Um Retorno Inesperado | ✓

By abewrite

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Lauren Anderson tinha quinze anos quando teve que se mudar de sua cidade natal para morar em Londres e assim... More

Acervo
Capítulo 1
Capítulo 2
capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capitulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 40
Capítulo 41
Epílogo
Agradecimentos
SUR-PRE-SA!

Capítulo 39

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By abewrite

Peguei a chave da mão de Bryan como um raio e corri para fora do baile. Agradeci por não ter seguido a idéia da Julie em vir com um salto de vinte centímetros e ao invés disso, ter optado por um tênis all star preto de lantejoulas brilhantes. Bonito e confortável.

Parti com o carro e em menos de dois minutos eu estava em minha casa. Abri a porta o mais rápido que pude sem ter a preocupação de fechá-la novamente. Subi as escadas de dois em dois degraus e entrei no meu quarto, já ofegante.

Eu não costumava correr assim. Na verdade, nunca fui muito atlética, mas naquela ocasião, por incrível que pareça, eu não me importava em fazer tanto esforço físico.

Abri a última gaveta da cômoda, onde minha mãe havia o guardado mais cedo e lá estava ele: o casaco azul escuro de zíper que Daniel havia me emprestado há três anos atrás.

Sorri, aliviada e corri de volta para o carro.

Cheguei em frente da casa dele com o casaco em mãos e, com o coração acelerado e respiração descompassada, bati na porta quatro vezes.

Alguns segundos depois, a porta abriu e meu nervosismo, até então camuflado pela adrenalina da correria, preencheu meu ser.

- Lauren?

Quatorze horas antes...

Ah, o baile de formatura!

Um dos eventos mais importantes da vida de um adolescente que está no terceiro ano do ensino médio. Eu não estava tão empolgada quanto desejava estar, mas, Julie fez questão de ficar por mim, por ela e por mais uma dúzia de pessoas que, sabe lá Deus por quê, não estavam animadas.

- Eu quero estar deslumbrante. Quero chegar lá e ser o centro das atenções! - Ela sorriu com os olhos brilhantes enquanto passávamos pela porta automática do shopping.

- Nos diga uma novidade. - Mel zombou.

- Quero tirar muitas fotos também e vocês serão encarregadas disso. Então, se preparem. - Piscou andando a nossa frente.

Entramos em uma loja enorme de vestidos de festa para compra e aluguel. Durou apenas três segundos para Julie bater o olho em alguns vestidos brilhosos e vibrantes que, definitivamente, iriam voltar toda a atenção do baile para ela.

- É esse. Esse é o vestido certo. - Julie abriu as cortinas laranja do provador e andou até nós com um vestido azul, como o céu em uma manhã de verão.

Ele era de um acetinado brilhoso, longo e com uma fenda enorme do lado de sua perna direita. Suas finas alças se cruzavam três vezes em suas costas para no fim, serem enlaçados.  Seu tom de pele atenuava a cor do vestido, deixando os dois em completa harmonia. Ela estava perfeita.

- Você tem que levar esse. Está incrível! - Mel pulou, animada, ao lado da cacheada.

- Eu vou. Agora é a vez de vocês. - Ela disse indo ao provador para se trocar.

Após mais duas sessões de vestidos, Melissa escolheu um vestido magenta - que realçava em sua pele de tom claro como a neve - de tule, bem armado e sem alças. Tinha pedras costuradas por toda parte, dando um certo brilho. Já eu, escolhi um vestido verde esmeralda, de tronco corset, revestido de glitter. Era a coisa mais linda.

Depois que pagamos, fomos a uma loja de sapatos e de lá saímos com mais uma sacola.

- Afinal, Lauren. Você conseguiu arrumar um par para ir hoje? - Julie perguntou bebendo seu milkshake de morango.

- Não.

- É claro. Quem estava disposto a ir com ela, ela rejeitou. - Mel zombou e eu lhe dei um leve empurrão.

- Falar nisso, como estão as coisas entre vocês? - Julie perguntou.

Suspirei.

- Estão difíceis. - Relaxei meu corpo na cadeira. - Ele me evita o tempo todo, vive me dando respostas curtas e secas, nao faz brincadeiras irritantes nem piadas sem graça, não me da tapas na testa, nem ri da minha lentidão em entender as coisas. - Gesticulei impaciente. - Isso está me deixando louca e pra piorar não consigo tirar aquele maldito beijo da minha cabeça. - Esbravejei. 

Respirei fundo e me acalmei. Olhei para as minhas amigas, mas elas me encaravam com um sorriso amendrontador.

- O que foi? - Olhei confusa.

- Nós sabemos como você pode consertar isso. - Julie e Mel se entreolharam e depois voltaram-se para mim.

- Como? - Perguntei curiosa, ajeitando-me na cadeira.

Melissa ri.

- Falando a verdade. - Disse óbvia.

- Como assim? em qual momento eu menti? - Arqueei as sobrancelhas.

- Ah, Lauren, faça o favor! - Julie bufou largando o copo na mesa. - Presta atenção nas coisas que você disse.

- O quê que tem? - Perguntei impaciente.

As vezes seus joguinhos me davam nos nervos.

- Você gosta dele! - Ela alterou o tom de voz, visivelmente irritada. - Por que é tão difícil de admitir isso em voz alta?

Bufei.

- E se eu gostar, e daí? - Retruquei. - Isso não muda nada. - Cruzei os braços como uma criança de cinco anos que não ganhou o brinquedo que queria. 

- Pare de palhaçada e vá dizer que quer ficar com ele. - Mel bufou e revirou os olhos.

Neguei.

- Não daria certo.

- Você está tentando se convencer disso, apenas. - Julie revirou os olhos. - Para de fazer sua vida girar em torno de um acontecimento ruim que você teve no passado.

Mel concordou ao seu lado.

- Siga em frente. Viva a sua vida. - A morena completou. - Para de pensar no que aconteceu e vai ser feliz. Se não der certo de novo, você tenta outra vez.

Ela finalizou em um tom emocionante e quase consegui ouvir uma música motivacional tocar no ambiente como se estivéssemos em um filme de superação.

- É garota, acorda! Você só tem dezoito anos, tem uma vida toda pela frente. - Julie disse impaciente e nós gargalhamos.

Julie me deixou na porta de casa quando o sol sumiu no horizonte, dando a vez para a lua brilhar.  Entrei com certa dificuldade por causa das sacolas grandes em meus braços e ouvi minha mãe me chamar, assim que passei pela sala.

- Oi, mãe. Onde você está? - Perguntei subindo as escadas.

- No seu quarto! - gritou distante.

- O que está fazendo no meu quarto? - Entrei no cômodo.

Ela estava parada, de roupão branco e toalha no cabelo, em frente ao meu guarda-roupa.

- Estava procurando uma roupa para mim e acabei achando isso. - Ela veio até mim com um casaco azul na mão.

Reconheci na mesma hora.

- É do Daniel. - Peguei na mão e o estendi em minha frente.

Por ser de três anos atrás, duvido que ainda sirva nele. Afinal, ele tinha adquirido músculos e altura considerável nesse meio tempo.

- Por que você está pegando as minhas roupas? - Arqueei as sobrancelhas deixando as sacolas na cama.

- Eu vou sair com o seu pai. - Ela deu de ombros pegando um vestido vermelho que eu tinha no armário. - Já que você vai ao baile.

- Uuuuh! - Levantei as sobrancelhas. - Vão pra onde?

- Um jantar beneficente de um amigo nosso. Beijos, vou me arrumar. - Soltou um beijo no ar e sumiu pelo corredor.

Suspirei e me sentei na cama, olhando para o casaco na minha frente.

Lembranças nossas invadiram a minha mente antes que eu pudesse perceber:

"Assim que me virei para entrar, senti suas mãos quentes me tocarem. Voltei a olha-lo e então ele me surpreendeu com um abraço.

- Não vai se acostumando, é apenas porque você voltou. - Piscou, se distanciando."

...

" - Claro, tinha me esquecido. - Falei sem graça e ele riu.

- Do que você não esquece, Lau? - Ele zombou e eu sorri, sem perceber, com o apelido.

Ele nunca havia me chamado assim em dezoito anos de convivência."

...

" - Daniel! - Chamei o mesmo que se virou.

Mas eu já estava perto demais dele para parar. Choquei em seu corpo, quase tombando a gente e o pote no chão. Ainda bem que ele foi mais rápido: me segurou firmemente pela cintura, colocando um de seus pés para trás para manter o equilíbrio."

...

" - Como você é rancorosa. - Ele fez careta.

- Sim, eu estou horrível naquela foto! - Protestei.

- Como se fosse possível... - Murmurou. "

...

" - Ei... - Ele sussurrou perto do meu pescoço me fazendo saltar.

- O que foi, Daniel? Você quase me infartou! - Sussurrei irritada e ele se controlou para não gargalhar alto.

- Eu só queria elogiar a pipoca, sua medrosa. - Ele sorriu divertido. - O filme nem é tão assustador.

- Você é louco... - O olhei incrédula.

Ele riu e balançou a cabeça.

- Não precisa se preocupar, eu estou aqui para te proteger! - Piscou. "

...

" - Calma, por que você é tão nervosa? - Acariciou minha cabeça e bagunçou o meu cabelo como se eu fosse uma cadela.

Eu vou matar esse idiota.

- Daniel! - Repreendi e ele gargalhou. - Você gosta de me tirar do sério, né?! - Cerrei os olhos. 

- É meu passatempo favorito! - Piscou, voltando a andar em direção a sua casa."

...

"Senti suas mãos pegarem as minhas e colocarem em volta de sua cintura. Ele me envolveu em seus braços e me apertou como se fosse um vaso de porcelana prestes a quebrar.

Fiquei sem reação. Ele não era de fazer esse tipo de coisa, mas, não pude recusar. O abraço dele era bom e aconchegante.

- Eu sei que... você não é muito de expressar o seu amor por mim... - Ele sussurrou divertido e eu ri batendo em suas costas de leve. "

...

" — Então, você concorda! — Ri.

— Concordo com o quê? — Disse confuso.

— Que eu sou a melhor pessoa que você poderia passar o dia. — Sorri orgulhosa.

— Concordo. — Sorriu, me surpreendo. — Dentre os piores, você é a melhor. — Completou abrindo mais o sorriso enquanto o meu foi se esvaindo por completo. "

...

" Me aproximei dele e o abracei. Ele não se moveu por alguns instantes, mas logo entregou-se ao meu abraço.

Mesmo com o cheiro horrível de álcool que queimava minhas narinas, não me afastei. Sei que ele precisava daquilo no momento, mesmo que provavelmente não se lembrasse de muita coisa pela manhã.

- Eu sinto muito por isso. - Sussurrei.

Ele balançou a cabeça e desvencilhou-se do meu abraço."

...

"- Anderson, me dá esse guarda-chuva agora! - Ele falou tentando pegar da minha mão, mas eu sempre desviava.

A essa altura, nenhum de nós estava realmente protegendo-se da chuva.

Tentei passar por ele, mas no último segundo ele abriu seus braços, pegou-me pela cintura e me impediu de fazer o que tinha planejado. O impacto com o seu corpo me desequilibrou e nos levei ao chão. Caímos sentados, um do lado do outro, mas sua mão permaneceu na minha cintura, na tentativa de me segurar.

Daniel olhou para mim, incrédulo e eu tentei esprimir uma gargalhada, mas não deu certo. Ele balançou a cabeça negativamente e riu, não sei se estava achando graça ou se ainda não acreditava que estávamos sentados no meio do estacionamento, encharcados pela chuva.

- Desculpa, eu acabei escorregando. - Disse me sentindo culpada, mas não consegui parar de rir.

- E precisava me levar junto? - Bufou e riu.

- Ah, já estávamos molhados mesmo. - Dei de ombros tentando amenizar a situação.

- Exatamente! Porque você pegou o guarda-chuva da minha mão. - Bateu em minha testa levemente como ele sempre fazia.

Esprimi uma risada.

- Desculpa. - Fiz beiço e depois lhe dei um pequeno sorriso.

Ele suspirou e levantou. Passou a mão no cabelo molhado e alguns fios caíram em seu rosto. A blusa branca que usava, agora, estava totalmente colada ao seu corpo e pingos de chuva escorriam por sua pele. Num piscar de olhos, eu tinha esquecido da chuva e meu coração acelerou de um jeito estranho.

Ele estendeu sua mão para mim com um sorriso de lado e sua covinha que, há pouco tempo eu havia reparado, apareceu. Engoli em seco e segurei sua mão.

Ajudou-me a levantar e nossos olhares se encontraram. Pode ter sido por apenas microsegundos, mas foi tempo suficiente para que perdesse a noção do tempo."

...

" Senti dois braços envolverem meu corpo, me impedindo de passar vergonha. Abri meus olhos devagar para ver quem era o salvador da pátria e me surpreendi.

- Qual é a sua relação com o chão? - Daniel perguntou com um sorriso zombeteiro.

Soltei o ar de meus pulmões que nem se quer sabia que estava prendendo. Revirei os olhos e sorri de alívio.

- Idiota. - Murmurei.

Ele me levantou devagar, sem tirar seus olhos dos meus e um frio passou pela minha barriga.

- É assim que agradece? - Arqueou as sobrancelhas. "

...

" - Eu ainda tenho medo e eu não quero ficar naquela casa sozinha. - Disse apontando para trás.

- Eu ja sabia, só queria que você admitisse. - Deu de ombros com um largo sorriso. - Vem, vamos entrar. - Passou por mim.

Me surpreendi quando pegou em minha mão e puxou-me para dentro da casa. Uma carga de eletricidade percorreu o meu corpo de um jeito estranho e prendi a respiração por alguns segundos. Torci que fosse apenas o medo de entrar naquela completa escuridão e não pelo fato de nossas mãos estarem dadas. "

...

" - Foi a minha melhor festa, me diverti muito. - Sorri vendo a foto em que eu dançava na pista de dança.

- Você estava linda nesse dia. - Ouvi Daniel murmurar e o olhei surpresa. "

...

" - Agora está bem melhor. Finalmente estou vendo você. - Ri.

Ele me olhou com um sorriso travesso e cerrou os olhos.

- Você gosta de me ver, é? - Franziu o cenho.

Arregalei os olhos percebendo o que tinha dito.

- Deus me livre! - Fiz careta tentando disfarçar a minha vergonha."

...

Agitei minha cabeça de um lado para o outro, afastando as lembranças antes que o aperto que eu sentia no peito aumentasse. Mas, a mesma dúvida, que me perseguia por dias, pairou sobre mim: será que vale a pena arriscar?

Oi amores, aqui podemos ver que Lauren está em um grande impasse hein?! Se ela continuar pensando tanto assim, a cabeça dela vai ter explodir.

Mas, então?! O que estão achando?

Gostaram dessa prévia dos próximos capítulos no começo? Diz aí!

Não esqueçam de votar!

beijos e até!

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