Grávida do Príncipe

By OrquideaNegra21

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Uma simples jovem enfrenta vários dilemas em sua - antes pacata - vida. Uma série de acontecimentos em sua v... More

Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 19

Capítulo 18

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By OrquideaNegra21

POV. FELIPE

Eu já tenho uma filha e vim descobrir isso agora?! Não podia ser verdade! Não tem como! Quer dizer, até tem. Mas não fazia sentido Alicia esperar todo esses anos pra me contar da menina agora!

- Já fizeram teste de DNA? - perguntei.

- Ela disse que só vai fazer o teste na sua presença. Eu me pergunto se tem mais crianças suas abandonadas por aí... - ela ironizou.

- Até parece. Eu sempre me cuidei!

- Se cuidou tão bem que agora são duas mulheres com seus filhos. - ela bebeu seu café.

- Com Kristal teve alguns probleminhas. - murmurei. - Digamos que o escudo não foi tão resistente quanto imaginei...

Ela deu um tapa no meu braço.

- Não é horas para piadas, Felipe.

- Certo. - tentei beber algo, mas, dada a notícia que recebi, tudo se tornou intragável. - Eu tenho uma filha de dois anos, então? Quando devo conta para Kristal?

- O quanto antes. - falou, suspirando. - Se colocar na balança, entre Kristal e Alicia, a nobreza vai querer que você assuma Alicia, mesmo que a criança dela seja a bastarda da família.

- Nenhum filho meu deve ser chamado assim, mãe. Tem alguma foto da criança? - pergunto, receoso.

Ela abriu a bolsa e me entregou uma foto revelada. Suspirei. Era uma garotinha loira, como a mãe. Os olhos eram claros e ela tem sardinhas nas bochechas. Usa um vestido rosinha com detalhes brancos.

- O que vamos fazer?

- Primeiro, vamos temos que ter certeza de que a menina é sua filha. Tomamos o próximo rumo depois disso. - ela terminou sua xícara de café. Vi que um brilho bem curioso passou pelos olhos dela. - Na verdade, tenho uma proposta.

- E seria...? - estranhei. Ela sempre sorria enigmática. Era impossível saber o que ela estava pensando.

- Vou buscar aliados. - falou, se levantando. - Podemos traçar nossos planos após isso. Tenho que confirmar algo antes.

- Posso ao menos saber quem você vai chamar para ser nossos aliados? - perguntei, mesmo sabendo a resposta.

- Não. Te vejo em uma semana. Aqui mesmo, nesse mesmo lugar. - ela disse e beijou meu rosto. - Até, filhote.

Sorri e paguei a conta depois de receber os biscoitos para viagem.

Minha preocupação estava pairando na minha cabeça e, assim que cruzei a porta da entrada e dei de cara com Kristal, ela percebeu. Meu olhar foi para ela e para a garota adormecida no sofá. Ana tinha essa facilidade de se escorar em qualquer canto e dormir.

- O que houve? - ela indagou, curiosa.

Pensei se esse era o momento certo para contar tudo o que acontecia. Olhei para a barriga dela e toquei ali.

- Aguentou passar muito tempo sem que eu esteja por perto? - ela revirou os olhos.

- Com Ana aqui, eu nem vi a hora passar! - contou, rindo.

- Vamos pra cozinha. Temos que conversar algo sério.

Lá na cozinha, preparei um suco para ela e lhe dei os biscoitos. Ela agradeceu e se sentou, massageando a barriga de seus plenos 7 meses.

- Eu vou te contar tudo que sei, pois não quero que exista segredos entre nós dois. Okay?

- Okay. Mas, antes de mais nada, tenho três perguntas. - ela começou.

Eu conhecia Kristal o suficiente para saber que ela levantaria suas barreiras de proteção para qualquer coisa que possa abalar seu emocional e afetar nosso filho.

- Primeira, - ela levantou o indicador. - vai afetar nossas vidas?

- Sim.

- Segunda, não vai separar meu bebê de mim?

- Não. Claro que não. Nunca.

- Terceira... - ela fez uma pausa. - Envolve a realeza e tal?

- Sim.

Ela suspirou e se sentou confortavelmente na cadeira. Vi que ela ficou séria, mesmo estando preocupada.

- Okay. Pode falar.

Respirei fundo e cocei a cabeça, sem saber como começar.

- Eu me envolvi com uma mulher alguns anos atrás. - falei. - Mas cortamos laços, já que ela foi estudar fora. No entanto, ela voltou com uma criança, dizendo que era minha filha.

- Sua filha? - ela perguntou, levantando uma sobrancelha.

- É o que ela disse.

O silêncio que Kristal fez me deixou agoniado. Só escutava o calmo tic-tac do relógio em forma de maçã na parece acima da janela.

Ela suspirou, pronta para falar.

- Como você está? - perguntou.

- Hã? Eu? - eu estranhei a pergunta. Como ela estava calma.

- Sim, ué. Só tem nós dois aqui... - ela se justificou. - Você está se sentindo estranho, eu acho. Essas burocracias da realeza só te trazem problemas. Primeiro, eu. Depois essa moça.

- Não é isso, eu achei que...

- Que eu iria ser a que acharia essa situação estranha? - ela riu. - É só mais um membro pra família. Mas o quê exatamente você vai fazer? Quer desabafar? Somos amigos acima de tudo, lembra?

Me aproximei dela e beijei sua testa.

- Você é mesmo incrível.

- Não mude o assunto.

- Eu não tenho certeza do que fazer. - admiti. - Parece ser a mesma situação que ocorreu com você, Kristal. Mas não é. Nós descobrimos a gravidez cedo, resolvemos as coisas juntos. Alicia teve dois anos para me comunicar e só o fez agora, quando nosso bebê está perto de nascer. Eu posso assumir a paternidade do bebê dela agora, mas não quero assumir a mãe.

- E por que não? Você me assumiu... - ela deu de ombros.

- Eu me interessei por você, Kris. É diferente. Você nem ao menos queria que eu te assumisse. Você me permitiu cuidar do meu filho e de você durante a gestação. - falei, suspirando. - Alicia foi criada para não ser uma mãe solteira como você estava pensando antes. Ela vai querer ser assumida, seja como for.

- E você? Quer...

- Não, não quero.

Kristal ficou em silêncio novamente. Quase deu para escutar as engrenagens imaginárias de seu cérebro funcionando. Ela segurou o queixo, pensativa.

- Você vai ter que voltar para o palácio, né? - ela perguntou, receosa.

- Infelizmente. Tenho que ir para lá antes que a mídia fique sabendo de algo e piore tudo. Esses urubus de fofoca já tinham esquecido de nós. Óbvio que estão doidos por uma intriga familiar. - contei.

- Então, vá arrumar suas coisas. - ela disse, séria. - Você tem que fazer o teste de DNA. Depois, explica que vai assumir a criança ou o que quer que esteja em seus planos.

- Ei! E você? - estranhei.

- Eu quero ficar longe de tudo isso. Na verdade, quero saber mais da minha família biológica. - ela mudou de assunto, sorrindo calmamente.

- Sabe o nome e lugar onde moram? - perguntei.

- Parece que são de um país distante. A família se chama Benkower. Conhece? - ela murmurou, animada.

- Claro que sim... - me calei repentinamente.

Tudo o que minha mãe pensou eu estava entendendo agora. Ela ia buscar mais informações sobre os Benkower's e se aliar à eles. Ninguém gostaria de um conflito entre os dois países.

- Amor, você sabe que eles são as família de posses, não sabe? Eles até mandaram uma representante para cá no dia do casamento. - contei.

Kristal gargalhou. Eu, no lugar dela, também acharia engraçado.

- Bem, agora tenho certeza de que meu pai era um piadista! Esse diário foi muito bem feito! Quase acreditei nele! - gargalhou.

- Bem, minha mãe está investigando algumas coisas. Tenho uma semana com você. Aliás, eu quero que vá comigo, Kris. Se a menina for mesmo minha filha, quero que se dêem bem. Não gostaria de conflitos entre irmãos sabe?

- Concordo com você, Lipe. - contei. - De qualquer forma, quero esteja preparado para qualquer coisa. Se a menina for mesmo sua filha, você terá a preocupação por duas crianças. Se não for, vai ter que resolver os problemas de calúnia e tudo o mais. Antes de mais nada, saiba que estarei do seu lado, idependente da sua escolha ou rumo que você for seguir. Eu confio em você. Sei que vai fazer a escolha certa.

Concordei com a cabeça. Kristal estava me acalmando, para meu alívio. Me sentei ao seu lado. Senti a mão dela bagunçar meus cabelos, fazendo leves e gostosas carícias em minha nuca.

- Conhece alguma clínica segura para fazer o teste? - ela me perguntou.

- Não. - falei, suspirando. - Eu nunca precisei de tal coisa.

Logo quando meu relacionamento com Kristal estava dando certo, uma coisa dessas acontece.

POV. VERACKLY (Especial)

Viajar para outro país durante uma crise era algo complicado. Cada passo meu devia ser explicado. Eu até entendo. Se meu marido viajasse do nada, eu suspeitaria que ele está aprontando.

Eu tenho uma semana para conseguir um aliado forte. E nada melhor do que buscar um aliado de um reino hostil ao meu.

Bem, sou amiga de longa data do rei e da rainha. Mas, graças ao meu marido, tivemos algumas inimizades no meio do caminho, o que nos separou.

Assim que cheguei, vi muitas pessoas com roupas típicas, bem coloridas e chamativas. Eu não preciso ter medo de nada ou me preocupar com as aparências aqui. Sei que a realeza daqui anda lado-a-lado com o povo. Dava pra ter uma noção de quão diferente é os nossos reinos.

E foi assim que vi eles, Kayla e Thiago, irmãos e a realeza de Benkower, brincando com as crianças do povo. Só agora reparei o quanto Kayla e Kristal são parecidas. Pode ser só uma coincidência.

Kayla foi a primeira a me perceber e se aproximou. Ela é só uma princesa, mas tem o caráter e orgulho de uma rainha. Eu amo isso.

- Majestade Verackly. Faz tempo que não a vejo. - ela começou. - Meus pais falaram que você viria, mas não tinham certeza da data.

- Isso não importa. Quero ser breve aqui.

- Pode me acompanhar até o palácio. Vou só avisar meu irmão e já iremos. - contou, pegando uma de minhas malas.

Após uma breve conversa com seu irmão, ela me acompanhou. Depois de uma boa caminhada, chegamos ao palácio.

- Talvez a senhora queira descansar. - ela insinuou.

- Não será necessário. Posso me encontrar com seus pais?

Ela concordou e me levou até lá. Durante nosso percurso, notei os traços dela. A pele escura é bela, brilhante e ostenta uma tatuagem no braço esquerdo. Seu cabelo está preso em vários coquinhos. Ela usa vestes coloridas e confortáveis. E, pra minha surpresa, ela anda com um bastão de madeira. A ponta é afiada, parece com uma lança.

Tenho quase certeza de que ela se sente uma amazona.

Seus pais nem se parecem de idade. Tenho certeza de que eu tenho algumas rugas, detalhes da idade, coisa que eles não o possuem. Que genes abençoados.

- Verackly, quanto tempo, querida. Sinto por não ter ido ao casamento de seu filho. Kayla contou que muitas pessoas confundiram-na com a noiva.

Sorri. Eu mesma confundiria facilmente.

- Mas não vamos nos demorar. Sei que não veio para bater um papo com amigos de infância da Academia de Reis. - ela contou, sorrindo.

Direta como sempre.

- Bem, como foi direto ao ponto, também irei. Vocês por acaso, tiveram outro filho além de Kayla e Thiago? - perguntei.

Senti todos os guardas e até mesmo Kayla apresentarem sinais de hostilidade. Me mantive firme.

- Todos, se retirem. - Mark, o rei de Benkower ordenou. Todos os guardas e até mesmo o conselheiro se retiraram.

- O que você sabe sobre, Verackly? - Lia, a rainha, murmurou.

- Uma coisinha ou outra. - falei. - Mas não vou dar todos os detalhes sem uma garantia.

- O que você quer? - Kayla se posicionou, me rondando. - Você vêm aqui, fala de um assunto antigo e acha que merece uma recompensa? É dinheiro? Terras? Comércio? Diga. Eu mesma lhes garanto tudo isso!

- Não quero nada disso. Apenas uma aliança. - falei. - Uma aliança temporária. Vou contar tudo o que sei e proporcionar um encontro entre vocês e sua filha perdida.

- Como pode ter certeza de que ela é mesmo nossa filha? Eu sempre escutei todas as pessoas mentirem, fingindo ser minha menina. - Lia disse. - Não espero que seja só mais uma armação.

- Bem, se for assim, me expliquem como alguém consegue pegar um recém-nascido dentro do castelo sem que nenhum guarda ou qualquer outro ser vivo o veja. - indiquei. - Vocês sempre foram inteligentes, Lia e Mark. Aliás, eu tenho algumas provas, como os cabelos dela. Podem fazer um teste de DNA.

- Eu sabia que tinha um traidor! - Kayla bufou. - Isso só atrasou a coroação de Thiago em príncipe herdeiro. Apenas isso.

- Na certa, usariam a garota para tomar o trono. Mas, felizmente, ou não, o homem que estava criando-a morreu. Ela cresceu bem. Está em um lugar seguro, bem cuidada. - Thiago apareceu, sério. - Sinto aparecer repentinamente. Por favor, continuem.

- Precisamos de uma prova. - Mark pediu. - Uma prova, e eu envio Kayla para qualquer coisa que você precise.

- Conhecem alguém ligado à família Sergh? - contei. - Parece que tem alguém, aqui dentro que...

- O maldito tesoureiro. Eu sabia! - a porta foi aberta por Kayla, que retornou, olhando para todos nós, irada. - Ele disse que seus amigos teriam que viajar para ter acesso à diferentes culturas e tecnologias. Eles sumiram logo na noite em que minha irmã sumiu!

Ela andou em círculos, até que parou e encarou seus pais e depois me encarou.

- Obrigada, majestade. Isso é o suficiente para mim. Eu consigo pegar mais provas. Mas, antes... - ela suspirou. - Como você descobriu?

- O dito Sergh deixou um diário para trás. Lá tem tudo. - falei.

- Tragam o tesoureiro. Precisamos ter uma conversa.

***

Daí em diante, descobriram os crimes de desvio de dinheiro do palácio que era enviados à família Sergh para a criação de Kristal. Descobriram que a morte do pai adotivo de Kristal foi manipulada e que desistiram de trazê-la de volta, pois abriria toda a investigação. O tesoureiro confessou tudo.

Ele levou uma punição rigorosa e os feitos foram contados ao povo.

- Vera, eu sou grata por nos ajudar nesse caso. - Lia contou quando ficamos à sós. - Vamos cumprir nosso combinado.

- Já testaram os fios de cabelo?

- Sim. É compatível.

- Bom, eu tenho que voltar o quanti antes. Sinto que meu reino deve estar desabando nesse momento.

- Por favor, vá. Me dê os detalhes depois. - contou. - Leve Kayla consigo. Lhe farei uma visita no tempo apropriado para lhe agradecer.

- Não será preciso. Sendo sincera, não o fiz pensando em vocês. Eu só quero usa-los para que minha menina fique segura.

- Sua... menina? - ela levantou uma sobrancelha e logo fez uma cara de espanto. - Não pode s...

- Sim. Sua filha é minha nora. - contei. - Até mais, majestade.

***

A viagem de volta foi tranquila. Kayla já tinha abaixado a guarda ao meu respeito.

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