Alma - Ziam

By ladyarrozdoce31

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Onde Liam se apaixona por Zayn, porem o destino os separa. Anos depois, os amantes se reencontram e Zayn desc... More

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By ladyarrozdoce31

Enquanto Alma dormia com Juan na cama, Liam desistiu de um merecido sono, se levantou e preparou um chá, um tanto abalado por aquela avalanche repentina em sua vida.

Liam tentou dormir. Por mais que quisesse simplesmente fechar os olhos e tirar aquele cansaço de si, as memórias do jantar com Zayn e sua mãe inconveniente, não lhe fugiam da mente. 

Ele não tinha raiva, apenas uma grande decepção pela ofensa sofrida. Refletiu melhor sobre a conversa com Trisha e talvez, se a abordagem dela não fosse tão grosseira, não se sentiria tão mal como estava. Compreendia minimamente questões monárquicas. Sabia que uma princesa ou príncipe, deveria suceder o trono e, embora fosse uma decisão que Alma só tomaria pela frente, a intenção de Trisha foi clara em empurrar sua filha direto para uma preparação do que ela viria a ser no futuro. Para Liam seria precoce e nada sadio, mesmo sabendo que era um direito dela assumir tal função, assim como também era um direito dela recusar. 

Queria apenas que Zayn trouxesse com ele o seu amor, mas sua sombra era o peso de uma vida que Liam sequer sonhava ou se achava digno de pertencer. E imaginar a filha naquele mundo, sem ele, era doloroso e isso o afligia em demasia. 

Suspirou e na intenção de terminar seu chá, levou a xícara à boca e antes que pudesse ter mais um gole, ouviu batidas fracas em sua porta. Se preocupou por um instante, pois aquilo era inédito e pelo horário tardio, imaginou que não poderia ser nada bom. Esperou que a tal pessoa desistisse, porém segundos depois, o mesmo ritmo de batidas suaves invadiu seus ouvidos e o obrigou a se levantar. Do espaço curto entre a parede e o armário da cozinha, retirou um taco velho de baseball, esperando que as batidas voltassem. 

E assim que voltaram, ele escondeu o taco em suas costas e abriu devagar, apenas para checar sobre quem se tratava e se surpreendeu ao ver Zayn, parado ali, com um buquê bem bonito e colorido em mãos. 

— O que esta tentando fazer? Se matar? — questionou, puxando o rei pela gola do moletom que usava e o empurrando para o interior da casa, astuto ao trancar a porta novamente e espiando o estilo casual do rei. Zayn reparou nas cinco trancas, além do cadeado próximo a fechadura e no taco que Liam segurava. 

— Eu precisava te ver. — justificou, se incomodando com a repreensão inicial de Liam. 

— Que bela forma de lidar com isso, aparecendo a essa hora em um lugar perigoso, onde as pessoas não te conhecem…Eu só espero que o seu carro…

— Louis foi embora. Pedi para que fosse, pois não achei seguro deixá-lo sozinho. — esclareceu, deixando Liam menos apreensivo. 

— Até porque, sou perfeitamente capaz de proteger você com o meu velho taco... — debochou, ainda sem acreditar na atitude irresponsável de Zayn. 

— A gente pode conversar agora? — ignorou o sarcasmo do outro. 

— Alma já está dormindo. — avisou, servindo um pouco de chá em outra xícara. 

— Eu quero falar com você. 

— Já está falando.

— Corazón…

— Não me chame assim, Zayn. — elevou o tom, porém se censurando logo em seguida ao recordar que a filha ainda dormia. — Não vai me enganar como fez no passado. Alma é sua filha também, mas não permito que a tire de mim… Ela é tudo o que eu tenho e sei que parece egoísmo meu privá-la do que vocês querem oferecer , mas não posso sair da vida dela assim. Não pode fazer isso comigo. — se irritou, apontando o dedo para o rei, que deixou o buquê na mesa e provou o chá, apreciando o sabor da bebida quente. 

— Eu jamais faria. Não é meu direito. Sequer passou pela minha cabeça revirar suas vidas dessa maneira. Não é uma casa tão ruim... — comentou, sem deixar de reparar no espaço pequeno, modesto, porém ajeitado. 

— É tudo muito simples, mas têm muito amor aqui. — desviou o olhar, passando a contar as unidades das flores, apenas para não encarar Zayn. 

— Eu sei que sim. Elas são para você. — disse o rei, ao notar a atenção de Liam voltada para o buquê. 

— Gracias. Não precisava. — corou, cruzando os braços e se encolhendo por sentir mais frio do que se podia. O aquecedor estava com defeito e oscilava entre funcionar bem ou simplesmente deixar a desejar. 

— Fiz questão. A beleza delas me lembra a sua. Bonitas e delicadas… — elogiou, julgando a expressão vergonhosa de Liam como algo adorável. 

— Não devia dizer essas coisas. — se virou, guardando o pote de açúcar dentro do armário, além da pouca louça que também precisava ser guardada. 

— Por qual razão? — confuso, questionou. 

— Porque, todo rei têm a sua rainha. — respondeu, com um tom preciso de quem se obtém razão completa em determinado assunto. 

Zayn esvaziou sua xícara e caminhou até a pia, se colocando ao lado de Liam, sendo delicado em lavar o que usou. Liam ficou desconfortável com a proximidade, não querendo resistir, pois havia saído da casa de Zayn com certo desgosto ele e não podia se mostrar fraco em sua presença. 

— Eu esperei pela minha, todos os dias e todas as noites, me perguntando, enquanto olhava para o céu, se ela estava pensando em mim como eu pensava nela… E agora que estou olhando para ela, penso que valeu a pena a espera. — declarou, fitando o rosto tenso, testemunhando a mudança do que parecia irritação, se transformando em espanto e admiração. 

E Liam se segurou para não cair. 

— Ela nunca te esqueceu. — admitiu, se virando para Zayn, com os olhos prestes a transbordar — Alma é um pedaço seu que ficou em mim. Meu coração sempre foi seu.

— Assim como o meu, que sempre foi seu. — confessou, tomando a liberdade de segurar a mão de Liam e beija-la delicadamente, sem tirar os olhos dos seus. 

— No … no podemos. — fechou os olhos, se esquivando, embora não quisesse. Zayn entendeu aquilo como uma resposta negativa ao seu cortejo. 

— Me perdoa. Eu estive me segurando para não pular em você e te beijar assim que te vi naquela calçada, apenas porque temi que houvesse alguém na sua vida… 

— Não têm. — interrompeu, sendo claro em consumar aquela certeza — Mas eres un rey e yo… não daria certo. Se eu soubesse disso naquela época… — se lamentou, apoiando as mãos na mesa e abaixando a cabeça, deixando as lágrimas caírem e o peito incendiar por sua insegurança. 

— Se assim fosse, a nossa história não teria começado. Não quis te assustar… minha relação com meu pai estava estremecida, por isso viajei para visitar minha abuela em Cancún. Ele me pressionou para ser seu sucessor, porque estava muito doente e sabia que não tinha muito tempo. Por isso, parti as presas e essa questão, entre outras, no reino, atrasaram nosso reencontro, mas agora estamos aqui. — avançou um passo, intencionado a tocar o ombro de Liam, porém teve seu objetivo frustrado ao que ele se esgueirou para a sala. 

— Não posso dar a você o que quer. — queixou-se, como se fosse uma ideia ruim a insistência de Zayn. 

O rei se cansou de tanta relutância, resignado a esclarecer seus sentimentos e tirar aquela angústia do coração do amado, assim como a sua própria, pois já não aguentava mais a distância entre Liam e ele, tanto a sentimental, quanto a física. 

— Eu só preciso de você, corazón. Perdoe a minha mãe, ela se precipitou. Não há obrigação nenhuma aqui, jamais passaria por cima de uma decisão sua, ainda mais no que se diz respeito a nossa filha. 

— Como eu posso ter certeza?

— Te dou a minha palavra. 

— Disse isso naquela noite, na praia e eu acreditei… — lacrimejou, lembrando da dor que sentiu por não ter mais Zayn. 

— Mas eu voltei, te procurei o quanto pude e nunca mais encontrei. Fui à sua casa e fui expulso por aquele senhor. Ele disse que não tinha filhos, apenas filhas e que chamaria a polícia se eu voltasse… — contou, desarmando Liam e fazendo com que a culpa caísse em cima dele novamente. Se envergonhou pelo constrangimento de Zayn. 

— Sinto muito por essa situação. Dios, eu não imaginava que estivesse falando sério. — disse, mais para si mesmo do que para Zayn. 

Se sentou no pequeno sofá, sem coragem de olhar para o rei, porque se sentiu miserável. Zayn realmente tinha lhe procurado e quase foi agredido por suas mentiras. 

— Por que mentiu para mim? — não tinha censura em sua pergunta, muito menos indignação. 

— Eu não queria que me desprezasse se soubesse que eu não tinha casa. 

— Mi amor… — o encarou com espanto e ressentimento. Liam tinha se tornado um emaranhado triste e repleto de lágrimas, com alguns soluços entre uma sentença e outra. 

— Meu pai passou a me odiar ainda mais depois que mi madre partiu… Ela tinha saído para me procurar naquela noite chuvosa e se acidentou com o carro. Eu tinha saído cedo para arrumar um emprego, porque ele so sabia dizer o quanto eu era um vagabundo por querer estudar música … fiquei ate mais tarde na rua e assim que a chuva começou, me abriguei em uma cobertura e esperei ela diminuir para voltar para casa, mas mi madre se antecipou e quis me encontrar… Se eu não tivesse saído de casa… — lamuriou, permitindo que Zayn o abraçasse. 

— Foi uma fatalidade, mas não foi sua culpa. Não tinha como saber que ela iria atrás de você. — se segurou para não chorar junto, pois a dor de Liam era facilmente partilhada consigo e odiou ver o amado sofrendo. 

— Eu a perdi… e perdi o amor de meu pai também. Foi errado mentir para você, mas preciso que entenda… — ergueu a cabeça, secando o nariz e mirando o rosto pacífico do rei. — Eu não tinha ninguém e você apareceu, sendo a melhor coisa que podia ter me acontecido. 

— Eu nunca poderia te julgar. — acariciou a face úmida, desejando arrancar aquela tristeza de Liam. — Não pense assim de mim, por favor. Apenas consigo me culpar por não ter dado mais nenhuma esperança depois que parti… Pensar nas dificuldades que passou sozinho e depois com Alma… Dios… Não precisa mais ser assim. 

— O que está dizendo? — franziu o cenho, fungando e engolindo o bolo em sua garganta, buscando ser firme e menos choroso diante de Zayn. 

— Venha comigo para a minha terra. Conhecer a casa, a cultura e experimentar o que posso te oferecer. Não pense que quero que se entregue a mim forçadamente, muito menos que desejo te comprar, mas que perceba o quanto eu quero estar contigo e continuar a viver o nosso amor da maneira que nós dois merecemos. Está em suas mãos a decisão de retomar a nossa história e ficar ao meu lado. 

Liam arregalou os olhos, perplexo pelo convite. 

— Yo no … Não quero ficar sem você, mas tenho medo de não ser o que precisa. — confessou, torcendo a expressão novamente, imaginando que Zayn estava acima de si. 

— Você já é tudo o que eu preciso. Em você encontrei todo o amor que jamais imaginei que poderia sentir um dia. — sorriu, fazendo Liam sorrir também, completamente encantado e extasiado por aquela proposta. 

— Eu sou um simples funcionário de hotel…

— E era um simples cantor que roubou meu coração, sem que eu pudesse evitar… Ainda o vejo em você, apesar da dor e cansaço estampado em seu rosto. Me deixe voltar a ser a razão dos seus sorrisos mais sinceros e felizes. — pediu, sem cessar as caricias no rosto de Liam, deslizando o polegar nas lágrimas que tornaram a cair por saber que agora ia depender apenas dele seguir Zayn. 

— Su madre no… — lembrou do desprezo de Trisha. Não gostaria de passar por situações indelicadas com ela. 

— A decisão é minha. Apenas minha. — disse firme. 

— Devem existir outras opções… mujeres hermosas y encantadoras, prontas para sentarem no trono ao lado do seu. — pontuou, se perguntando o que poderia encontrar se assumisse uma relação pública com Zayn e como iam enxergá-lo, pois deduziu a possibilidade de haver pretendentes à espreita do rei. Zayn negou, se inclinando e beijando as bochechas dele. 

— O conselho preparou dezenas de bailes, diversas mulheres, de todos os lugares do mundo, sendo princesas e até mesmo rainhas, mas essas festas não passavam de uma grande perda de tempo. Dancei com algumas, beijei a mão de outras, até mesmo me arrisquei a desposá-las, mas em nenhuma delas eu encontrei o que o meu coração desejava. Você sempre esteve nos meus planos, nos meus pensamentos, nos meus sonhos e cada conquista que tive em meu reinado, eu me sentia contente, porém incompleto por não ser capaz de dividi-las com você, corazón. — disse, quase sem fôlego, porque não cogitou desistir e esperava que Liam agradasse os seus ouvidos com aquilo que gostaria de ouvir. 

Zayn abriu seu coração, desmontando Liam e suas incertezas, além de acalmá-las ao tomar os lábios do cancunense e beijá-lo como esperou com confiança por tanto tempo. Não suportou esperar para senti-los e não teve dúvidas do quanto Liam também queria isso. 

E Liam se rendeu naqueles braços, se afundando nos lábios do rei, sentindo o calor que emanava de seu corpo ser partilhado com ele, agindo de fora para dentro e o deixando incapaz de pensar em outra coisa que não fosse ele, no amor intacto que os uniu no passado e perpetuou pelo presente. Sentia que estava no lugar certo, com a pessoa certa, a única capaz de o levar até as nuvens pela maciez de sua boca, além de agitar as batidas de seu coração e arrancar de si, a angústia anterior. As línguas se tocando com afinco, porém em um ritmo lento, em que podiam contemplar o gosto familiar dos beijos que costumavam dar. 

— Zayn… — sussurrou, ofegante, vermelho e completamente bagunçado. Zayn sorriu,  emocionado e profundamente extasiado. 

— Tu eres a persona mais importante de mi vida. Cante para mim. Me deixe ouvir sua doce voz e acalme essa ansiedade em meu peito. — implorou, sendo decente por não se exceder nos beijos curtos no pescoço do rapaz, que se deliciou com o gesto carinhoso e nada erótico. Ambos partilhando nada além de muito carinho e amor. — Yo estoy enamorado por ti. 

A resposta de Liam veio em sua canção, em uma das favoritas de Zayn, que em parte mostrava o quanto queria ser dele, ali e para sempre, enquanto o rei sorria, roubando selares curtos, entre uma estrofe e outra, fazendo o amado rir e quase perder a concentração. 

Zayn estava se esforçando e Liam apreciou isso, tanto que não hesitou e ja tinha em mente que viver longe daquele sorriso não estava nos seus planos. A questão com Trisha foi um desagrado, mas se Zayn deu a sua palavra que cuidaria disso e que era contra a abordagem da mãe, ele acreditaria. Por isso não hesitou em calar sua canção, olhar amorosamente nos olhos dele e dizer:

— Yo aceito. Irei contigo. 

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