso?

- Te pago um sorvete ou um boquete no provador da Renner, qual você escolher

O Uchiha colocou as mãos na cintura forçando um sorriso miserável, tentando ser irônico que fez Iam soltar uma risada nasal mesmo que derrotado.

- Ok, então, vamos!

Não sabia se teria que pagar um sorvete ou um boquete no provador da Renner mas tudo bem, saiu saltitando para o carro feliz pela sua conquista.

[...]


Pela sua cidade ser o interior do interior, ali não havia shopping.
O shopping mais perto dali era na cidade grande que ficava a 1 hora de onde eles moravam, mas claro, não era um problema já que havia saído do trabalho 17:20, chegaria lá 18:30 e dps de 2 horas rondando pelo shopping voltaria para casa e gastaria mais 1 hora, por fim, duas horas para se arrumar.
Esse era o plano.

Quando estacionaram, Iam foi o primeiro a descer para esticar suas pernas que ficaram encolhidas por 1 hora dentro do carro de Izuna, e não era o carro que era pequeno demais, era Iam que tinha lá seus 1,93.
Izuna com seus 1,64 ficava parecendo um toquinho do seu lado.

"O bom é que nem preciso me ajoelhar" O Uchiha riu com o seu pensamento ao sair do carro e ver Iam resmungando alguns palavrões.

- Parou de drama, princesa?

- Não é drama.

- Imagina se não fosse...

[...]



Enquanto Izuna vasculhava as roupas da loja, Iam a mando do moreno escolhia um coturno que combinasse com a roupa que tinha o mostrado no cabide.

Depois de alguns minutos finalmente Izuna correu para o provador para escolher qual levar, estava em dúvida entre o look 1 que se consistia em uma blusa preta gola alta e mangas compridas, bem apertada com uma calça bege colada e o coturno, ou uma blusa arrastão transparente com uma calça jeans mais larga e o coturno.

Indeciso como sempre, se retirou do provador para saber o que Iam ia dizer sobre o primeiro look.

- Estou em dúvida entre esse ou aquele que te mostrei antes

Ele parecia analisar cada canto de Izuna, até mesmo os mais baixos.

- Hmm... Irei avaliar melhor se você desse uma voltinha, que tal?

Mesmo sabendo que ele falou com um sorriso nada inocente, Izuna quis o provocar mesmo assim, deu a "voltinha" que o mesmo pediu e ao virar para ele novamente, percebeu que Iam fitava completamente suas pernas marcadas pela calça.
Izuna achou graça e rindo, selou seus lábios por um momento.

- Agora dá pra você se concentrar em outra coisa em vez de nas minhas pernas?

- Sua bunda então?

[...]

Infelizmente para Iam, não foi o boquete no provador que Izuna pagou para ele.
Foi o sorvete, pelo menos era de morango.

Quando voltaram para a cidade, Izuna deixou Iam em casa e foi direto para a sua.
Teria que se produzir tanto ao ponto de fazer os outros pagarem bebidas para ele, Izuna ficar bêbado e assim, criar coragem para beijar Iam atrás da Boate ou até transar com ele no seu carro.

Mesmo que por mais extrovertido que seja, Izuna não era nada assim quando o assunto era Iam, até mesmo nem sabia como tirou coragem para dar um selinho nele no provador, capaz que tirou da bunda.

Enquanto se maquiava, lembrou da caixinha de madeira e logo olhou para ela que seguia parada na janela.
Se levantou e checou se havia uma nova carta e infelizmente, não tinha.
Bufou triste e voltou a se sentar na penteadeira.

Quando terminou de se produzir, sua roupa se consistia em seu cabelo amarrado em um rabo de cavalo alto, com o primeiro look que havia experimentado no shopping e com adicionais de alguns colares, anéis e brinco.

Se não fisgasse Iam naquela noite não tinha problema, até porque isso não iria acontecer, estava tão perfeito como nunca esteve por anos.
Certamente não era somente Iam que iria fisgar aquela noite.

Olhou as horas no seu celular e notou que já era a hora que combinou de ir pegar os outros.
Conferiu uma última vez seu cabelo no espelho e pegou a chave de seu carro.


[06 de julho de 1914]


Com seu smoking preto e cabelos platinados penteados para trás, Tobirama já estava pronto, já que não havia dinheiro, pelo menos devia ser apresentável para os outros.

Olhou em seu relógio e o ponteiro marcava justamente a hora que determinava que saíria de casa.
Ajustou as aberturas de seu terno e saiu com a sua carroça rumo a residência dos Wallece, onde pegaria um Coche até o baile.

Assim que chegou na portaria da mansão, foi recebido pelos criados que logo o acompanharam até a casa enquanto outros estacionavam seu veículo.

O criado que o acompanhava avisou que os Wallece permaneciam na sala de estar, Tobirama agradeceu com um gesto e o dispensou indo até a sala.
Quando adentrou a porta, lá estava a senhora Wallece bordando um pano de pratos florido enquanto Roger fumava um charuto lendo algum jornal à luz amarela da clareira.

- Senhor e Senhora Wallece

Fez uma breve referência em sinal de respeito, afinal, iria acompanhar a filha deles para um baile, onde iriam sozinhos.

Margareth, esposa de Roger abriu um sorriso contagiante ao vê-lo.
Roger deixou o jornal de lado e o comprimentou.

- Tobirama, querido! está belo está noite!

- Olá Tobirama, aceita me acompanhar nesta?

Roger falou oferecendo um charuto para ele, o Senju sorriu indo até eles.

- Obrigada, senhora Wallece

Continuou Tobirama.

- Infelizmente terei que recusar, mais mesmo assim obrigado

Todos sorriram em resposta.

- Venha querido, sente-se

Margareth indicou o sofá ao seu lado e Tobirama não hesitou em se sentar.

- Arlete está com sua Dama de companhia lá em cima, já já ela deve descer, querido

- Sem problemas, senhora Wallece, já é um grande privilégio levar a sua filha comigo para o baile, é um enorme prazer

- Oh querido, você é um grande homem, tenho certeza de que se quiser a aprovação para pedir a mão de Arlete, a minha resposta seria mil sim's

Ela brincou segurando a mão do Senju fazendo as bochechas de Tobirama se ruborizarem.
Aparentemente, Roger também concordava com isso.
Mas como toda brincadeira tem um fundo de verdade, será que eles realmente queriam que Tobirama se casasse com sua filha? tipo, agora?
Isso era estranho, mais não podia se esquivar por educação, por mais que seja uma leve brincadeira.

- Claro, Senhora Wallece, caso um dia eu volte, pretendo pedir a mão de Arlete em matrimônio

Ele disse em um tom leve, por mais que tenha tocado no assunto da guerra, Margareth sorriu tristemente e assentiu.

- E você terá toda a nossa benção para isso

Roger complementou.

Tobirama assentiu e se virou para a porta da sala onde lá estava ela, Arlete.
Seus cabelos ruivos presos em um coque baixo com seu vestido pomposo azul a deixavam como uma verdadeira dama.

O Senju logo se levantou e foi até ela, beijou o dorso de sua mão a comprimentando.

- Posso dizer que está linda esta noite?

- Obrigada, Tobirama, você também não está nada mal

Ela sorriu e se virou para os pais.

- Papai, mamãe

Os dois assentiram e Roger começou.

- O coche de vocês deve estar pronto

Ele se levantou e ajudou a esposa a se erguer também.

- Preciso que voltem antes da meia noite, e claro, tenham juízo

Arlete sentiu seu sangue esquentar sabendo sobre o que seu pai estava falando, Tobirama assentiu firme, mantendo o respeito.

- Se virem os Bergatti, diga a eles que ficamos muito felizes com a notícia do casamento

Disse a esposa de Roger.

- Claro, falaremos sim

Ela sorriu e foi para abraça-lo, Tobirama retribuiu o gesto de afeto.

- Cuide bem dela, querido, estamos a confiando em suas mãos

- Isso para mim é uma honra, tomarei cuidado e prometo devolvê-la inteira até o final desta noite

Eles riram pelo tom atrevido do Senju.

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