Forasteiro Abastado - Recompe...

By user53046469

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đŸ„‡1Âș No Concurso: Big Bang Um forasteiro chega repentinamente Ă  Nova FiladĂ©lfia, uma cidade metropolitana a... More

Novo Book Trailer / Sinopse...
...Introdução...
□■Prólogo□■
Capitulo 1 - Um Real Pesadelo
CapĂ­tulo 2 - Cristina Rocha
CapĂ­tulo 3 - Bilhete Premiado
CapĂ­tulo 4 - Pai FujĂŁo.
Capitulo 5 - A Espanhola no Ônibus.
CapĂ­tulo 6 - NegĂłcio Fechado.
CapĂ­tulo 8 - Caso: "Cristina Rocha" Desfecho.
CapĂ­tulo 9 - Descobrindo o Prazer
CapĂ­tulo 10 - Recompensa
Capítulo 11 - Arruaça Na Pensão. (Part. 1)
Capítulo 12 - A Leoa Ferida (Arruaça parte 2)
Capítulo 13 - O Leão e o Lobo ( Arruaça Part. 3 . Final. )
CapĂ­tulo 14 - De Volta Pra Casa.
CapĂ­tulo 15 - Farol Alto.
Capítulo 16 - Amnésia.
CapĂ­tulo 17 - Chamas do Inferno
CapĂ­tulo 18 - MĂŁo Amiga.
CapĂ­tulo 20 - Cilada.
CapĂ­tulo 21 - Sherlock Holmes.
CapĂ­tulo 22 - Madame Toffana.
Capítulo 23 - Irresistível Tentação.
CapĂ­tulo 24 - Abrindo o Jogo.
CapĂ­tulo 25 - Hora De Partir.
CapĂ­tulo 26 - RĂŽle.
CapĂ­tulo 27 - Surpresas no RĂŽle
CapĂ­tulo 28 - Reencontro Desastroso.
CapĂ­tulo 29 - Equipe de busca
CapĂ­tulo 30 - Manobra suicida
CapĂ­tulo 31 Cara E Coroa.
CapĂ­tulo 32 - Um DemĂŽnio Na Noite.
CapĂ­tulo 33 - Malditos CĂŁes.
CapĂ­tulo 34 A Caixinha De Pandora.
Capítulo 35 Vingança Tola.
CapĂ­tulo 36 - Lavando o Sangue, Lavando O Corpo, Lavando A Alma...
CapĂ­tulo 37 - O Terceiro Elemento.
CapĂ­tulo 38 Longa Noite.
CapĂ­tulo 39 - InvasĂŁo Sorrateira.
CapĂ­tulo 40 - O adeus da FĂȘnix
CapĂ­tulo 41 - Dione, O Menino MĂșsico.
Capítulo 42 - Juros e correção monetåria
CapĂ­tulo 43 - Lisa, a Menina Sofrida
CapĂ­tulo 44 - O Valete o Rei e a Rainha
CapĂ­tulo 45 - Essa nĂŁo Ă© mais a Lili...
CapĂ­tulo 46 Despedida
CapĂ­tulo 47 - Big Bang
CapĂ­tulo 48 - Haja psicolĂłgico para Jude.
CapĂ­tulo 49 - O Subalterno do Bispo
CapĂ­tulo 50 - Catedral Central
CapĂ­tulo 51 - Deus perdoa, mas o homem nĂŁo
CapĂ­tulo 52 - Aura Maligna
CapĂ­tulo 53 - O Canto Dos Anjos
CapĂ­tulo 54 - Em Busca do Sangue Raro ( Reta Final)
Capitulo 55 - Mercedes, A Noiva em Fuga.(Reta Final.)
capĂ­tulo 56 - Sombras do Passado ( Reta Final)
CapĂ­tulo 57 - Na Luz Da Verdade ( Reta Final)
CapĂ­tulo 58 - Sentir o futuro e lutar Pela Vida (Final!)
...EpĂ­logo...

CapĂ­tulo 7 - Ladras e Belas

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By user53046469

⚠️ 💋Alerta de beijo lésbico!💋

Capítulo 8 - Ladras e Belas

Judite... ( Jude)
Lisa Park...


Seu rosto era angelical. Os olhinhos puxadinhos eram o seu charme. Nariz arrebitado, lábios pequenos e rosados. Sua pele era tão clara que parecia pálida. Cabelos pretos abaixo dos ombros, lisos e sedosos... Ela se olhava no espelho e depois de passar um batom vermelho, o espalhava movimentando os lábios. Olhou-se por mais alguns segundos e não tinha como não aprovar o resultado. Pegou seu agasalho lilás de crochê, o vestiu e saiu para rua.

Lisa estava vestida como sempre, algo confortável que lhe fazia se sentir à vontade. A calça jeans básica, com a regata branca por baixo do agasalho de crochê, que nem deveriam custar uns cinquenta mangos. Seu caminhar era suntuoso, com passos firmes ao mesmo tempo em que eram delicados, com um requebrar leve de seu quadril que transmitia aos olhares certa sensualidade. Carinha de anjo que nesse momento transparecia pecado. Seu caminhar atraia olhares, cujo um sorriso tímido retribuía em agradecimento a curiosidade alheia despertada em si. Sua gargantilha com pingente de uma flor de lótus dourada na ponta, a deixava ainda mais fascinante.

Uma moto custom, na cor preta vinha a uma alta velocidade ao longo da rua sendo pilotada aparentemente por uma mulher. A calça jeans justa em seu corpo modelava as curvas perfeitas a deixando sexy. A jaqueta de couro preta se sobressaia ao traje, cobrindo o top decotado dela realçando o volume dos seios comprimidos dentro dele, completava o visual que faria muito marmanjo parar no trânsito para apreciar. Acelerava e mudava as marchas com seu coturno cano longo, com muita elegância e destreza. Seu rosto coberto pelo capacete personalizado ainda era uma incógnita. A moça que conduzia aquela fera era um mistério para todas aquelas pessoas que viravam o rosto em sua direção quando passava por elas deixando no ar, a deliciosa fragrância de seu perfume.

Passou bem próximo a Lisa que seguia na calçada, a ponto de fazer seus cabelos balançarem com o vento. A coreana se virou assustada na direção da moto, mas já sabia quem era. Logo abriu um sorriso ao ver a condutora dar meia volta numa manobra muito bem executada e estacionar próximo a ela.

A moça desligou o motor e logo retirou o capacete. Balançando a cabeça com certo vigor, deixando os cabelos negros caírem em cascata pelos ombros com uma sensualidade impressionante, abriu um largo sorriso passando em seguida a mão neles, como se precisasse os ajeitar. Lisa abriu um sorriso ainda mais largo ao fitar aquele par de olhos grandes cor de mel.

Judite tinha um corpo perfeitamente trabalhado por seu cuidado com a alimentação e malhação diária. Suas curvas eram perfeitas. Fazia os marmanjos babarem admirando-a. Mas, para a decepção deles, as garotas eram quem lhe interessava a um relacionamento.

__ Está pronta gata? - Judite perguntou estampando seu melhor sorriso. Revelando seus dentes brancos para Lisa.

__ O que acha? - Lisa rodou em torno de si esperando que ela percebesse o óbvio simplesmente a olhando.

__ Tão linda! Olha pra você... - Judite falou admirando a pequena em sua frente.

__ Linda é você. - Lisa um tanto corada retribuiu o elogio.

__ Tirei um dia de folga na corporação só pra passar ao lado da pessoa mais importante pra mim. - Judite trabalhava na corporação de bombeiros da cidade. Era dedicada e amava a profissão que escolhera. Ser uma soldado era uma prova de amor ao próximo. Já que, em diversas vezes, vidas alheias dependiam de sua competência.

__ Jud... assim você me deixa sem graça.

__ Não fique, gata; você sabe o quanto eu gosto de você. Meu coração acelera quando estamos próximas... - Judite desceu da moto, segurou com carinho uma das mãos de Lisa. __ Se eu te contasse o que eu tenho vontade de fazer com você todas as vezes que encaro esses seus olhos lindos...

__ Vai com calma, Jud. Eu também gosto muito de você, mas não da maneira que você quer... __ Lisa ficou corada pelas intenções da amiga sobre si. __ Eu ainda tenho dúvidas, sinto muito...

__ Você ainda tem dúvidas, Lili? __ Judite abriu uma brecha na conversa para a amiga expressar sobre suas dúvidas. __ Você mesma disse que não suporta homens...

__ Sim. Eu disse... __ Lisa olhou a sua volta procurando as respostas possíveis a pergunta dela. Mas, infelizmente não as encontrou. __ Disso eu tenho certeza. Não gosto de me relacionar com homens. E você bem sabe o por que!

__ Sei que é difícil pra você esse mundo novo de descobertas, mas saiba que eu vou estar sempre ao seu lado para tudo que precisar!

__ Obrigada... __ Lisa sorriu tímida. A amiga já tinha se declarado pra ela há algum tempo. Conversaram muito sobre todas as suas dúvidas. Mas, ainda se sentia insegura.

__ Mas... Isso é muito simples de se resolver... Se você quiser, é claro. - Judite colocou o capacete que estava em suas mãos, no guidão da moto. Encostada na motocicleta trouxe Lisa para mais perto com delicadeza, segurou o seu maxilar com carinho a fazendo encarar bem fundo em seus olhos e completou:

__ Deixa eu te beijar... Se você gostar...

Judite aproximou os lábios da garota, não houve recusa da parte dela. Então tocou seus lábios devagar com os seus. Esperou um momento por sua reação que foi inexistente e começou a beijar a boca pequena de Lisa com delicadeza. Lisa um tanto tímida nem sabia como reagir. A sensação que sentiu no momento a surpreendeu. Um tanto desajeitada, permitiu-se aquela intimidade. Depois do beijo o coração acelerado da doce garota parecia querer sair pela boca. Não sabia ao certo o que sentia. Era um turbilhão de emoções novas que bagunçavam toda a sua mente. Parecia errado. Mas ao mesmo tempo parecia muito bom.

Por outro lado, Judite... "Que beijo bom!" "Isso foi tão espontâneo!" "Meu Deus do céu, por que não fiz isso antes?".

__ Jud... - Falou Lisa ainda surpresa com a atitude da amiga, corada, passava os olhos ao redor para ver se não tinha ninguém olhando.

__ E então, gostou? - Judite perguntou, com os olhos brilhando de ansiedade aguardando a resposta.

__ Confesso que não foi ruim... - Falou sorrindo sem graça.

__ Poxa, não era essa a resposta que eu queria ouvir, mas já é um bom começo. - Falou Judite um tanto desapontada, mas ainda contente.

__ Eu gostei, sabe... - Lisa queria que a amiga se sentisse bem.

__ Não precisa dizer que gostou só pra me agradar, gata. - Judite falou sorrindo.

__ Eu gostei sim. Eu realmente gostei...

__ Tá bom. Eu vou fingir que acredito. - Ironizou pegando o capacete e subindo na moto. __ Suba. Vamos nessa... - Falou entregando o capacete reserva para a amiga que o pegou e subiu em sua garupa; aberto, modular.

__ Então quer praticar seu primeiro roubo?

__ Sim. Quero fazer algo um tanto perigoso. Quero um pouco de adrenalina.

__ Só você mesma viu, pra me convencer a te ajudar a fazer uma coisa dessas... - Falou se virando para trás sorrindo da ideia maluca que ela tivera de diversão.

__ Não é nada de mais Jud, só iremos furtar uma simples revista numa banca qualquer. E depois, vamos voltar e pagar esqueceu? - Lisa brincou e ainda completou: __ É como se fosse um trote. Para testar nossas "habilidades"

__ Mas mesmo assim, não devíamos fazer isso, se nos pegam, poderemos acabar indo presas. __ Jude falou séria. __ E eu, demitida!

__ Você não gostaria de ir presa junto comigo? - Lisa fez uma pergunta cheia de segundas intenções.

__ Garota... Não me provoque... - Brincou. __ Eu iria amar. - Judite respondeu mordendo os lábios, dando partida na motocicleta.

__ Não tenho culpa por adorar os cards do Sherlock Holmes. Tenho vinte anos, não acredito que faço essas coisas! - Falou colocando o seu capacete.

__ E eu com trinta, uma mulher feita, topando participar das suas traquinagens. - Elas gargalharam.__ Sabe como isso se chama? - Lisa negou com a cabeça. __ Amor!

Lisa abraçou a cintura da amiga por trás e saíram em seguida em disparada. Para Judite era a melhor coisa do mundo ter Lisa agarrada à sua cintura. Sentir o calor do seu corpo tão próximo ao seu, era um sonho sendo realizado. Por ela, viajaria em sua companhia se pudesse, até que se cansasse. Como não se cansaria, então viajaria até não ter mais combustível para queimar...

Enquanto isso, para passar o tempo, Dione caminhava pelas ruas de "Nova Filadélfia", Assim aproveitava para conhecer um pouco o lugar. O centro da cidade era bem movimentado. O tráfego de carros era intenso. Em meio a gritos, conversas alheias e buzinadas, Dione caminhava sempre atento a tudo. Decidiu ir para uma rua menos agitada e mais calma. Precisava de sossego para pôr os pensamentos em ordem. Tanto barulho o irritava.

Ao longe avistou uma banca de Jornais e caminhou até ela. Um idoso observava o movimento do outro lado do balcão com os braços apoiados sobre a madeira de olho no forasteiro que se aproximava. Ele era baixo, um tanto gordo e usava uma boina verde na cabeça.

Dione chegou sem dizer nada e começou a passar os olhos em todos os artigos ali disponíveis. Olhou para os jornais e o título de uma matéria lhe chamou a atenção...

"Clóvis Tavares, o empresário de sucesso inaugura mais uma filial."

__ Posso lhe ajudar, amigo? - O simpático senhor perguntou sorrindo, esperando a resposta ao ver Dione mexendo os lábios parecendo ler a reportagem.

__ Sim. Vou levar esse jornal. - Falou Dione apontando para ele.

-- Ainda lê as notícias impressas? - Perguntou ainda mais simpático.

__ Não tenho o costume, no entanto uma matéria em um deles me chamou a atenção.

__ Hum... entendo. - Falou pegando o jornal e o entregando. __ São um e noventa.

Dione abriu o jornal e sem parar de ler, enfiou a mão no bolso retirando algumas moedas, as colocou sobre o balcão. O velho as pegou e as segurou nas mãos. Estreitou os olhos para a tal matéria que Dione parecia interessado.

__ Clóvis Tavares, você o conhece? - Perguntou.

__ O conheci hoje, fizemos negócios.

__ Mesmo?! Que bom...

__ O que me chamou a atenção foi o seu sobrenome: "TAVARES.".

__ Sim. É um sobrenome muito forte e de respeito. É um homem muito rico. - O velho jogou as moedas em uma caixinha de madeira que ficava numa prateleira atrás do balcão.

__ Não é isso que me chama a atenção... Esse nome: "Tavares." Eu acho que já o ouvi antes... - Dione estreitou os olhos e parecia refletir.

__ Você não é daqui, é? - o Velho questionou.

__ Não, não sou. Vim apenas a negócios. Amanhã mesmo retorno para casa. - Dione responde, mas ainda intrigado se esforçando para se lembrar de onde ouviu aquele nome.

__ Você parece um policial... - O velho comentou o analisando com um sorriso no rosto.

__ Clóvis Tavares! - Dione falou pensando alto ignorando o comentário do dono da banca. __ É isso! Tavares, o ex-patrão de Cristina!

O velho estreitou os olhos, confuso. No íntimo sorria pensando que era cada louco que aparecia por ali...

__ Como não o reconheci antes? Aquele sorriso, aquele olhar penetrante... Está mais velho e sua calvície me confundiu!

__ Não sei do que está falando, mas pelo jeito é mesmo quem está dizendo. __ O senhor disse satisfeito por Dione ter conseguido se lembrar de quem era.

__ Sim. Não tenho dúvidas que Clóvis é o senhor Tavares. - Falou animado. O velho lhe sorriu. __ Vou logo atrás dele. Existem perguntas que precisam de respostas e eu sei que ele as tem para todas elas.

Dione tinha certeza que enfim poderia descobrir o paradeiro do assassino de sua irmã. Arrumaria uma forma de encontrar Clóvis o mais rápido possível. Poderia, enfim, colocar uma pedra por cima disso tudo, e Cristina descansaria em paz. Mas, o problema era a promessa que fizera a si mesmo, da qual prometera que o responsável pela morte de sua irmã, pagaria pelo que fez. E ela ainda era bem vivida em seu coração.

Dione se despediu do simpático senhor e seguiu a passos rápidos o seu caminho, levando o jornal em mãos, enquanto o velho o observava sorrindo a se distanciar.

Antes que dobrasse a primeira esquina, a moto com as garotas passou veloz próximo a ele. Ele se virou, não deixando de notar que eram duas garotas aparentemente lindas e o agradável cheiro do perfume delas que ficara no ar, agora enchia suas narinas. Deu de ombros e continuou seu caminho. Não queria se distrair de seus pensamentos.

Lisa desceu da moto e entregou seu capacete para a amiga. Sacudiu a cabeça balançando os cabelos desajeitados, trocou olhares com Judite com semblante de riso por ela tentar repetir seus movimentos de momentos atrás e foi rumo à banca.

__ Oi... - Ela disse acanhada.

__ Olá, posso lhe ajudar? - O senhor sorriu.

__ Sim. Quero uma caixa fechada desse chocolate aqui... Por um acaso, você teria uma caixa fechada? - Falou apontando para algumas guloseimas que estavam num lado do balcão.

__ Sim. Tenho lá dentro. Vou pegar. Espere só um segundo. - O velho sorriu, mas logo tomou uma postura mais séria. Estreitou os olhos para ela e para Judite do outro lado da rua e parecia desconfiado.

Assim que o velho entrou pela pequena porta, Lisa se virou sorrindo para a amiga e proferiu em silêncio, apenas movimentando os lábios:

__ "Está dando certo..." __ Judite retribuiu o sorriso e em seguida, com um semblante mais sério de preocupação sussurrou de volta:

__ "Ande logo, antes que ele volte..."

Lisa suspirou fundo, passando as mãos no rosto na intenção de espantar o nervosismo e se inclinou sobre o balcão ficando nas pontas dos pés se esforçando para alcançar a tão almejada revista com card's de bônus do Sherlock Holmes.

__ Consegui! - Falou em sussurros ao conseguir alcançá-la.

Voltou à posição inicial, bem mais confortável e ao se virar para sair da banca, o velho proprietário, já saía de trás da loja, depois de ter dado a volta pela porta dos fundos.

__ Sua ladra! - O velho resmungou cerrando os punhos, enraivecido, indo rumo à moça e se colocando de braços cruzados em seu caminho a impedindo de ir até a moto.

__ Merda! - Lisa falou vendo o plano ruir.

__ Corre Lisa, sua tonta! - Judite gritou já funcionando a moto.

Justamente nesse momento um carro de polícia passava pelo local. Ligou as sirenes ao ouvir o velho gritar: "Pega ladrão!"

Dione que acabara de virar a esquina conheceu o grito inconfundível do dono da banca e decidiu voltar para ver o que estava acontecendo.

Os dois policiais já desciam do veículo, já cientes do que se tratava e de quem era o tal ladrão.

Lisa não perdeu mais tempo e correu na direção a que Dione tinha seguido.

__ Merda! Mil vezes merda! - Repetia seu xingamento predileto enquanto corria em desespero.

Lisa jamais imaginaria que aquela simples brincadeira tomaria proporções tão gigantescas. Não poderia, em hipótese alguma, deixar que colocassem as mãos nela. Até que explicasse o possível mal entendido, passaria no mínimo uma noite no xilindró. Além do sermão que ouviria da sua mãe, também sabia que não escaparia de uma boa surra que tomaria de seu pai, assim que adentrasse seu lar. Já era de maior, mas isso não fazia diferença tendo em casa um pai tão ríspido como o seu.

__ Fuja Lisa! Fuja! - Judite gritou de onde estava, saindo com a moto em seguida, podendo de momento, apenas torcer pela amiga.

Dione vinha do outro lado da esquina, ouvindo toda aquela confusão.

__ Eu conseguirei Judite, não se preocupe por você eu... - Lisa engoliu as palavras ao virar a esquina e trombar no corpanzil de Dione que parecia um armário em seu caminho. Com o impacto, caiu para trás de bunda no chão e assustada deu um gritinho sem querer. Seguiu com um olhar observador, começando pelos pés do Forasteiro, levantando a cabeça lentamente como em câmara lenta, avaliando cada centímetro do seu corpo, até que seus olhos encontraram os dele. O tempo parecia ter congelado para ambos. Esse seria o momento exato que entraria em cena uma música romântica, tema do casal se estivesse em uma novela televisiva.

Dione nunca havia visto tanta beleza natural em uma mulher antes. Aquela garota com aqueles olhinhos ressabiados lhe olhando assustados, parecendo pedir socorro despertou em seu interior um sentimento tão bom, que não sabia de momento o que era. Havia um redemoinho em seu estômago e não era a última refeição sendo rejeitada. Era algo que já sentiu há muito tempo atrás. Porém, que havia excluído da sua vida. Sinceramente, nem acreditava que pudesse acontecer de novo algum dia.

Lisa por sua vez, mesmo com o pouco tempo que tinha, foi realmente impactada pelo homem parado à sua frente. Aquele peitoral e abdômen definido, marcando sua camisa, aquele par de olhos azuis que a fascinava e que parecia ter lhe hipnotizado de uma forma tão poderosa que não conseguia se mover de seu lugar. As borboletas pareciam ter levantado em revoada dentro de si. Mesmo nunca tendo acreditado nisso.

Dione estendeu a mão para a garota e lhe pediu desculpas.

__ Você se machucou?

Lisa segurou em sua mão e ele com delicadeza a pôs em pé. Dione sentiu a palma da mão da garota macia e lisa... Era tão prazeroso segurá-la que não a soltou de imediato. O contato visual continuava. Judite parou a moto próxima aos dois e não deixou de reparar o olhar de fascínio que Lisa direcionava ao homem. Judite sentiu uma pontada de ciúmes a escalar sua espinha e dominar todo o seu corpo. Um rápido pensamento de ódio em deixar Lisa para trás surgiu em sua mente. Mas decidiu de momento ignorar tudo que sentia e ajudar a amiga que tanto amava.

__ Lisa, vamos embora logo, sua trouxa! Olha os homens se aproximando! - gritou furiosa, buzinando freneticamente sua moto.

As buzinadas e os gritos do dono da banca: "Segure ela, ela me roubou, não a deixem ir", a fizeram voltar em si e acordar para a realidade à sua volta. Estava nas nuvens, mas agora precisava descer... Ela se virou para a amiga e tencionou ir até ela, quando sentiu o toque do homem a agarrar a gola de seu casaco por trás das suas costas.

__ Sinto muito, mas você terá que devolver o que roubou. - Dione lhe dirigiu a palavra e a moça se encantou ainda mais com o timbre de sua voz.

Lisa olhou assustada para trás, vendo o homem que a segurava com força pela gola do casaco. Deu-lhe um sorriso que jamais se esqueceria, puxando de rompante as mãos de dentro das mangas conseguindo escapar de sua pegada simplesmente retirando o casaco que acabou ficando pendurado vazio nas mãos de Dione, que ficara abobalhado, a vendo escapar correndo e montando na garupa da moto, abraçando a cintura de Judite e saindo em disparada, sem deixar de olhar para trás fitando Dione até que sumisse na primeira esquina.

Os guardas e o dono da banca cessaram os passos, ao perceberem que agora o esforço seria em vão.

O velho olhou para Dione frustrado e ele apenas levantou e baixou os ombros com cara de bobo, levantando a blusa da garota em mãos num largo sorriso como se estivesse dizendo: Eu fiz o que pude... No fundo ficou feliz por ela ter conseguido escapar. E confessava para si mesmo que na verdade facilitou sua fuga.

O velho pediu desculpas aos guardas, por ter os feito perder o seu tempo, pois o roubo se tratava de uma mísera revista que não deveria valer o suor que gastaram correndo atrás da garota. Eles voltaram à banca e curioso, Dione o questionou:

__ Essa moça que lhe roubou você a conhece? - Dione interrogou, interessado.

__ Não muito, veio aqui algumas vezes. O que mais gosta de levar são artigos relacionados à investigação. Compra sempre esses cards do Sherlock Holmes... - O velho jogou alguns sobre o balcão e Dione os analisou.

__ Não sei o que deu nela de querer me furtar, ela nunca havia feito isso... - O velho deixou o ar escapar pesadamente.

Dione sorriu mais uma vez. A garota era esperta, tinha que admitir. Olhou o casaco em suas mãos e sentiu o perfume dela impresso nele. Pensou em levar ele consigo. Mas deixou na banca caso um dia ela voltasse para pegá-lo. Não sabia de imediato o porquê, mas alguma coisa por dentro lhe dizia que aquela não seria a última vez que se encontrariam. E já se sentia ansioso por um novo encontro...
















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