Grávida do Príncipe

By OrquideaNegra21

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Uma simples jovem enfrenta vários dilemas em sua - antes pacata - vida. Uma série de acontecimentos em sua v... More

Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19

Capítulo 14

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By OrquideaNegra21

POV. KRISTAL

Já tem horas que estamos viajando de carro. HORAS. Felipe disse que é por conta de um protocolo que diz que alguma mulher da realeza não pode andar de avião se estiver gestante.

Meu caso, ainda bem.

Nem morta que me colocam em um avião de novo. Puta medo de altura.

Enfim, eu estava ansiosa. Enquanto me despedi de minha mãe, ela me disse que colocou uma lembrança importante de meu pai na minha mala.

Sempre evitamos tocar nesse assunto. Ele morreu atropelado e o culpado sumiu. As coisas dele foram vendidas para ter como nos manter enquanto eu era menor de idade e eu não tinha um trabalho para ajuda-los.

Um suspiro escapou de meus lábios quando finalmente chegamos. William veio dirigindo por nós, já que Felipe tomou umas. E, por segurança, não era bom ele dirigir.

Não consegui ver muita coisa pois o lugar estava escuro. A iluminação era bem pouca. Notei que não tinha muitas casas próximas. Tinha que ter uma boa caminhada, o suficiente para conversar com alguém.

    — Willian é o único que sabe onde estamos. Ele vai trazer Lissandra de vez em quando para os exames. — Lipe disse quando entramos e ele ligou a luz.— Sinto em dizer, mas essa vai ser nossa "prisão" até nosso bebê nascer.

     — Certo... — minha atenção estava na televisão, sofá e quadros da sala de estar.

     — Eu te comprei um celular novo. — ele falou, me entregando a caixinha. — Aqui tem sinal mas evite mandar áudios e mensagens de texto para seus amigos e parentes. Não sabemos quando podem tentar nos localizar. A vizinhança não nos conhece bem aqui. É só vivermos calmamente sem chamar a atenção. Se precisar de algo, me avise. Eu tenho um contato especial com Willian e ele vai buscar para nós. Toda semana ele vai nos trazer mantimentos necessário. Tem alguns mercados aqui perto caso tenha alguma urgência.  Amanhã eu levo suas malas lá pra cima. Que tal a gente ir dormir agora?

O encarei piscando várias vezes. Não tinha entendido todas as frase dele e ele parecia não ter percebido.

   — Entendeu o que eu falei?

   — Na verdade, parei de prestar atenção à partir do "celular novo". — murmurei. Ele fez uma careta. — Vamos tomar um banho e dormir. Estou um caco.

    — Ah, outra coisa é que... Só temos um quarto equipado. — ele murmurou. — Vamos dormir juntos.

    — Tá bom.

    — Só isso? — ele me pareceu indignado. — Kristal, você me vê como seu homem?

    — Te vejo como MEU amigo e PAI do meu filho. Não somos marido e mulher de verdade, né. Aliás, Willian vai voltar agora?

    — Sim. Não tem mais nada que ele possa fazer aqui hoje.

    — Willian, entre e durma no sofá! Nada de pegar essas estradas à noite! Nunca se sabe os perigos! — gritei.

    — Eu não. Vai que vocês... — ele procurou uma palavra certa. — Vai que vocês resolvam "consumar o casamento". — ele fez aspas com os dedos.

    — Você não presta, cara! — lhe joguei uma almofada. — Tranca a porta e vai dormir no sofá. Lipe, busca uma coberta para o William?

    — Quê? — os dois estranharam.

Óbvio que isso aconteceria. William é quem sempre faz as coisas. Inverter isso é uma coisa beeem engraçada de se ver.

    — Anda, Lipe. Ele é nosso convidado. — ele saiu de cena, bufando. — Aliás, eu peguei alguns lanchinhos da festa. Quer alguns?

    — Você pegou? — ele ergueu uma sobrancelha.

    — Ah, costumes de pobre! — sorri para ele. — Sinta-se em casa. Só não te apresento ela pois é minha primeira vez aqui. Estou indo dormir. Boa noite.

    — Obrigado. E boa noite.

Subi as escadas pois foi o lugar onde Felipe havia ido. Na minha cabeça, o quarto devia ser no andar de cima. No meio da escada ele estava descendo com o cobertor para Willian.

    — Se está indo pro quarto, é a segunda porta à esquerda. — ele falou e continuou a descer.

Fui para o dito quarto. Toquei na parede em busca do interruptor para acender a luz do lugar. Dei uma boa olhada antes de entrar. Dá pra ver que a mobília foi feita com delicadeza, nos tons de um bege com detalhes em marrom escuro. A cama de casal, bem no centro, me surpreendeu. É imensa. Tenho certeza de que, quando meu bucho ficar enorme, mal vou conseguir sair dessa cama. Deve ter uns dois colchões! No lado direito tem uma mesinha com um abajur e um quadro com qualquer paisagem. No lado esquerdo, tem um armário pequeno, com outro abajur e duas gavetinhas. Na parede atrás da cama tem uma janela com cortinas brancas.

Enfim, do lado direito, próximo da cama, tem um guarda-roupa grande, com as mesmas cores que as demais mobílias. E logo ao lado tem uma porta que julguei ser o banheiro.

Já no lado da porta tem uma televisão plana no centro de um conjunto de armários. Vi que as prateleira, com portinhas de vidro, tinham muitos DVD's e CD's. Minhas malas e as malas do Lipe estavam nesse lado, atrás de um sofá- cama marrom. Ignorei outros detalhese fui até a cama, me sentando de frente para o guarda-roupa.

Senti meu quadril agradecer por ficar sentada. O dia de hoje foi puxado e fiquei muitas horas de pé. Alisei meu ventre com uma mão enquanto a outra está apoiada nas minhas costas.

    — Pensei que você ia tomar um banho... — escutei a voz de Lipe.

    — Que susto, homem! Não aprendeu a bater na porta? — resmunguei.

Nos encaramos e ele riu com a ousadia do que eu disse. Ele nem precisava bater na porta. Era alguém que abria a porta para ele e ainda avisava que ele estava ali.

    — Eu vou tomar um banho. Só parei um pouco pra analisar o quarto. — falei e ele veio se sentar ao meu lado.

    — Quer ajuda? Sabe que posso te dar um banho bem capr...

    — Sai daqui, Lipe. — resmunguei e ele riu, se jogando na cama. — Não. Na verdade, pega aquela mala pequena pra mim? A cinza com uma logo da Barbie!

Ele se levantou na hora, incrédulo. Seu olhar foi para o montante de malas e ele riu, sem acreditar no que via.

    — Você tem uma mala da Barbie?! E nem é toda rosa?!

    — Eu peguei a mais discreta que tinha. — me defendi. — Vai pegar pra mim ou tá difícil?

     — Nem parece que acabamos de nos casar. Tem certeza de que não estamos casados há, no mínimo, 20 anos? — ele resmungou, indo na direção das malas e pegando a que eu disse.

Ele colocou na cama e abriu a mala pra mim. Vi um saco de presentes preto com um laço vermelho. Não tinha nada assim antes. Será que essa era a "lembrança do meu pai"?

Naah. Impossível. Minha mãe não teria guardado uma coisa tão importante na maleta de calcinhas e produtos de higiene pessoal.

     — O que tem aí dentro? — ele perguntou, sem esconder a curiosidade.

     — Não sei, vou descobrir. Mas deve ser algo pequeno. Só tem ar aqui dentro.

Desfiz o laço e encarei o conteúdo antes de tira-lo de dentro. Senti que meu rosto mudou de cores umas cinco vezes antes da cor da vergonha pintar minha face. Fechei o saco e joguei dentro da mala, fechando a mesma e mantendo minha mão encima.

     — Você está proibido de ver isso. — contei.

     — Kris, você sabe que o proibido é bem mais gostoso, não sabe? — ele perguntou, segurando uma risada.

     — Não se atreva. Eu te coloco pra dormir naquele sofá ali. — ameacei.

     — Uma hora você vai entrar naquele banheiro e eu vou ver.

     — Eu levo essa coisa comigo. Amanhã cedo eu vou queimar isso. Certeza que foi planos da Ana!

Tirei a mão da mala por um segundo enquanto reclamava da sem vergonhice da Ana.

     — Wow... — escutei ele murmurar, surpreso. — Eu super apoio você usar isso.

O encarei e vi ele segurar a pequena/minúscula calcinha preta de renda e fio-dental. Se acha que foi um conjunto, enganados estão. Foi apenas um monte de calcinhas assim.

     — "Use sem sabedoria. Já está grávida mesmo. O máximo que pode te acontecer é você desmaiar de prazer. Beijos de sua linda e maravilhosa amiga, Ana". — ele leu um cartão que estava dentro. — E aí? Qual você vai usar? Essa preta vai ficar super sexi. Mas tem essa branca que entra num contraste com sua pele que... Ai, papi...

Dei um tapa nele que riu. Abri a mala e peguei meu roupão, uma toalha e uma calcinha confortável. Depois, abri o bolso da frente da mala e peguei minha saboneteira.

Virei as costas e entrei no banheiro. Nem liguei muitos para os detalhes pois só queria relaxar. Deixei para admirar as coisas no dia seguinte. Após um banho rápido e relaxantes, me sequei e me enrolei no roupão. Coloquei a calcinha e fui pro quarto.

Pela preguiça, só adormeci sem me importar se ia ter espaço suficiente para Felipe dormir. Qualquer coisa, tem um sofá no quarto. Ele pode aproveitar e se deitar lá.

***

        Acordei com o sol no meu rosto. Devo ter esquecido de fechar a janela. Abri os olhos e me espreguicei. Minha mão esquerda bateu em algo. Quando olhei, vi Felipe massageando o nariz.

    — Puta que pariu! — ele resmungou. — É assim que você dá "bom dia"? — ele se sentou na cama.

Seu rosto estava vermelho. Já era de se esperar, já que sua pele é bem clara.

    — O que você faz aqui?! — resmunguei.

    — Eu moro aqui, lembra? Sem contar que somos casados!

    — Eu sei. Mas... Argh! Eu esqueci — falei. — Machucou muito?

    — Nah. Só um susto mesmo. Foi a primeira vez que acordei com alguém me dando um murro no nariz. — ele murmurou, sorrindo.

Revirei os olhos e me levantei, correndo pro banheiro mijar. Suspirei, aliviada.

    — Quer que eu faça o café da manhã? — ele perguntou, entrando no banheiro.

     — OH, SEU FI DE RAPARIGA!!! — gritei, surpresa. — Eu tô mijando! Cadê a privacidade?!

     — Me disseram que depois que casa não existe mais isso. Vai se acostumando. — ele pegou a escova de dentes dele e colocou a pasta.

    — Olha, você sabe escovar os dentes sozinho! Pensei que a realeza não fazia essas coisas! Achei que você tinha que ter uma serva pra escovar sua boca! — o provoquei, rindo.

Ele revirou os olhos.

    — Vai demorar muito aí? — ele murmurou, levantando uma sobrancelha.

    — Você pode se virar pra eu poder me limpar? — perguntei, envergonhada.

    — Fala sério... — ele se virou. Me sequei e dei descarga.

Lavei as mãos e sai do banheiro. Preciso de uma roupa confortável para o dia. Peguei minha mala creme com estampas de viagens pelo mundo. Já viajei para alguns lugares? Não. Mas gostei do estilo.

Coloquei a mala na cama e a abri, pegando um vestido leve e liso, mas florido. Tirei o roupão e o vesti, já que havia dormido só de roupão. A brisa da manhã causou alguns arrepios no meu corpo.

Passei a cabeça pelo vestido quando escutei a voz de Felipe. Por um instante, eu esqueci dele. Tentei me apressar e virei na direção da porta do banheiro.

    — Não vem pra c... — tarde demais. Ele já estava no quarto.

Vi ele me olhar de cima à baixo e me apressei para terminar de colocar a roupa.

    — Que belezura, Kristal. — ele comentou, saindo do transe. Senti meu rosto esquentar. — Não vou te provocar se é isso quete deixa desconfortável. Queria saber o que acha de panquecas para o café da manhã?

     — Tem alguns lanchinhos do casamento lá embaixo. — falei.

     — Tem? — ele estranhou.

     — Eu peguei. Tá lá na sala. Deixei na grande bolsa térmica.

     — Desde quando? Quero dizer, quando você os pegou? — ele continuou com uma interrogação na testa. — Eu estive a noite toda do seu lado!

     — Eu não vou te ensinar meus truques, alteza. — o provoquei.

Ele bufou.

      — Estou descendo. A cozinha é lá embaixo. — ele disse, saindo do quarto. No entanto, ele voltou, sorrindo malandro. — Aliás, você tem um lindo bumbum!

E correu.

Fui escovar os dentes e depois desci as escadas. Vi Willian deitado no sofá e Felipe encarando-o, incrédulo.

     — Vai beijar a Bela Adormecida, príncipe Felipe? — ele me encarou, surpreso.

     — Até eu acordei antes dele. Eu quero assistir televisão! — ele disse, parecendo uma criança birrenta.

     — Deixa o rapaz dormir. Ele deve estar cansado de ficar cuidando de você. — falei e ele estralou a língua, cruzando os braços. — Onde é a cozinha?

Ele me estendeu a mão e a peguei. Lipe me guiou para a cozinha ao lado da sala. Todos os móveis eram brancos e num estilo dramático. Meu olhar foi para a mesa no centro, onde estava a minha bolsa com os aperitivos da festa.

Abri a mesma e o cheiro abafado dos lanches me deu um leve enjôo, o que me lembrou de tomar os remédios e vitaminas receitados pela Lissandra. Eu prefiro toma-los antes de comer algo.

Mas, hoje, deixei de tomar. Apenas fui nos armários conhecer o lugar onde cada utensílio estava. Abri todas as portas e fui tirando tudo do lugar e colocando-os na mesa. Estava tudo uma bagunça desenfreada.

    — Quem foi que arrumou essa bodega? — resmunguei. — Parece que nunca viu como uma cozinha funciona...

Estranhei que Felipe estava calado e o encarei. Ele tentava evitar contato visual comigo e apenas coçou o cabelo na região da nuca.

     — Tinha que ser...

     — Em minha defesa, eu fiz o melhor possível. — ele murmurou. — Quer ajuda?

     — Quero. Procura uma jarra pra fazer café. — falei e me virei para tirar as panelas dos armários de cima.

     — Serve essa? — ele indagou. Me virei para ele.

Ele segurava uma linda jarra de SUCO transparente com a tampa verde. Dei um tapa na minha própria testa. É mole...

     — Não essa, Lipe... Essa é de suco. Olha, vou te dar uma aula prática de como fazer café e outras coisinhas. A jarra de café é.. — procurei em volta, dentro do gabinete da pia. Ao encontrar, peguei a mesma e mostrei pra ele. — É uma... É essa aqui. — mostrei a jarra certa para ele. — Você coloca a água aqui e ferve.

Fiz o que eu mesma disse e liguei o fogão, colocando a jarra com água na boca maior.

   — Quanto de água? — ele perguntou, realmente curioso.

    — O suficiente. — murmurei. — Eu gosto muito de tomar café, mas tenho que maneirar. Como somos só dois, podemos colocar uns 500ml. Você pode usar esse copo de medidas ou ir por olhômetro.

      — "Olhômetro"? Essa palavra existe?

     — Pra pobre sempre existiu. — falei. — Você só vê quanto de água está bom.

Fui explicando as coisas pra ele e ele me auxiliou em algumas. Eu explicava as coisas como se ele fosse uma criancinha aprendendo sobre culinária.

     — Eu tenho uma dúvida... — murmurei e ele me encarou, enquanto adoçava o café. — O que você ia fazer no "café da manhã" se você nem sabe fazer o próprio café?

Ele sorriu, dando de ombros.

    — Eu ia fazer um suco e ia pesquisar o resto na internet. — ele falou, inocentemente.

Gargalhei e ele revirou os olhos.

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Capítulo 14

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