𝐅𝐈𝐑𝐄 𝐎𝐍 𝐅𝐈𝐑𝐄 ━━━ ˢ...

By surtosdavp

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FIRE ON FIRE|| Penélope Wells tem a vida resumida em uma palavra: fugir. Ela e sua irmã, Maggie, passaram por... More

𝐅𝐈𝐑𝐄 𝐎𝐍 𝐅𝐈𝐑𝐄
━━━━━━━━━━ 𝐀𝐓𝐎 𝐔𝐌➠ ɴɪɢʜᴛᴍᴀʀᴇs
001 ━ Bᴀᴄᴋ ᴛᴏ Hᴀᴡᴋɪɴs
002 ━ Mᴇᴍᴏʀɪᴇs
004 ━ sᴇʟғɪsʜɴᴇss
005 ━ Tʜᴇ ғɪʀsᴛ ᴅᴀʏ
006 ━ Fɪɴᴀʟʟʏ ᴘᴇᴀᴄᴇ! Oʀ ᴍᴀʏʙᴇ ɴᴏᴛ
━━━━━━━━━━ 𝐀𝐓𝐎 𝐃𝐎𝐈𝐒 ➠ ɴᴇᴡ ᴘᴇᴏᴘʟᴇ
007 ━ Hᴏᴘᴇ
008 ━ Hᴀʟʟᴏᴡᴇᴇɴ
009 ━ Mɪsᴛᴀᴋᴇs
010 ━ Lᴀʙᴏʀᴀᴛᴏʀʏ
011 ━ Exᴄᴜsᴇs

003 ━ Mɪssɪɴɢ

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By surtosdavp



Abro a porta de casa e caminho com Bela até a ponta das escadas.

- Podem ir parando aí. - Maggie acende a luz do hall de entrada. - De quem são essas roupas? E por que vocês estão molhadas?

Eu e Bela ficamos estáticas, com o pé pousado no primeiro degrau da escada. Não respondo suas perguntas. Olho para trás e as pupilas da minha irmã dilatam imediatamente. O silêncio recai no ambiente, até Mag direcionar a palavra para a garota ao meu lado.

- Bela, você nos deixa a sós um pouquinho, por favor?

- Claro! - ela olha nervosamente para mim. - Eu vou subindo.

Assinto.

Eu e Maggie nos sentamos uma de frente para a outra na mesa de jantar.

- Desembucha. - pede gentilmente.

Tento entender o que ela quer que eu fale, mas lembrei do que aconteceu antes de eu sair da residência dos Harrington. Aquela sensação de angústia, de medo, que me rondava. Olho nos olhos da minha irmã, sua preocupação está aparente.

- Não aconteceu nada. - minto.

Sei que posso confiar na minha irmã. Mas algo me diz para entender o que aconteceu primeiro, e depois contar à ela.

- Poppy, não minta pra mim! - seu olhar é autoritário. - Eu senti sua angústia assim que encontrei seus olhos. Então não venha me dizer que não aconteceu nada!

Porcaria de poder.

- Não foi nada demais. Só o passado me atormentando. - o que não é mentira.

Porque...são as únicas coisas que sobraram de você relacionado a mim... As palavras do Steve não saem da minha cabeça.

- Ei! Você sabe que não precisa esconder as coisas de mim. - Maggie pega minha mão sobre a mesa.

- Eu sei... Eu só não estou afim de falar sobre isso agora.

- Poppy...

- Eu preciso dormir. - me desvencilho de suas mãos e subo para o quarto.





───ᬊᬁ──➣





- Por que você foi embora ontem? - me encontro com Nancy no corredor, e começamos a andar para fora da escola. 

- Ah, eu estava meio mal. - passo a mochila para o outro ombro.

- Acordou melhor?

- Uhum. - murmuro quando saímos para o estacionamento.

Procuro por Bela e Jonathan, e quando os acho me deparo com o grupinho do babaca do Harrington atormentando eles.

- O que tá rolando aqui? - Nancy pergunta quando chegamos mais perto.

- Esse idiota estava espionando a gente ontem a noite. - Gaia diz com desgosto. - Não sei como vocês duas andam com ele. - se refere a mim e Bela.

- Não chama ele de idiota. - ignoro seu comentário.

- Qual é, Penélope! Você já foi melhor que isso. - Steve rasga as fotos que o Jonathan tinha tirado.

- Você diz como se você tivesse se tornado o fodão. - Bela retruca, me fazendo rir pelo nariz.

- Caramba, Arabela! Mesmo depois de anos, você ainda vive na coleira da sua amiguinha. - Harrington chega mais perto.

- E você, - se vira para o Jonathan. - se tornou mais pervertido do que eu imaginava.

Pelo canto do olho vejo a foto que Gaia entregou para Nancy.

- Então, ele vai ter que perder o brinquedinho. - Steve vai até a mochila do Jonathan e pega a câmera dele.

- Steve... - Nancy e eu falamos ao mesmo tempo.

- Não! Minha câmera não... - Tommy impede ele de avançar.

- Não, não! Espera aí! Tommy, espera. - Steve anda em nossa direção. - Tudo bem.

Steve estica a mão indicando entregar a câmera ao seu dono. Antes que Jonathan consiga pegá-la, Steve joga a mesma no chão, como se fosse uma pluma escorregando de seus dedos.

A cena me deixa atordoada. Meu sangue ferve, mas o choque prevalece. Não consigo fazer nada a não ser rir sem humor. O som sai seco e sedento de raiva.

- Sério isso? Você já foi mais criativo.

- Vamos, o jogo já vai começar. - ele ignora meu comentário e sai como se nada tivesse acontecido, sendo seguido pelo seu grupinho.

- Lindo teatro, Harrington! - aplaudo chamando a atenção das pessoas ao nosso redor. - Pensei que você não poderia piorar... Mas aí está você! SENDO A PORRA DE UM CUZÃO! - grito para ele escutar.

Tanto as pessoas ao nosso redor e as que estão saindo da escola, quanto ele, param e olham para mim. Os alunos estão curiosos. Mas, Steve, tem algo em sua expressão que não consigo decifrar...

Mostro o dedo do meio para que ele vá logo embora.

Bela e Nancy ajudaram Jonathan a pegar as coisas do chão.

- Vamos logo, Nancy! - Steve chama, ainda me observando.

- Que ótimo namorado você arranjou, hein?!

Nancy murmura um "desculpa".

Observo enquanto ela vai de encontro com os novos amiguinhos.

- Palhaçada do caralho! - entro dentro do carro de Jonathan.

Saímos da escola e vamos passar um tempo juntos andando pela cidade. Quando o sol está se pondo, voltamos juntos para a casa Byers, e é aí que eu percebo que, desde que cheguei, não fui ver nem a Joyce, nem o Hopper.

Joyce deve estar devastada com essa história toda do Will, e quando estamos prestes a chegar ela aparece na estrada, fazendo Jonathan frear com tudo. Analiso sua expressão. Ela está histérica e frenética, de um modo negativo. Parece que ela não dorme há dias.

Abrimos as portas depressa. Os irmãos correm na direção da mãe, abraçando-a. Olho a cena de longe, e quando me aproximo, Joyce, paralisa para me observar. Sei que ela me reconheceu assim que as lágrimas despencaram de seus olhos. Me apresso para apertá-la em um abraço firme e acolhedor.  Seus braços me rondam com saudade e desespero.

- Poppy, querida... - pega meu rosto com suas mãos. - Pelo menos fui presenteada com algo bom para recompensar a tragédia de hoje.

O silêncio

- Mãe, o que você quer dizer com tragédia? - sinto o receio na voz de Bela.

Ela não precisou falar nada para entendermos que o Will se foi. Seu silêncio foi suficiente. Jonathan e Bela se juntam a mim e sua mãe para um abraço. Nossas lágrimas se juntaram.

Não sei quanto tempo ficamos ali, mas sei que, naquela noite, quando chego em casa, Maggie, já me recebe com os braços abertos. Subo para o meu quarto e choro no banho quente.

Apenas choro.

Deixo as lágrimas rolarem para tirar a dor no peito.





───ᬊᬁ──➣





Na manhã seguinte, não encontro os irmãos Byers na escola. A manhã é solitária e monótona. Na aula de física minha mente presta atenção em tudo menos no professor. Alguns minutos antes de acabar essa aula a secretária da escola me chama para acompanhá-la.

Ela me deixa na quadra, com dois policiais sentados em uma mesa no meio do ambiente, e minha irmã sentada em frente aos policiais.

Sento-me ao lado de Maggie, lhe dando uma saudação silenciosa. Os dois homens começam as perguntas.

- Conversamos com uma aluna, Nancy, e ela nos disse que você estava no dia que Bárbara sumiu.

- O que?! - franzo o cenho. - A Bárbara sumiu?

- A senhorita não sabia? - um dos homens pergunta.

- Não! Não sabia...

- Mas você estava na casa do Steve Harrington, no mesmo local onde Bárbara estava naquela noite.

- Sim, estava. - digo. - Mas eu fui embora mais cedo do que ela. Eu e Bela fomos. - esclareço.

Olho para o lado e minha irmã não dá um pio, só presta atenção em cada um de nós.

- Conte-nos exatamente o que fez naquela noite. - exige com a voz firme.

- Eu cheguei na casa dos Harrington e fui para a área de lazer. Quando cheguei lá, estavam brincando de furar a lata de cerveja no fundo e beber. Bárbara foi tentar e acabou cortando o dedo. Ela e Nancy foram ao banheiro para fazer um curativo, acredito eu. E nós acabamos caindo na piscina, então fomos nos trocar. - respiro e contínuo com receio. - Steve me levou até um quarto para trocar de roupa. Eu me senti meio mal, então fui embora. E, Bela, foi comigo.

- Você sabia que Nancy dormiu lá?

- Não, não sabia.

- Ela nos disse que ela e Bárbara tiveram um desentendimento. Você acha que ela teria ficado com ciúmes da Nancy com o Steve?

- O que?! Não! De jeito nenhum! - eu respondo e Mag ri da pergunta.

Os policiais se entreolham. E me dispensam. 

- Okay, isso é tudo.

Eu e minha irmã saímos da sala e começamos a andar pelo corredor da escola. O horário matutino já havia acabado, então está tudo vazio.

- Foi isso que você foi fazer na terça? Foi em uma festa na casa do babaca do Harrington? - pergunta rindo.

- Ei! - dou um empurrão nela, rindo. - A Nancy me obrigou a ir.

Ela ri ainda mais. Não aguento e começo a rir também.

- Idiota. - digo ainda rindo.





───ᬊᬁ──➣





Faz alguns dias desde a morte do Will. Durante esses dias, eu e Maggie, ficamos mais na residência Byers do que em casa. Joyce cismou que o corpo que encontraram não é seu filho, e eu acredito nela. Acredito mesmo.

Ela foi ver o corpo alguns dias atrás, e me levou junto. Entramos na sala e vimos o corpo. Era parecido com o Will, mas não idêntico.

O funeral acontece rapidamente. Jogamos flores no caixão e cumprimentamos os demais convidados. Eu e minha irmã estamos à caminho do carro quando um flash de escuridão toma conta da minha vista. Pontadas martelaram minha cabeça. Tudo começou a girar e algumas visões começaram a passar à minha vista.               

Haviam corpos destroçados em um lugar frio e escuro. Parecia a floresta em frente a minha casa, só que sombria. Uma criatura apareceu por último, porém agora o lugar está iluminado pela luz da lua. Ela não tinha rosto, era alta, e parecia com fome... Com sede de sangue.

- Poppy, acorda!- uma voz chama distante.

A criatura ataca um cervo que rondava o local. Destroça seus órgãos e a arrasta para dentro de um tronco de árvore.

- Penélope! - a voz se aproxima.

A criatura passa por uma espécie de túnel apertado, que chega no mesmo lugar da primeira visão. Ela larga o cervo e se vira para mim. Sua boca se abre e ele avança com rapidez.

Acordo ofegante e com um grito estridente saindo dos meus lábios. Braços me apertam em um abraço. Maggie.

- Ah, graças a Deus... - Joyce solta uma respiração pesada.

Respiro fundo e olho ao redor, estou na casa dos Byers, e todos estão na sala me rondando. Bela, Joyce, minha irmã, o ex-marido de Joyce, e por fim, Hopper.

Fixo meu olhar nele. Levanto rapidamente, ignorando a dor no corpo e na cabeça, e me jogo em seus braços.

- Oi, pirralha! - ele diz fungando meu cabelo.

- E aí, grandão? - me desfaço do abraço. - O que aconteceu?

- Você desmaiou. - Bela se pronuncia. - Você está desacordada a três horas, Poppy! Assustou a gente pra caralho.

Caramba... Três horas? Minhas visões pareciam segundos.

- Eu posso ir ao banheiro?

- Claro, querida! - Joyce sorri cansada. - Acompanha ela, filha, por favor.

Bela me leva ao banheiro do corredor. Antes de fechar a porta, indico que ela entre comigo.

- Nós precisamos ir até a floresta. - fico de frente para Bela. - Agora.

- O que?! Por que?

- Eu não posso explicar agora. Mas juro que vou te explicar mais tarde. - prometo à ela.

Ela analisa a proposta, mas acaba cedendo. Vamos até seu quarto e pegamos o que precisamos. Duas lanternas, uma arma e uma faca afiada. Saímos pela janela e fomos direto para onde minha visão apontou.

Andamos alguns metros até escutar barulhos de passos nas folhas. Coloco meu dedo no gatilho e andamos na direção do barulho. Nos escondemos atrás de uma árvore até escutarmos o barulho novamente. Indico com a cabeça para nós sairmos de trás do tronco grosso.

Aponto a arma para frente assim que saímos do esconderijo. Mas logo abaixo a arma.

- Mais que porra vocês estão fazendo aqui? - pergunto quando vejo Nancy e Jonathan parados no meio do nada.

- Shiu! - pediu Nancy.

Faço silêncio para escutar o que ela está escutando. Segundos depois um gemido de dor se faz presente. Nós quatro viramos a cabeça ao mesmo tempo. Olho para o chão e vejo que estou pisando em uma poça pequena de algo grudento. Lanço meus olhos mais a frente e um rastro de sangue segue contornando as árvores.

Peço para que os três me sigam, e eles logo percebem o rastro de sangue. Andamos um pouco até encontrar o corpo de um cervo arranhado, e escutarmos o mesmo barulho de dor.

- Nós não podemos deixá-lo assim! - Nancy agacha ao lado do animal.

- Eu atiro nele. - Jonathan estende a arma, se preparando para atirar.

Nós quatro ficamos lado a lado, esperando a bala ser disparada. Antes do gatilho ser puxado, o próprio cervo é puxado para o meio dos arbusto por algo aterrorizante.

Algo exatamente parecido com minhas visões.

- Cacete!







───ᬊᬁ──➣




Oie, amorecos! Tudo bem?!
Olha só, até que eu não demorei tanto assim pra postar essa cap.
Por favor, se tiver alguma coisa na minha escrita que não lhe agrada me diga; e desculpa qualquer erro ortográfico.



𝗕𝗲𝗶𝗷𝗶𝗻𝗵𝗼𝘀 𝗮𝗺𝗼𝗿𝗲𝗰𝗼𝘀, 𝗯𝗼𝗮 𝗹𝗲𝗶𝘁𝘂𝗿𝗮ツ

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