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By catratonks

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𝐚𝐫𝐭𝐞. substantivo feminino ? ΰ₯§ 𝐒. produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a concret... More

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π˜π„π€π‘ π…πŽπ”π‘
π˜πŸ’: Quidditch World Cup
π˜πŸ’: The Triwizard Tournament
π˜πŸ’: The Four Champions
π˜πŸ’: Potter Stinks
π˜πŸ’: The First Task
π˜πŸ’: Will You Dance With Me?
π˜πŸ’: Yule Ball
π˜πŸ’: The Golden Egg
π˜πŸ’: The Second Task
π˜πŸ’: Truth Or Dare
π˜πŸ’: The Third Task
π˜πŸ’: Everything Changes
π˜π„π€π‘ π…πˆπ•π„
π˜πŸ“: Grimmauld Place
π˜πŸ“: The Silver Dress
π˜πŸ“: The Prank
π˜πŸ“: Dolores Umbridge
π˜πŸ“: Firefly Conversations
π˜πŸ“: Harry, My Harry
π˜πŸ“: The Astronomy Tower
π˜πŸ“: The High Inquisitor
π˜πŸ“: The Revenge
π˜πŸ“: The Reunion
π˜πŸ“: Midnight Talking
π˜πŸ“: Dumbledore's Army
π˜πŸ“: Weasley Is Our King
π˜πŸ“: Love Potion
π˜πŸ“: Nightmares
π˜πŸ“: Holly Jolly Christmas
π˜πŸ“: Maddie's Birthday Party
π˜πŸ“: Happy New Year!
π˜πŸ“: Fireworks
π˜πŸ“: Draco Malfoy
π˜πŸ“: Honeycomb Butterflies
π˜πŸ“: Expecto Patronum
π˜πŸ“: The New Seeker
π˜πŸ“: Breakdown
π˜πŸ“: A Whole New Perspective
π˜π„π€π‘ π’πˆπ—
π˜πŸ”: Horace Slughorn
π˜πŸ”: The Burrow
π˜πŸ”: Weasley's Wizard Wheezes
π˜πŸ”: August 11th
π˜πŸ”: Back to Hogwarts
π˜πŸ”: Amortentia
π˜πŸ”: The Quidditch Captain
π˜πŸ”: Draco?
π˜πŸ”: Falling Apart
π˜πŸ”: The Bookstore of Mysteries
π˜πŸ”: The Curse
π˜πŸ”: Slug Club
π˜πŸ”: Dirty Little Secret
π˜πŸ”: Sign Of The Times
π˜πŸ”: Road Trip
π˜πŸ”: Whispers and Secrets
π˜πŸ”: Shopping Day
π˜πŸ”: Rufus Scrimgeour
π˜πŸ”: The Hunt
π˜πŸ”: Valentine's Day
π˜πŸ”: Quidditch Disaster
π˜πŸ”: Sixteenth Birthday
π˜πŸ”: Liquid Luck
π˜πŸ”: Sectumsempra
π˜πŸ”: The Cave
π˜πŸ”: What Starts, Ends
π˜π„π€π‘ 𝐒𝐄𝐕𝐄𝐍
π˜πŸ•: The Seven Potter's
π˜πŸ•: The Birthday Party
π˜πŸ•: The Wedding
π˜πŸ•: The Murderer
π˜πŸ•: September 1st
π˜πŸ•: The Sins Of Tragedy
π˜πŸ•: Body and Soul
π˜πŸ•: Slytherin's Locket
π˜πŸ•: The Depths Of Fall
π˜πŸ•: Breaking Hearts
π˜πŸ•: Godric's Hollow
π˜πŸ•: The Sword
π˜πŸ•: The Deathly Hallows
π˜πŸ•: Bellatrix's Vengeance
π˜πŸ•: Highs And Lows
π˜πŸ•: The Talk
π˜πŸ•: The Plan
π˜πŸ•: Knives? Sure!
π˜πŸ•: The Boy Who Lived
π˜πŸ•: When Nightmares Come to Life
π˜πŸ•: Blood And Bone
π˜πŸ•: Voids
π˜πŸ•: Death Comes
π˜πŸ•: Sunflowers
π˜πŸ•: Turning Page
π˜πŸ•: Intertwined Fates
𝐀𝐅𝐓𝐄𝐑 𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐀𝐑
I. Surprises
II. Soft Kisses And Bad Dreams
III. Death's Lullaby
IV. WARNING: DANGER!
V. Hunting Season
VI. The Corner Of The Lost Souls
VII. The Letter
VIII. Sex On The Beach

π˜πŸ”: Champagne Problems

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By catratonks

⚠️: conteúdo sensível.

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

Faltavam poucos dias para a tão esperada partida de quadribol entre a Grifinória e a Sonserina, e Harry ainda não tinha encontrado um substituto que pudesse jogar no lugar de Katie Bell. É claro que havia a opção de chamar Córmaco, mas Harry recusava-se terminantemente a fazer tal coisa, ainda mais após o que acontecera depois do jantar que tivemos com Slughorn, naquela terça-feira tão monótona que já havia passado.

— Eu sei que você o odeia — falei, andando ao lado dele até a grande mesa da Grifinória, no Salão Principal — , mas precisamos fechar o time, ou não vamos jogar.

— Córmaco está fora de questão — assegurou Harry. — Não vou deixar que aquele sem-vergonha chegue perto de você de novo.

— Você sabe que sei me defender sozinha, não sabe?

— Claro que sei, meu amor. Mas também sei que você se sente bem desconfortável com ele por perto, e quero evitar isso.

De longe, Ron e Hermione conversavam, sorrindo sem se dar conta. Harry e eu trocamos olhares antes de nos juntarmos a eles.

— Estão falando do baile? — perguntei, me sentando de frente para meus amigos com Harry em meu encalço. Meu namorado tirou de dentro da mochila o tal livro do Príncipe Mestiço, abrindo-o a partir de onde tinha parado.

— Que baile? — perguntou Ron, confuso.

— Era sobre isso que eu ia falar agora — Hermione sorriu, meio nervosa. — Slughorn vai dar uma festa de Natal, pouco antes do dia vinte e cinco, e disse que poderíamos levar acompanhantes...

— Ah — disse Ron, revirando os olhos. — Entendi. É mais uma festa para os favoritos dele, não é?

— Bem, é para os integrantes do Clube do Slugue.

Ron riu.

— Esse nome é patético.

— Não fui eu quem o inventou, tudo bem?

Clube do Slugue — debochou ele. — Mas é patético mesmo, Hermione, você tem que concordar. Bem, já que é para ser assim, por que não tenta namorar Mclaggen, ou Malfoy? Assim, Slughorn pode proclamar vocês Rei e Rainha do Clube...

— Nossos acompanhantes podem ser de fora — disse Hermione secamente. — E eu ia convidar você, mas se acha que é tão patético assim, então nem vou me incomodar!

Ron piscou algumas vezes, perturbado, e Harry ergueu os olhos do livro, olhando de um para o outro.

— Você ia me convidar? — perguntou Ron em tom completamente diferente.

— Ia. Mas se você prefere que eu namore o Mclaggen...

— Não, não prefiro.

Eles se entreolharam num silêncio estranho e pesado que pairou sobre todos nós. Então, subitamente, Hermione mudou de assunto, fazendo-me sobressaltar.

— Andei pesquisando — disse ela. — Sobre o Príncipe Mestiço.

— Lá vem — Harry revirou os olhos.

Ignorando esse comentário, Hermione falou:

— Não encontrei nada sobre ele, nem mesmo uma anotação minúscula em algum livro perdido, na biblioteca. Me parece suspeito.

— Se o Príncipe foi um estudante de Hogwarts, Hermione, acho improvável que tenham escrito alguma coisa sobre ele — lembrou Harry.

— Impossível. Aquela biblioteca possui absolutamente tudo de que precisamos saber.

— E quem disse que precisamos saber sobre a vida de uma pessoa que escrevia nas bordas dos livros didáticos?

Eu disse, porque você está usando os feitiços que ele criou sem saber se são confiáveis ou não!

— Aham.

— ... mas a única coisa que encontrei foram as possíveis famílias das quais ele pode ter vindo.

— Como, por exemplo...?

— Bem, pensei que o príncipe pode ser, na verdade, uma garota. A caligrafia organizada condiz com a de uma. E consegui encontrar um nome, através desse pressuposto, que poderia se encaixar nesse contexto: Eileen Prince. Sei que ela era capitã do time de Bexigas da escola, e que deve ter frequentado Hogwarts mais ou menos em 1940 e poucos...

— Você não pode deduzir que o príncipe é uma garota só porque tem letra bonita — disse Harry.

— Mas é o mais provável.

— Não necessariamente. Neville tem uma boa caligrafia, e nem por isso é uma garota.

— Eu sei, mas...

— Deixe para lá, Hermione. Não estou machucando ninguém ao usar o livro, estou?

Ainda não. Mas você não tem certeza de que todos os feitiços desse livro são seguros. Usar o Levicorpus sem que nada acontecesse foi pura sorte.

— Você está viajando, Hermione.

— Acho que... Talvez ela tenha razão — disse eu, baixinho, com cautela. Harry olhou para mim, sem entender. — Sobre usar encantamentos desconhecidos, quero dizer. Pode ser que nem todos sejam seguros.

Hermione sentou-se mais ereta à cadeira, orgulhosa, e Harry encolheu um pouco os ombros.

— Você acha que eu deveria parar de lê-lo? — perguntou meu namorado.

— Não — falei. — Só acho que deve tomar cuidado. Aquele tal de Sectumsempra, por exemplo... Não sabemos nada sobre ele. E como é um feitiço "para inimigos", como diz as anotações no livro, provavelmente possui efeitos negativos.

— Tudo bem.

— Se você sabe que tem influência sobre ele, S/N, não deveria ficar incentivando esse tipo de coisa. Pode acabar dando errado.

— Harry nunca faria mal a ninguém de propósito, Hermione, pare com isso. Deixe-o em paz.

Meu namorado deu um sorrisinho triunfante para nossa amiga, que revirou os olhos.

— Vocês dois se estragam.

Nesse momento, Simas passou andando por nós, e Harry, aparentemente tendo uma ideia, chamou:

— Ei, Simas! Venha aqui!

O garoto, desconfiado do tom utilizado por Harry, que normalmente era mais sério, parou.

— Quê?

— Escute, você está interessado em jogar como artilheiro?

— Claro que estou.

— Bem, ótimo. Você está na equipe.

— Ué, assim, do nada? Não preciso fazer um teste, ou algo do gênero?

— Não, não se preocupe. Você está dentro. Precisamos de alguém esforçado que possa substituir Katie, porque ela foi levada ao St. Mungus, e você é a única pessoa disponível que consigo aturar sem querer cometer assassinato.

— Ele está se referindo a Mclaggen. Harry o odeia — explicou Ron, diante da expressão duvidosa de Simas.

— É claro que o odeio. Ele tentou mexer com minha namorada sem o consentimento dela. Só não o matei porque S/A não deixou.

— Por mais que eu goste da ideia, nunca sei se você está falando sério ou não.

— Estou falando sério. Eu poderia me esgueirar no quarto dele às três da manhã com um facão de trinta centímetros, e...

— Não vai rolar, sinto muito.

— Que pena.

Simas ergueu as sobrancelhas. Harry disse:

— Teremos um treino hoje, às cinco da tarde. Apareça, por favor. Vamos testar nossas habilidades motoras.

— Certo, tudo bem. Estarei lá — disse Simas, fazendo um joinha com o polegar. Depois disso, o menino avistou o melhor amigo, que em minha opinião era o motivo pelo qual Simas aceitara o convite para entrar para o time tão rápido, e o seguiu.

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

Após as aulas daquele dia, Harry, Ron, Hermione e eu nos dirigimos até o grande estádio de quadribol. Minha melhor amiga ficaria de fora, assistindo ao treino, porque detestava voar.

Eu estava especialmente ativa naquela tarde, o que era contra meu humor usual, já que levantar da cama fora muito difícil. Só meus amigos mesmo, para me fazerem trocar minha expressão séria por um sorriso, embora eu soubesse que provavelmente estaria morrendo de dor de cabeça quando o treino acabasse. Todos os meus episódios que envolviam energia terminavam desse jeito porque eu sempre me esgotava muito rápido, meus olhos pesando como se quisessem fechar.

Uma vez em campo, nos despedimos de Mione, montamos em nossas respectivas vassouras e alçamos voo, indo ao encontro de nossos colegas de time.

O treino começou com um aquecimento mais leve, no qual trabalhamos nossa movimentação utilizando bolas de boliche encantadas. Após um bom tempo fazendo isso, nos concentramos em de fato jogar, e Harry descobriu que Simas era muito bom em trabalhar em equipe, embora às vezes não conseguisse agarrar a bola para lançá-la. Ginny e eu o ajudamos com isso. Entretanto, ao final do dia, quando a noite dava lugar aos últimos raios solares da tarde, Ron defendeu uma bola de mal jeito e acabou acertando o nariz de Dino, fazendo sangue jorrar.

— Foi um acidente, Dino, me desculpe! — pediu Ron pela décima vez. Todos nos reunimos em torno do menino que teve o nariz quebrado, tentando ajudar de alguma forma. — Foi só que eu...

— Entrou em pânico — completou Ginny, sem olhar para o irmão. — Seu retardado, olhe só o que você fez!

— Espere, posso dar um jeito nisso — disse Harry, que já tivera o nariz quebrado antes. — Episkey! — disse ele, apontando a varinha para o rosto machucado de Dino. — E Ginny, não chame Ron de retardado. Você não é capitão do time.

Ginny riu, desacreditada, estreitando os olhos. Depois olhou para mim, como se esperasse que eu dissesse alguma coisa.

— Quê?

— Seu namorado é um ignorante, S/N, é isso o que ele é. Quer saber? Vou dar o fora antes que acabe falando o que não devo.

Não tive tempo de falar para ela que Harry só estava fazendo seu trabalho como capitão porque Ginny já se fora.

— Não entendi — disse Harry, olhando para Ron e eu como se esperasse por uma resposta.

— E quem entende? — disse Ron. — Minha irmã parece uma dinamite de tão explosiva, é melhor nem tentar compreender.

— Não diga isso, Ron. Todos temos dias difíceis — falei.

— É, mas as outras pessoas não têm nada a ver com isso, têm? — disse Ron. Virando-se para Dino, ele acrescentou, em tom mais brando: — Sinto muito, de verdade. Está doendo?

— Como o inferno — respondeu Dino. Mas ele conseguiu sorrir. — Não se preocupe, essas coisas acontecem. O máximo que vou ter que fazer é colocar um gelo para diminuir o inchaço, mas pode ser depois que o treino acabar...

— Na verdade, acho melhor encerrarmos por aqui — disse Harry. — Está escuro demais para enxergarmos qualquer coisa. Tudo bem por vocês?

Todos concordaram, exaustos pela tarde de práticas. E eu, obviamente, estava morrendo de dor de cabeça.

Hermione, a essa altura do campeonato, tinha se cansado de assistir ao nosso treino e fora até a biblioteca: eu sabia disso porque tínhamos esbarrado uma na outra na saída do banheiro feminino do vestiário, no intervalo de dez minutos que Harry fazia a cada hora jogando, e Hermione aproveitou a oportunidade para me avisar. Por isso, saímos apenas Ron, Harry, Dino e eu de volta para o buraco do retrato da Torre da Grifinória.

— Joguei feito um saco de bosta de dragão — resmungou Ron no meio do caminho.

— Pare com isso — disse Dino. — Acidentes acontecem. E olhe só para mim, estou novinho em folha! Nem parece que quase morri.

— Não seja dramático — ri.

— Mas é verdade.

— Você está apenas nervoso com o jogo, Ron, é perfeitamente normal — Harry consolou-o. — Não se condene por isso.

— É, mas sou eu quem sempre faz merda, não sou? Não aguento mais sentir que sou um fracasso.

— Você não é um fracasso — afirmei.

— Sou sim.

— Não é, e da próxima vez que disser isso, vai levar um soco.

— Mas eu sou, S/N! — disse ele, e eu soquei seu braço. — Ai! Isso doeu, sabia!?

— Bem que eu te avisei — disse eu. — Sempre tenho razão, Ronald Weasley. Se eu digo que você não é um fracassado, é porque você não é. Entendeu?

Ron não respondeu. Na verdade, ele estava parado no mesmo lugar, um pouco atrás de nós, olhando para as sombras de um corredor deserto. Voltei alguns passos, e Harry e Dino me seguiram, todos nós espiando por cima do ombro de Ron.

— Para o quê exatamente estamos olhando? — perguntou Harry.

Mas então, eu vi: Ginny e Adam estavam se agarrando contra uma parede, ambos se engolindo de modo selvagem, corpo contra corpo e dedos buscando contato com cabelo e pele. Olhei para Ron de novo, que estava lívido. Dino murmurou para meu namorado e eu:

— Agora entendo como Snape se sentiu ao flagrar os garotos no banheiro. É constrangedor.

— Como é que você sabe? — perguntei, interessada. — Você era um deles, né? Bem que eu disse ao Harry, mas ele não acreditou muito.

— Claro que acreditei!

— Não acreditou, nada.

— Shhh, vocês dois, vão atrapalhar o casal se pegando! — sussurrou Dino. Tive que fazer esforço para não rir. — É claro que eu era um dos garotos no banheiro, Harry. O que você esperava?

— Honestamente, eu não sei. Você não gosta de Simas?

— Eu nunca admiti isso em voz alta, mas, supondo que você esteja certo, ele não quer me beijar, e se vocês acham que vou ficar na seca enquanto espero por ele...

— É óbvio que ele te quer, Dino — falei. — Quem não enxerga isso é você.

— Eu? Eu dou em cima dele todo dia, mas Simas nunca nota...

— Então você admite!

— Ah, tá bom, admito — Dino revirou os olhos. — Mas se você ousar contar isso para alguém, eu te mato, Mckinnon Black. Você também, Potter.

— Nossas bocas são túmulos — disse Harry, e eu concordei. A sensação de ter fofocas novas para alimentar minha mente era tão boa que trazia certo tipo de alívio.

Ao longe, ainda beijando Adam, Ginny soltou um leve suspiro que poderia ser facilmente confundindo com um gemido. Ron estava vermelho de raiva, agora.

— Caralho, eles estão se engolindo mesmo — sussurrou Dino.

— E é porque terminaram.

— Como é?!

— Você não lembra? Já te falei sobre isso. Adam não é mais namorado da Ginny, é ex dela.

— E ela está com quem?

— Alex. Eu acho. Sempre confundo os nomes.

— Faz sentido, todos começam com a letra "A"...

— Ei! — gritou Ron, assustando todos nós, inclusive chamando a atenção de Ginny e Adam. — Que merda vocês pensam que estão fazendo?

Puta que pariu, eu não acredito que ele fez isso — murmurei. — Se eu desmaiar de vergonha alheia, me segurem, tá?

Ginny e Adam se separaram rapidamente, envergonhados, para olhar.

— Que foi? — perguntou Ginny.

— Não quero encontrar minha irmã se agarrando em público!

— Então ande de os olhos fechados.

— Ela tem um ponto — disse Dino. Ron olhou feio para ele, mas logo tornou a encarar a irmã.

— É sério, Ginny!

— Bem, estávamos num corredor deserto até você se intrometer!

— Mas vocês não tinham terminado? Você não estava com aquele outro garoto?

— Nós voltamos.

— Isso não responde à minha segunda pergunta.

— Bem, não é como se eu devesse alguma coisa a você, é?

Adam, sem saber onde enfiar o rosto, murmurou alguma coisa no ouvido de Ginny, deu um beijo na bochecha dela e saiu, acenando rapidamente para nós.

— Escute aqui — disse Ginny, andando em nossa direção e apontando um dedo para o rosto do irmão. — Vamos nos entender de uma vez por todas: não é da sua conta com quem ando saindo e o que faço e deixo de fazer...

— É, sim! — disse Ron, zangado. — Não quero que as pessoas andem dizendo por aí que minha irmã é uma...

— Uma o quê? — ameaçou Ginny, furiosa. — Você acha que sou uma o quê, Ronald?

— Ele não quis dizer nada — disse eu, tentando ajudar.

— Ah, mas quis, sim! — explodiu Ginny. — Só porque ele ainda não se agarrou com ninguém na vida, e porque o melhor beijo que já ganhou foi o da tia Muriel, fica achando que todos têm que ser iguais a ele...!

— Cala a boca! — gritou Ron.

Olhei de um para o outro, sem saber o que fazer.

— Não calo, não! — disse Ginny. — E se está achando que é assim que vai conquistar qualquer pessoa, você está muito enganado!

— Você não sabe o que está dizendo! Só porque não faço isso em público...!

— Andou beijando seu rato de estimação escondido, Ronald?

— Não tenho rato de estimação.

— Exatamente.

Diante disso, Ron, tomado pela raiva, ameaçou avançar para bater na irmã. Dino e Harry o seguraram, enquanto eu, paralisada, não sabia o que dizer. Aquela situação estava cada vez pior.

— Harry beija S/N todo dia, e você nunca fala nada! — gritou Ginny, agora com lágrimas nos olhos. — E Hermione deu uns amassos no Victor Krum! Mas você se comporta como se isso fosse errado, Ron, porque tem a experiência de um garotinho de doze anos!

Dizendo isso, ela saiu, batendo os pés no chão. Virei-me para Ron e disse:

— Tá, você é oficialmente o cara mais burro da história da humanidade.

— O que você queria que eu fizesse? Ela é minha irmã, S/N!

— Sim, ela é, mas isso não te dá o direito de controlar a vida dela.

— Em certo ponto, Ginny tem razão — disse Dino. — Você não tem jeito com garotas.

— Garotas são complicadas — resmungou Ron. — Ninguém tem "jeito" com elas, a não ser outras garotas.

— Isso não é verdade — disse Harry, olhando para mim. — É tudo uma questão de entendimento.

— Não tenho paciência — Ron revirou os olhos. — O que devo fazer quando, sei lá, uma garota estiver morrendo de cólica? Conseguir flores e chocolates? Ninguém faz isso, nos tempos atuais.

— Ei! Eu faço isso! — disse Harry, ofendido.

— Você e S/N são uma excessão — disse Ron. — Vamos, só porque vocês acreditam no amor um do outro não quer dizer que vá ser igual para todo mundo. Nem todos têm um final feliz para sempre, Harry. E se você pensa isso, você é muito ingênuo.

Harry deu um suspiro, derrotado.

— Você é quem sabe. Mas você está perdendo bastante em não correr atrás da pessoa que ama, viu? — e ele olhou para mim, dando um sorrisinho, o que me fez ter vontade de apertar as bochechas dele.

— E quem disse que amo alguém?

— É bem óbvio.

— Nós vemos o jeito com o qual você olha para ela, cara — disse Dino, dando um tapinha no ombro dele.

Não sei se Ron de fato entendeu o que queríamos dizer, mas é claro que estava pensando em Hermione, porque disse:

— Vocês acham mesmo que ela deu uns amassos no Krum?

Os meninos olharam para mim, em busca de respostas.

— Que foi?

— Você é a melhor amiga dela, nos diga você — disse Ron. — Beijos não é um dos assuntos mais comentados entre garotas?

— Se Hermione não te contou por si mesma então é porque não é da sua conta.

— Se estou perguntando, é porque é.

— Não, você só está sendo metido mesmo — falei, olhando para Harry em seguida. — Tenho que estudar Transfiguração — anunciei. — Vou tomar um banho rápido e correr para a biblioteca, ok? Te encontro no jantar?

— Tudo bem — disse Harry, dando um aperto reconfortante em minha mão. — Tome cuidado.

— Vou tomar.

Quando saí, escutei Ron murmurando algo como:

— Vocês acham mesmo que Hermione beijou o Krum? Não sei o que ela viu nele...

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

No tão esperado dia do jogo, acordei duas horas antes da partida, o que me deu tempo de sobra para me preparar com calma e realizar uma série de alongamentos matinais. Eu não era a pessoa mais esportista do mundo, mas gostava de esticar meus braços e pernas quando podia.

Enquanto eu fazia isso, sentada no chão com as pernas abertas e tentando encostar com as duas mãos na pontinha de um dos pés, Harry amarrava o cadarço dos próprios sapatos, comentando sobre algumas estratégias de jogo. Eu ouvia tudo com atenção, mas não estava conseguindo raciocinar direito porque uma de minhas filosofias básicas de vida insistiam em me dizer que meu cérebro só funcionava depois das nove da manhã.

Ron já havia levantado e saído do dormitório. Ele praticamente não dormira de tão nervoso, e pude confirmar isso quando, durante o café da manhã, notei que havia olheiras pesadas sob seus olhos.

— Você deveria comer alguma coisa — sugeriu Harry, à mesa, empurrando um prato que continha torradas com manteiga e bacon para o amigo. — Não faz bem jogar de barriga vazia.

Ron balançou a cabeça, mas não disse nada. Hermione, que estava ao meu lado e de frente para os meninos, disse, tentando consolá-lo:

— Você só está nervoso. Tenho certeza de que vai se sair bem.

— Mhm.

— É sério! Coloco a maior fé em você.

— Isso não é exatamente tranquilizador — murmurou Ron.

— Ah, não foi isso o que eu quis dizer — a garota se desculpou. — Acho que você tem capacidade, Ron. Todos achamos.

Ela olhou para Harry e eu, que balançamos a cabeça, concordando. Atrás de nós, alunos passavam andando de um lado para o outro, e até quem não era da Grifinória parecia torcer para a derrota da Sonserina — menos os próprios alunos da Casa, é claro. Procurei por Draco em seu típico uniforme de apanhador, mas não consegui localizar seus cabelos dourados em nenhum canto próximo ou distante. Supus, então, que ele já deveria estar no vestiário do estádio.

Fazia alguns dias que eu sequer o vira frequentar as aulas que tínhamos em comum, na verdade. E, lembrando do que a Profa. Minerva dissera sobre o atraso dele em alguns deveres, me perguntei se Draco não estava ocupado com alguma coisa que exigisse mais dele do que sua carga horária permitia.

Lilá aproximou-se da mesa para pegar um pedaço de torta de maçã.

— Vou levar para comer lá fora — explicou ela. — Isso torna o quadribol menos entediante. Tipo, não que seja entediante, mas é um pouco, sim, pelo menos para quem está nas arquibancadas. Vocês estão nervosos?

— Um pouco — respondeu Harry. — Ainda temos que repassar algumas táticas, mas para isso precisamos de Dino e Simas. Onde estão eles?

— Vi Simas aqui agora a pouco, mas Dino está sumido. Provavelmente foi aquecer os músculos no campo.

Hermione deu um risinho.

— Que músculos? — brincou ela. Seria o tipo de piada da qual até mesmo Dino riria.

— Você é má — comentei, dando um sorriso.

Lilá voltou-se para Ron, que ainda parecia bem cabisbaixo.

— Anime-se, Ron! Você vai ser incrível!

Ele fingiu não ouvir. A garota, desconcertada, corou um pouco, afastando-se para encontrar com Parvati, que a chamava.

— Chá? — ofereceu Harry. — Suco?

— Qualquer coisa — resmungou Ron, o que também era um mau sinal. Ele nunca, nunca mesmo, estava sem fome.

Harry assentiu, enchendo um copo com suco de abóbora. Ele retirou de dentro do bolso um pequeno frasco, semelhante ao que continha a Sorte Líquida, e fingiu misturar alguma substância ao suco do amigo. Hermione, tendo visto tudo e não percebendo que a cena não passava de uma atuação, disse ao ruivo, quando este foi dar um gole:

— Não beba isso, Ron!

Nós olhamos para ela.

— Por que não? — perguntou o ruivo, desconfiado.

Ela encarou Harry em tom de acusação. Dei um sorriso, divertida, entendendo qual era o plano de meu namorado.

— Você colocou alguma coisa no copo! — acusou minha amiga.

— Não sei do que você está falando — disse Harry distraidamente, brincando com meus dedos da mão por cima da mesa. — O que você acha, S/A? Você sabe que eu nunca faria uma coisa dessas.

— Nem vem, S/N, você também viu!

Ri.

— Eu não vi nada.

— Ron, estou avisando, não beba isso! É contra as regras do jogo!

— Você não manda em mim, Hermione — disse Ron, pegando o copo e virando-o de uma vez só. Imediatamente, ele pareceu dez vezes mais animado do que antes.

Ela se escandalizou.

— Vocês poderiam ser expulsos por isso. Eu nunca pensei que você fosse capaz, Harry Potter.

— Olhe só quem está falando. Não fui eu quem confundiu alguém recentemente, fui?

Hermione se afastou bruscamente da mesa, inacreditada, caminhando com passos pesados para fora do Salão Principal. Mas eu sabia que ela estaria nas arquibancadas quando a partida começasse.

— Venham — disse Ron, se levantando. — Temos um jogo para ganhar.

Nós três seguimos para o estádio, que estava cada vez mais lotado com o passar dos minutos. Alguns alunos da Sonserina se aqueciam em campo, fazendo os mesmos alongamentos que realizei ao acordar, e outros riam de alguma piada que um deles havia feito. Mas nem sinal de Draco, o que achei atípico. Em minha cabeça, ele nunca perderia um jogo daqueles, não importava qual fosse a circunstância.

Harry começou a instruir o time acerca de nossas posições iniciais, e começamos a fazer uma contagem regressiva para entrarmos em campo. Certo, eu também estava meio nervosa, principalmente porque era muito crítica comigo mesma e não admitiria nenhum erro por minha parte. Mas, bem, ganhar seria muito fácil. Principalmente com Draco estando longe, já que ele era o único que ainda tinha alguma chance contra Harry. Ou talvez nem isso.

— Então, ele não vem mesmo? — perguntou Hazz. Eu sabia que ele estava tentando mostrar que estava desinteressado, mas o canto de sua boca se esforçou muito para não formar um sorriso.

— Acho que não.

— Que pena.

— Você é péssimo em disfarçar, amor.

— Eu sei, sinto muito. Me dê alguns minutos, e acho que consigo encenar uma lágrima.

Revirei os olhos, meus pensamentos ainda fluindo para longe.

— Você está nervosa? — a voz de Harry me chamou novamente para o presente. — Quando você está assim, nunca fala muito.

— Um pouco.

— Vai dar tudo certo, meu amor. Quer um beijo de boa sorte?

— Não preciso de boa sorte — falei com um sorrisinho.

— Nem do meu beijo? — ele fez uma carinha de cachorro abandonado, e eu tive que me segurar muito para não perder minha pose.

Dei um sorriso.

— Por quê? Você quer um beijo de boa sorte?

— Quero.

— Vai ficar querendo — brinquei.

Harry deve ter levado a sério, porque realmente pareceu estar triste. Não me aguentei.

— Calma, eu estou brincando — falei, abraçando-o e beijando sua bochecha com carinho. — Não fique assim. Você sabe que eu nunca negaria um beijo a você.

Harry percorreu meu rosto com o olhar. Perguntei:

— Que cara é essa?

— Você não me deu meu beijo ainda.

— Claro que dei.

— Na bochecha. Isso não conta, S/A.

Beijei seu nariz.

— E agora, conta?

— Engraçadinha.

Dei-lhe mais um, dessa vez no canto de sua boca.

— O que é isso, algum tipo de tortura psicológica?

Ri, colando meus lábios nos dele. Harry firmou as mãos em minha cintura, proporcionando-me calafrios, beijando-me de volta. Me afastei após alguns segundos, sorrindo feito boba.

— E agora?

— Muito melhor — disse Harry. Notei que os olhos dele estavam bem escuros devido às pupilas dilatadas.

A partida se desenvolveu maravilhosamente bem. Com a ausência de Draco, Harry capturou o pomo na primeira hora de jogo, sendo muito mais rápido que o substituto do usual apanhador da Sonserina. Ginny e eu fizemos a maior parte dos gols, e Ron, que estava mais confiante desde que Harry fingira que colocara um pouco da Felix na bebida dele, defendeu todos os gols de forma bem mais descontraída que de costume.

Os gritos que comemoravam a vitória da Grifinória continuaram até tarde, quando fizemos uma verdadeira festa no Salão Comunal. Todos vibravam, animados, em torno de Ron, que conversava alegremente com os que estivessem dispostos a escutá-lo. Era verdade que o ruivo gostava muito de receber atenção, mas também era verdade que ele merecia. Às vezes, eu achava que as pessoas menosprezavam as necessidades dele, fazendo-o de segunda opção.

Hermione e Harry conversavam num canto um pouco mais afastado, observando Ron de longe, quando cheguei. Eu tinha subido ao dormitório para tomar um banho e trocar de roupas porque detestava ficar suada sem necessidade. Os outros tinham se limpado no vestiário, mas eu não me sentia confortável o bastante lá porque era um ambiente barulhento e iluminado demais, e eu gostava de banhos calmos, escuros e relaxantes. Sempre fui uma pessoa exigente quanto a esse aspecto.

Me aproximei deles, abraçando Harry por trás e beijando a nuca dele. Meu namorado colocou as mãos sobre as minhas, fazendo carinho. Hermione dizia:

— Ainda não acredito que você fez aquilo, Harry.

— Não coloquei a poção no copo dele. Não de verdade.

— E nem tinha como — falei. — Harry me deu a Sorte Líquida como presente de aniversário de namoro. Está comigo, não com ele.

Hermione olhou para mim de sobrancelhas erguidas.

— Sério?

— Sério — Harry riu. — Apenas fiz com que Ron pensasse que estava tomando alguma coisa, para que ficasse confiante outra vez. Mas todas aquelas coisas que fez no jogo... Aquilo foi ele, e não uma poçãozinha qualquer.

— Nossa. Tenho que admitir, estou impressionada.

Harry apenas sorriu, fazendo círculos reconfortantes com os dedos em meus braços, que o rodeavam.

E então, gritos mais estridentes começaram. Estiquei o pescoço para olhar, mas não consegui ver nada, então Harry me ajudou a subir em suas costas de forma que minhas pernas ficassem em volta de sua cintura. Foi engraçado porque eu quase caí, e nós dois rimos.

— Você é leve — comentou.

— Sou nada, você que é forte.

Meu namorado deu um sorrisinho.

— Você sabe o que mais é forte, amor?

Minhas bochechas ficaram um pouco vermelhas, pensando em coisas nas quais eu sinceramente não deveria pensar. Harry, lendo minha mente, disse:

— Não era disso que eu estava falando, meu amor, mas você acabou de ter uma excelente ideia.

— Pare com isso. Você vai me fazer virar um tomate de tão vermelha.

— Desculpe. Mas, se serve de consolo, você seria um tomate lindo.

— Eu sei.

Lilá aproximou-se de Ron, em meio a todas as outras pessoas. Já pressenti que daria merda antes mesmo que acontecesse, mas continuei olhando mesmo assim porque sou uma pessoa curiosa.

Ela o puxou pela camisa e o beijou, praticamente, enfiando a língua na boca do garoto. Todos comemoraram. Foi tão repentino que cobri a boca com as mãos, chocada, e então olhai para onde Hermione estava, mas minha melhor amiga tinha sumido.

— Puta merda.

— O quê? O que você está vendo? — perguntou Harry, tentando enxergar também.

— Ron está beijando Lilá Brown.

— Ah. Puta merda.

— É.

Voltei a pisar no chão.

— Vou atrás de Mione, certo?

— Tudo bem. Vou no banheiro rapidinho para lavar meus óculos, e já encontro vocês.

— Ok.

Encontrei-a chorando num corredor vazio, perto de uma escada pela qual eu acabara de descer. Instantaneamente, meu coração pesou em meu peito. Eu sabia como era estar no lugar dela, sofrendo pela pessoa que amava; e certamente nunca iria admitir, mas já dormira chorando várias vezes por causa das inseguranças que eu sentia em relação à Cho Chang, ou a qualquer outra garota que desse em cima de Harry.

Sentir-se insegura era uma merda, mas sentir o próprio coração sendo quebrado milhares de vezes sabendo que a carne do órgão ficaria intacta mesmo assim era muito pior. E isso acontecera uma vez, no ano anterior, quando Fred e George enfeitiçaram Harry com uma Poção do Amor que o induzira a beijar Cho Chang na minha frente, na Sala Precisa.

Naquele momento, tudo doera e explodira. Eu sabia que Hermione deveria estar mais ou menos na mesma situação, e não era agradável.

— Ei, está tudo bem. Vai ficar tudo bem.

Minha amiga se assustou, sendo inevitável que um soluço escapasse por entre seus lábios. Sentei-me ao lado dela.

— Chorar é uma boa maneira de colocar as mágoas para fora. Você quer um abraço?

Hermione não respondeu, então a envolvi com os braços. Senti-a desmoronar, mas continuei fazendo carinho em suas costas mesmo assim.

Houve um momento de silêncio, marcado pelos soluços de minha amiga, que aos poucos foram diminuindo. Depois, Hermione se afastou um pouco, enxugando as próprias lágrimas com força, chateada.

— Foi assim que você se sentiu quando viu Harry beijando Cho na Sala Precisa? É horrível.

— Basicamente.

Mais uma pausa, seguida por uma fungada por parte dela.

— Ron é um idiota.

— Sim, ele é — concordei. — Mas dê um desconto a ele. Ron é um garoto, e a maioria deles demora para perceber certas coisas. Ele provavelmente acha que está apenas aproveitando a vida.

— Mas ele está apenas aproveitando a vida — disse Hermione, olhando para mim com olhos e nariz vermelhos de tanto chorar. — Quem foi burra, fui eu. Se eu não tivesse demorado tanto para demonstrar qualquer sentimento, talvez ele tivesse me escolhido. Talvez ele...

— Não se torture — aconselhei. — Não vale a pena. E, honestamente, Ron gosta de você. Também deveria ter tomado alguma atitude.

— E não tomou, não é? Isso não quer dizer nada.

— É claro que quer dizer alguma coisa. Ele pode muito bem estar com medo de fazer besteira e machucar você. Veja Harry e eu, por exemplo: passamos anos gostando um do outro, mas só fomos admitir no ano passado. Essas coisas acontecem.

— Nem todos têm o luxo de dividir laços de parceria com o melhor amigo, S/N.

— Eu sei. Mas você entendeu o que eu quis dizer.

— Aham. Só que, por mais lerdo que Harry seja, ele nunca deixa que nada sobre você passe despercebido. Ele sempre de abraça e te beija para mostrar que te ama, e te leva para encontros românticos em Hogsmeade quando vocês dois têm a chance. Encontrar alguém assim é bem difícil, para ser sincera. Na verdade, do jeito que ele é, acho que Ron nunca daria flores a alguém.

— Ouvi meu nome — disse Harry, aparecendo atrás de nós e sentando de pernas cruzadas à nossa frente. Ele apoiou os cotovelos nos joelhos, puxando as mangas cumpridas da camisa para cima.

— O ponto é que não posso esperar por esse tipo de coisa de quase ninguém — disse Hermione, ignorando a fala de Harry. Para não deixá-lo no vácuo, tirei meus pés das pantufas que estava usando e coloquei-os sobre o colo dele, pedindo de maneira silenciosa que Harry fizesse uma massagem. Ele começou por meus calos doloridos, da forma mais delicada que conseguiu.

— Sempre há pessoas espalhadas por aí que podem te surpreender, Mione — lembrei.

— Mas eu não quero qualquer pessoa.

— Eu sei. Sinto muito que Ron seja um idiota.

— Quer uma massagem também? — perguntou Harry com inocência, dando um sorriso para consolá-la.

— Eu não perderia a oportunidade, se fosse você. Harry é ótimo fazendo isso — disse eu para ela.

Hermione deu um esboço de sorriso.

— Não, obrigada. Acho que...

Mas ela não terminou a frase, porque Ron e Lilá surgiram ao fim do corredor, rindo e se beijando. Os olhos de Hermione, ao capturarem a cena, encheram-se de lágrimas.

— Oh — disse Lilá, em meio a risinhos. — Vamos para outro lugar. Aqui já está cheio.

Se eles estavam procurando um lugar reservado para se beijarem em paz, era óbvio que pensavam em fazer mais do que isso. A imagem veio à minha cabeça sem querer, e eu fiz uma careta de nojo.

Lilá seguiu para uma sala vazia, chamando por Ron. Entretanto, ele ficou parado, olhando para nós.

— Você estava chorando? — perguntou ele à Hermione.

— Não — respondeu a menina, com raiva.

— Seus olhos estão vermelhos. Ou andou chorando, ou fumou maconha.

— Ronald! — exclamei.

— Quê? É verdade.

— Haja paciência. Já lhe expliquei várias vezes que não existe maconha no Mundo Bruxo. Está ultrapassado.

— E você acha que eu vou lembrar? — perguntou ele, irritado. — Você está bem mesmo, Mione?

A garota, furiosa, ficou de pé. Harry e eu trocamos olhares, sem saber onde aquilo iria terminar. Mas eventualmente eles fariam as pazes, não fariam? Isso sempre acabava acontecendo, mais cedo ou mais tarde.

Hermione meteu a mão no bolso, de onde tirou a própria varinha. Apontou-a para o peito de Ron e disse, num sibilo grosseiro:

Oppugno!

Pássaros surgiram do nada, voando em círculos no ar; por fim, todos avançaram com ferocidade, apontando seus bicos afiados para Ron, que correu para trás. Os pássaros se chocaram contra uma parede, dissolvendo-se em nada.

O garoto olhou para Hermione, abismado, e retirou-se devagar, sem dar as costas para ela, temendo um ataque por trás. Quando Mione se sentou, amolecendo no piso de pedra, deixou que as lágrimas caíssem. Disse ocasionalmente para Harry:

— É, acho que vou aceitar sua massagem, sim.

Dei um sorrisinho fraco, abraçando-a de lado para confortá-la enquanto meu namorado realizava a massagem, ambos de nós tentando puxar assuntos que despertassem o interesse da menina e a fizessem esquecer temporariamente de que estava chateada com a situação em que se encontrava.

.˚﹟ 𓂅 ♡ ᵎ ˖ ˙ Ϟ 𐄹 १

Faltavam apenas duas semanas para o Natal, e eu não poderia estar mais ansiosa para voltar para casa. Eu amava Hogwarts, mas sentia falta da minha cama confortável, e de assistir a filmes com Harry e Simba no sofá da sala, e de todos os meus livros que ficavam sobre as prateleiras de minha estante. Eles provavelmente precisavam de uma limpeza meticulosa, agora.

Como não podia estar em meu quarto ainda, tinha que me contentar com a biblioteca da escola, que também era um de meus lugares favoritos. Naquele momento, por exemplo, eu tentava alcançar uma prateleira alta, não conseguindo encostar na lombada de um dos livros por poucos milímetros.

Um corpo maior encostou-se gentilmente ao meu, sua mão agarrando o livro que eu queria. Entregou-o a mim.

Ton livre, mon amour — disse Harry com um sorrisinho, em francês ("seu livro, meu amor").

Estreitei os olhos, mas o recebi.

— Eu estava quase conseguindo pegar.

— Aham.

— É sério.

— Acredito em você.

Revirei os olhos, mas um sorriso se formou em meus lábios mesmo assim. Fiquei na pontinha dos pés, de forma que nossas alturas fossem mesma, e dei-lhe um beijo rápido.

— Obrigada, Hazz.

Harry sorriu feito um bobo, me acompanhando de perto quando fui andando de volta para a mesa que dividíamos com Hermione. A garota folheava um exemplar de Estudos sobre Feitiçaria Avançada sem muita concentração, fechando-o com força quando nos sentamos diante dela. Uma das mãos de Harry, como sempre, ficou por dentro de minhas coxas, ocasionalmente acariciando-as de propósito.

Hermione mal olhou para nós quando falou:

— Não preciso de Ron. Sei que vou levar alguém muito melhor que ele ao Baile do Slughorn.

Ela vinha com esse papo havia tempo, e nós, como os bons amigos que éramos, a escutávamos pacientemente todos os dias.

Em respeito à Hermione, Ron e eu não estávamos mais nos falando. Não mais que o necessário, pelo menos. Harry não podia ignorá-lo assim, obviamente, já que eles eram melhores amigos, então grande parte do apoio à Hermione era feito por mim.

Eu passava bastante tempo com ela, e às vezes Harry e eu só nos víamos durante as refeições, ou na hora de dormir. Meu namorado sempre fazia questão de guardar um prato de comida para mim, para assegurar que eu estava me alimentando direito; e, quando eu não tinha fome, Harry preparava alguma coisa para dividirmos, mostrando que eu não estava sozinha, e que ele estava cuidando de mim também.

Evitávamos demonstrar carinho demais na frente de Hermione porque notávamos que ela ficava olhando. Mesmo que não admitisse, ela queria ter com Ron ao menos metade do que Harry tinha comigo.

— Ele pode sair beijando quem quiser. Eu não ligo — continuou ela.

— Se você diz — respondeu Harry, distraidamente usando os dedos para brincar com a barra da minha saia, e depois massageando a porção de pele que mais estava próxima de minha calcinha.

Olhei para ele em aviso, mas Harry apenas deu um sorriso dócil, fingindo não entender.

Você é muito cínico, comentei em sua cabeça.

Como resposta atrevida, Harry puxou minha calcinha levemente para cima, apertando-a contra minha pele. Sufoquei um engasgo.

Os dedos dele me tocaram por cima do tecido, seu polegar pressionando meu clitóris coberto. Apertei minhas coxas uma na outra, prendendo a mão de Harry e olhando para ele com seriedade. Por mais que eu quisesse, Hermione estava ali, e corríamos o risco de sermos pegues.

No entanto, os dedos de Harry arrastaram minha calcinha para o lado, começando a massagear meu clitóris com delicadeza. Abri minha boca num um suspiro mudo, mas a fechei, sentindo a temperatura de meu corpo mudar e meus seios ficarem mais pesados sob o suéter que eu estava usando. O indicador de Harry percorreu minhas dobras esponjosas, fazendo movimentos circulares lentos, e por fim ameaçou invadir minha entrada que se liquefazia. Harry trincou o maxilar quando sentiu o quão molhada eu estava, e aos poucos foi espalhando aquela umidade em torno de meu clitóris, apertando-o levemente com dois dedos, fazendo-me tentar mudar de posição para esfregar-me a eles sem que ninguém notasse.

Eu queria que Hermione não estivesse aqui, murmurou Harry em minha mente. Não me leve a mal, mas eu adoraria fazer amor com você contra as estantes da biblioteca.

Harry massageou um ponto especialmente sensível, forçando-me a segurar sua mão por baixo da mesa a fim de guiá-lo. Rebolei um pouco contra seus dedos, e uma rápida olhadinha para o lado me fez perceber que Harry estava muito duro. Ele usava uma calça de moletom cinza-claro, então ficava ainda mais nítido que sua extensão era grande e grossa. Tive que me esforçar bastante para permanecer quieta.

Você topa um encontro no banheiro dos monitores, hoje à noite?, perguntei. Podemos dar um jeito de descobrir a senha com a Hermione.

Só se você me deixar tirar sua roupa.

Vou pensar no seu caso.

Como resposta, Harry passou a mão novamente por meu ponto mais sensível, e sem querer deixei um suspiro escapar. Notei que o volume nas calças de Harry cresceu ainda mais, e um pequeno pontinho úmido ficou visível sob o tecido da roupa dele.

— Puta merda — murmurei em voz alta.

— Que foi? — quis saber Hermione, levantando a cabeça. Harry rapidamente retirou a mão de dentro de minha calcinha, fazendo-me tremer um pouco de frustração.

— Nada — falei rapidamente. — Estou só pensando nos próximos exames, nada demais. Acho que estudar está mexendo com a minha cabeça.

— Deve estar mesmo — murmurou Hermione, distraída.

Algumas pessoas passaram atrás de nós, e foi quando notei que Harry ainda estava respirando irregularmente. Olhei para ele e falei:

— Posso sentar no seu colo?

Harry arregalou um pouco os olhos, mas assentiu, meio desnorteado. Me levantei, em seguida sentando no colo dele enquanto mexia um pouco a bunda contra o volume de sua calça. Os dedos de Harry agarraram minha cintura enquanto ele encostava a testa em minhas costas.

Você me paga, Mckinnon Black, disse ele em minha mente.

Não respondi, apenas me esfregando um pouco mais a ele, sentindo seu pau se contorcendo sob mim.

É sério, S/A. Se você me fizer gozar, minha calça vai ficar toda molhada, e todo mundo vai ver.

Infelizmente, tive que parar de provocá-lo, mas deu para ver que Harry estava se esforçando muito para não puxar meu quadril contra o seu.

Passados alguns minutos, quando já era seguro sair do colo de Harry para sentar-me na cadeira ao lado, Romilda Vane passou atrás de nós, encarando meu namorado. Harry nem teria percebido se Hermione não tivesse comentado:

— Ela está pensando em te dar uma Poção do Amor, Harry.

Ele, que brincava de trançar uma mecha de meus cabelos, murmurou:

— Quem?

— Romilda. Ouvi-a conversando com as amigas no banheiro feminino.

— Não sou tão burro ao ponto de aceitar qualquer coisa que ela venha me oferecer.

— Se ela realmente quiser te dar um pouco de Amortentia, Harry, não será difícil. Basta fazer você pensar que S/N te presenteou com chocolates, uma bebida, ou algo do gênero.

— Ah.

— Pois é. Falsidade da parte dela, entende. Romilda só está interessada em você porque acha que você é o Eleito.

— Eu sou o Eleito.

Hermione pegou um jornal que estava dobrado sobre a mesa e bateu com ele na cabeça de Harry.

— Desculpe — Harry riu.

— De qualquer forma, como eu ia dizendo antes, convidei alguém para o baile — Mione mudou de assunto.

— É? Quem? — perguntamos Harry e eu ao mesmo tempo, interessados.

— Não vou falar. Vocês vão ter que esperar para descobrir.

— Nem para mim? — questionei, fazendo um olhar de cachorrinho abandonado.

— Nem para você. É surpresa. S-U-R-P-R-E-S-A.

Revirei os olhos.

— Aff... Como você é chata.

— Também amo você.

Estudamos pelo restante do dia, e acabamos esquecendo de perguntar sobre a senha do banheiro dos monitores, então Harry e eu não conseguimos entrar de qualquer jeito.

À noite, na cama, não consegui parar de pensar nas possibilidades de escolha feitas por Hermione. Eu esperava que fosse alguém legal, alguém que a compreendesse. Ela merecia um descanso daquela loucura toda.

——————————————

notas da autora:

oiiiii gente, tudo bem? estou de volta, FINALMENTE 🙏🙏🙏

estive sumida porque tive muitas provas. minha escola trabalha com um sistema que simula o ENEM, então nossas provas mais importantes são aos domingos. as de linguagens e humanas aconteceram no dia 19/09, e eu consegui tirar 3,6 em literatura, valendo 10 KKEKRJRJDJKDKKKKKK e as de exatas foram nesse domingo que passou (25/09), e graças a deus não tirei notas baixas.

a verdade é que eu passei cada perrengue que vocês não têm IDEIA. ontem, por exemplo, eu esqueci minha garrafa de água, aí tive que comprar uma na escola, daquelas baratinhas de plástico, sabe? pois é, mas alguém da minha sala roubou a garrafa nova (não sei quem foi), e eu tive que comprar outra porque estava morrendo de sede. eu bebo pouca água no geral, então morro de medo de pegar uma pedra nos rins, ou sei lá. mas consegui perder a segunda garrafa DE NOVO num intervalo de uma hora, fiquei puta e estou revoltada desde então.

mas e então, gostaram do capítulo?

pequeno spoiler: o próximo vai se chamar "dirty little secret", que significa "pequeno segredo sujo", e vai acontecer MUITA COISA MESMO.

qual é a leitura atual de vocês?

estou acabando "tartarugas até lá embaixo", mas confesso que achei bem pesado. também estou determinada a terminar "a vida invisível de addie larue" essa semana porque na próxima vou começar "príncipe cruel" ao mesmo tempo que minha amiga. também tenho que acabar de reler acotar, e estou muito ansiosa para ler alguns livros que parecem ser muito bons. quero muuuuiiito começar "kingdom of the wicked", vi umas fanarts maravilhosas que me deixaram curiosa 👀

outra coisa!! semana que vem é aniversário de duas amigas minhas (ana e gabi), se vocês puderem mandar parabéns pra elas aqui nos comentários eu agradeceria!! vou mostrar no dia.

beijooos gente, amo vocês!! obrigada por terem paciência comigo hehehe ❤️❤️

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