Protocolo Eva [Supercorp]

By karapedia

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Um vírus letal se espalhou pelo mundo, transformando os humanos em zumbis. Com a epidemia eminente e o fim d... More

A Força
Fugiremos
Um Instante
Adão e Eva
Pra Viver
Mas Olha
Minha Pequena Eva
Sozinho com Você

É o Fim

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By karapedia

Ei, xêros!

Eu estava novamente com os meus divertidamentes, tendo pensamentos pensantes enquanto escutava uma música e me perguntei: por que não fazer uma fanfic nessa temática? E foi assim que surgiu Protocolo Eva.

Essa fanfic é inspirada na música Eva, da Banda Eva, ou seja, terá referência, principalmente, porque os nomes dos capítulos serão trechos da música.

Ainda não decidi se será short fic como "O Diabo Veste Prada", então vamos seguindo o fluxo e ver no que vai dar.

É uma obra de autoria minha e caso, futuramente, chegue a ter essa obra com outros casais sem a minha permissão, peço que entrem em contato comigo. Se sentirem vontade de adaptação, podem entrar em contato comigo aqui ou no twitter (@cruelitxs).

Críticas construtivas são sempre bem vindas, feedbacks são sempre bons e estimulam a escrever mais. Comentários maldosos não serão aceitos e, posteriormente, removidos.

Desculpem pelos erros e quem sabe, um dia, eu reviso, no mais, vamo lá!

***

19 de Agosto de 2022 - National City, CA

Apesar de não estar trabalhando, em suas curtas férias de apenas dez dias, Kara acordou cedo naquela manhã de quarta-feira.

O relógio marcava cinco e quarenta e cinco da manhã quando a loira desceu as mangas da blusa e ajustou o aparelho no pulso, alongou os braços e pernas, respirou fundo e se pôs a correr pela rua quase deserta.

O céu ainda estava nublado e não parecia ter indícios de que o sol iria aparecer por aquela manhã. As nuvens estavam carregadas e escuras, parecia que um temporal vinha pela frente.

Kara decidiu que não iria correr muito por medo da chuva a alcançar. Então quando marcou sete quilômetros no relógio digital, a loira decidiu que era a hora de voltar para casa.

— Quatorze quilômetros para começar o dia está de bom tamanho. — falou sorrindo ao chegar na entrada de sua casa.

Ela tinha começado aquela manhã um pouco preguiçosa, então apenas fez os típicos alongamentos e foi tomar um banho frio para despertar.

Estava feliz por não estar trabalhando, mas, tinha que confessar, ficar em casa sem fazer nada durante esses poucos dias (apenas três), estavam sendo entediantes.

Os catálogos dos serviços de streaming não lhe agradavam mais, as séries que gostavam precisavam ser atualizadas, sua TV a cabo parecia entediante. Tudo era desanimador.

Até que estava sentindo falta do seu trabalho, mas sabia que aquele pequeno descanso era mais que necessário.

Por algum motivo, Kara decidiu não ligar a TV enquanto tomava seu café da manhã. Então apenas ficou rolando pelas redes sociais enquanto desfrutava dos ovos, batata e suco natural.

O celular vibrou na mesa quando chegou uma notificação, era uma mensagem de sua irmã Alex, lhe chamando para ir ao centro da cidade, pois teria que resolver algumas coisas. Kara nem ao menos quis saber do que se tratava, apenas aceitou o convite, já que estava aceitando qualquer convite que a tirasse do tédio.

Depois de trocar de roupa, Kara olhou para a arma guardada na gaveta ao lado da cama, não gostava de andar armada, porém, era necessário. E, principalmente hoje, algo em seu interior, dizia que deveria levá-la.

— Acho melhor levar! — então pegou o objeto e colocou nas suas costas, no cós do jeans que usava.

Segundos depois, a loira escutou a buzina de um carro e sabia que sua irmã tinha chegado, pegou a carteira e chave de sua casa.

— Então, o que vamos fazer? — Kara perguntou assim que entrou no carro da irmã, no lado do passageiro.

— Oi, Kara! Esqueceu como se cumprimenta? — Alex perguntou em um tom sarcástico e a loira apenas revirou os olhos. — Preciso pagar algumas contas e comprar uma nova TV. — explicou.

— Coisas de adulto, ê! — Kara fingiu uma falsa animação e Alex riu.

— Se eu não fizer isso, a Kelly vai pedir o divórcio. — Alex dramatizou e dessa vez foi a loira que deu risada. — Mana, você não tá me entendo, ela tá me pedindo pra fazer isso tem dias e eu enrolando, você sabe. — Kara concordou.

— Mana, você tem muita coragem viu. — Kara falou colocando a mão no ombro da irmã. — Tipo, sua esposa pedindo para fazer algo e você fingindo que nem está aí. — negou com a cabeça.

— Você sabe como meu trabalho é cansativo. — Alex justificou e Kara apenas concordou. — Então aproveitei minha folga para resolver essas coisas e como você está de férias, não existe pessoa melhor para me acompanhar. — sorriu.

A loira sabia muito bem como o trabalho da irmã era cansativo. Alex, atualmente, trabalhava como médica cirurgiã, passava horas e mais horas em centros médicos salvando vidas. Mas antes disso, sua profissão era mais perigosa.

Alex iniciou sua vida adulta entrando em uma academia para policiais, fez testes e mais testes e então acabou sendo uma daquelas guardas de rua. Andava por todos os lados naquela típica viatura com seu parceiro.

— E o que vamos fazer primeiro? — Kara perguntou.

— Vamos ter que pegar um belo trânsito para chegar na loja preferida da Kelly de TVs. — Alex respondeu.

A loira apenas assentiu sabendo que iriam ficar por um bom tempo nas ruas, pois Kelly tinha uma loja favorita para comprar qualquer aparelho eletrônico, foi sempre assim desde quando ela e Alex se casaram.

— Falando em minha cunhada, como ela está? Está tudo bem? — Kara perguntou transparecendo preocupação.

— Sim! — Alex respondeu. — Você ficou quanto tempo fora mesmo? Onze meses? — olhou rapidamente para a irmã.

— Onze meses, três semanas e treze horas. — Kara respondeu. — Não que eu esteja contando. — sorriu amarelo.

— Antes de suas outras férias, os sonhos dela já tinham chegado ao fim e continuamos com a terapia mesmo assim. — Alex respondeu. — Ela se sente mais leve e mais a vontade para tudo, ela também conversa com os outros envolvidos e parece que as coisas estão fluindo. — ergueu os ombros.

— Fico feliz em escutar isso, Kelly merece uma nova vida e vocês merecem ficar juntas. — Kara falou de Alex apenas assentiu.

Um silêncio tomou conta do carro, mas não era incomodo algum para as irmãs. Então Alex apenas ligou o rádio enquanto dirigia pelas ruas.

Kara trocava de estação há cada música e Alex apenas dava risada da irmã, sentia saudades daqueles momentos.

Apesar da idade, Kara ainda parecia uma grande criança e aquilo era engraçado. Uma mulher de trinta e três anos escolhendo a música da rádio.

Era como voltar para a adolescência.

— Não é sempre que isso acontece. — Alex falou depois de um pigarro e Kara a olhou. — Mas eu senti sua falta, pirralha. — confessou dando um soco, de leve, no ombro da irmã sem tirar os olhos da rua.

Um sorriso ladeado tomou conta dos lábios de Kara ao escutar a confissão da irmã. Sabia que passava mais tempo trabalhando, viajando para onde era mandado do que perto da família, doía ficar longe de sua família.

Em cada cidade que estava a trabalho, sua maior vontade era de ter sua mãe e sua irmã ali, Kelly também, gostava da sua cunhada. Mas não, estava apenas colocando sua vida em risco.

— Eu também senti sua falta! — confessou devolvendo o soco.

— Chega desse drama todo! — Alex revirou os olhos e Kara gargalhou. — Agora vamos pegar um trânsito infernal na próxima avenida. — resmungou.

— E só fica melhor! — Kara sussurrou olhando para o lado.

Dito e feito, poucos metros depois, Alex adentrou a avenida que estava com uma fila enorme de carros, um congestionamento que parecia que iria durar uma eternidade.

Apoiando o cotovelo na porta e descansando a cabeça na mão, Kara ficou observando os carros parados e as pessoas andando pelas calçadas.

— Quais são os planos para esses poucos dias? — Alex perguntou passando a mão pelo cabelo.

— Dormi, atormentar você e Kelly, depois ir visitar a mamãe, comer o máximo que puder antes de voltar a ativa. — Kara respondeu sem saber ao exato.

Não tinha traçado planos quando pegou as férias, apenas assinou os papéis que seus chefes mandaram, arrumou suas malas e pegou o primeiro vôo para National City.

— Nem dá pra fazer planos, são só dez dias. — Kara revirou os olhos.

— Já sabe para onde vai? — Alex quis saber, mudando o rumo da conversa.

Se preocupava bastante com o trabalho da irmã, quando Kara passava muito tempo sem mandar mensagens, passava a noite em claro e apostava que sua mãe ficava dez vezes pior.

Todos sabiam que os cabelos brancos de Eliza eram devido a preocupação que sentia com as filhas.

— Só sei na hora. — Kara respondeu.

O rádio começou a chiar e aquilo incomodou as irmãs, Alex que tomou a decisão de desligar o aparelho.

Tanto Alex quanto Kara pegaram os celulares e ficaram concentradas em seus aparelhos, concentradas demais para notar o que estava acontecendo lá fora.

De repente, um silêncio tomou conta daquela avenida, Kara ergueu a cabeça, atenta o que aconteceu ou o que aconteceria, achando estranho um silêncio repentino. Alex observou o movimento e ergueu a sobrancelha.

— O que foi? — a ruiva perguntou.

— Algo aconteceu. — Kara sussurrou guardando o celular no bolso.

Era como um sexto sentido.

Os olhos azuis observavam atentamente a rua, as pessoas no carro ao lado não pareciam ligar para o que estava acontecendo, mas Kara sentia que algo estava errado.

— Kara? O que foi? — Alex perguntou ficando brava.

— Está acontecendo algo, Alex! — Kara respondeu em um sussurro.

— Acho que você está-

Um grito, agudo e forte, tomou conta de toda aquela avenida estava tão silencioso que acharam que ecoou, Kara sentiu como se tivessem gritado em seu ouvido.

— Eu falei que algo está acontecendo. — Kara falou levando a mão até o cós e segurando a arma.

— Droga! — Alex resmungou.

Conhecia bem aquele movimento de levar as mãos atrás do corpo, então não hesitou em abaixar o corpo e levar a mão até embaixo do banco, abrindo o fundo falso e pegando a arma que ali guardava.

Pela segunda vez, os olhos azuis voltaram para as ruas e viram as pessoas correndo pelas calçadas, as que estavam dentro dos carros, desciam para tentar saber o que estava acontecendo.

— Sobe os vidros, tranca o carro. — Kara mandou. — Agora! — apressou a irmã.

Mesmo sem entender qual era o risco ou a gravidade, Alex fez o que a irmã pediu, fechou os vidros e ativou a trava se segurança.

Ser uma ex policial, ter uma mãe conhecida no ramo científico, uma esposa ex militar e uma irmã agente do governo, fazia todas daquela família terem carros blindados e preparados para situações de risco.

Os gritos aumentaram, agora todos corriam para todos os lados, os carros começaram a sair sem direção, as irmãs se olharam temendo pelo pior.

— O que você acha que é? Um atentado? — Alex perguntou olhando para a janela, tentando encontrar algo, todavia não obteve sucesso.

— Eu acho que sim! Olha como as pessoas estão agindo. — Kara indicou com a cabeça.

As irmãs se olharam novamente e assentiram, um acordo mútuo de que não sairiam daquele carro, não naquele momento e só iriam seguir em frente quando fosse seguro.

— Não vamos morrer. — Alex falou firme.

— Hoje não! — Kara piscou tentando aliviar aquela situação.

Algo bateu contra o carro e as irmãs ficaram em alerta, as duas seguraram o cabo da arma com firmeza. Algo parecia se arrastar pela lateral do carro, Alex engoliu o seco e Kara sentiu seu coração disparar. Se entreolharam, um olhar significativo.

— Está escutando? — Alex perguntou em um sussurro, muito baixo e apesar de todos os gritos, Kara escutou e assentiu.

Pareciam unhas arranhando toda a lataria do carro, junto com rosnados, Kara e Alex se entreolharam, era possível ver o medo nos olhos.

Mas que diabos era aquilo que estava rosnando?

Kara sentia seu coração cada vez mais disparado, a sua respiração estava pesada e apesar disso tudo, suas mãos estavam firmes segurando a arma. Estava com medo do que iria acontecer nos próximos segundos.

Duas mãos colidiram contra o vidro do carro, as irmãs tomaram um susto com o barulho e se arrependeram de olhar no minuto seguinte, era aterrorizante.

— Puta merda! O que é isso? — Alex perguntou apontando a arma para a janela, para aquilo que estava do outro lado.

Engolindo o seco, Kara olhou para a janela. Seus olhos estudavam o que estava vendo, nunca tinha visto aquilo em toda a sua vida.

A criatura rosnava e arranhava o vidro do carro, sua pele parecia podre, a boca estava coberta de sangue e os dentes estavam pretos, mas, o que mais chamava atenção eram seus olhos, as duas esferas estavam em um tom vermelho, um vermelho forte e chamativo.

— Um zumbi! — Kara falou sem acreditar nas próprias palavras. — Está acontecendo um ataque zumbi, Alex. — exclamou raciocinando.

— Kelly... — Alex murmurou lembrando que a esposa tinha ficado sozinha em casa.

Engolindo o seco, Kara olhou para aquilo sem acreditar e um medo repentino lhe tomou conta, um medo inexplicável. O que estava acontecendo com o mundo? O que o homem tinha feito de tão ruim para chegar naquele nível?

A humanidade tinha se perdido.

Alex jogou a arma no painel do carro, engatou a marcha ré e pisou no acelerador manobrando o carro, não estava importando se iria bater em outro carro ou iria acertar alguma criatura, só queria chegar até Kelly.

— Eu vou ligar para ela. — Kara falou já buscando o número da cunhada no celular.

Kara não tinha largado sua arma enquanto ligava para Kelly, o celular chamava, a arma era apontada para qualquer direção e os olhos varriam toda a situação.

— Ela não atende, Alex! — Kara informou.

— Continue ligando, porra! — Alex mandou batendo as mãos no volante. — Ela vai ter que atender em algum momento. — falou perdida.

Alex dirigia com pressa, mas estava impossível naquela situação, os carros iam para todos os lados que pudessem, as pessoas corriam tentando se salvar. Queria pisar no acelerador com força e chegar em sua casa em menos de dez minutos, se é que fosse possível.

Só queria que sua esposa estivesse bem.

— A porra de um ataque zumbi. — Kara falou sem acreditar. — Puta merda! Eu achava que zumbi era coisa de filme. — deixou a arma na perna e coçou a cabeça.

— Se isso realmente está acontecendo, estamos falando de uma epidemia. — Alex e Kara trocaram olhares. — Você sabe o que isso significa, certo? — perguntou.

— Claro que sei! — Kara respondeu rapidamente sentindo sua respiração pesar mais. — Porra, Alex! Precisamos de armas adequadas para isso, armamento de fogo só atrai mais deles. — disparou a falar.

— Machado, facão, besta, arco e flecha, até bastão de beisebol se for necessário. — Alex passou a listar. — O que mais? - perguntou.

— Facas, foice, tudo que for afiado para enfiar na cabeça desses filhos da puta. — praticamente rosnou.

— Certo, vamos buscar Kelly e esperar o aviso. Não irá demorar. — ambas assentiram com a fala da ruiva.

Quanto mais se afastavam da avenida e mais se aproximavam do bairro que Alex morava, o caos parecia ficar para trás, mas não deveriam se esquecer do que tinha acabado de presenciar.

O fim parecia próximo!

— Kelly? Amor? Onde você está? — Alex entrou na casa, desesperada, chamando por sua esposa.

— Ei, o que aconteceu? — Kelly perguntou confusa saindo da cozinha com um pano em mãos.

Antes que qualquer uma das irmãs pudessem responder ou tentar explicar a merda que estava acontecendo no mundo, os celulares tocaram, com um toque diferente, um toque para deixar os sentidos em alerta.

As Danvers sabiam o que aquilo significava.

— O que aconteceu? — Kelly perguntou intercalando o olhar entre as duas mulheres.

— O Protocolo Eva foi ativado. — Kara respondeu erguendo a cabeça e encarando as mulheres em sua frente.

04 de Julho de 2022 - Condado de Lincoln, Nevada - Area 51

O silêncio predominava na sala, apenas dois cientistas estavam ali. Um analisava as amostras no microscópio enquanto o outro analisava o líquido no tubo de ensaio.

— Algum avanço? — o homem com o terno militar, exibindo várias medalhas no peitoral, adentrou a sala tirando o quepe e colocando debaixo do braço.

— Iremos começar um novo teste, acredito que tenhamos algum avanço. — o cientista mais velho respondeu parando de olhar no microscópio. — O doutor Lopes realizou novas pesquisas que mudaram nossos olhares. — explicou.

— Iremos realizar o primeiro teste em cobaia humana depois dos testes em ratos. — Lopes falou colocando o tubo de ensaio no suporte. — Olha como o animal está. — apontou.

O militar olhou para onde foi sinalizado, em sua visão, nada tinha mudado, o pequeno animal estava em sua jaula, estava quieto e concentrado em algo.

— O que mudou? — o homem perguntou estufando o peito.

— Mostre para ele, doutor Palmer. — Lopes falou colocando as mãos no bolso do jaleco.

Palmer levantou com paciência e pegou um pequeno pedaço de ferro, para humanos, poderia não ser nada, mas era o suficiente para demonstrar que o investimento que estavam recebendo, estava valendo a pena.

O cientista levou o ferro até o animal, o cutucando para provocá-lo.

— Aproxime! — o doutor Palmer pediu.

E assim foi feito.

O militar se aproximou mais, quanto mais a criatura era provocada mais parecia sentir raiva, os olhos da cobaia passaram a ficar vermelho e as pequenas patinhas seguraram a barra de ferro e a partiu no meio.

— Perfeito! — o militar colocou o quepe na cabeça novamente e ajeitou a postura. — Se preparem, em menos de três horas iremos iniciar o teste com a primeira cobaia humana. — avisou e deixou o local.

Os dois cientistas se entreolharam, mas não chegaram a dizer nada, apenas continuarem a organizarem suas pesquisas e se preparem para realizar o primeiro teste em cobaia humana em poucas horas.

O relógio na parede marcava duas e vinte da tarde quando a sala estava ocupada por militares. Eles pareciam que iriam assistir uma ópera, sentados lado a lado e concentrados.

No centro, em uma maca e com os punhos e tornozelos amarrados, a cobaia estava, sem consciência alguma e sendo bem observada.

— Senhores! — o doutor Palmer os cumprimentou com um aceno leve de cabeça. — Estamos aqui com a cobaia X1, homem com trinta e cinco anos, condenado à pena de morte e não se opôs quando foi oferecido a essa situação. — ele informou.

O cientista deixou a prancheta na mesa e pegou o experimento, dentro de um vidro e com poucas palavras indicando o que era.

— Nossas pesquisas foram iniciadas em Dezembro de dois mil e vinte e um, financiadas pelo governo dos Estados Unidos. — Lopes atraiu a atenção para ele. — Acredito que todos saibam, mas para que não haja nenhuma dúvida do que está acontecendo, irei falar um pouco. — tossiu brevemente. — Fomos contratados pelos militares por sermos os melhores em nosso ramo, quando nos informaram o que queriam, eu achei que seria impossível, mas o doutor Palmer me fez acreditar que é possível e agora estamos desenvolvendo isso. — contou.

— Como presenciado pelo Major Russell, a cobaia animal reagiu bem no último teste, demonstrando força superior ao normal. — Palmer continuou. — Apresentando aquilo que almejamos. — apontou para os fatos da pesquisa sendo passados em um slide. — Sem mais delongas, nosso objetivo é deixar o ser humano mais forte, como se fosse feito de aço, irredutível, preparado para qualquer batalha. — estava orgulhoso do que falava.

Palmer sempre acreditou que seria possível criar algo que deixasse o ser humano mais forte, sempre pensou em realizar isso e quando o governo lhe ofereceu essa oportunidade, a agarrou sem pensar duas vezes.

Foi difícil convencer Lopes de que poderiam realizar o maior feito da humanidade, mas com muita conversa e jeito, embarcaram naquela aventura.

— Foram longos dias de pesquisa e não temos certeza de como a cobaia vai reagir, se vai receber bem ou acabar indo a óbito, mas, tenham certeza de uma coisa, senhores, o que estão vendo aqui é o avanço da humanidade. — Palmer concluiu.

Lopes pegou uma seringa hipodérmica com agulha e o vidro com o líquido desenvolvido pelos homens. Foram quase 2 ml de líquido na seringa e depois passou para Palmer.

O líquido foi injetado diretamente na veia da cobaia e os segundos a seguir pareceram longas horas.

— A reação acontecerá em breve. — Palmer afirmou e Lopes apenas assentiu.

O silêncio reinou dentro daquela sala enquanto todos os olhares estavam na cobaia presa à maca.

E como o doutor Palmer disse, a reação veio logo em seguida.

A cobaia tremeu na maca, gritou de dor e se remexia com o objetivo de se soltar, o aparelho que monitorava indicava os batimentos cardíacos acelerados, prestes a ter uma parada cardíaca.

Lopes se aproximou para conferir a cobaia, sabia que ela morreria em pouco tempo, e em um minuto de desatenção, enquanto encarava o monitor, a cobaia arranhou seu braço em um ato de desespero.

— Está tudo bem? — Palmer perguntou ao ver um filete de sangue descer pelo braço do outro cientista.

— Apenas um arranhão, nada demais. — Lopes o tranquilizou.

A cobaia deu seu último suspiro e parou de respirar no segundo seguinte e Palmer observou os militares se levantarem e saírem em silêncio.

— Hora do óbito: duas e cinquenta e quatro da tarde. — Palmer anotou na prancheta. — Precisamos realizar novas pesquisas e descobrir onde erramos. — então encarou o parceiro. — Vá para casa, cuide disso e descanse, Lopes, amanhã é um novo dia. — tocou o ombro do outro cientista.

O primeiro erro daquele dia foi ter deixado o doutor Lopes ir embora sem realizar nenhum exame e não o deixar em quarentena. E o segundo erro foi ter levado o corpo da cobaia para o necrotério como se ele não tivesse passado por um experimento científico.

Foi na Área 51 que sucedeu o início da epidemia de dois mil e vinte e dois.

***

O que me dizem? Devo apagar e fingir que foi um surto coletivo?

Meu twitter é @cruelitxs, qualquer me dão um alô lá.

um beijo e um xêro

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