My Sunshine

By shenpaisan_

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Com o sonho de se tornar um militar dedicado ao seu país, Itachi Uchiha abandona toda sua vida na cidade de K... More

Prólogo.
Começando no Futuro
Conflito de emoções
De volta ao lar
Contemple seu ômega
Além do instinto
Ruptura

Retorne à superfície

761 98 89
By shenpaisan_

Meu Deus, que vergonha aparecer aqui agora kkkkkkkkk

Gente, mas aconteceu tanta coisa na minha vida nesses últimos meses desde a última atualização... Não sei nem por onde começar

Dou detalhes no final do capítulo, por enquanto apenas vou desejar uma ótima leitura pra vocês!!!

~°~

Konohamaru já deveria estar acostumado a presenciar cenas como a que estava vivenciando naquele momento, porém, seu coração se apertava a cada gemido que escutava sair da boca do ômega em seus braços. O sentimento de desespero aplacando todo o seu peito era o mesmo de momentos passados, onde se encontravam na mesma situação.

— K-kono-Ah… —  a voz dolorida de seu irmão lhe trouxe mais um aperto forte no lado esquerdo de seu peito. O alfa não podia mais controlar as suas lágrimas ao ver o estado em que o menor se encontrava —  D-dói.

O castanho havia conseguido alcançar seu irmão poucos minutos após correr na direção indicada por Kimimaro e assim que segurou os pulsos finos e foi alvo dos olhos brilhantes e safiras, Konohamaru pôde sentir seu coração rachar. Naruto estava completamente vermelho, seu rosto estava banhado por lágrimas cristalinas que eram a causa dos olhos do menor estarem inchados. O desespero era nítido no olhar de Naruto, ele se encontrava perdido e parecia não reconhecê-lo.

Sua preocupação aumentou quando o corpo pequeno de Naruto despencou, teve tempo apenas de apoiá-lo antes que a cabeça loira fosse de encontro ao asfalto duro e se machucasse ainda mais.

Naquele momento havia poucas pessoas perambulando por aí, porém, por ser um bairro nobre, o alfa se preocupou de ser reconhecido por algum dos colegas de seus pais ou até mesmo por pessoas desconhecidas. Não viviam sempre na mídia, mas ambas as famílias Namikaze e Uchiha eram famosas pela quantidade de empresários de sucesso que eram formados e sempre poderia ter algum paparazzi à espreita de um escândalo para bombardear a mídia.

Konohamaru suspirou e sentiu seus olhos marejarem ao ver a bagunça que o loiro se encontrava. Ajustou o menor em seus braços e com delicadeza, caminhou até onde sabia que um dos motoristas de seu tio ainda estava.

Agora, deitado na cama do irmão, abraçava o corpo pequeno e trêmulo com força enquanto tentava passar segurança através daquele contato tão necessitado por ambas as partes.

Havia encaminhado uma mensagem aos seus pais, avisando que não teria condições de retornar para a mansão Uchiha naquele momento. Não aguardou e nem verificou o celular em busca de respostas, apenas se agarrou ao irmão desde então, sem saber quanto tempo já havia se passado.

Não sabia o que falar naquele momento para ajudar, só podia rodear seu pequeno irmão com seus braços e expandir seu cheiro pelo quarto, mostrando proteção e segurança ao ômega que estava uma bagunça.

Naruto não sabia descrever o que realmente sentia naquele momento, a euforia que corria por suas veias não podia ser contida de maneira nenhuma. Ele podia sentir a presença de seu lobo novamente, não havia mais solidão dentro de sua cabeça e o sentimento amargo de estar perdido havia sumido. Seu ômega interior havia se feito presente novamente. Porém, o desespero de ouvir seus uivos de dor e tristeza lhe causavam dores em todas as partes de seu corpo.

Seu pequeno lobo chorava e clamava pela presença de seu companheiro.

Itachi.

A volta do lúpus havia sido o gatilho para o despertar de seu ômega, Naruto tinha certeza.

Um momento que deveria ser cheio de felicidade e comemoração trouxe uma calamidade irreparável.

Sua boca secou quando o loiro sentiu seu lobo se contorcer em agonia. A falta de ar o abateu com força, lhe fazendo se curvar para frente e agarrar com mais força a camisa do alfa que o amparava, não podia respirar, não conseguia sugar o ar.

Sua aflição aumentou.

Konohamaru olhou para o ômega em seus braços, assustado com o puxão em sua blusa e nada o havia preparado para o que viu a seguir.

Naruto estava em meio a um ataque de pânico.

— Ei, Naru. Olha para mim, por favor — o alfa se sentou na cama e puxou o corpo mole consigo, o sentindo tremer como se convulsionasse. O par de olhos safiras lhe encararam e o que viu assustou o adolescente. A face antes pálida do ômega estava levemente roxa, os lábios abertos não soltavam nenhum som ou ar. E os olhos… Os olhos de Naruto já não continham vida — Naruto, pelo amor de Deus, respira. Olha pra mim, olha pra mim, por favor. Escuta minha voz, Nii. Foca na minha voz.

Naruto ao ver o semblante assustado de seu irmão, se sentiu um monstro por ser o causador daquele olhar. Queria tocar o rosto do alfa que mesmo maduro, era jovem, e sorrir dizendo que tudo ficaria bem, ele era o mais velho ali, ele quem deveria cuidar do alfa. Mas sabia que não conseguiria, sentia que iria desmaiar e sua visão já começava a ficar turva pela falta de oxigênio.

Konohamaru passou a chorar alto quando viu seu irmão beirando a inconsciência, nenhuma das crises que presenciou era como aquela. Ele não sabia o que fazer, ele não tinha o que fazer. 

O alfa era apenas um adolescente afinal.

Quando Naruto já havia desistido de buscar o oxigênio e Konohamaru parecia perto de colapsar junto com o menor, a porta foi aberta com violência dando entrada para dois alfas lúpus que carregavam um semblante real de puro medo.

Meu Deus.

Menma paralisou no lugar ao presenciar a cena que ficaria para sempre em sua memória e seria relembrada em seus piores pesadelos, seus irmãos… Seus pequenos irmãozinhos.

Minato não se permitiu parar, não havia tempo. Os feromônios fortes de dominação de um alfa lúpus adulto tomou todo o cômodo, fazendo as proles reagirem ao cheiro do pai.

O mais velho seguiu até a cama onde suas duas crianças completamente aterrorizadas estavam e tomou o menor dos braços do castanho, que nem resistiu, não tinha forças para isso. Ao posicionar o corpo mole corretamente na cama, o patriarca Namikaze se inclinou sobre o ômega e agarrou seu queixo com firmeza enquanto o encarava sem vacilar.

— Ômega, respire — a voz de comando do alfa fez Naruto abrir os olhos e o encarar, seu rosto agora se encontrava completamente roxo. Um engasgo subiu pela sua garganta quando uma lufada de ar finalmente havia entrado em seus pulmões, lhe trazendo para a realidade.

O ômega sentiu mais lágrimas brotarem em seus olhos ao ver o rosto maduro de seu pai, seu protetor. Os olhos azuis de Minato se encontravam completamente pretos e seu semblante rígido, mas Naruto podia ver, podia encontrar naquelas duas ônix a preocupação, o medo e o amor que tanto necessitava naquele momento.

Seu lobo soltou mais uma lamúria, porém, dessa vez de agradecimento. Seu pai estava ali para o proteger.

— Venha, meu filhote — o ômega levantou os braços para o mais velho e foi pego com cuidado, sentindo os feromônios de proteção o rodear, juntamente com os braços de seu pai.

Minato se sentou na cama com o pequeno e trêmulo bolinho em seus braços e suspirou calmo ao vê-lo fechar os olhos e se encolher em seu colo, confiando em sua proteção. O lúpus beijou a testa suada de seu filho e cheirou os cabelos loiros, uma característica física sua que seus gêmeos haviam herdado, para orgulho do alfa.

— P-papai…

O patriarca abriu os olhos ao ouvir o chamado e sentiu uma nova onda de preocupação o abater ao olhar para seu caçula, ainda inconsolável e fragilizado.

O rosto choroso foi acariciado pela mão livre do alfa que sentiu o coração apertar ao ver seu outro filhote daquela maneira. Se sentia um alfa impotente e fraco ao ver suas crias assim. Minato puxou Konohamaru para seu outro lado e também o apertou em seus braços, beijando os cabelos castanhos do adolescente enquanto seus feromônios também o rodeavam.

Menma ainda estava parado na porta apenas admirando a cena de seu pai com seus irmãos quando sentiu uma mão pequena tocar seu ombro direito.

— Mãe.

Kushina sorriu pequeno para seu primogênito, seus olhos cinzentos estavam molhados ao ver a cena que se desenrolava. A ômega suspirou em alívio quando sentiu a presença forte de seu alfa lhe dizendo que estava ali por ela. 

Por ela e por seus filhotes.

Após a conversa com Itachi na mansão Uchiha, o casal Namikaze juntamente com o filho mais velho correram para sua própria residência, preocupados com suas crianças. Se despediram do casal de amigos e de Sasuke rapidamente para seguir em busca de Konohamaru e Naruto.

Itachi não estava mais na sala após a conversa, havia sumido pela casa.

Fugaku nem pensou em segui-los visto que havia uma grande bagunça em seu primogênito que ele precisava ajudar a reparar.

Sasuke havia ficado com a mãe, sabendo que a ômega estaria tão abalada e preocupada quanto os demais.

Todos estavam com os sentimentos à flor da pele.

Kushina acordou de seus pensamentos quando sentiu um beijo em sua cabeça e levantou o olhar para o lúpus ao seu lado. Sua primeira criança agora era maior que si, mas nunca deixaria de ser seu bebê. 

A mulher ergueu os pés e viu o filho abaixar a cabeça para que a mulher pudesse depositar um selar carinhoso em sua testa.

— Eu te amo, filho — a mulher sentiu os braços de seu primogênito lhe rodearem com proteção ao ouvir a declaração e esse foi o estopim para que seu choro se fizesse presente no quarto, junto aos soluços e lamúrias de Naruto e aos ruídos lamentosos de Konohamaru.

O lobo de Minato uivou, sentindo-se imprestável e sem valor ao ver a situação que sua família estava. Mas não era hora de lamentar a sua incompetência, precisava cuidar da sua família em primeiro lugar.

Menma parecia saber o que o pai pensava naquele momento e enquanto abraçava a mãe com carinho e proteção em seus braços, olhou para o pai e aguardou que o par de olhos ainda pretos fossem pousados nos seus. Quando aconteceu, Menma o olhou profundamente, como se lesse Minato por completo e acenou com a cabeça, esperando se fazer entender.

Não deixaria seu pai carregar aquele fardo, não era justo. Seu pai era o melhor.

O mais preocupado e protetor.

Não era justo com ele mesmo.

Sua família contava com ele e acreditava que ele poderia curar suas dores.

Minato Namikaze era o melhor pai e alfa que já existiu e sua família inteira o amava e o admirava.

O patriarca pareceu entender a mensagem que sua criança mais velha lhe passava e seu coração se aqueceu. 

Sua família confiava em si para cuidar e amar.

— Vou levá-la para a cama — o primogênito dos Namikazes se pronunciou em voz alta pela primeira vez. Sua voz rouca saiu tão baixa que só pode ser escutada pela ômega em seus braços devido a proximidade de seus corpos abraçados, mas seu pai havia captado sua frase devido a sua audição aguçada. Recebeu um aceno do mais velho e se retirou do cômodo, levando delicadamente a mãe para o quarto principal da mansão Namikaze.

Minato suspirou e olhou para seus filhotes, cada um em um de seus braços fortes. Protegidos. Como sempre deveriam estar.

Naruto ressonava baixinho, a segurança que sentia com o pai permitia que seu lobo se acalmasse e adormecesse tranquilamente, sem dores em seu corpo ou pesadelos.

Konohamaru levantou o rosto lentamente se afastando do pai ao ver que ele também queria levantar, iria para seu quarto se deitar em sua cama e se martirizar o restante da noite, mas seu irmão mais velho apareceu no quarto novamente e caminhou até si, lhe chamando a atenção. Viu quando o maior parou em sua frente e sorriu para seu pai ao receber uma concordância com a cabeça do mesmo.

— O-O que pensa que está fazendo, Aniki? — o caçula da família questionou quando foi erguido nos braços de Menma e forçado a rodear a cintura do maior com as pernas. Seu rosto corou com o sentimento bom que surgiu em seu peito ao ver o gesto carinhoso do irmão — Menma, eu não sou um bebê.

— Fale baixo, pirralho — Menma o repreendeu e indicou o ômega adormecido nos braços do pai com a cabeça.

Konohamaru estava envergonhado, mas não fazia esforço para descer dos braços do irmão. Precisava de carinho, se sentia pequeno e invisível por não ter conseguido ajudar o irmão ômega.

Konohamaru era um alfa, não havia dúvidas. Um alfa lúpus de uma presença marcante.

Mas ali nos braços do irmão mais velho, Konohamaru se permitia ser o adolescente fragilizado e sensível que era.

Mesmo tendo uma estatura alta e já possuir músculos em todo seu corpo, Konohamaru nem se comparava com Menma, então foi fácil para o mais velho o ajustar em seu colo e o levar ao quarto dos pais, onde sua mãe os aguardava. Konohamaru desistiu de reclamar e apenas abraçou os ombros do irmão enquanto afundava o rosto em seu pescoço, perdendo o sorriso que nasceu nos lábios do lúpus loiro com o ato do irmão.

Minato sorriu ao ver a imagem dos filhos alfas desaparecer pela porta do quarto.

Ele tinha tanto orgulho de suas crianças.

Seus olhos já azulados e cobertos de calmaria pousaram no filho em seus braços que dormia agarrado a si, apertando sua blusa mesmo que inconscientemente ao menor movimento do pai, com medo dele se afastar.

Minato deixou selares suaves por todo o rostinho redondo do pequeno em seus braços e acariciou a cabeça loira com carinho. Seus olhos atentos estavam cheios de lágrimas ao lembrar do estado que o menor se encontrava há poucos minutos.

Pelos deuses!!!

Ele também podia sentir novamente o lobo do seu filho, agora em estado adormecido, mas não mais recluso como se estivesse morto. 

Era um alívio para o maior.

Esperava que a dor de seu filho passasse rapidamente, assim como a de seu sobrinho. Torcia para que eles se permitissem estar próximos, ou iriam sofrer muito mais.

Quando Minato adentrou o quarto que dividia com a esposa, apenas suspirou com o cheiro forte de sua família reunida que pairava pelo ar. 

Kushina tinha Konohamaru em seus braços, os dois completamente adormecidos no centro da cama tamanho família, tão entregues ao sono que nem mesmo  notaram as duas novas presenças no quarto. Menma se encontrava na ponta da cama e abraçava a mãe e o irmão de forma protetora, estava acordado e acompanhou os passos de seu progenitor desde o início, vendo ele se aproximar do outro lado da enorme cama que ocupava o centro do quarto.

Minato não teve dificuldade alguma em se deitar, mesmo com as garras de seu filho ômega ainda presas em suas roupas. O maior ocupou a outra ponta da cama e abraçou Naruto firmemente quando este se ajeitou em seu peito, ronronando inconscientemente.

Minato sentiu seu coração derreter.

Menma sorriu em sua direção, estando na outra ponta da cama os dois lúpus mantinham o restante da família no meio os guardando de forma protetora e cheia de amor.

Ali, o patriarca Namikaze sentiu seu lobo ronronar em felicidade por ter sua família inteira em seus braços.

Em seu ninho.

~°~

Hinata realmente não estava com cabeça para aquela situação.

— Eu ainda não entendo como Neji pode se dar tão bem com ele, filha — a voz irritada da ômega mais velha tomava os ouvidos da alfa lúpus que apenas suspirava, tentando conter a irritação — Ele sabe o quanto aquele maldito ômega macho me machucou ao seduzir o seu pai… Eu realmente não entendo como seu irmão ainda pode conviver com aquele desgraçado.

Hiyumi Hyuuga era uma ômega linda, seus cabelos de um tom negro azulado escorriam até o meio de suas costas, havia alguns fios brancos entre eles, mas nada que lhe tirasse toda sua beleza.

Apesar de bela, a ômega vivia uma vida amarga e infeliz. Seu marido a havia deixado há dezoito anos, pois garantiu ter encontrado sua alma gêmea e não poderia mais viver uma vida de mentira com a mulher. Uma grande besteira na visão da ômega, o casal já tinham dois lindos filhos e viviam bem e estável, era injusto que Hiashi a largasse naquele momento.

Hinata não podia negar que também tinha ressentimentos de seu pai, era muito novinha quando foi abandonada na casa com a mãe e o irmão mais velho, enquanto o pai foi viver a vida feliz com outra pessoa.

Claro que sua constatação poderia até se tornar exagero, visto que o pai sempre aparecia na casa da ex-esposa para ver os filhos e os buscava aos finais de semana para realizarem passeios e pequenas viagens.

Sempre sendo um pai presente.

Mas para Hiyumi não era o suficiente que Hiashi fosse apenas presente na vida de seus filhos, ela queria o alfa novamente em sua vida.

Hiyumi sempre foi uma ômega gananciosa, a criação rígida e humilde de seus pais a fez buscar riquezas em sua vida adulta. Quando conheceu o herdeiro de uma das maiores empresas de advogados do país e se viu sendo alvo de interesse do maior, não pôde deixar passar a oportunidade de tê-lo.

Hiashi buscava apenas uma noite de diversão e havia deixado isso claro para a mulher que garantiu compartilhar o mesmo interesse, porém, a ômega engravidou.

Não sabia como uma das camisinhas havia estourado já que a ômega havia comprado novas em uma pequena loja de conveniência que haviam parado rapidamente antes de seguirem para sua cobertura. O próprio Hiashi havia dado o dinheiro e insistido em uma marca que sempre usava e se sentia seguro.

Além disso, quando o lúpus se mostrou assustado com a possibilidade de fecundação, Hiyumi lhe garantiu tomar regularmente anticoncepcionais, pois também não queria uma gravidez indesejada sendo tão nova. Hiashi ainda deu o dinheiro para que a ômega comprasse a pílula do dia seguinte e se sentiu aliviado quando a mulher aceitou o dinheiro e não insistiu em nada que o contrariasse. Foi satisfatório para o alfa lúpus ver a ômega se levantar na manhã seguinte e sair de sua cobertura sem exigir nada, nem mesmo seu telefone como muito acontecia.

Ela também buscava diversão para apenas uma noite, afinal.

A surpresa lhe abateu dez meses depois, quando recebeu em seu escritório uma intimação para um teste de paternidade para uma criança que nunca esteve em seus planos, uma criança que nunca imaginava que poderia existir.

Quando Hiashi chegou a clínica e viu o filhote nos braços finos da ômega que havia estado em sua cama há muito tempo, o alfa lúpus quase pediu para que toda aquela palhaçada fosse cancelada. Não precisava de teste algum, já que os olhos perolados do pequeno pacotinho já entregava tudo.

Era seu filho ali.

Um filho que ele nem sabia que estava presente no mundo, parecia próximo de completar um mês de existência.

Naquele momento Hiashi só podia agradecer por não ter perdido muito da vida daquele pequeno. E também garantiu internamente que aquela criança teria tudo, do bom e do melhor.

Não lhe faltaria nada.

— Você vai pra lá amanhã?

A pergunta da mãe tirou Hinata de seus pensamentos.

A alfa lúpus morava junto com a mãe, não teve coragem de abandoná-la como o irmão havia feito. Mesmo que em vários momentos ela apenas quisesse estar em paz, longe de todas as reclamações e xingamentos que a mãe fazia a todo tempo.

O tempo todo.

— Vou. A Hima está fazendo sete meses no domingo, quero levar um presente para ela e passar o final de semana por lá.

— Coitada da minha neta, não tem uma mãe e longe da única ômega que poderia lhe acolher — Hiyumi balançou a cabeça negativamente tendo certeza do que estava dizendo — Neji devia deixá-la comigo, eu criei vocês dois, a criança seria bem cuidada de verdade comigo.

— Ela já é muito bem cuidada, mãe — Hinata massageou a testa, sentindo uma leve dor de cabeça. Todo dia a mesma coisa.

— Como se aquele ômega soubesse cuidar de alguém — um rosnado deixou a garganta da mais velha.

— Você se esquece que ele também tem uma filha — Hinata não podia terminar a refeição, havia perdido o apetite. Se levantou sem querer ver o olhar raivoso que sua mãe lhe lançava e seguiu em direção aos corredores da enorme casa que vivia com a mais velha, buscando seu quarto.

Mesmo após a separação, seu pai não havia deixado sua mãe desamparada, lhe ofereceu uma de suas propriedades do centro da cidade, em um condomínio nobre e luxuoso. Além disso, Hiashi arcava com todas as despesas da casa, desde concertos, mudanças de móveis que sua mãe queria ao abastecimento de todos os alimentos. Também havia deixado dois carros para a ex esposa e mensalmente depositava uma mesada gorda em sua conta.

Para muitos, Hiashi era um bom homem, pois mesmo separado e com uma nova família, ele nunca deixava a mulher que um dia foi sua ômega desamparada.

Para Hinata, ele não fazia mais do que sua obrigação.

Havia largado sua mãe com os dois filhotes por um ômega macho usando a desculpa de alma gêmea. Hinata não entendia e não aceitava. Odiava o atual ômega do seu pai e não fazia questão de esconder isso. Sua mãe estava certa, a culpa era dele.

Ômegas machos só causavam destruição.

~°~

Não foi difícil para Fugaku encontrar seu filho mais velho.

Havia deixado sua esposa na sala, juntamente com o caçula que a acalentava e saiu em busca de Itachi, rumando sem hesitar para a área externa da casa onde há muitos anos tem sido o local de festas e comemorações para sua família, o lugar onde suas crianças corriam e escorregavam, motivo de sempre estarem com machucados nos joelhos e nas mãos, fato que lhe obrigava a beijar seus machucados um por um, pois os filhotes acreditavam que a cura seria mais rápida após o gesto.

Para Itachi, aquele lugar também trazia muitas recordações de sua infância. De tempos em que ele era feliz com sua família, com seu ômega.

Ao mesmo tempo que um forte sentimento de alegria o possuía por lembrar de cenas incríveis que viveu ali, o sentimento de tristeza também o tomava.

Tempos que não voltariam mais.

— A primeira vez que você escorregou nesse gramado você tinha apenas um aninho de vida. Eu vacilei e deixei a porta aberta enquanto saia e você me seguiu, dando seus passinhos apertados e desengonçados.

Quando Itachi virou a cabeça para olhar o rosto do homem ao seu lado, pôde ver um sorriso pequeno sendo mantido nos lábios do mais velho enquanto seus olhos brilhavam ao falar com ternura de uma memória distante.

— Só notei que você estava atrás de mim quando já estava chorando e com um enorme galo na testa — Fugaku riu levemente enquanto contava a memória de muitos anos atrás — Sua mãe ficou bastante irritada comigo por deixá-lo se machucar pela primeira vez e por muito pouco eu não comecei a chorar junto com você ao me sentir culpado. Éramos muito protetores com vocês.

— Ainda são.

O patriarca Uchiha enfim olhou para o filho ao ouvir sua voz, seu peito apertou quando encontrou os olhos de sua cria.

Estavam molhados e brilhavam, mas ainda assim, estavam tão sem vida.

— Quando Sasuke nasceu, você passou a segui-lo por todo esse espaço, não deixando que ele escorregasse uma única vez. A mesma coisa acontecia com Menma e Naruto, nunca se machucaram nesse lugar, graças à você.

Itachi desviou o olhar do pai ao ouvir o nome do ômega, sentindo uma dor em seu peito.

— Você os protege mais que nós, os próprios pais.

— Eu também o machuco, mais que qualquer outro.

O patriarca notou a falta do plural na frase e entendeu que não estavam mais falando de todos e sim de um em específico. Um suspiro cansado e cheio de tristeza deixou seus lábios ao ver como o filhote se encontrava.

Estava perdido.

— Não fale assim, criança.

— Vocês deveriam ter me falado antes — a voz do alfa mais novo embargou quando o choro antes segurado foi finalmente liberto — Eu causei tanta dor a ele, eu não notei isso. Ele estava afundando junto com o lobo dele. Meu ômega est-...

Itachi mordeu o lábio inferior com força tentando se impedir de continuar a frase ao perceber que havia falado em voz alta. Ele não merecia chamar o pequeno ômega de seu, Naruto também não merecia tão pouca coisa.

— Eu quase o marquei — Fugaku que apenas ouvia as lamentações do filhote com um olhar cabisbaixo levantou a cabeça rapidamente e lhe encarou surpreso — Pai, eu quase o marquei. Quando eu o tive em meus braços horas atrás, meu corpo inteiro entrou em combustão, eu só podia ouvir os uivos de meu lobo interior querendo possuir o controle do meu corpo e tomar aquele ômega para nós.

— Você não toma o que já é seu, assim como você é dele.

— Não é certo, não é justo com ele. Ele não merece isso, não podemos ficar juntos — o mais novo olhou novamente para o pai, seu olhar transmitia desespero e agonia — Eu o causei tanta dor, pai. Eu nem mesmo sentia isso, meu lobo uivava de desespero todas as noites, mas eu o segurava, era doloroso, mas eu podia aguentar, pensava que era apenas eu a sofrer aquilo. Tudo isso porque eu estava obcecado com uma profissão idiota, pensando apenas em mim, em ser alguém.

— Você queria ser forte, Itachi. Para proteger sua família, não há nada de mau nisso.

— Mas eu não o protegi — a resposta veio em um grito. Calando o mais velho de uma vez — Ele tem ataques de pânico frequentes, está tentando controlar uma depressão há anos e seu lobo esteve recluso durante todo esse tempo. É culpa minha, tudo culpa minha — Itachi levou as mãos aos cabelos e começou a puxar com força, se castigando pelo o que havia feito sem saber.

— Itachi, me escuta — Fugaku puxou as mãos do filho que estavam presas nos fios negros e longos e precisou usar a força para conseguir libertar as garras do local. Quando conseguiu, viu vários fios negros presos nas mãos de Itachi, prova da força que o mais novo usava naquele ato.

— P-pai…

— A ligação entre você e Naruto é muito forte, meu filho. Ela existe desde o nascimento dele e você sabe disso. Você se sentia diferente e agia diferente com ele, era um contraste muito grande comparar o tratamento que você dava ao Menma e ao Sasuke para o tratamento que você dava para Naruto, não tinha ninguém que não notasse. Seus lobos se conectaram desde a infância de vocês, Itachi. Eles escolheram um ao outro e não há médico algum no mundo que possa mudar isso ou fazer parar. Vocês são prometidos.

— Eu não mereço ele.

— Você foi realmente um idiota ao se afastar do companheiro na adolescência dele, antes do primeiro cio e despertar real do lobo interior. Esse foi um dos gatilhos fortes para que o Naruto sofra o que sofre hoje. Mas a culpa não foi somente sua, minha criança.

O mais velho levou as mãos a nuca do filho e o puxou para si, o abraçando.

— Eu já havia notado todos os sinais, desde a infância de vocês e mesmo assim permiti que você fosse para longe de Naruto. Eu não o aconselhei e deixei que os dois sofressem desnecessariamente.

— Não, pai. Você não tem cul-...

— Ouça, sua mãe é minha alma gêmea, é tudo para mim e eu a amo com todas as minhas forças — o maior confessou sem um pingo de dúvida em sua voz — Mas a encontrei muito mais velho que você, meu filho, e mesmo assim consegui viver muito bem até encontrá-la, conheci outras pessoas e pude experimentar o mundo. Claro que a felicidade que Mikoto me proporcionou desde a chegada dela em minha vida é muito maior e melhor, mas ainda assim, tanto eu quanto ela pudemos ver e conhecer o mundo para depois concluir que a real felicidade e o amor verdadeiro só poderia existir quando nossos mundos fossem apenas um.

A voz de Fugaku não vacilava e havia um sorriso em seus lábios ao soltar tão facilmente palavras doces como aquelas. Sua mão que estava na nuca de Itachi passou a massagear os fios negros que havia ali, enquanto seu outro braço rodeava os ombros largos do filho, o acalentando em seu abraço.

— Eu pensei que poderia ser da mesma forma com vocês, que não havia problema em se manterem distantes por uns anos, mesmo que uma hora ou outra o destino obrigasse seus caminhos a se cruzarem novamente — havia culpa na voz do mais velho que sofria junto a sua prole — Eu não fazia idéia que, como vocês já haviam se encontrado, a separação seria diferente do desconhecido, seria mais dolorosa e atingiria principalmente a parte mais frágil de vocês.

— Eu deveria ter escutado meu lobo.

— Sim, você deveria. Assim como Mikoto e eu deveríamos ter conversado antes sobre vocês com seus tios. Assim como Menma e Sasuke deveriam ter intervindo e insistido quando quiseram buscar por você e Naruto não permitiu, com medo de atrapalhar o seu sonho.

Itachi se separou lentamente de seu pai e encarou de forma intensa as duas pedras ônix iguais às suas. Seus olhos adquiriram um brilho de surpresa com a última declaração de seu progenitor.

— Todos nós tivemos uma parcela de culpa em toda essa situação, filhote. Pois por mais que os dois sejam companheiros, nós somos a família de vocês e permitimos que o sofrimento fosse presente em suas existências — a mão calejada do mais velho acariciou o rosto jovem e tão igual ao seu com amor, seu filho lhe encarava com atenção. Agora ele estava tão mais alto que si mesmo, havia se tornado um homem lindo e incrível — Infelizmente não podemos mudar o passado, Itachi. Mas podemos escolher fazer o certo daqui pra frente.

— Não deveríamos ficar juntos, pai.

— É? E quem decidiu isso?

— Isso é o certo a se fazer — os olhos negros de Itachi se desviaram do pai ao ver o olhar julgador que o mesmo lhe lançava.

— Bom, há um jeito de quebrar a ligação de lobos.

De todas as frases que o atual capitão da polícia esperava ouvir do maior, aquela realmente o surpreendeu e lhe trouxe um aperto no peito.

— Como? — foi apenas um sussurro temeroso, mas Fugaku foi capaz de ouvir.

— Não é óbvio? Convença seus lobos — havia diversão e um leve tom de desafio nos olhos de Fugaku e Itachi fechou a cara ao ver aquela expressão, causando um sorriso no mais velho — eu disse pra você que não há medicina que desfaça uma ligação, meu filho. Os dois lobos estão ligados há anos e decididos a ficarem juntos, são eles quem devem ser convencidos a mudarem de ideia.

— E como eu faço isso?

— Como eu vou saber? Nunca fui contra o meu lobo, criança — Itachi segurou um rosnado na garganta ao perceber o completo deboche na fala do pai — Somos lupinos, filhote. Os lobos decidem e nós obedecemos, é o nosso instinto — O patriarca Uchiha passou a caminhar para dentro da residência novamente e ao notar que ainda não era seguido, olhou para trás e se viu sendo alvo dos olhos de seu primogênito — Boa sorte com isso!

Itachi acompanhou o pai andar para dentro da casa enquanto o mais velho mantinha um sorriso cansado no rosto e suspirou enquanto fechava os olhos. 

Não existe essa possibilidade!!!

O rosnado de seu lobo ecoando em sua mente foi o suficiente para Itachi entender que não havia outro caminho a ser seguido. Não importava o que escolhesse, Naruto sempre seria sua linha de chegada.

E um sorriso pequeno e dolorido brotou em seus lábios.

~°~

Aí meu Deus como eu estava ansiosa para postar isso aqui!!!

Eu falei que minha vida tinha mudado pra caramba nos últimos meses e não foi brincadeira... Graças à essa fanfic, conheci minha linda beta que hoje é minha namorida!!!

Poisé, galera, casei kkkkkk

Jessie ia ser apenas uma beta, veio pra SP apenas pra me conhecer e terminar The Untamed comigo... Ontem fez cinco meses que moramos juntinhas e que ela me faz muito feliz, sapatão é emocionada? Sim!!! Mas não me arrependo de nada!!!

O capítulo foi betado por ela, do meu lado me perguntando algumas coisas e devo confessar que estou tentada a procurar outra pessoa para betar meus capítulos, imagina escrever um lemon e essa mulher ler do meu lado?

Ela insistiu em revisar o capítulo amanhã mais uma vez, mas eu sou ansiosa então já postei, se tiver algum errinho bobo, ignorem e sigam a vida, por favor

Mas enfim, é isso, até a próxima, pessoal!


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