Doutor Jeon | Jikook

By jupitlmn

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Obs: em processo de reescrita! Jeon Jungkook era um psicólogo frustrado profissionalmente, que fazia consult... More

Avisos.

Capítulo 1 : A verdade embriagando as mentiras.

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By jupitlmn


Park Jimin não sabia como havia chegado-se dentre tais pessoas com cheiro horrível de bebidas baratas e em tal locação de música alta e sem entendimento. Não tinha sequer uma conclusão além de que odiava aquele ambiente, possuía uma mera aversão aquela melodia complicada em seus ouvidos e aquelas luzes fortes em seus olhos. Porém, antes que pudesse apartar-se, um qualquer lhe puxara pelo contorno, buscando envolver-o na batida estrondosa. O seu pulsante amedrontou-se, batendo sobre os músculos rapidamente, pois, na verdade, não queria também estar ali. Não queria ser um maldito necessitado por qualquer carinho nos mudos de sua consciência e gostar da pequena eletricidade que correu perante aqueles lábios colados aos seus. Odiava ser tão vulnerável aos seus próprios anseios, porque mesmo que tentasse esconder-se de si próprio, o mesmo também sabia como ninguém o quão quebrado estava.

O aperto de sua cintura era firme, parecendo querer-lo ali. Tal firmeza suavemente traçou a delicadeza, passeando em suas bochechas, e nessa mesma delicadeza o cheiro madeireiro misturava-se ao licor que os cobriam. Cheiros distintos e perceptíveis, cigarro havia naquele que lhe arrepiara o pescoço. — Bela cicatriz, meu bem.  — Os dedos do terceiro traçou a marca que levava em um dos lado de sua tez; desenhava-se à altura da sobrancelha fazendo-se até mais abaixo de seu olho.

Não gostava do rumo que tal curiosidade estava o levando, ou das recordações que se faziam em sua mente, já que compreendia do dolor que tais justificativas teriam. Aquele machucado que o fizera perder a visão era muito mais que uma mera marca, carregava a tolice que possuía e a sua desesperança. Desesperançado, feito de tantas perdas que tinha medo de qualquer falar, afinal tudo parecera ilusório para alguém manipulável o bastante.

Sentia o quente naquele rodear sobre a sua cintura tanto que os seus dedos inquietos agarravam aquela silhueta com êxtase, talvez com um medo incontrolável de perda, pois sabia que que não era alguém capaz à fincar laços ao sentir o gosto da língua, e mediante neste, prometer ao homem que ficaria de fato. Ele não era de tal forma, não porque gostava de ser o vilão nas histórias contadas no blocos de notas de alguém, mas sim porque sentia-se forçado a amar com tamanho fervor que queimaria peito adentro; sentia-se sufocado a cumprir linhas já traçadas de como um sentir deveria ser, de como amar e ficar deveria ser. Ele amava, mas era de uma maneira desajeitada com dígitos frágeis, capazes de quebrar corações entusiastas ou veteranos. Assim como amara sentir o gosto de licor pintado de limão daquele músculo jordeano em sua boca, assim como a adrenalina que lhe passou quando aqueles braços lhe apertaram contra o peito e o deixaram descansar.

Quebrado, amedrontado. Deveras pequeno; era como sentia-se desde de tal dia que pensava em comunicar a verdade aos seus pais, sobre quem ele era, lhes dizendo sobre a sua parcela escondida. Até ali, o jovem Park achava-se invencível a tudo, pois possuía amor, um amor que caminhou por toda a sua existência, desde seu primeiro choro, porém, o medo  de suas ditas e aqueles, os seus maiores laços, se partirem com muita facilidade era tanto.

E, como aquela maldita música que tirava-lhe de uma atmosfera calma para trazer-lhe algum sentir escorregando em permeio aquele barulho, a ansiedade e o tamanho descontrole de suas carnes que tremiam, fez-se. A inquietação de seu respirar e desgosto sobre as paredes de seu estômago também; demasiadamente enjoado no desenrolar das línguas, que se apartou no mesmo segundo, tão abruptamente quanto o seu tentar de correr afora. Os pedidos sob seu nome enquanto fugia eram ouvidos, mas não podia ser, não podia ficar, nem sequer pensar na possibilidade, pois seria desonesto com as emoções que estava experimentando e com aquele homem que poderia ser o seu grande amor perdido quando jovem.

Exaustivo.

Todos exaustivos quanto o seu corre diante ruas solitárias, tanto quanto exausto o pensar de confusão que aguardava em casa. Tanto quanto as explicações que tivera que silabar, tão ansiosamente que falhara, soando como uma outra idiotice sua.

Completamente exausto, era a maneira na qual Park Jimin se encontrava, sentia os seus ossos rangerem adentro de si por tamanho cansaço, os seus dedos apertavam a peça fina da jeans que trajava, buscando uma inquietude para o sua consciência conturbada. Os seus pensamentos gritavam em seu crânio sem dó, e aquelas vozes ríspidas transpassavam os seus ouvidos sem permissão. Seu pai chorava ao seu lado, um derramar de lágrimas fúnebre como se tivesse havido um assassinato ou coisa parecida, os braços daquele alcançavam sua cintura num aperto desajeitado, tal como um tentativa falha de conforto. Os berros perante aos ouvidos eram altos, ásperos, pareciam rasgar a garganta de quem estava os fazendo. Era notória a raiva da meretriz mediante aquela quebra de móveis, sentia à cada impacto algo lhe subindo a garganta, o sufocando em um choro mudo.

Aquela na qual havia prometido amor incondicional, na qual havia segurado a destra esquerda diante de uma rua movimentada, aquela na qual havia lhe dado um conforto em suas noites de pesadelo, parecia tão, mais tão distante; estava à beira de uma loucura, sem qualquer volta. Agora estava ali, derrubando móveis pela grande casa enquanto ditava falas tão dolorosas sobre ele, o seu filho. Jimin sentia a culpa se fazer tão presente em sua carcaça, sentia culpa por ser de tal maneira.  Cada falácia atravessara o seu peito, ecoando em sua mente como uma tortura lenta; cada falácia trazia consigo um ódio desvairado que a outra possuía de si. E, como doía, não sabia como tal sentimento poderia doer até senti-ló correndo ligeiro em suas veias, naquele momento. O sentimento da velha o sufocando, tirando de si a tranquilidade que sentira.

Em poucos minutos, em poucas ações e falas despejadas, Park viu todo aquele laço se partir com facimia, aquele laço fraternal tal como nenhum outro poderia ser mais forte sendo rasgado como se nada fosse. Era horrendo, soava tamanha mentira, pois ela não estava à sua lateral, em um agarrar quente e com calmaria tentando lhe dar um sossego, afinal ela era aquela na qual gesticulava pra si; tão atordoada.

O pesar sobre às costas era igualitário àquele bater de sapatos ao chão terroso, recordando um fardo, tão penoso, deverás perceptível e cansado. Aquela silhueta marcada se fizera presente em seu campo, novamente, tão hesitante, porém, ainda sim, era pareava a incerteza de seus agires por consequência no ouvir daqueles passos. Estava amedrontado, a sua mandíbula rígida ficara, trazendo um encômodo pela força colocada, assim como seus dígitos que arranhavam aquele mesmo, por desespero afastando-se. No entanto, logo o seu rogo foi perdido, sentindo o frio da parece à sua epiderme, tal como foi perdido a sensação pequena de fuga daquele cenário. As vozes mortas, mas os choros tão latentes faziam as carnes de Jimin se encolheram e o seu ar correu em abundância de seus pulmões. Estava com medo e sufocado.

— Por que..? —  O falar inicial era baixo, no entanto, pudera ouvir que o mesmo fora proferido entre os dentes, trazendo consigo um teor enraivado. Pausadamente, o mais novo subiu o olhar, tão turvo, visualizando a figura daquela, bagunçada; em seus olhos caminhavam lágrimas presas, os artelhos daquela colavam à sua epiderme, com força, sentindo os seus dentes rente às suas bochechas. Um mero gosto amargo de sangue era sentido à língua pelo toque bruto. — Por que? Apenas diga-me o porquê! Pelos infernos, me diga, a onde errei? Eu lhe dei tudo. Sacrifiquei-me por inteiro pra você, por você. Perdi anos de minha vida pra lhe dar tudo, e o que recebi..? — Seguidamente, os dígitos passavam ao seu pescoço, sentindo-os sobre em um aperto. O tocar gelado de suas costas à parede branca. Em puro desespero, deixou uma lágrima descer, procurando da mesma forma o ar que lhe faltava. — Agora você chora? E por que chora? Se sou eu a destruída, se sou que lhe dei tudo e nada valeu? Eu criei um filho, fiz tudo que pude, tentei lhe dar oportunidades que não tive, e para quê?! Para quê! Se num dia qualquer, ele confessa que ama outro homem! E o que você sabe sobre amor, moleque? Me poupe dessa babaquice! Não diga asneiras. Eu criei um homem, e homem não ama outro homem.

Destruído, era maneira na qual encontrava-se. Completamente quebrado, como um copo de vidro qualquer, que fora preenchido até a borda e depois arremessado sem quaisquer pensamentos de prejuízos futuros. Sentia-se tal forma. Não entendia corretamente os falares de sua mãe, apenas compreendia a grosseria e a desdenha que continham em tais. Sabia que o amor doía, todavia, não sabia que poderia ser daquela forma tão hostil. Parecia tão leviano aquelas palavras de amor que havia recebido de sua querida mãe, um tolo foi quando havia sido crente de que pelo menos aquela que havia lhe dado à luz o colocaria em seus braços e protegeria-o dos males de um mundo desconhecido. Pensara de tal forma arquitetônica pelos falares que recebeu da mais velha quando falara de seu coração, deglutido de uma paixão forte, porém, quando falara ser de um garoto, tudo se rachou até aquele estado atual.

Só queria saber o porquê de tudo acabar-se com tamanha facilidade, de toda aquela situação soar tão rispidamente falsa. Aquele maldito e calado derramar da outra assemelhava-se com um ato egoísta do que uma preocupação genuína, não parecendo ser medos sobre ele como poderia estar perante à outros, mas sim, ela. Aquele tocar penoso dos dedos à sua pele era avesso, cheio de ódio, transmitindo entrelinhas desgostosas. Tal situação não era sobre o coração ou dignidade de Park jogada à lama, mas sim, a decepção da megera. A visão um tão turva passava a transmutar â completamente nula, o seu chorar era silencioso, porém, adentro estava um balançar imenso e imerso, o pulsar era sensível, tal pulava como uma corrida sem fim e o seu ar perdia-se mediante aquele anseio; demasiadamente ansioso, estava. Aquele gritar de coçar a goela gradativamente ficara igualmente mudo, apenas conseguindo ouvir arranhar que fazia abaixo de si.

O amor adormecido da segunda era pariforme com o seu corpo, no qual estava praticamente morto, que não possuía sequer uma reação visível quando o bater do impacto viera à sua face, consequentemente fazendo aquele quieto ambiente se fazer barulhento mais uma vez. Tal tapa abrupto fizera o derramar do moreno sessar, e o seu remexer inutilmente agitado em seu pensamento parar. O seu olhar perdido, as íris arregaladas andaram acima, focando na face irritada e enlouquecida de sua mãe. Estava entediado, magoado, e por sua língua à garganta abaixo descia uma irritação voraz, nada igual à qualquer sentir. Nunca havia presenciado tanta desdenha e apatia vinda de alguém pra si; voz tão altamente cortante. Nunca ninguém havia o quebrado de tal maneira ao ponto de bater daquela forma. Definitivamente estava incrédulo. O tapa e aquele jogar de falácias tudo tão horrendo quanto aquele jeito de amar.

— O que lhe fez pensar que eu aceitaria isso de forma diferente?! O que há de errado com a porra da sua mente, hein? Você precisa de Jesus, de Jesus! — Maldito anelar acusador que lhe cutucava sobre a testa, tamanha era acusação e punição. — Você é um fardo, ingrato, nada do que fez até agora foi correto. Por que tudo que faz é errado?! — A força da destra, posteriormente, estava em sua pele novamente; estapeios doloridos que apenas sentira o ardido de tais sobre a sua palidez sem quaisquer protesto. Sentia-se dolosamente culpado, pois ele havia tentado sempre ser o que todos amariam, porém, sabia que havia falhado de uma forma arquitetônica quando naquele estado deplorável que sua mãe encontrava-se.

Culpado, enraivado e demasiadamente triste, era como estava. E, como doía, tanto que o seu peito beirava à rachar em pequenos pedaços, tal sentimento corrente sendo ligeiro à mente, ecoando coisas que acabavam com o restante de sua estabilidade mental. O desespero caminhara à sua língua, o fazendo berrar diante aquele cenário tão falante e desconfortável. Aqueles lábios que ditavam tão euforicamente nervosa se calara, suas brancas se expandiram, deverás supresa pelo seu agir impensado. A incrédula viera com o aperto de dedos diante de si, mas Park a conteve, segurando aquela com sua destra trêmula. — Não ouse me encostar novamente, mamãe. Nem hoje, nem amanhã ou em outro dia qualquer, você irá me bater. — Apertou a pulso daquela contra os seus dedos, com força. — Aceito as suas ofensas e suas consequências, mas não me toque dessa forma de novo, pois eu irei esquecer da sua dor e lhe lembrarei que é a última pessoa que pode me julgar de alguma coisa.

Era errôneo, sentia-se, mas aquela de cabelos escurecidos também era tão incorreta e enganosa quanto. Não estava mentindo, cada falácia vinda era quase uma piada perante as coisas que sabia ou já havia presenciado, como por exemplo: o fatídico e nublado dia de Quinta-feira que viera seu pai deitado em meio às carícias com uma das amigas de sua mãe. Posteriormente, estava lá, a mulher firme e sorridente, prometendo ao juiz o seu amor incondicional àquele homem vigarista, seu pai. Ouvira que devia esquecer-se de tal acontecimento, entretanto, ele nunca entendeu o porquê da alheia engolir o seu orgulho e perdoá-lo de forma tão fácil, com a justificativa de seria horrível criá-lo sozinha. Porém, no fundo, sabia que a outra não importava-se com devoção à sua dignidade como às aparências mantidas. Sua querida era bastante superficial, e tal pensar se confirmava com o comportamento tão desigual ao que fora contado.

No fim de sua afirmação, soltara repentinamente o pulso que agarrara com força, que fizera a outra meramente cambalear pelo bater da atmosfera ao redor. E este, o garoto acolheu-se da adrenalina, ansiando porta afora daquela casa, sentindo aquele ar tão gélido lhe recordando do vazio que se sentava em seu peito por toda confusão. A incerteza correu consigo, junto com um derramar abundante de sua dor à lateral de seu rosto, depositando toda aquela em seus pés, com vontade enorme à medida que fugia. O seu escapar era insistente tanto como seu gritar adentro, tão clemente de um abrigo. Jimin ansiava tanto de um ombro e um mero silêncio de vozes, um lugar a onde pudesse desabar assim como as nuvens acima pareciam querer esgotarem-se.  — Por favor, não quero chorar, mas isso dói pra caralho! — Justificou gritando com todo o desejo de calma que gostaria obter, no vazio de tal deserto de uma rua qualquer. Os seus calcanhares pararam perante à sua ansiedade, sugando o ar de seus pulmões juntamente com as palavras ouvintes e tão frescas em sua consciência. O choro lhe subiam aos olhos, o cegando vagarosamente, assim como a sustentação de seus joelhos, que se perderam e que sob aquela água ficaram apoiados, num estante de desequilíbrio.

Estava doendo tanto. Céus, como doía.

— É injusto! — Gritara raivoso mais uma vez, porém, a última. Deixando por derramar-se ali mesmo, tão só; chorando como se tais lágrimas fugissem sem pedido ou vontade de permanência. Livremente.

Acima, outras também choravam, tão desesperadas quanto o subir de seu tronco em meio à tudo. Entretanto, um arrepio lhe percorreu a espinha no ouvir de passos atrás, encontrava-se cansado em demasiado para correr de um perigo aparente. Estava tão cansado daquela mentira na qual vivia, mas a verdade na qual proferiu também havia o rasgado de forma tão surpresa, que escolheria a morte do que compreender as mentiras nas quais acreditava até ali. A palma daquele ser alcançou seu ombro, sentindo a leveza daquele passar, porém, não queria visualizar o rosto ou saber do destino lhe guardado, que fora deixado à bondade do alheio. — Você é estúpido ou apenas é um burro querendo fugir de si próprio debaixo de uma chuva? — A voz era meramente rouca, mas possuía em sua parte um soar doce.

Estranhamente reconfortante. 

E, pior que o estranho sentimento que lhe abraçou, foi o subir de sua face para visualizar àquele à suas costas, o mesmo tinha entre os lábios um pequeno sorriso, suas íris brilhantemente curiosas lhe percorriam por inteiro, o sentir com tal ato era deverás esquisito, pois, novamente, o achegar de um bom sentir viera em seu pulsante como um abraço. O moreno estava em tamanho conflito, o sorriso era inocente, mas, naquele instante e ocasião, era um tão incerto conhecer um qualquer em meio uma chuva. Todavia, antes que pudesse pôr-se a pensar ou concluir alguma coisa, o terceiro se sentara sobre o asfalto molhado, remexendo uma das sacolas que levava; desta, uma bebida qualquer fora aberta e levada aos beiços do sujeito. Ele, por muita curiosidade deglutida, observou-o atentamente, buscando uma certeza em seus agires.

— Você não fala muito, certamente. —  Novamente, aquela voz se fez presente em seus tímpanos adentro. — Mas eu estou demasiadamente triste, eu quero conversar, então ouça-me um pouco, tá? Lhe dou um beijo depois.  — O dialeto era simplista, pareando naturalidade entre ombros. Os barulhos daquela garrafa eram contínuos, assim como o engolir de seu conteúdo; tão rapidamente que escapara de seus lábios uma eructação alta. Desajeitado era. — Toda Terça-feira é um bom dia para as piores coisas ocorrerem, não acha? Porque sinto-me estúpido neste dia, toda semana. Ele terminou comigo hoje, por telefone. Talvez porque Yoongi foi sua melhor escolha, pois eu, Kim Taehyung, com toda certeza, não sou uma boa opção para ele, sabe? — Os dizerem alegres e calmos caminharam-se à uma clara tristeza, trêmulo no timbre.

Jimin sabia como era tal sentir, compreendia o dolor que estava grudado nos ossos do castanho alheio. Era diferente, mas na mesma linha, tão igual. Sabia como era não sentir-se verdadeiramente correto, ou ao menos, um pouco suficiente para alguém ou lugar. Compreendia como ninguém, a sensação terrível lhe apertando o pescoço, trazendo lágrimas à tona, buscando de maneira abestalhada uma inquietude para uma mente tão pensativa. Portanto, manteve a língua entre os dentes, limitando-se a ouvir tal desconhecido com calma, buscando sentar-se sobre a calçada e ajeitar-se meio à chuva, que já cessava. Havia um espaço entre eles, era confortavelmente acolhedor para si, ainda que não tivesse uma conclusão de porquê.

— Porém, ainda sim me dói pensar que mesmo com o meu tentar incessante, ainda sim, ele se foi. Também, talvez fosse porque me esforcei demais para algo que deveria ser natural. Não sei.. — Vira a carcaça subir e um ar fugir daquele peito, porventura a ansiedade engatinhava silenciosa nele.  — Eu pedia muitas coisas a ele, que nem eu seria capaz de dar. Talvez eu também tenha me desesperado para amar alguém da maneira que lia em meus livros. Uma expectativa irreal de que ele fosse cumprir cada linha que eu já havia escrito sobre nós em minha consciência perturbada. Fui cruel em algum ponto e vírgula, e por isso me perdi no texto. Ele merece muito mais do que uma folha escrita pela metade, que nem sequer possui uma ideia estabelecida.

Novamente, não tivera um falar correto para tudo que ouviu, pois entendia que não seria um dialeto qualquer com alguém qualquer em uma uma avenida daquela cidade grande, que faria o peito alheio acalmar-se. Portanto, deixara o seu tronco relaxar, visualizando a fronte entristecida que aquele tinha enquanto passava os dedos a garrafa, no tencionar do líquido virado à goela. Um gostar terrível beirando as perdas que corriam por sua consciência penosa. Tão culposamente embriagada por dores recorrentes.

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