Você Nunca Saiu Verdadeiramen...

By NaylaFernandaBarbosa

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Melinda se tornou uma mulher implacável, não é nem a sobra da jovem insegura que foi. Depois de ter o coração... More

Avatares
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
capítulo 13
Capítulo 14
Capitulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capitulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capitulo 25

Capítulo 1

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By NaylaFernandaBarbosa

Melinda Medeiros

-Você deveria começar a sair, Melinda. Conhecer pessoas. - disse Vick minha secretária. - trabalho para você há mais de dois anos e nunca te vi com alguém.

- Não tenho tempo . - digo ainda com olhos na tela do computador. - Com o escritório e o mestrado não sobra tempo para coisas assim. - Era verdade desde que me mudei para cá tenho estudado bastante. Fiz mais uma pós em direito empresarial, e agora estou fazendo mestrado.

- Ainda sim acho que deveria sair. - insiste.

- Isso eu tenho que concorda com a ruiva, Bombom. - Rafael diz entrando na minha sala sem bater e já se metendo onde não é chamado. Fofoqueiro.

- O senhor deveria leva-la para uma boate. - A ruiva sorri para o meu sócio que lhe manda uma piscadela me fazendo revirar os olhos com tédio. - Já que conhece várias, seria bom para Melinda, talvez ela até conheça um bartender gato.

- não preciso conhecer ninguém, estou bem sozinha, também acabei de sair de um relacionamento. - digo simplista enquanto desligo o Mac, não demora nem dois segundos para todo prédio ouvir as gargalhadas deles.  - Vocês são ridículos sabia.

- Ridículo mesmo é você diz que acabou de terminar um relacionamento! - Rafa diz sarcástico.-  Qual é Mel, faz o que quatro anos ? Isso não é um termino recente.

4 anos e sete meses para ser mais exata, esse era exatamente o tempo que deixei para trás minha vida no Brasil. Não era como se ainda esperasse que ele fosse abandonar a esposa, os filhos, a família por mim! Eu apenas ainda não tive tempo para relacionamentos.

Nem sabia por onde começar, sai com apenas três caras na vida minha vida toda. Levando em conta que essas experiências não foram lá as melhores.

Nunca fui boa nesse negócio de paquerar, o primeiro foi Matteo Sullivans que se aproximou de mim por causa de uma aposta.
Na faculdade fiquei com Miller , que era mais uma amizade colorida do que uma relação amorosa e depois conheci o Nicolas Kavinsky ficamos cinco anos juntos e noivamos, engravidei mais por um acidente pedi o bebê que nem sabia que existia, e foi aí que nosso relacionamento começou a ir ladeira abaixo, ele se tornou paranoico e abusivo. Terminamos na véspera do casamento.

- Mais um escândalo da doutora Medeiros - lembra meu subconsciente.

Daí quando Teo e eu reatamos achei honestamente que teria meu final feliz com meu príncipe, um final digno de novelas. Até que ele omitiu que Ana Cooper estava grávida. Não, ele não me traiu. Mas ainda sim, doeu muito a ponto de toda minha resiliência evaporar.

Então de repente eu já estava aqui em Nova York dividindo apartamento com meus dois amigos de infância, Os Miller.
No início eu sofri como uma condenada pensando no quão filha da puta Matteo foi comigo.

Entrei na Yale, e mantive o foco nos estudos e no trabalho. Tem dado muito certo, claro que as vezes sinto falta de ter um ombro para chora ter alguém para falar sobre o trabalho como o que tinha com Nick.
Mais me recuso a ser o tipo de mulher que se envolve com alguém por carência, sempre desprezei esse tipo. E agora, cá estou.

- E o seu orientador? -A ruiva questiona fazendo com que volte a realidade.

- O que tem o Noah ? - Indago entrando no elevador.

- Vocês passa todo seu tempo livre juntos, nunca rola nada ? - dou uma olhada para os dois, Rafa com aparentemente está concentrado no celular mais sei que está atendo a minha resposta.

- Não. - respondo simplista. - É anti-ético. E passando tempo juntos porque como você já disse Victoria. - Faço uma pausa tentando não ser tão rude, afinal ela só está preocupada com minha vida amorosa. Ou melhor a falta dela. - Ele é meu orientador.

- Certo, já cansei desse assunto de menininha. - Rafael deu uma olhada para nós duas e sorri me fazendo acompanhá-lo. Mas, mesmo sabendo que racionalmente ele não me julgaria,se resolvesse dar uma chance ao meu professor. - Que tal uns drinks ? Eu pago.

- To dentro. - Vick topa na hora e olha pra mim esperançosa. - Ah vamos, chefinha.

- Ok. Só vou passa em casa trocar de roupa e...

- Não! - os dois falam juntos. - Vamos assim mesmo, eu te conheço quando chegar em casa vai inventar mil desculpas para não sair. - Rafael diz me fazendo revirar os olhos.

Não demora muito Miller estaciona na frente de uma boate latina chamada Lá Perdicion. Entramos no local o som auto quase estoura meus tímpanos, Rafael nos  guia até o segundo andar onde aparentemente é mais tranquilo.

Ele sai em direção ao que parece ser o bar, enquanto nos aconchegamos no sofá macio. Logo está de volta me entregando um whisky e para Victoria um martini.

- Você já tinha vindo aqui ? - Pergunto para a ruiva antes de levar a bebi âmbar até a boca.

- Sebastian, o dono. - disse com os grandes olhos azuis brilhando. - É meu namorado

- Sério? Nem sabia que você namorava. - minha surpresa faz ela gargalhar, realmente sou uma chefe horrível. - Qual a graça?

- É que você já conheceu ele no escritório- olhei confusa - Rafael é advogado dele.

- Desculpa eu...

- Relaxa, Dra Melinda. - tenta me acalmar. - Na época não estávamos juntos.

Sorri ainda envergonhada, eu não sabia muita coisa sobre os funcionários mais ainda sim, deveria ser mais atenciosa com ela que é o mais próximo de uma amiga que tenho.
Não falava mais com tanta frequência com minha irmã, ela tem a família dela. Victor casou ano passado com Micael e está sempre ocupado e agora que a Guta está no último trimestre de gestação ele está focado nela. Augusta é a irmã do Micael que aceitou gerar o filho deles.

- Oi amor. - diz o moreno beijando a têmpora da ruiva . - Dra Medeiros. É um prazer vê-la novamente. - aceno com um sorriso me lembrando que já o vi no escritório.

- Senhor Solano. - o cumprimento. - Pelo que vejo consegui reabrir a boate.

- Claro ele tem um ótimo advogado. - retruca Rafael convencido.

- E muito modesto . -complementa Solano. - Esse é meu amigo, Noah. - diz me fazendo olhar para trás.

- O'connell - aceno surpresa.

- Senhorita Medeiros. - O meu orientador sorriso sentando ao meu lado.

- Vejo que já se conhecem. - o sorriso cínico da minha secretária me faz querer demiti-la agora mesmo.

Noah O'connell, professor de Ética na universidade de Yale, seu ar arrogante o faz ser ainda mais bonito. Talvez ele chamasse minha atenção por conta dos fios negros  num corte bem feito, os olhos azuis por trás do óculos eram tão expressivos que dificultava manter o contato por muito tempo. O terno de três peças abraça bem o corpo atlético.

- Sim, ela é minha aluna. - responde seco balançando o copo que tem na mão.

- Então Noah... - Vick tem um olhar malicioso em minha direção. - Você é casado ?

- Não. - Ele disse distraído enquanto pedia outra bebida .

- E você Doutora?- indaga Sebastian entrando no jogo da namorada, me fazendo arregalar os olhos. - tem namorado ?

- Não. -Minha voz sai firme. Por outro lado, a mortificação é abundante.

Minha resposta acaba atraindo olhares de todos ali, Rafael revira os olhos para a ruiva que abre o sorriso do Gato de Cheshire, e pisca para ele como se estivesse ganhando o jogo.

- Há quanto tempo vocês se conhecem? - Noah pergunta vendo que Miller e eu conversamos animadamente entre nós.

- Vinte e oito anos! - falamos uníssono e rimos.

- Créscimos praticamente junto, nossos pais são melhores amigos e eram sócios. - explico.

- E a gente fez faculdade juntos.

- Uau. - A empolgação de Vick é palpável. - Você a conhece bem?

- Bom, acho que sim.

- Então poderia nos explicar o que torna Melinda a namorada perfeita. - Ele sorri de canto ao me encarar.

- Tirando o fato dela ser bem irritante e controladora quando quer...- começa nos fazendo rir- Mas, apesar disso ela também é surpreendente! Melinda é o tipo de pessoa que vai está ao seu lado em todos os momentos até mesmo aqueles que você não merece. - Olho para ele atônita, cada palavra sai carregada de carinho - Ela é perseverante quando ama. Ama com afinco. Ela é única, e por mais que seja dura consigo mesma e não curta muito esse negócio de relacionamento não significa que não possa ter.

- Céus. - Sebastian manifesta sua total surpresa. - estou surpreso por você não se apaixonado por ela...

- Também estou... impressionada.- Completa Vick pasmada.

- Eu não poderia me apaixonar...

Noah limpou a garganta gentilmente com o whisky, me puxando de volta a realidade fazendo-me finalmente desviar o olhar do Miller. Meu rosto queimava.

- Já está na minha hora. - Noah se levanta, sua expressão neutra não se alterou diante do meu salto nada sútil. 

- A minha também.- disse vendo Rafael erguer a sobrancelha diante do meu pedido. -  Me dá uma carona? - Noah acena um sim.

- Se quiser ir com meu carro - Ele sugere  segurando meu pulso - Depois eu pego um táxi.

- Sabe que sou um caos dirigindo nesse trânsito. - resmungo.

Ele parou, respirou e riu, tirou algumas notas da carteira e colocou na mesa. Meu orientador pareceu entender o recado, pois se despediu e saiu.

                                ***

Durante todos esses meses mantivemos um contato extremamente profissional entre professor e aluna. Nós encontrávamos na biblioteca do Campos, na cafeteria dois quarteirões da universidade ou num restaurante que acabou se tornando meu preferido. Tudo tão formal assim como ele era.

Mesmo quando todas as suas alunas caiam matando em cima dele, não mudava sua postura firme, as vezes me fazendo pensar que sua idade vai além do que aparenta ter.

Então quando o senhor O'conell disse que estaria livre só depois do expediente devido às provas finais deduzi que iria querer remarcar , mas para a minha surpresa sugeriu que fôssemos jantar. Tentei não reagir como uma completa idiota com tal sugestão.

"- Minha última aula termina às quatro, se quiser posso passar no escritório te pegar. O que acha ?

P.S lembrei que a senhorita ainda não tirou sua habilitação. "

Noah enviará essa mensagem hoje mais cedo, e por um deslize deixei o celular com Vick durante uma reunião, desde então ela vem criando mil expectativas o que consequentemente me fez pensar se estaria certa.

Seria um encontro?

Um frio percorreu minha espinha não era meu primeiro encontro. Estou com quase trinta anos, não é como se fosse tão ingênua, a ponto de ficar criando um date perfeito com meu professor gostoso.

Depois de um dia exaustivo, dou uma boa olha no espelho de corpo inteiro que tenho no banheiro da minha sala, me vendo dentro de um vestido nude que Victória havia escolhido quando lhe pedi para buscar algo para que pudesse usar num jantar.

- Uau você tá uma gata. - A ruiva disse quando abri a porta.

- Poderia ter pego algo menos justo! - resmungo irritada e ela revira os olhos.

- Você queria que eu pegasse o que ? Um dos seus terninhos - Questiona exasperada. - Você vai ter um encontro! Não poderia sair simples.

- Não é bem um encontro. - O olhar malicioso me fez mostrar o dedo para ela que riu. - acho melhor você voltar ao trabalho.

- meu expediente já encerrou, chefinha. - responde antes de sair, me fazendo olhar para o relógio.

Peguei minhas coisas, apago a luz antes de fechar a porta. Vick me espera no elevador , em instantes já estamos no hall de entrada da empresa. Assim que a caixa de metal se abre sinto como se tivesse levado um soco no estômago.

Céus, como ele está lindo!

O cabelo bagunçado, a camisa bem passada está aberta o suficiente para que pudesse ver um pouquinho do bronzeado, o jeans justo como uma segunda pele não deixava espaço para minha imaginação. Noah é grande e forte, com os ombros largos e o maxilar bem marcado. Era um Deus nórdico.

Quando ele me viu analisando-o minuciosamente. Sorriu. Era magnético, tinha algo de novo ali. Eu precisava lembrar, a todo momento que era apenas um encontro para falar sobre ética.

Onde estava minha Ética nesse momento? Respiro fundo recompondo-me. - Sem envolvimento amoroso. Ok ?! Afinal  não estou a procura de um novo amor. - Repito para mim mesma.

Noah desviou o olha para meu corpo, e não passou despercebido seu olhar provocador, um olhar que perguntava se aquilo tudo era para ele. Por puro instinto tentei parecer um pouco mais atraente, levantei o seio e caminhei em direção a porta giratória.

- Não pensa só vai. - sussurrou Vick ao se despedir. Ela realmente queria que esse encontro desse certo. - Boa noite, Senhor O'conell.

- Vick. Olá, Melinda. - sua voz baixa e rouca era a primeira vez que dizia meu nome, sempre fora Senhorita Medeiros enquanto abria a porta para que eu entrasse no carro.

Um verdadeiro cavalheiro.

- Senhor O'connell. - disse me sentando no banco de couro e mal conseguindo respirar direito.

- Noah. - disse afivelando o cinto. - me chame de Noah. - Sorri nervosa sabia que estava sendo ridícula, que éramos dois adultos e que poderíamos jantar sem as coisas ficassem esquisitas e complicadas depois.

Quarteirões depois do enorme arranha-céu que eu trabalhava, permanecíamos em total silêncio, mais estávamos confortáveis.

Quando finalmente Noah abriu a boca para tentar quebrar o silêncio mais meu celular foi mais rápido.

- Oi. - atendi.

- Boazinha, onde você está ? - Voz de Joaquim soa preocupada do outro lado da linha, talvez pelo fato de que nenhuma vez nesses quatros anos não jantamos juntos claro tinha as exceções como viagens a trabalho que fazíamos ou quando Rafael estava metido entre as pernas de alguma mulher que conhecera em suas noitadas. - Estamos te esperando para jantar.

- Er... eu...eu... - gaguejo atenta ao motorista que desviou o olhar novamente do trânsito em minha direção. - Eu vou jantar com o Senhor O'connell.

- O'connell? Seu orientador? - Pergunta com total surpresa.

- Sim. - minha voz sai arrastada.

Ainda pude ouvi-lo comentar com o irmão que eu finalmente estava pronta para seguir em frente antes de desligar. Mesmo que isso me deixasse furiosa com eles.

Precisava parar. E aproveitar a companhia do único homem que importa naquele momento.

- Miller ? - Assinto. Sua atenção volta para os carros trafegando.

- Joaquim, estranhou meu atraso para o jantar. - explico.

- Certo, são sabia que tinha outro compromisso. - balbucia envergonhado - Poderíamos ter remarcado. Se quiser ainda dá tempo de te deixar em casa, qual seu endereço?

- Nã... não, não era um compromisso. - Sorrio vendo seus músculos relaxam.- Moro com os irmãos Miller, Joaquim e Rafael. E desde que nos mudamos pra cá jantamos juntos é só uma rotina.

- A sim. - retribui o sorriso. - e não pensou em se mudar?

- Sim, mas acho que ainda não tomei coragem de cortar o cordão umbilical. - sorriu.

Noah parou em frente ao portão da entrada da garagem. Tentei reagir com normalidade, apesar de estar boquiaberta por ele ter a audácia de me trazer para sua casa.

- Quando disse que iríamos jantar, pensei que seria num restaurante. - Brinco soltando o cinto.

- Sim, mais a babá tinha compromisso. - Disse pegando alguns papéis no banco de trás. - não achei ninguém pra cuidar da Emma.

- Emma , Sua filha ? - Pergunto receosa. De repente um ciúme inesperado tomou conta de mim ao imaginar Noah casado.

Solto um suspiro aliviado me recordando do dia da boate quando Vick perguntou se ele era casado. Talvez divorciado e era sua semana de ficar com a filha.

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