my darkness

由 fominha33

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Nem sempre os planos dão certo. E dessa vez, foi a vez de Dumbledore se assustar com o quão errado seus plano... 更多

prólogo
capítulo 1
capítulo 2
capítulo 3
capítulo 4
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8
capítulo 9
capítulo 10
capítulo 11
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
Especial...
capítulo 19
capítulo 20
capítulo 21, extra...
capítulo 22... extra 2.0
capítulo 23... extra 3.0
capítulo 24... extra 4.0
capítulo 25
capítulo 26
capítulo 27
capítulo 28
capítulo 29
capítulo 30
capítulo 31
capítulo 32
capítulo 33
capítulo 34
epílogo

capítulo 12

861 99 9
由 fominha33

Desistência...
__________________________

¹⁴ de Dezembro, 1996...
—————·· sábado a tarde...

Na parte da tarde, Harry acabou cochilando após terminar de ler o livro sobre as horcrux. Ele estava um pouco cansado e aquele seria sua última semana até o recesso de Natal, onde finalmente poderia ver seu pai.

A cada dia que passava sua ansiedade aumentava e ele se condenava mais um pouco por não ter conseguido trazer Ridlle de volta, era simplemente estranho e absurdo que isso estivesse acontecendo. Por mais que "ressuscitar" alguém seja algo considerado impossível, ele sabe que tinha chance, sabe que poderia fazer isso. Era isso ou nada.

Mas agora, a aquele ponto realmente estava parecendo impossível, as poucas formas que achou foram inúteis e eram exaustivas, e ao voltar para Londres apenas conseguiu se sentir frustado por estar tão perto mas tão longe de Tom.

Ter sonhos com ele não era suficiente, falar com ele por meio do diário não era bom o suficiente. Ele precisava senti-lo de verdade, o abraçar de uma forma que não parece falso ou irreal, fala com ele cara a cara, queria poder estar com ele...

Enquanto divaga em sua cama uma batida na porta foi ouvida e uma voz grave soou abafada pela madeira.

- Oi, Harry? Vim para estudar, se lembra? - Droga, Harry tinha esquecido que marcou com Cedric de estudar poções.

Com um suspiro sentindo-se sonolento ele se levantou e seguiu até a porta a abrindo com um bocejo. Ele sabia que provavelmente estaria com os olhos levemente inchados e com suas bochechas infladas por ter dormido.

- Eu te acordei? - Questionou o loiro parecendo divertido com sua imagem ao que Harry saiu para fora tampando a imagem de seu dormitório fechando a porta.

- Não se preocupe, eu acordei a alguns minutos. Só estava deitado sem fazer nada. - Sorriu.

Os dois seguiram até a saída da comunal da lufa lufa e seguiram até a sala de aulas de poções, onde poderiam estudar sem serem interrompidos.

- Eu passei na sala do professor Slughorn e ele deixou que ficassemos na sala de aula, disse que se fosse para estudar não teria qualquer problema. -

- Como se fossemos fazer outra coisa. - Zomba ouvindo a risada do garoto ao seu lado em resposta.

Os dois chegaram na sala alguns minutos depois e logo partiram para um dos caldeirões mais afastados junto com seus livros.

Harry adorava explicar sobre a matéria e notou que o loiro ao seu lado parecia entender muito bem tudo que lhe era falado, o moreno primeiro dizia os componentes da poção e suas ações, depois falava o passo a passo de como é feita para depois perguntar ao lufano sobre isso. Pode parecer chato de primeira mas eles faziam de uma forma que estava sendo divertido e progressivo.

- Como você soube que era gay? - A frase foi solta repentinamente e Potter vira seu rosto até os olhos azuis de Cedric com curiosidade pela pergunta.

- Não sei dizer, em algum momento eu entendi que não me sentia atraído por garotas e percebi que gostava de garotos. Pra falar a verdade eu tive um pequeno gay panic com um professor no meu quarto ano e me questionei, então eu fiz o teste. - Disse risonho mexendo no caldeirão, agora eles estavam na parte teórica fazendo uma poção simples de sono.

- Você testou com o professor?! -

- Claro que não! Eu chamei um garoto da minha turma para sair. - Responde olhando incrédulo para o Diggory, onde já se viu? Harry não ficaria com um professor de sua própria escola.

- Deduzi errado desculpe. - O loiro soltou uma risada envergonhada e se virou até a poção que borbulhava em um tom vermelho.

- Não se preocupe com isso. -

- Você... Você já se apaixonou alguma vez? - Por alguns segundos Harry teve a sensação de um déjà vu e se lembrou de quando fez a mesma pergunta a Tom.

Bom, ele não saberia como responder essa pergunta já que nunca teve o saber de como é sentir esse sentimento, talvez gostar mas não paixão.

- Nunca. Você já? -

- Não sei... Tem uma garota que eu gosto, mas não sei dizer se é paixão. - Harry abriu um sorriso amigável e passou sua concha até o garoto para que ele assumisse sua posição ao partir até alguns ingredientes e os cortar em uma tábua própria para isso.

- Pode descrever como se sente perto dela? Talvez isso lhe ajude. - A opção oferecida pareceu ser do agrado e logo o loiro começou a falar com uma voz um pouco distraída ao mexer de um lado ao outro a concha, quase como se estivesse se escondendo de seus próprios sentimentos na ação.

- Eu sempre amei falar com ela, de alguma forma me sinto confortável para dizer tudo e qualquer coisa que eu esteja pensando. Ela é inteligente e pode me ouvir falar por horas seguintes sobre algo idiota apenas por querer me ouvir... Aumejo por vê-la todo dia e quando Finalmente consigo estar ao seu lado, apenas penso que estou com quem eu quero estar, que ela é meu porto seguro. - Harry sabia que aquilo era profundo.

Sentimentos são profundos e confusos.

O garoto tinha uma fala tão apaixonada e nostálgica ao falar da mulher amada que o moreno quase se sentiu um intruso naquela sala por presenciar algo tão lindo.

Era bom de se ouvir, saber que alguém realmente tinha uma pessoa a recorrer e que podia falar tão a
vontade. Ele sentiu que o amor era o sentimento mais real que um ser pode sentir, que a sensação de segurança e cuidado eram uma dádiva.

Uma dádiva que tanto podia curar como machucar, que poderia deixar você vivo mas também morto por dentro. Eram tantas coisas que se pode sentir apenas por causa de um sentimento que muitos ignoravam essa sensação ou nem a percebiam. Mesmo que as vezes pudesse ser óbvio.

- Cedric, com toda certeza do mundo, posso dizer que você ama ela. - Afirma alegre.

- Amar? - Ele parecia assustado com a fala de Harry, era fofo de se ver.

- Sim, amar. O amor é muito mais complexo que imagina e isso é o que você sente, a forma como se refere a ela, é uma paixão linda e forte. Não sei se possuem algo ainda, mas eu quero te dizer para tentar, e não desistir disso. - Ele termina com um sentimento quentinho que sempre sentia quando estava feliz ao estremo, aqueles momentos onde poderia muito bem perder as bochechas do tanto que sorria.

- Obrigado Harry, isso na verdade foi de muita ajuda para mim. -

O pequeno Potter sorriu e deu um leve empurrão no garoto com o quadril ao dizer:

- Não há de quê senhor Diggory. -

- Pra alguém que se diz não estar apaixonado e que nunca se apaixonou, parece saber bastante sobre o asunto. - A frase foi solta sobe o ar e Harry franziu o cenho ao o olhar por alguns segundos.

- O que quer dizer? -

- Bom... Normalmente ao se falar sobre esse sentimento com tanta convicção, a pessoa já o sentiu, eu acho. -

- Treinador não joga. - Soltou uma risada envergonhada ao voltar sua atenção até a raiz que cortava.

- Mas treinador já jogou alguma vez. - A fala, por mais genuina que tenha sido solta, fez com que Harry se assustasse e cortasse seu dedo sem querer.

Ele ficou estático por alguns segundos olhando para o próprio dedo, vendo o sangue começar a sair pela carne inundando a tábua e sujando o que estava cortando antes.

- Harry! - Ele sentiu uma mão segurar seu pulso tirando-o de perto do objeto que anteriormente tinha o cortado e o puxando até uma cadeira.

Sangue pingava em sua roupa e no chão deixando-o enjoado a princípio, não se importava em ver o sangue alheio, mas o próprio sangue o deixava agoniado.

Ele sabia dos inúmeros rituais que tinha feito, sabia que eles necessitavam de seu sangue. Mas isso era completamente diferente.

Existe uma diferença entre cortar seu pulso magicamente para não sentir dor e se cortar com uma faca sem querer.

Tinha diferente.

Uma enorme diferença.

- Meu Merlin você tá perdendo muito sangue. - Cedric parecia seriamente assustado ao olhar para sua ferida, estava pálido.

- Tudo bem, isso acontece. - Fala ao sentir sua voz aparecer e suas cordas vocais agirem para que algo fosse dito.

Ele viu Cedric rasgar uma parte da própria camisa branca e a circular por seu dedo com cuidado, em segundos o pano se tornou vermelho escarlate, mas isso ajudou para que o líquido vermelho não pingasse mais em si.

- Tira o caldeirão do fogo. - Diz para o loiro que logo fez o que lhe foi mandando.

- Vamos a enfermaria, Madame Pomfrey irá cuidar do seu machucado. - Ele assentiu e se deixou ser guiado até o local onde todos que se machucavam ou ficavam doentes em hogwarts iam.

¹⁶ de dezembro,1996...
———————— Segunda a noite...

Harry estava aéreo.

Dês de que teve sua conversa com Cedric na sala de poções se encontrava assim.

Aéreo e pensativo.

Seus olhos se fixavam na pequena cicatriz em seu dedo e ficava apenas ali, olhando e pensando.

Paixão...

Era uma palavra tão forte.

Tão distante e diferente, algo que nunca esteve em seu vocabulário para se referir a ele mesmo. Sempre os outro, nunca ele.

Isso era o que ele pensava.

Talvez estivesse ficando louco.

Talvez finalmente todas aquelas ondas de perda de sangue e rituais tenham o deixado louco.

Ou talvez o fato de ser um obscurus finalmente tenha surgido algum efeito sobre si.

Você parece uma garotinha assustada. Hades zoa, fazendo Harry bufar.

Ele novamente estava divagando, mas agora deitado em sua cama.

Eu não sou uma garotinha assustada. Retruca ao revirar seus olhos, se movendo novamente sobre a cama.

Mas parece, não consegue nem assumir seus próprios sentimentos.

Esses sentimentos não são reais!

Continue dizendo isso a si mesmo, o tombo vai ser maior depois.

Você parece aqueles diabinhos dos contos bíblicos que falam as coisas erradas para se fazer. Bufou novamente.

No caso eu sou seu obscurus, por desencargo de consciência você infelizmente tera que me ouvir pelo resto da vida, estou na sua mente e eu sempre vou saber o que pensa e sente.

Ele odiava aquilo.

Saber que Hades sabia tudo sobre si.

Que mesmo não querendo ele iria saber tudo, mesmo o que o próprio Harry ainda não sabia e não entendia.

Não seja idiota.

Harry o ignorou a princípio e se sentou sobre sua cama.

O silêncio reinava sobre o quarto, seus colegas de dormitório já dormiam a algum tempo e ele tinha a impressão de se passar da meia noite. Ele ouvia o som de corujas ao longe e ao abrir as cortinas de sua cama que tampavam a pouca luz lunar que entrava pelas janelas redondas, essas que davam a visão do gramado molhado de orvalho.

Percebeu que não conseguiria dormir mesmo, então se preparou para sair de sua cama.

Ele se virou para sair da cama e seus pés tocaram o chão de madeira, todos os dormitórios tinham o piso amadeirado. Potter ouvia tanto o ronco da madeira rangendo aos seus passos, quanto também o ronco de seu colega de quarto.

Ele andava lentamente até a saída de seu quarto, não conseguia dormir e provavelmente não iria poder após tanto tempo deitado sem ter ao menos meia hora de sono

Ele colocou sua capa por sobre os ombros e foi em direção da saída da comunal. Ninguém parecia estar do lado de fora, como ele estava fazendo naquele momento. A maioria na verdade estava ansioso para a sexta feira, dia onde finalmente entrariam de férias. 

Harry estava igual, mas no seu caso, ele pensava em como iria passar a virada do ano.

Em maioria ele passava parte do dia com os pais e os padrinhos, mas a noite, antes da virada, ele se sentava em seu quarto com um pequeno bolinho, sempre uma vela de interrogação, ele fazia o pedido, "poder ter o Tom de volta", e depois assoprava a vela ficando em silêncio por um tempo.

Não sabia como seria esse ano.

Ele passou para o outro lado do corredor quando saiu da comunal e foi em direção da cozinha, era amigo dos elfos e de vez em quando ia lá pegar uma caneca de chocolate quente. Lili fazia para ele em suas noites de pesadelo.

Nesse momento sentia saudade desses pequenos momentos, então iria fazer exatamente isso, pegar um caneca de chocolate quente.

Ele faz o pequeno esquema de acariciar a pera sobre o grande quadro e logo a entrada para seu local de escolha foi liberada.

Ele apareceu a frente dos pequenos elfos e um sorridente apareceu a sua frente com uma caneca azul parecendo já saber o que ele queria.

O mesmo o puxou até um banquinho e lá ele se sentou, vendo a fumaça fumegar fazendo seu nariz ficar vermelho pelo ar quente.

- Harry? - Se assustado, ele virou seu rosto e viu um dos gêmeos Weasley parado sobre a entrada, parecendo surpreso em vê-lo.

- Olá. - Comprimenta com um pequeno sorriso, analizando o Weasley, suas bochechas vermelhas pelo frio e suas mãos para dentro da manga de seu moletom verde, combinava com seus cabelos vermelhos.

- O que faz acordado a essa hora pequeno Potter? - Seu sorriso era sarcástico mas a pergunta genuína ao seu aproximar e se sentar ao seu lado.

- Insônia. - Responda ao dar de ombros.

Ele volta seu olhar para frente, agora sua visão se fixaram em seu dedo, na pequena cicatriz.

Novamente para variar.

- Como se machucou? - Seus olhos verdes encontraram os do Weasley e suspirou.

- Eu me cortei quando estava preparando uma poção de sono. -

- Dormiu com a faca na mão? - O tom zombateiro fez Harry soltar uma risada leve ao revirar os olhos.

- Queira eu que fosse isso. - Afirma com um murmura.

A expressão zombateira abandonou o rosto do garoto de cabelos ruivos e foi substituida por uma preocupada. Estranho a princípio, mas Harry entendeu que tinha um novo amigo ali, mesmo que ele seja um Weasley.

- Tudo bem pequeno Potter? -

O moreno se deixou soltar um pequeno sorriso tristonho.

Ele estava tendo um grande impasse com o próprio coração, com seus sentimentos.

Nem ao menos sabia o por quê.

- Para falar a verdade eu não sei. - Seu campo de visão foi ofuscado quando um grande corpo apareceu a sua frente.

- Eu não sou o melhor nessa coisa de concelhos, meu irmão é. Mas eu posso tentar se estiver disposto a conversar. - Seus olhos cansados foram ao alto, uma pequena pinta no pescoço do garoto o fez perceber se tratar de Fred a sua frente.

Harry gostava dos gêmeos, os achava legais e confiava neles.

Estranhamente ele confiava.

- Posso lhe perguntar algo antes? - Questionou ao se levantar, sua mão ainda com a caneca de chocolate, agora pela metade.

- Claro. -

- Como você e seu irmão estão nessa guerra? Com tudo isso? - Não precisava deixar claro que estava se referindo sobre qual lado estavam, os gêmeos eram quase como um só. E nesse momento isso estava explícito enquanto se encaravam.

Fred sabia que Harry perguntava se era escuro, claro ou neutro. Se os dois estavam mais para um lado ou para o outro.

- Somos neutros até certo ponto. Você já ouviu que somos os demônios da grifinoria, demônios parecem bonzinhos até você ver sua real face. -

O moreno soltou um suspiro aliviado e deu um último gole em seu achocolatado deixando a caneca na bancada, se preparando para sair da cozinha ao se despedir dos elfos tendo o garoto alto no seu alcance.

- Obrigado por ser sincero. -

Potter pegou em sua mão e o puxou para o canto pegando sua capa, primeiro os olhos do ruivo brilharam ao vê-la, mas depois percebeu do que se tratava e se aproximou para que pudesse ser coberto junto do moreno.

Seus passos eram sincronizados e silenciosos. Fred, como uma pessoa mestre em pegadinha, sabia que nesses momentos era importante se manter em silêncio e quieto para não ser pego. E por baixo da capa de invisibilidade ele puxou um mapa, a princípio Harry pensou se tratar de um mapa qualquer, mas quando ele diz "malfeito feito" fazendo pequenas letras se formarem e depois sumirem e logo que ele o abriu, o moreno notou, não era um mapa qualquer.

- O mapa dos marotos. - Sua voz saiu tão baixa, mais baixa que um sussuro.

Estava tão inerte na surpresa que bateu nas costas do garoto atrás de si.

- Desculpa. -

- Sem problema. - Ele abriu um sorriso divertido para si, voltando a o guiar para frente, o nome das pessoas presentes naquele andar eram mostrados e ele poderia se emerger nisso com nostalgia pura por horas se pudesse.

- Vamos ao banheiro da Murta. - O ruivo assentiu e os guiou com cuidado até o local falado.

Ele iria o mostrar, não podia acreditar que realmente mostraria para Fred a câmara secreta.

- O que eu vou lhe mostrar é algo muito, muito importante. E eu estou confiando em você. Já digo que eu não sou de confiar em quase ninguém então por favor, não quebre minha confiança. - Disse baixo quando já  estavam no banheiro feminino, silencioso e sem qualquer pessoa, nem o fantasma que o habitava estava presente. - Não conte a ninguém que não seja George. Ninguém, me ouviu? -

- Como sabe que eu sou o Fred e não o George? - O garoto mais velho parecia surpreso.

- Sério que você só focou nessa parte? - Questiona incrédulo ao andar até a pia que daria passagem a câmara.

- O que? Nem minha mãe consegue distinguir nós dois. - Fala o ruivo ao o seguir.

- É um dom. - Brinca.

Harry poderia estar parecendo relaxado aos olhos dos outros, mas isso seria a última coisa que poderia estar sentindo no momento, relaxamento.

O moreno estava muito preocupado e se questionava a todo momento se aquilo era realmente certo, se poderia falar aquilo com o Weasley.

Era sua vida afinal.

Seria transparente e dizer tudo? Ou apenas falaria o essencial para que o maior entendesse o que se passava naquele momento? Harry poderia falar a ele suas angústias e tentar explicar sobre seu lado e sua vida.

Não fazia ideia do que fazer.

- Sem sustos, Ok? - O garoto assentiu levemente e Harry se preparou para dizer as palavras.

Primeiro, por míseros segundos ficou parado. Mas depois criou coragem para falar em língua de cobra, era a única forma de entrar lá afinal.

~ Abra. ~ O olhar assustado não foi disfarçado do Fred quando ele viu a pia se mover e mostrar uma grande passagem, escura e estranha, totalmente diferente de todas as que tinham em hogwarts. ~ Escadas. ~ Aquele poço começou a se formar e se transformar em escadas espirais, degrau por degrau, feitos de um mármore branco acinzentado.

- O que em nome de Merlin é essa passagem?! -

O garoto não o respondeu, apenas deu um passo a frente fazendo com que Fred tivesse que o seguir.

Assim que os dois não tinham mais suas cabeças para o lado de fora a passagem se fechou, os deixando na escuridão.

- Lumos Máxima. - A varinha de Harry passou a ter sua ponta iluminada, fazendo com que pudessem ver seu caminho, que era longo. - Desculpa por não o responder, mas seria perigoso falar sobre isso lá fora, as paredes tem ouvidos. -

- Então... Que passagem é essa? - Perguntou o ruivo novamente.

- A câmara secreta de Salazar Slytherin. - Responde.

- Por que Harry Potter está na câmara secreta e como sabe falar parsel? -

- Essa é a questão. A história de minha vida não foi contada da forma certa para vocês, como você mesmo disse, um demônio parece bonzinho até mostra sua real face. - Estavam na metade do caminho agora.

- Então, você é um bruxo das trevas? -

O esverdeado parou e se virou para Fred, olhando em seus olhos.

- Sou escuro, mas o núcleo de minha magia não representa o que sou. - Diz sério. - A muito tempo, quando eu tinha um ano de idade, uma profecia foi feita. Nela dizia que eu derrotaria o Lorde das trevas. - Deu uma risada irônica, porém amarga. - Voldemort soube sobre ela. - O ruivo se arrepiou pelo tom de voz que Harry usava, baixo e sombrio parecendo inerte sobre suas lembranças. - Mas diferente do que Dumbledore disse, ele não foi lá para matar meus pais. -

- O que... - Surpresa era descrita sobre a frase de Fred, que estava cativado por tudo aquilo.

- Meus pais eram amigos de Severos Snape, esse que era seguidor do Lorde. Para falar a verdade, meus pais nunca o desafiaram na questão de lutar contra ele, e sim quando recusaram a oferta dele sobre serem seus seguidores, pois naquele época eu era um bebê e minha mãe queria esperar eu crescer, para ai sim, ser sua seguidora. Isso não aconteceu. - Harry suspirou fundo, seus passos eram lentos acompanhando sua voz. - Ele foi em sua casa, para falar sobre essa profecia e tentar de alguma forma a ouvir por completo, para entender melhor e a impedir de se concretizar. Mas antes que pudessem resolver qualquer coisa, Dumbledore invadiu nossa casa. -

- Mas Dumbledore nunca faria isso. -

- Ai que se engana Fred, Dumbledore mais do que ninguém poderia fazer isso, ainda mais quando se diz respeito a derrotar Voldemort. O velho queria o matar, e se fosse preciso destruir toda uma família para isso, ele não hesitaria. E foi isso que ele fez, meus pais lutaram contra ele junto ao Lorde, eles poderiam ter vencido, poderiam ter ganhado de Albus, se não fosse por uma coisa... Eu. -

- Você? - Curiosidade era o que o ruivo sentia, sempre foi muito curioso assim como o irmão.

- Eu fiz barulho e chamei a atenção do maldito velho. Isso fez com que ele conseguisse acertar meu pai, e antes que Voldemort pudesse fazer algo em questão, foi empurrado por Lily para que ele me pegasse e sumisse, era obvio que minha mãe não me deixaria, mas ela confiava em Voldemort e principalmente, precisava do meu pai vivo. - Harry sabia aquela história de cór pois tinha praticamente implorado para Tom que lhe mostrasse, era importante para o pequeno Potter saber o que aconteceu naquela noite, saber o motivo na morte de seus pais. - Ele foi, e iria me pegar se não fosse por Dumbledore, maldita cabra velha...  Ele conseguiu matar meus pais, e apareceu no meu quarto exatamente no momento em que o lorde se aproximou para me acalmar. -

Os dois já estavam chegando no final da escada, logo estariam na câmara.

- Ele me salvou, pulou na minha frente antes que eu pudesse ser acertado e evitou que eu fosse morto, mesmo sendo uma criança de um ano de idade, Dumbledore tentou me matar por pura ganância de ser o salvador da luz, ele queria, e quer ser conhecido como o único a ter poder de derrotar o Lorde. O problema para ele foi muito maior, já que o tiro saiu pela culatra. - Riu amargamente ao terminar de descer a escada, ficando parado a frente de Fred. - Uma parte da alma de Voldemort ficou presa em mim, e isso fez com que ele sobrevivesse e com que uma ligação se formasse entre nós dois. -

A boca do ruivo se abriu em um perfeito o, fazendo Harry abrir um sorriso irônico.

- Irônico não é? - Não foi respondido, então continuou sua história. - Dumbledore fugiu comigo e criou toda uma história sobre esse dia, culpou Sirius black e me levou até a casa de alguns parentes trouxas, era a irmã de minha mãe. E como nem tudo são flores eles odiavam magia, me privaram de muito. Comida, um banho descente e até mesmo um quarto para se dormir. Mas principalmente, privaram minha magia. -

- Harry, você poderia ter se tornado um obscurus! - Harry não deixou de rir e olhou nos olhos de Fred, ficando completamente calado deixando as engrenagens de sua mente formarem a resposta. - Pequeno Potter... - Sussurou ele surpreso fitando todo seu corpo.

Harry ergueu sua mão, deixando sua magia obscura se formar, podia sentir Hades vibrando em seu peito. Um pássaro negro feito de névoa se formou voando a sua volta, era algo simples, sempre que pretendia mostra algo em relação aos seus poderes fazia isso para não assustar as pessoas.

- Eu sou um Obscurus. Fui tão privado e maltratado, que minha magia se tornou escura, e isso levou meus parentes a ruína. - O pássaro foi se transformando em uma casa, uma casa pegando fogo enquanto a imagem da criança assustada fitava as chamas, os pés descalços, o cabelo molhado da chuva, as feridas. Tudo estava sendo mostrado. - Em uma noite chuvosa eu acordei gritando, assustado por um sonho ruim e pelos sons dos trovões. Eu tinha quatro anos na época. Sem imaginar que isso me traria consequências, fui até a cozinha beber um copo d'água, era noite e todos estariam dormindo, pensei "Tio Valter não vai me bater, ele está dormindo." , nunca estive tão enganado. Antes que a água pudesse tocar minha garganta seca senti uma mão em meu pescoço, me privando de ar e fazendo com que ficasse tonto por alguns segundos, e nesses poucos segundos fui jogado ao chão. -

Fred estava assustado.

Além da palavra, estava aterrorizado. A história que lhe foi contata e mostrada era de uma vida perfeita ao lado de parentes amorosos, antes que uma explosão acontecesse e todos fossem mortos.

- Ele me mataria, isso eu tinha certeza. Meu tio parecia tão louco e distorcido naquele dia que poderia muito bem ter a feição de um demônio... Ele pegou uma faca, a aproximou de minha barriga e tentou me cortar. - Levantou sua blusa vermelha de frio mostrando uma cicatriz em seu abdômen, os olhos verdes do gêmeo estava carregado de lágrimas, sentia dor pela história do garoto que tanto sofreu em sua vida. - Naquele momento algo despertou em mim... Meu obscurus. Meu tio morreu naquela noite, e antes que a casa explodisse em chamas eu corri para fora. Eu a vi pegando fogo, por minha culpa e por minha incompetência. -

- Não foi sua culpa, você era uma criança. - Harry sorriu tristonho, queria acreditar nisso.

- Não importa mais... Eu fugi e encontrei abrigo em um orfanato, lá eu encontrei uma pessoa incrível que considero quase minha mãe. - Suas lembranças sobre Liliane voltaram para sua mente e ele sentiu saudades. - Passei um ano lá, até que outro acidente com minha magia acontecesse e eu matasse outra pessoa. - A fala era amarga, Harry odiava se lembrar daqueles dias sombrios de sua vida. - Nesse dia Snape e o Lorde me encontraram, e com isso, eu e Lili passamos a viver com eles, no mundo bruxo. -

- Mas... O Lorde morreu. -

Harry se calou, seus olhos cheios de lágrimas e seu peito dolorido.

- Eu sei... -

- Você era o protegido dele, não é? Você é o garoto que todos dizem ele amar e cuidar. - Uma pequena lágrima desceu pela bochecha rosada, a memória de Tom caído a sua frente, o sangue escorrendo por sua boca e seu olhar morto, parecendo não existir mais...

- Eu quero ele de volta, de volta ao meu lado... Eu tento tanto e nunca dá certo, eu nunca consigo, e a esse ponto parece impossível. Não sei se consigo... - Os braços fortes de Fred se apertaram a sua volta e Harry deixou com que mais algumas lágrimas descessem. Dolorosas pela perda.

- Você consegue, meu irmão e eu iremos te ajudar no que precisar. -

Harry se sentiu culpado.

Parecia que estava usando e abusando da bondade dos gêmeos, mesmo que não quisesse, precisava de ajuda, ele iria precisar de ajuda para sair do castelo antes do recesso para poder abrir a passagem da biblioteca.

Ele tinha que conseguir.

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