Your Cheeks Like Roses » jiko...

By SEOKJINlE

13.5K 984 246

[CONCLUÍDA] Ômega Jimin ansiava por um romance, do tipo que faria seu coração disparar e suas bochechas esque... More

avisos
play(list)
capítulo dois

capítulo um

4.6K 349 156
By SEOKJINlE

Era a calada da noite. A lua estava cheia enquanto observava do céu, um vento suave, porém quente, soprava o cabelo loiro de Jimin enquanto o ômega vagava pelo jardim, seus pés descalços faziam cócegas na grama exuberante. O jovem estava vestindo um traje simples feito de seda, tendo se trocado depois que sua criada o ajudou a vestir sua roupa de dormir. Esta noite era a qual Jimin vinha planejando há semanas. Seu coração batia rápido enquanto ele se apressava pelo pomar para desaparecer no bosque, a salvo de qualquer cavaleiro que patrulhasse o terreno. Um sorriso se espalhou em seus lábios quando ele finalmente pisou no jardim de rosas que residia no muro extremo norte do castelo. O ômega se jogou no banco de ferro e soltou um suspiro trêmulo. Finalmente, ele estava sozinho.

Jimin era o príncipe mais novo do reino de Serendipity. Ele era adorado por todos, criado para ser um ômega adequado e sincero. Seu dever era ganhar o amor de seu povo. Nada do que ele fazia estava errado. Ele estava sempre vestido com os melhores tecidos, seu cabelo e maquiagem aperfeiçoados por sua criada. Jimin era um rapaz estudioso, e sempre que suas responsabilidades principescas cediam, seu nariz estava em um livro para aprender sobre o mundo.

Ser o ômega mais bonito do reino tinha seus prós e contras. Ele tinha milhares de pessoas admirando-o e jogando-lhe flores sempre que ele andava de carruagem pela cidade, mas isso também significava que um grande perigo poderia surgir ao seu redor se Jimin não tomasse cuidado. Era por isso que o príncipe tinha um exército de guarda-costas cercando-o a qualquer momento quando ele estava fora de casa. Mesmo no castelo que ele chamava de lar, um cavaleiro o seguia apenas para acalmar o rei. Somente em seus aposentos ele conseguia ficar realmente sozinho.

Jimin não queria nada além de aproveitar o tempo nos jardins sozinho. E agora ele estava ali, quando quase todos no castelo dormiam, cercado por rosas brancas que simbolizavam seu reino. Escapar de seu quarto tinha sido uma tarefa sobre a qual o jovem ômega ficara hesitante, mas no final, as videiras que cresciam em sua varanda eram fortes o bastante para suportar seu peso enquanto ele descia. Tudo o que restava era a jornada pelo jardim. Mas Jimin conhecia os pontos cegos dos cavaleiros e podia correr sem ser visto entre árvores e arbustos até seu amado jardim. A luz da lua brilhou no rosto do rapaz enquanto ele fechava os olhos para acalmar sua respiração ofegante pela adrenalina. Ele estava sozinho, na companhia silenciosa das rosas e do riacho tranquilo que corria nas proximidades. Pacífico.

O vento brincou com seu cabelo quando Jimin abriu os olhos. A noite estava linda no jardim, e o ômega de cabelos loiros ficou encantado ao testemunhar essa beleza finalmente. Ele se endireitou no banco e tirou um pequeno livro do bolso, a felicidade latejando em seu peito enquanto o abria. A escrita mal era visível apenas com a luz refletida da lua, mas Jimin já conhecia o poema de cima abaixo. Com a página correta virada, ele começou a cantar. Sua voz era suave enquanto ele fazia uma serenata para a lua flutuando acima dele, as estrelas como sua plateia.

Tudo isso não é uma coincidência
Apenas, apenas eu pude sentir isso
O mundo inteiro está diferente do que era ontem
Apenas, apenas com sua alegria
Quando você me chamou
Eu me tornei sua flor

Como se estivéssemos esperando
Nós florescemos até sofrermos
Talvez seja uma providência–

Jimin saltou de seu assento, de repente alerta quando seu concerto foi interrompido pelo som de um galho se quebrando. O ômega tinha seu livro apertado sobre seu coração frenético enquanto examinava o bosque, os olhos arregalados de pânico. Se ele fosse pego, seu pai certamente ficaria chateado, e isso seria o fim de seu recém-descoberto gosto pela liberdade. Mas quando um homem estranho espiou por trás de uma árvore, os medos de seu pai se tornaram dele. Ele poderia ser sequestrado.

Jimin levantou-se do banco, o olhar nunca deixando o estranho, e pronto para correr por sua vida. O homem se revelou completamente enquanto se afastava da árvore, a mão subindo para coçar a nuca. Ele parecia alto e musculoso nas roupas de linho simples que usava, seu cabelo preto amarrado em um coque. Algumas mechas não eram compridas o suficiente e caíam em cascatas pelo rosto esculpido. O estranho era um alfa, aumentando ainda mais a incerteza em Jimin. Eles pareciam ter idades próximas. O ômega foi capaz de soltar um suspiro quando percebeu que o outro não estava andando em sua direção. Ele apenas olhava para ele, as esferas escuras que eram seus olhos enviando um pequeno arrepio por sua espinha.

— Q-Quem é você? — Jimin chiou. — Você não tem permissão para estar aqui. Saia imediatamente, ou irei chamar os cavaleiros. — Ele cravou o calcanhar no chão para impedir que sua perna tremesse. Para sua surpresa, o estranho apenas sorriu para ele.

— Eu peço desculpas. — A voz do alfa era suave como manteiga, o som tão agradável de ouvir que Jimin quase ronronou. — Eu não sou deste reino, e suponho que cruzei os limites dos terrenos do castelo. A quem tenho o prazer de me dirigir? — O rapaz baixou a cabeça enquanto falava, e o loiro se perguntou como um plebeu sabia ser tão educado na fala. A resposta o agradou o suficiente para responder.

— Eu sou o príncipe Jimin, de Serendipity. — Ele disse, tentando demonstrar o máximo que podia de autoridade em sua voz. Nenhuma pessoa deve pensar nele como um tolo que não consegue agir com força, então o ômega estendeu a mão direita, olhando diretamente para o outro em expectativa. — Você não respondeu minha pergunta. Quem é você?

A boca do alfa se esticou em um sorriso enquanto ele dava passos cuidadosos em direção ao príncipe. Jimin se manteve firme e não se encolheu com medo de se machucar, olhando para o estranho e absorvendo suas feições reveladas pelo luar. Seus olhos eram como amêndoas redondas, escuros mas brilhantes quando a lua os atingia. Seu olhar tinha uma intensidade diferente de qualquer um que Jimin já tenha visto. Era como se o alfa estivesse olhando para sua alma. Seus lábios eram delicados quando se retraíram ligeiramente para revelar um conjunto de dentes perolados, e seu cabelo escuro tinha uma ligeira ondulação. O rosto do rapaz era redondo, mas com o maxilar afiado e, a essa altura, Jimin percebeu que esse era o alfa mais bonito que ele já tinha visto. Suas bochechas estavam certamente coradas com um tom vermelho quando o outro caminhou até ele, parando a poucos passos de distância.

O moreno pegou sua pequena mão suavemente na dele e se curvou novamente para pressionar os lábios nas costas da mão de Jimin, como se uma pena tivesse beijado sua mão. O alfa soltou a mão e o loiro foi rápido em se afastar. Estando tão perto do rapaz, ele conseguia distinguir todas as características de seu rosto. Jimin deu um passo para trás, precisando clarear sua mente. Este estranho ainda não havia anunciado seu nome, e o ômega sabia que deveria chamar os cavaleiros se continuasse assim por muito mais tempo. Não era seguro ou admissível para ele conversar com um plebeu, um alfa, à noite sem ninguém por perto.

— Meu nome é Jungkook, Sua Alteza. — O rapaz então disse, dando um passo para trás para o conforto do ômega, embora seu olhar não saísse dele. — Eu estava passeando pela floresta fora dos muros quando ouvi a voz de Vossa Alteza. Minha curiosidade tomou conta de mim, e aqui estou agora. Espero que Vossa Alteza tenha a bondade de perdoar minha intrusão, não era minha intenção perturbar. — Jungkook estava mais uma vez abaixando a cabeça. — Eu não sou uma ameaça, posso prometer-lhe isso com o coração mais puro. — Continuou ele. — Eu gostei muito do canto de Vossa Alteza. Existe alguma maneira de eu ouvir mais?

Jimin não conseguia acreditar que esse plebeu fosse tão ousado em pedir algo assim. O ômega torceu o nariz, um pouco envergonhado por sua voz ter sido ouvida.

— Você tem que ir embora. — Ele começou a dizer, sua cabeça virando para olhar na direção do castelo. — Não volte aqui. — Ele tinha certeza de que suas bochechas esquentaram mais quando o peito do alfa vibrara com uma pequena risada.

— Estarei esperando aqui no dia seguinte. Espero ver Sua Alteza novamente. — Jungkook disse suavemente, inclinando a cabeça uma última vez antes de voltar por onde ele apareceu. Jimin conseguia vê-lo subir na árvore sem esforço antes de pular o muro.

Seu coração estava batendo rapidamente, seus joelhos quase cedendo quando seus nervos finalmente o dominaram. Esse rapaz era tão estranho; educado, mas terrivelmente arrogante. Havia algo misterioso sobre o alfa que fazia sua pele formigar.

Enquanto Jimin corria pelo jardim, a grama fazendo cócegas em seus pés pelo caminho, o ômega se perguntou se o moreno realmente estaria ali amanhã. Ele nem tinha certeza se ele mesmo estaria. Ele não deveria. Não era apropriado para ele conversar com um plebeu. E aquele rapaz arruinou seu tempo sozinho. Como ele ousa?


Jimin estava sentado à mesa do café da manhã, tomando chá e conversando com sua mãe quando seu pai entrou na sala de jantar. Todos os criados se curvaram para o rei, que sentou-se em frente a sua esposa. Jimin o cumprimentou com um bom dia, mas não recebeu uma resposta devido ao alfa mais velho pigarreando.

— Jimin, meu querido... — O rei começou, trocando um olhar com a rainha, que Jimin notou. Seu irmão mais velho estava ausente da mesa. O rapaz havia pedido em casamento uma princesa de um reino vizinho e agora estava lá para passar um tempo com sua futura esposa. O coração do ômega disparou enquanto esperava que seu pai continuasse. Ele tinha sido visto ao lado de fora na noite anterior? Ele pousou a xícara e olhou para o rei, prendendo a respiração.

— Sim, pai? — Ele respondeu, a voz hesitante.

— Por favor, ouça-me com atenção. — O homem começou. — Eu ainda não tenho que lhe casar com alguém por causa de minha profunda afeição por você, mas você está prestes a completar vinte e dois anos, e é muito tempo para você se casar. Eu irei anunciar a sua mão para ficar elegível para alfas da realeza. Está na hora.

— O quê?! — Jimin gritou, o tom mais alto do que pretendia. Ele se levantou de sua cadeira e olhou para seu pai com os olhos arregalados. — E-Eu não quero me casar com um alfa escolhido para mim! — Ele virou a cabeça para sua mãe, olhos suplicantes.

— Acalme-se, querido. — A rainha disse, estendendo a mão para colocá-la no antebraço de Jimin.

— É por isso que irei deixar você escolher o alfa, não irei decidir por você. Contanto que o alfa tenha um status adequado, é claro, não deixarei qualquer alfa se casar com meu precioso filho. — O rei tentou confortar Jimin com um sorriso, mas o ômega não conseguiu sentir-se consolado. Seus olhos lacrimejaram, e ele chiou um pedido de desculpas, pedindo licença da sala de jantar.

Jimin correu pelos corredores do castelo, fazendo muitas cabeças alarmadas virarem, uma das quais era sua criada, Haneul. A mulher ômega chamou por ele, mas o loiro simplesmente correu para seu quarto e trancou a porta. Ele caiu em sua cama e deixou que suas lágrimas o afogassem.

Não era o que Jimin queria. Ele não queria que os alfas se alinhassem em uma fila e pedissem sua mão. Seu coração ansiava por se apaixonar naturalmente, assim como em todas as histórias e poemas de amor que ele lia. O dia de Jimin foi arruinado. Toda a sua vida poderia ser arruinada!

O rapaz se ajeitou para uma posição sentada. Ele tentou enxugar as lágrimas, mas elas continuavam escorrendo por suas bochechas em rios. Jimin se levantou da cama e caminhou até sua estante, pegando seu romance favorito. O ômega o pressionou contra o peito e fungou enquanto se dirigia à janela. Jimin sentou-se entre todos os travesseiros e olhou para fora, pequenos soluços ainda sacudindo seu peito.

Ele enxugou as bochechas mais uma vez antes de abrir o livro e tentar escapar para seu mundo. Jimin tinha lido esse livro muitas vezes, mas ele ainda assim ficava muito atraído pelo mesmo. Era uma história de amor entre um alfa e um ômega, e como eles se apaixonaram por meio de cartas de amor e palavras ditas suavemente. O coração de Jimin batia cada vez que ele lia como o romance deles crescia e prosperava. O primeiro beijo sempre deixava suas bochechas rosadas. Ele esperava encontrar um alfa como no livro, alguém que lhe escrevesse cartas e lhe desse doces beijos. A história era o epítome do que ele queria ter um dia. Tinha sido assim desde que ele conseguia lembrar-se. E agora, ele estava perdendo essa esperança.

Lágrimas frescas estavam caindo em seu rosto quando Jimin fechou o livro. Ele descansou a cabeça contra a janela e olhou para fora novamente, os olhos marejados enquanto olhava para o bosque no qual o jardim de rosas estava escondido. Sua mente voltou para o alfa moreno, e ele se perguntou se eles se encontrariam novamente. Jimin sentiu-se envergonhado por se lembrar do nome de um plebeu. Ele disse que chamava-se Jungkook. O ômega ainda não sabia bem o que pensava do rapaz ousado. A maneira como ele falava e se portava era impressionante para um plebeu, e mesmo que ele tivesse sido ousado em sua maneira de se dirigir a Jimin, o príncipe ainda o achara intrigante.

Jimin pressionou o livro firmemente contra o peito. Suas bochechas estavam vermelhas enquanto ele enterrava o rosto nos joelhos, seu batimento cardíaco acelerando quanto mais ele pensava no alfa inegavelmente bonito.


Jimin estava sendo cuidadoso enquanto caminhava sob árvores cheias de peras maduras. A lua minguante iluminou o banco do jardim que ficava sozinho no meio do mar branco de rosas. Não havia sinal do alfa moreno. Havia uma sensação maçante de decepção em seu estômago, mas ele tinha certeza de que era melhor assim.

Ele foi até o banco e se sentou no metal frio, um longo suspiro deixando seus lábios. Não havia vento esta noite, tornando o ar de verão mais quente. Jimin fechou os olhos e mergulhou na calmaria da noite. Seu coração estava batendo alto em seus ouvidos enquanto os restos de antecipação borbulhavam.

— Vossa Alteza realmente veio.

Jimin quase soltou um grito quando saltou do banco. Ele perdeu o equilíbrio e chiou, mas não atingiu o chão quando um braço musculoso envolveu seus ombros. Seu coração estava martelando enquanto ele voltava a ficar de pé. O ômega olhou para cima com olhos arregalados e assustados.

— Eu não queria assustar Sua Alteza. — O alfa disse, embora seus lábios estivessem esticados em um sorriso atrevido. Jimin ficou sem palavras, parado como uma estátua enquanto seu rosto esquentava. Jungkook estava tão perto dele. — Peço desculpas por lhe segurar tão de repente. — O outro continuou, soltando Jimin e recuando respeitosamente. — Eu não queria que Vossa Alteza se sujasse por causa do chão. — Seu sorriso era encantador, e o ômega teve que desviar o olhar.

— V-Você é... um patife! — O príncipe tentou bufar, virando as costas para o rapaz mais alto e cruzando os braços. Ele não estava bravo ou até mesmo chateado, mas sim envergonhado. Ele conseguia ouvir o alfa rindo, fazendo seu coração errar uma batida.

— Ainda assim serei capaz de ouvir Sua Alteza cantar? — Jungkook, então, perguntou. Jimin virou a cabeça ao ouvir o cascalho rangendo sob as botas de couro do outro enquanto o mesmo dava um passo em direção ao banco. — Posso me juntar, Alteza? — O alfa olhou para o príncipe antes que o silêncio caísse ao redor deles.

A figura de Jungkook parecia grande. As sombras que a lua lançava em seu corpo acentuavam seus músculos grossos sob suas roupas. Seus olhos estavam brilhando novamente, e Jimin teve que se esforçar para desviar o olhar. O ômega bufou pelo nariz, fingindo aborrecimento. Ele odiava admitir isso, mas algo sobre esse rapaz o atraía.

Jimin manteve os braços no peito enquanto caminhava até o banco, sentando-se enquanto Jungkook o observava. O alfa sorriu quando deixou espaço suficiente para o outro se sentar ao lado dele. Suas coxas estavam quase se roçando enquanto Jungkook fazia exatamente isso. O príncipe olhou para seu colo, fechando as pernas para aumentar a distância.

— Por que você continua insistindo? — Jimin perguntou, desconfortável com o silêncio.

— Vossa Alteza tem uma bela voz para cantar. — Foi a resposta imediata do rapaz moreno. O ômega corou, seus ombros subindo de forma tímida. Ele esperava que a cor em seu rosto não fosse visível sob o luar.

— Receio não ter confiança para fazê-lo. — Jimin disse, sincero. Ele adorava cantar, mas fazê-lo na frente desse alfa? Sua voz certamente tremeria e só o envergonharia ainda mais. E por que ele estava pensando em cumprir o desejo de um plebeu?

— Bem, a voz falada de Vossa Alteza também é linda. — O sorriso no rosto de Jungkook era gentil quando o loiro virou a cabeça para ele, não esperando tal resposta. Houve um breve momento de silêncio em que eles apenas olharam um para o outro. Jimin engoliu em seco, sentindo-se pequeno sob o olhar intenso do alfa. Seja o que isso fosse, não era bom.

— Como você se atreve a falar assim comigo? Tão casualmente? Eu sou o príncipe da terra que você está pisando. — O ômega retrucou, inclinando o queixo para cima em sinal de nobreza. Mas até isso não pareceu abalar esse rapaz estranho e, mais uma vez, ele estava apenas olhando para ele com um sorriso suave e olhar ainda mais suave.

— Eu espero não estar sendo muito ousado, Alteza. — Jungkook tinha um pequeno brilho em suas orbes escuras enquanto seus lábios se contraíam em um sorriso cuidadoso. — Estou simplesmente falando o que penso.

— Bem, talvez você não devesse. — Jimin disparou de volta, embora seu tom de quero-ser-autoritário tenha falhado quando ele não pôde deixar de abrir um pequeno sorriso. Essa zombaria fez seu coração disparar.

— É mesmo? — Jungkook insistiu, seu sorriso aumentou quando ele colocou o braço ao longo do encosto atrás das costas de Jimin. Ele definitivamente estava cortejando o ômega. Eles deveriam parar.

— Sim. — O rapaz menor disse, a voz baixando para um sussurro. — Por favor, eu já estou com problemas o suficiente mesmo sem um alfa de origem duvidosa. — Coincidentemente, o problema que rasgava seu coração também era sobre alfas. Mas Jungkook não precisava saber disso.

— Estou certo disso. — Jimin achou que conseguia sentir simpatia na voz do moreno, o que o ômega achou estranho. Certamente ele tinha problemas mais consideráveis; Jimin era um príncipe, afinal. Não lhe faltava comida nem roupas elegantes, e o rei lhe dava tudo o que ele pedia. Apenas agora que ele foi presenteado com o dever de se casar com um alfa adequado. Claro, ele sempre soube que tinha que se casar, mas Jimin esperava poder conhecer o príncipe perfeito de um jeito mais romântico do que eles vindo pedir sua mão sem sequer conhecê-lo. — Eu desesperadamente espero que eu não seja a causa da expressão de angústia no rosto de Sua Alteza. — Jungkook, então, sussurrou. O olhar do ômega fixou-se no chão durante o turbilhão de seus pensamentos, e quando ele olhou de volta para Jungkook, ele foi pego de surpresa pela tristeza em suas feições.

— Não, você não é, Jungkook. — Jimin disse, balançando a cabeça e dando ao outro um leve sorriso. Seus olhos se arregalaram e a respiração ficou presa em sua garganta quando o semblante do alfa mudou completamente, como se todo o seu rosto tivesse se iluminado. Seus olhos se enrugaram, e um grande sorriso radiante tomou conta de sua boca, mostrando duas fileiras saudáveis ​​de dentes. Esse rapaz parecia tão bem vestido para um plebeu comum.

— Vossa Alteza se lembra do meu nome! — O moreno se alegrou, seu tom bastante provocante enquanto sua expressão voltava para o mesmo sorriso suave. Jimin corou, envergonhado pelo deslize de sua língua.

— E-Eu acho que isso é o suficiente. — O ômega bufou, levantando-se do banco e alisando as calças. Jungkook permaneceu sentado, mas Jimin conseguia sentir seu olhar seguindo-o.

— Vossa Alteza voltará amanhã? — Veio a pergunta do outro ao qual Jimin ficou em silêncio por um segundo.

— Eu não deveria. — Ele respondeu antes de correr para a cobertura das árvores.


As aventuras noturnas de Jimin não se encaixavam em sua agenda matinal. O sol nasceu cedo demais, e o príncipe se enterrou ainda mais em seus lençóis de seda. O som familiar dos sapatos de Haneul percorreu seu quarto enquanto a mulher abria todas as cortinas, deixando a luz entrar no quarto.

— Bom dia, Jimin. — A voz alegre de Haneul o cumprimentou. Ela já havia preparado suas roupas para ele e agora estava tentando tirar seu príncipe da cama. — Ai, ai, ai, estamos de mau humor hoje?

Jimin gemeu quando a ômega tirou o edredom dele e deu a ela um olhar carrancudo. Haneul não ficou afetada por seu olhar pidão e apenas ajeitou seu cabelo. Ela o conduziu e começou a prepará-lo para o dia.

— Sua presença foi solicitada no gabinete do rei antes do café da manhã. — A mulher disse enquanto penteava os cabelos loiros de Jimin. O humor do príncipe azedou ao ouvir isso, a preocupação o fazendo morder o lábio inferior. Podia ser sobre seu casamento ou sobre ele sair do quarto à noite, e nenhum dos dois era uma boa opção.

— Tudo bem. — Ele respondeu, sentindo-se triste enquanto olhava para seu reflexo no espelho. Haneul passou um pouco de pó em seu rosto e o ajudou a colocar os brincos. — Obrigado. — Jimin ofereceu um sorriso à sua criada e se levantou da cadeira. Haneul abriu a porta de seu quarto e o príncipe saiu.

Jimin fingiu sorrisos para criados e cavaleiros que se curvaram para ele enquanto caminhava pelos corredores, Haneul logo atrás dele. Eles chegaram ao gabinete particular do rei, e ele entrou na sala sozinho. Seu pai estava sentado e lendo um livro. Na mesa à sua frente havia um pedaço de papel e uma pena.

— Você me chamou, pai. — O ômega disse enquanto caminhava em direção ao rei. O homem mais velho apontou para ele se sentar, e o príncipe o fez. — Por que você me chamou aqui tão cedo? — Jimin perguntou, olhando para o papel. O mesmo tinha apenas algumas palavras quando seu coração afundou, e um gemido baixo deixou seus lábios trêmulos.

— Eu preciso que você assine este contrato para mim, meu querido. Se você não aceitar nenhuma proposta dentro de um ano, você me concede autoridade para escolher um alfa adequado para você. Eu quero que você seja capaz de decidir com quem vai se casar, mas não podemos esperar para sempre. É por isso que quero seu consentimento para eu escolher por você. — O rei olhou para Jimin cuidadosamente, sabendo que seu filho estava à beira das lágrimas. — Sinto muito, meu filho... — Ele continuou suavemente, colocando a mão no ombro do ômega. — Lembre-se de que estou lhe dando muito mais liberdade neste assunto do que outros dariam. Eu desejo que você seja feliz.

As lágrimas de Jimin transbordaram e correram por suas bochechas redondas, mas ele não soltou soluços dessa vez. Ele entendia, e sabia que tinha sorte de pelo menos ter a chance de escolher seu alfa. Uma ampulheta tinha acabado de ser virada de cabeça para baixo e a areia duraria apenas um ano. Sem dizer nada, o ômega pegou a pena e, com um leve tremor na mão, assinou o contrato.


— Posso ser acordado mais tarde pela manhã? — Jimin perguntou a Haneul enquanto ela o ajudava a se despir.

— Irei pedir que o café da manhã seja preparado para você mais tarde. — Respondeu a mulher enquanto desamarrava as fitas de sua camisa. — Posso perguntar por quê? — Ela viu os olhos do príncipe se arregalando.

Jimin deixou sua resposta escapar sem nem pensar. Ele nem tinha planejado ir ao jardim naquela noite, então talvez ele não precisasse de tempo a mais para se sentir disposto. Do espelho, ele conseguia ver que suas bochechas estavam esquentando. Por que ele estava tão disposto a passar outra noite com Jungkook?

— Eu me senti um pouco cansado nos últimos dias. — O loiro respondeu, virando o rosto com medo de que sua criada suspeitasse de algo se ela visse seu rosto avermelhado. Ele vestiu sua roupa de dormir e foi para a cama enquanto Haneul colocava suas roupas no armário.

— Tudo bem. — Ela disse. — Eu vou acordá-lo quando o sol nascer. — Com isso, ela fechou a porta e deixou Jimin sozinho em seu quarto.

Jimin fechou os olhos e deitou na cama, debatendo se deveria ou não ir ao jardim naquela noite. Havia algo tão tentador em sair furtivamente de seu quarto para encontrar um alfa em segredo. Não se tratava de ficar sozinho no jardim junto com seus pensamentos; ele estava animado com a perspectiva de conversar com Jungkook.

Jimin rolou de bruços, soltando um pequeno suspiro em seu travesseiro. Não havia como negar que ele gostava da companhia do alfa inegavelmente bonito. Ele nunca tinha recebido atenção desse jeito. Do tipo que fazia seu coração bater rápido e suas bochechas queimarem. Seu pai não permitia essas coisas.

Mas não havia nada que ele pudesse fazer sobre esses sentimentos calorosos. Ele era um príncipe e deveria se casar com um alfa da realeza, não com um plebeu que ele conheceu durante a calada da noite para compartilhar conversas provocantes. Uma lágrima escapou e molhou seu travesseiro enquanto ele adormecia.


Jimin acordou e saiu da cama, movimentos alimentados pela pressa enquanto ia em direção a uma janela. Ele puxou a cortina para o lado e engasgou quando já conseguia ver os primeiros raios de sol subindo do horizonte. Ele tinha dormido a noite toda. Seu coração doía de culpa, mesmo que ele nunca tivesse dito a Jungkook que iria ao seu encontro todas as noites. O ômega mordeu o lábio enquanto voltava para a cama, se jogando no colchão e questionando. O que havia de errado com ele? Era melhor assim, se ele não visse mais o alfa. Isso faria as coisas doerem menos?

O príncipe enterrou-se em seus lençóis e tentou ao máximo cair no sono, mas seus pensamentos acelerados o mantiveram acordado até que Haneul entrou em seu quarto. A criada do ômega não mencionou as bochechas manchadas de Jimin enquanto ela segurava sua toalha enquanto ele lavava o rosto.

— Você está se sentindo mais disposto esta manhã? — Haneul perguntou. Ela sempre foi muito observadora, mesmo que ficasse em silêncio, e Jimin sabia que ela sabia que ele havia chorado. Sua criada via através dele; não havia sentido em tentar contornar a verdade.

— Na verdade, não. — O príncipe respondeu calmamente enquanto deslizava a cabeça por sua camisa.

— Eu estou aqui para ouvir as suas preocupações, Jimin. Eu nunca vou contar a ninguém sobre as nossas conversas. — Haneul disse.

— Eu sei. Você é minha confidente mais próxima. — Jimin sorriu quando a mulher mais velha circulou os braços ao redor dele para um breve abraço enquanto abaixava sua camisa. — Eu apenas... o casamento. — Eles ficaram em silêncio enquanto Haneul amarrava as fitas para apertar a roupa antes de enrolar um cinto de seda para apertar sua cintura.

— Deve estar estressando você. — Ela disse, então. — Eu sei das condições do rei. O único conselho que posso lhe dar é seguir o seu coração. Deve haver um alfa que você sabe que será o escolhido. Quem quer que você escolha e aonde quer que vá, eu o seguirei. — Ela colocou o queixo no ombro de Jimin e arrulhou quando o ômega ficou com os olhos marejados. — Agora, vamos esconder as evidências. — Ela disse, gentilmente cutucando a bochecha de Jimin enquanto eles sorriam.


Jimin estava se xingando enquanto caminhava pelo pomar. Ele havia cedido ao seu desejo de se encontrar com o tentador alfa. Uma parte dele esperava que Jungkook não aparecesse; Jimin não foi até lá ontem à noite, afinal. Mas a parte mais aventureira dele ansiava por sentir a emoção de se encontrar com o moreno alto.

Um suspiro saiu dos lábios de Jimin quando ele se aproximou do jardim, e do meio das árvores, ele conseguia ver Jungkook sentado ali no banco como se nunca tivesse saído do mesmo. Ele parou em seu trajeto, a mão pousando na casca grossa, e ele apenas observou o alfa. Jungkook olhava para o céu, com os dedos entrelaçados no colo. Ele parecia sereno ao luar. Era vergonhoso como esse rapaz conseguia fazer o coração de Jimin bater sem nem fazer nada.

E como se o outro soubesse que ele estava ali, o alfa inclinou a cabeça para olhar diretamente para o príncipe. Jimin sentiu seu rosto esquentar. Ele sentiu-se tímido enquanto dava passos cuidadosos para fora de seu esconderijo e em direção ao outro rapaz. Os olhos de Jungkook sobre ele fizeram seu estômago vibrar. Ele sentou-se com os joelhos bem encostados, as mãos no colo. Seu olhar estava para baixo, mas cintilou entre os dedos entrelaçados e as pernas do moreno.

— Eu achei que Sua Alteza tinha me abandonado. — Jungkook disse e, apenas pela sua voz, Jimin pôde detectar um sorriso. O ômega contemplou suas palavras, sentindo-se um pouco estranho.

— Por favor, não se dirija a mim tão formalmente. Não há nada formal nesta... interação. — Jimin disse. Seu pai ficaria furioso se soubesse que ele permitiu que um plebeu abandonasse um título apropriado.

— Eu fico honrado. — O alfa disse. — Como deseja que eu me dirija a você?

— Apenas... Jimin está bom. — O loiro disse calmamente. Por que ele estava fazendo isso? Ele nunca tinha feito nada tão escandaloso em sua vida.

— Bem, Jimin, eu fico feliz que você veio aqui hoje. — A voz suave de Jungkook chamando seu nome fez com que os arrepios percorressem a espinha de Jimin. Ele se virou para olhar para o outro, empinando o nariz para o moreno de forma zombeteira.

— Eu já estou me arrependendo disso. — Ele bufou, cruzando os braços. Jungkook soltou uma risada sincera. O som era lindo.

— O que eu disse ainda está de pé. — O alfa disse, seu sorriso tão terrivelmente encantador antes de mudar de assunto. — Você não estava aqui ontem à noite. — Os dois olharam um para o outro, um silêncio surpreendentemente confortável caindo entre eles. Quando Jimin percebeu que estava encarando, ele rapidamente se recompôs e virou a cabeça.

— Se eu quiser vir aqui, eu preciso esperar até que esteja quieto o suficiente para descer do meu quarto. Eu adormeci esperando. — O príncipe explicou, mantendo-se sincero enquanto omitia detalhes exatos.

— Você vem aqui em segredo? Isso é muito corajoso da sua parte. — Jungkook resmungou com um sorriso orgulhoso no rosto. — Nosso príncipe parece ser bastante audacioso. — Mais uma vez, o tom de provocação. Jimin soltou um sorriso de escárnio, resistindo à vontade de dar um tapa no ombro do alfa.

— Você não seria também? Você está no terreno do castelo. Se alguém visse você, você seria jogado nas masmorras. — O loiro disse com um tom de ameaça em sua voz.

— Você me viu várias vezes, e ainda assim aqui estou eu. — Jungkook riu, franzindo o nariz. — Esta não é a minha primeira vez sendo sorrateiro. Eu ficarei bem, a menos que você me denuncie. Você vai? — O alfa olhou para Jimin com seus olhos brilhantes, sobrancelhas levantadas. O príncipe bufou e revirou os olhos.

— Eu já teria feito isso se quisesse. — Jimin disse. — Mas não se precipite! Eu ainda não decidi se você é digno de minha confiança. — Acrescentou rapidamente, semicerrando os olhos para o moreno e cutucando seu peito com um dedo. O sorriso de Jungkook era caloroso quando ele percebeu o beicinho de Jimin.

— Eu farei o meu melhor para ganhar a sua nobre confiança, Sua Alteza. — O alfa brincou, rindo quando Jimin choramingou.

— Você realmente está dando o seu máximo para me dar nos nervos. — O príncipe não estava falando totalmente na brincadeira.


Esta manhã o ômega acordou energizado e com um sorriso no rosto. Se encontrar com Jungkook na noite passada tinha tirado sua mente das coisas, e as palavras espirituosas e os olhos gentis do moreno o fizeram se sentir à vontade, embora as batidas de seu coração o deixassem nervoso por diferentes motivos. O rapaz não parecia ser uma ameaça. Em vez disso, ele era engraçado e cativante. Ele desejou que eles tivessem mais tempo para passarem juntos, mas Jimin não se atrevia a ficar longe de seu quarto por muito tempo.

Ele estava sentado no boudoir de sua mãe. Ele sempre foi ensinado a ser um ômega digno, mas agora que era sua hora de se casar, a rainha queria prepará-lo para ser um marido adequado. Ela falou com ele sobre a importância da cerimônia de casamento, a primeira noite e filhos. Jimin já sabia de todas essas coisas, mas sua mãe era uma mulher meticulosa que não queria nada além do melhor para seu filho ômega. Seu sonho era que Jimin se casasse com um rei. Ou pelo menos um príncipe, de preferência um que subiria ao trono e faria de seu filho o príncipe cônjuge.

— Mas, mãe, eu não quero me casar com alguém apenas para uma posição de cônjuge! — O loiro tentou combater os desejos da rainha. Ele tinha a cabeça entre as mãos, um suspiro exasperado sendo abafado em suas palmas.

— Eu sei, meu querido, mas quero que você tenha em mente que, para você continuar vivendo de acordo com seu valor, um nobre menos que de uma família real pode não ser capaz de sustentá-lo. Há alguns príncipes solteiros nos reinos vizinhos. — Sua mãe levantou a mão gentilmente para passar pelo cabelo de Jimin.

O ômega soltou um longo suspiro enquanto apoiava o rosto nas palmas das mãos. Se ao menos sua mãe soubesse que ele estava deixando um plebeu preencher seus pensamentos, então talvez casar com alguém como um conde ou uma condessa não fosse tão ruim para ela.

— E eu imploro, por favor, não espere que sua vida seja como nos livros que você lê. — Isso fez a cabeça de Jimin virar na direção de sua mãe. — Digo isso com amor, meu querido. Você pode se apaixonar pelo seu alfa, mas isso pode acontecer muito depois de se casar. Meu conselho para você é pensar em sua posição primeiro, amor depois. Foi o que a minha mãe me disse também. Agora, sou uma rainha e aproveito minha vida com seu pai. — Ela tinha um sorriso no rosto, mas Jimin não se sentiu confortado com isso. Ele não queria isso.


— Qual era a música que você cantou na noite em que nos conhecemos? — Jungkook perguntou de repente. Eles estavam sentados no banco como nas vezes anteriores, olhando para o céu noturno claro e inúmeras estrelas.

— Ah... apenas um poema de um livro. — Jimin respondeu. O calor vindo do corpo do alfa o fazia se coçar para se aproximar ainda mais, mas o príncipe teve que se controlar.

— Não pode ser um poema qualquer. Eu conseguia sentir a emoção na sua voz, então deve ser importante para você. — O moreno proferiu suas palavras com cuidado. Elas não eram exigentes, apenas retratadas de forma a mostrar que Jungkook estava interessado em ouvir mais sobre.

— Bem, hum... é meu poema favorito, então você está certo. — O ômega disse baixinho.

— Você gosta de ler? — A pergunta de Jungkook fez Jimin virar a cabeça em sua direção. Ele respirou fundo e audível quando percebeu o alfa já olhando para ele com seus olhos profundos.

— S-Sim. — Jimin chiou, as bochechas esquentando com a proximidade. Não seria preciso muito mais do que os dois se inclinando para frente para que seus lábios se roçassem. — E-Eu leio bastante. — Ele virou a cabeça, o coração martelando tão alto em seu peito que ele temeu que o outro pudesse ouvir. — Eu adoro literatura. Gosto de cantar poemas, sinto que realça a beleza deles. — Jimin sentiu-se tímido, quase vulnerável enquanto falava sobre sua paixão.

— Esse é um pensamento muito romântico, não é? — Jungkook resmungou, olhando para as estrelas e a lua crescente. — Eu não leio muito, mas gosto de escrever.

— Você sabe ler e escrever? — Jimin perguntou com surpresa genuína. Ele sabia que a maioria dos plebeus eram analfabetos, o que ele achava uma pena.

— Sim. — O alfa respondeu de forma curta, oferecendo ao outro um leve sorriso. — Talvez você pudesse cantar algo que escrevi, algum dia. Isso se você sentir em seu coração e deixar eu ouvir a sua linda voz novamente. — Ele brincou, os lábios se abrindo em um sorriso incrivelmente encantador. Jimin corou e mais uma vez agradeceu que Jungkook não pudesse ver isso na escuridão.

— D-De qualquer forma... — O príncipe disse, pigarreando. — Você me disse que não é de Serendipity. O que você está fazendo aqui, então? Trabalhando? — Ele se virou para olhar a expressão ponderada do alfa.

— Não. — Jungkook respondeu e bufou. — Eu saí de casa sem avisar ninguém. Eu queria um pouco de calma e paz sem a importunação de meus pais, então viajei até aqui. Estou em uma pequena aventura agora. — Ele terminou com um sorriso.

— Você fugiu? Por quê? De que reino você é? — Jimin questionou, interesse escorrendo de sua voz enquanto ele virava seu corpo na direção de Jungkook para dar ao rapaz toda a sua atenção. Ele estava morrendo de vontade de saber mais.

— Você está muito falador hoje. — Jungkook riu. — Eu sou de Euphoria. — Os lábios de Jimin formaram um círculo quando ele acenou com a cabeça. Serendipity e Euphoria não eram reinos vizinhos. Jungkook deve ter viajado por Singularity. — Meus pais estão ansiosos para que eu me case. Farei vinte e cinco anos em breve, e eles ficam me importunando por causa disso há alguns anos. Eu me cansei e finalmente estourei, então fiz as malas e fui embora. Imagino que estejam em pânico, pois estou longe há quase um mês já.

— Uau... — O príncipe sussurrou. — Eu estou com o mesmo problema. — Confessou. Jungkook se virou para olhar para ele, uma expressão ilegível em seu rosto. — Há poucos dias, meu pai, o rei, disse que terei que começar a receber propostas e me casar dentro de um ano. Estou apavorado pois não quero me casar com alguém que só vem ao castelo para pedir a minha mão. Como eu poderia dizer sim? Mas se eu não aceitar um alfa dentro de um ano, meu pai escolherá um para mim. Quero uma união construída com amor e afeto verdadeiro. — Jimin falou com uma voz fraca, lutando contra as lágrimas que ameaçavam brotar em seus olhos.

— Parece que não somos tão diferentes, afinal. — O ômega foi rápido em enxugar uma lágrima solitária do canto do olho antes de se virar para olhar para o outro rapaz que continuou a falar. — Eu acho que não sei a sua idade ainda? — Jungkook perguntou, a voz mais alta no final de sua pergunta.

— Eu vou fazer vinte e dois anos. — Jimin respondeu.

— Acredito que estamos no mesmo nível de conhecimento um sobre o outro agora, certo? — Jungkook se atreveu a piscar.

— I-Isso é o bastante para uma noite. — O ômega disse zombeteiro, levantando-se do banco e arrumando o cabelo. Ele se virou para olhar para o rosto sorridente de Jungkook com as bochechas vermelhas. — Lhe vejo amanhã. — Não havia hesitação em sua voz.

— Boa noite, Jimin. — O alfa respondeu. Jimin sentiu o olhar em suas costas enquanto se afastava.


— Jimin, meu querido. — O rei começou enquanto terminava seu jantar. Jimin ainda estava comendo, mas ele abaixou os hashis e limpou os lábios com um pano antes de se virar para olhar para o pai. — Eu já recebi cartas de um príncipe e de dois duques sobre o casamento. — O rosto do ômega fechou-se imediatamente. — Eu convidei todos eles para visitarem o castelo para você conhecê-los. E, Jimin, eu vejo a expressão em seu rosto. Por favor, mantenha a mente aberta. Isso tornará mais fácil para todos nós. — O semblante do alfa era severo, e o príncipe sabia que não havia espaço para um contra-argumento.

— Sim, pai. — Ele disse calmamente, olhando para sua comida e soltando um suspiro trêmulo.

— Quem é o príncipe? — A rainha perguntou, sem dúvida intrigada.

— Ele é o filho mais velho do irmão do rei de Epiphany. — O rei disse. A mãe de Jimin bufou, descontente com o que ouviu.

— Isso não parece bom o suficiente para meu filho. — Ela disse. — O príncipe herdeiro de Euphoria não é solteiro? Você não acha que ele aproveitaria a oportunidade de se casar com nosso Jimin? — Ela olhou para o marido com um beicinho que seu filho mais novo havia herdado.

— Tive correspondências com o rei de Euphoria há alguns anos para propor tal união. — A cabeça de Jimin disparou, os olhos incrivelmente arregalados. — Sua Majestade gostou da ideia, mas me disse que seu filho estava sendo difícil sobre o assunto. Mas isso é o suficiente. O príncipe estará aqui na noite do jantar, e Haneul irá prepará-lo com cuidado especial. Entendido? — A voz do rei era severa, fazendo o ômega engolir em seco, abafando o lamentável gemido que tentava sair.

— Eu entendi, pai. — Ele sussurrou com os olhos marejados. De repente, ele não tinha mais fome, então pediu licença e saiu da sala de jantar. Haneul logo estava ao seu lado. Ela ofereceu ao príncipe um lenço que Jimin aceitou imediatamente. Ele usou para esconder o rosto enquanto se dirigia para seus aposentos.

Os dois ficaram quietos enquanto Haneul o vestia para dormir. Jimin não estava com vontade de conversar, e ele apreciou o silêncio entre eles. Ela lhe deu um pequeno sorriso antes de deixá-lo em paz. Ainda não era tão tarde para que ele pudesse correr para o jardim, então Jimin foi até sua estante. Ele deixou as pontas dos dedos correrem nas lombadas de sua coleção antes de pegar o mesmo livro que havia lido alguns dias antes.

Ele se retirou para a janela e acendeu uma vela. Ele se acomodou e começou desde o início. Enquanto ele lia, sua mente estava constantemente vagando até Jungkook. Jimin imaginou Jungkook no lugar do alfa no livro e ele mesmo como o ômega. Seu coração estava batendo rápido quando ele colocou a mão sobre o peito. O alfa do livro deu uma rosa ao ômega, pedindo-lhe para dançar com ele no jardim enquanto ele sussurrava doces palavras de devoção em seu ouvido. Jimin desejava um romance assim. O alfa escreveu para sua amada uma linda carta cheia de promessas gentis para o futuro deles e, no final do livro, eles se casaram e viveram felizes para sempre.

Jimin começou a chorar. Ele sabia que se casar com um pretendente não lhe daria nada disso. Seu coração, mesmo depois de tão pouco tempo, já havia se afeiçoado àquele alfa plebeu cuja atenção ele tanto apreciava. Jungkook era gentil e atencioso, bonito, tão lindamente bonito. Pérolas de suas lágrimas salgadas caíram nas páginas do livro que o loiro fechou amargamente. Ele enterrou o rosto em um travesseiro e deixou suas lágrimas fluírem.

O príncipe levou algum tempo até que conseguisse se recompor. Ele espiou pela janela e viu o jardim vazio. Ele se levantou e correu para seu armário, tirando sua roupa de dormir e vestindo roupas simples, olhando para si mesmo no espelho e esperando que suas bochechas manchadas passassem despercebidas. O ômega certificou-se de que seu cabelo estava bonito antes de soprar a vela.

Tão silenciosamente quanto pôde, ele abriu as portas de sua varanda. Jimin as fechou atrás de si e subiu na grade da parede, agarrando-se às videiras robustas. Descer ficava mais fácil a cada noite enquanto ele pousava no chão. Seus pés descalços bateram na grama, e o príncipe começou a correr em direção às árvores mais próximas que lhe dariam cobertura. Ele viu alguns cavaleiros patrulhando o terreno, mas não se importou com isso agora; eles não conseguiam vê-lo de qualquer maneira.

As peras pareciam deliciosas quando ele passou correndo pelo pomar. Por capricho, ele escolheu duas que pareciam as melhores para ele e Jungkook. As palavras de Haneul voltaram à sua mente enquanto ele continuava caminhando em direção ao bosque. E se seu coração escolhesse alguém inadequado?

Jungkook estava esperando no banco e abriu um sorriso com a chegada de Jimin. Seus olhos piscaram para as grandes peras que o príncipe segurava em ambas as mãos, sobrancelhas erguidas quando ele aceitou a outra fruta.

— Eu não esperava um presente. — O moreno riu quando Jimin se sentou ao lado dele. — Obrigado, Jimin. — Ele deu uma grande mordida e resmungou. — Ah, deliciosa! — Suas palavras se aproximaram de um gemido.

— De nada, Jungkook. — O ômega deu uma risadinha, dando uma mordida. E desse jeito, ele já se sentia melhor. Esse rapaz tinha algum efeito calmante sobre ele. Ele comeu a pera com um sorriso no rosto.

— Como você está hoje? — Jungkook então perguntou, tentando iniciar uma conversa casual. O humor de Jimin diminuiu visivelmente, o que chamou a atenção do alfa. Ele brincou com o caroço da pera com os dedos. — Eu espero que não pareça rude, mas... você está chorando? — A pergunta foi feita com cuidado, a voz de Jungkook era profunda e reconfortante. Jimin mordeu o lábio inferior e fechou os olhos. Ele não queria mostrar ao outro sua cara de choro. Ele não podia ter ficado estável? — Ei... — Ele sentiu Jungkook se inclinando cada vez mais perto dele. — Vai ficar tudo bem. Eu posso tocar as suas costas?

Jimin cobriu o rosto com a mão e assentiu, de repente sentindo-se tão fraco, exposto. Um pequeno soluço sendo abafado em suas palmas quando Jungkook colocou sua grande mão em seu ombro, um toque gentil e atencioso. O moreno acariciou suas costas suavemente e o ajudou a se acalmar. Não demorou muito até que sua respiração se acalmasse.

— Peço desculpas. — Jungkook disse. — Eu não pretendia aborrecê-lo com minhas palavras.

— Nada disso é culpa sua. — Jimin sussurrou. — Meu primeiro pretendente chegará amanhã e isso está me estressando. — Ele engoliu as lágrimas e tentou se recompor. O ômega enxugou o rosto com as mãos antes de se sentar ereto. A mão de Jungkook em suas costas queimava sua pele através de sua camisa. Ele olhou para o outro e ficou surpreso com a expressão em seu rosto. Por um instante, os olhos de Jungkook ficaram irritados, mas assim que seus olhares se encontraram, ele pareceu se acalmar.

— Você vai rejeitá-lo? — O alfa perguntou, afastando sua mão. Jimin sentiu frio.

— É claro! — O loiro bufou. — Eu não sei o que fazer, mas tenho que adiar isso o máximo que eu puder. — Jimin gemeu e jogou o caroço da pera no chão entre as rosas. Jungkook fez o mesmo.

— Você disse que tem um ano? — O rapaz mais velho perguntou.

— Sim. Eu assinei um contrato no qual, se eu não aceitar uma proposta dentro de um ano, o meu pai terá o poder de escolher por mim. — Só de pensar em ficar com algum alfa pelo resto de sua vida fez a pele de Jimin se arrepiar.

— Isso é bastante justo para você, certo? Poucos deixam seus filhos ômegas escolherem seus alfas. — O vento estava aumentando e Jimin estremeceu; ele estava vestindo roupas finas, afinal. Ele passou os braços em volta de si mesmo.

— É, sim, então eu realmente não posso reclamar. — O ômega suspirou e balançou a cabeça. — Mamãe diz que leio demais, que os livros aumentaram demais as minhas expectativas sobre casamento.

— Não há nada de errado com isso. — Jungkook disse com um sorriso simpático. — Você não merece nada além do melhor.

— Como você pode dizer isso? Você nem me conhece, não muito, pelo menos. — Jimin fez beicinho, embora as palavras de Jungkook fizessem seu coração bater rápido em seu peito.

— E se eu quiser? — A voz do alfa baixou para pouco mais de um sussurro. Os olhos de Jimin se arregalaram.

— V-Você quer o quê? — Ele perguntou, timidez assumindo sua fala.

— Conhecer você.


Jimin sentiu náuseas. Haneul passou bastante tempo arrumando-o, para o desgosto do ômega. Ele estava sentado em sua cadeira de ouro e joias, ao lado do trono de seu pai, olhando para o chão com uma expressão sombria. Jimin não sabia por que se sentia tão mal; ele apenas tinha que suportar esse encontro e rejeitar o alfa. O rei falou com ele, e o príncipe só pôde acenar com a cabeça.

— Ele chegou. Já passamos por isso muitas vezes, querido, e eu confio em você para saber quem é o alfa certo para você. Mas eu imploro, meu filho, tente parecer um pouco atencioso. Franzir as sobrancelhas desse jeito não fará bem a você. — O tom do homem não era de raiva, mas parecia chateado por colocar seu filho em uma posição desconfortável. Mas isso tinha que ser feito.

— Sim, pai. — Jimin respondeu cortesmente pouco antes das portas duplas serem abertas, e um mensageiro entrar.

— Sua Alteza Real, o príncipe Daehyun chegou para ver você, Sua Majestade, o rei, e o príncipe Jimin. — O homem fez uma reverência e saiu da porta cortesmente para dar passagem ao convidado.

— Sua Majestade. — O príncipe Daehyun entrou com um andar confiante e se curvou profundamente na frente do monarca. Jimin estimou que ele fosse cerca de dez anos mais velho que ele. — Sua Alteza. — O Alfa continuou, mostrando um sorriso para Jimin.

— Bem-vindo a Serendipity, Alteza. — O rei começou. Os dois conversaram por um breve momento enquanto o ômega fazia o possível para se distrair. — Você viajou grandes distâncias pelo meu filho. — Seu pai colocou a mão no ombro de Jimin, o que o assustou. — Ele é muito precioso para mim, Alteza, então trate e fale com ele com o maior respeito. Há uma sala preparada para vocês conversarem em particular. Vocês tem até a ampulheta acabar.

Jimin suprimiu um gemido de desagrado e se levantou de seu assento. Ele não encontrou o olhar do príncipe alfa enquanto dava passos graciosos em direção às portas que se abriram para ele. Lá dentro, ele caminhou até um dos sofás e se sentou. Ele endureceu seu olhar enquanto Daehyun vinha atrás dele, sentando em frente a Jimin.

Daehyun começou uma conversa onde ele quase não participou. Ele estava imóvel, tendo que tentar o seu melhor para manter contato visual com ele. Ouvir o outro se gabar de si mesmo era terrível.

— Vossa Alteza está excepcionalmente lindo neste belo dia. — O alfa disse então, recostando-se no sofá enquanto olhava para Jimin de cima abaixo.

— Obrigado, Alteza. — O ômega respondeu, não sendo capaz de evitar a falta de emoção em sua voz. Ele tinha que ser educado. Era o mínimo que ele tinha que fazer. Mas ele não ia elogiar esse homem de volta, mesmo por cortesia. Ele manteve as mãos perto de suas coxas. Seu pior medo era que esse alfa o tocasse de alguma forma. O olhar nos olhos do outro o deixou desconfortável, totalmente o oposto de como Jungkook o fazia se sentir.

— Eu adoraria saber, Alteza, qual é a sua essência? — Daehyun perguntou. Sua voz soou viscosa para Jimin, e o ômega estremeceu de desgosto. Ele sabia por que o homem mais velho queria saber sua essência. Sua essência era a mesma que sua lubrificação. Ele não conseguia acreditar o quão insolente esse alfa era.

— Desculpe-me, Alteza... — Jimin começou, lutando contra a pura repulsa tentando dar sabor à sua voz. — Eu não vou lhe conceder essa informação.

— Mas, meu doce príncipe... — O alfa riu, o tom arrulhando enquanto ele se levantava. O pânico acendeu uma chama no coração de Jimin, e ele se pressionou ainda mais contra o sofá. Ele seguiu os movimentos do outro com cautela. — Se vou me casar com você, devo saber qual é o seu gosto. — Daehyun tinha um sorriso sombrio no rosto. Ele caminhou ao redor da mesa baixa entre eles e parou diante de Jimin.

O príncipe ômega sabia que havia cavaleiros do lado de fora da sala que o ouviriam gritando por socorro. Ele não queria esse homem mais perto.

— Peço que você volte para o seu lugar, Sua Alteza. — Jimin disse. Ele odiava quão fraca sua voz soava. Ele estava perto de chorar.

— Você realmente é tão bonito quanto todo mundo diz. — O outro sussurrou, os olhos tornando-se nebulosos enquanto ele se sentava ao lado do ômega. Sua mão agarrou a de Jimin e a levou até a boca.

Jimin estava prestes a gritar e puxar sua mão quando as portas se abriram. O momento entre os príncipes foi interrompido, e o ômega foi capaz de usar isso para puxar sua mão antes que os lábios desagradáveis ​​do alfa fizessem contato com sua pele pura. Ele saltou de seu assento e caminhou em direção às portas onde seu pai estava parado, com expectativa.

— Não. — Jimin disse secamente enquanto passava pelo rei, segurando sua necessidade de desmoronar. Ele deixou a sala do trono e manteve seu ritmo rápido. Suas mãos estavam fechadas em punhos, os dentes mordendo o interior de suas bochechas. No caminho de volta para seu quarto, ele disse a um criado para dizer a Haneul que ele a estaria esperando.

Jimin caiu em uma cadeira e começou a chorar na manga de sua camisa de seda bordada. Não demorou mais de um minuto para sua criada entrar em seu quarto. A mulher ofegou ao ver o estado do ômega.

— Meu príncipe! — Ela suspirou, tristeza profunda em sua voz. Haneul foi rápida para pegar um lenço, e ela se inclinou na frente de Jimin, gentilmente puxando seu rosto para longe de sua manga para secar suas bochechas. — O que aconteceu, Jimin?

— Eu não quero falar sobre isso neste momento. — O loiro sussurrou, soluços silenciosos fazendo seu peito vibrar. — Eu solicito um banho.

— Eu entendo. Deixe-me preparar um para você. — Haneul acariciou seu cabelo por um instante para demonstrar afeto antes de correr para cumprir os desejos do príncipe.

Já estava na hora do jantar antes que Jimin ficasse forte o suficiente para sair de seu quarto e se juntar a sua família. Haneul disse a ele que o príncipe Daehyun havia ido embora, deixando-o confortável o suficiente para deixar sua cama segura. O banho foi desesperadamente necessário. Ele ficou na água por um longo tempo, apenas limpando sua pele de qualquer vestígio da existência do alfa. Precisou de bastante sabão até Jimin ficar satisfeito. Os olhares se voltaram para ele quando ele entrou na sala de jantar. O olhar de seu pai estava aguçado enquanto Jimin estava sentado.

— Eu respeito sua escolha, meu querido. — O rei começou. Ele parecia estar sendo cuidadoso com suas palavras, sabendo que não demoraria muito para Jimin chorar. O príncipe ficava sensível cada vez que discutiam isso. — Eu apenas gostaria de saber por que você recusou imediatamente. — O ômega fechou os olhos e soltou um longo suspiro para se controlar.

— Sua Alteza fez avanços que eu não queria. Ele foi rude e arrogante. — Jimin agradeceu pela comida e começou a comer, os olhos fixos em seu prato. Ele estava com um humor horrível, e a única coisa que ele queria era que a noite se passasse para que ele pudesse escapar para a presença reconfortante de Jungkook.

— Ouvir isso me desagrada muito. — O rei respondeu. — Lamento que o príncipe Daehyun tenha trazido com ele apenas decepção. Vamos torcer para que o próximo seja mais prazeroso. — Jimin apenas acenou para a declaração do alfa e continuou comendo.

Ele não participou de mais conversas. Ele terminou sua refeição o mais rápido possível antes de se retirar para seu quarto até o anoitecer.


Bastante vergonhoso. Foi o que Jimin pensou quando seus olhos se encheram de lágrimas ao ver Jungkook. Ele havia chegado antes do alfa esta noite e momentaneamente foi esmagado pelo pensamento de não vê-lo depois de um dia tão cansativo. Jungkook era leve com seus movimentos enquanto pulava do muro. Ele parecia surpreso ao ver que Jimin já estava ali.

— Você chegou cedo hoje. — O moreno disse com um leve sorriso. Seus pés o trouxeram para mais perto do banco, e Jimin estava ansioso para que ele se sentasse.

— Eu não aguentava mais esperar. — O príncipe respondeu com um sussurro quebrado, olhando para seu colo onde ele brincava com seus dedos. Ele conseguia sentir os olhos do outro sobre ele. Era estranho como Daehyun fazendo a mesma coisa foi inaceitável, mas o olhar de Jungkook era bem-vindo. Havia algo sobre esse alfa que o fazia se sentir à vontade.

— Você me disse que alguém veio vê-lo hoje. — A voz de Jungkook estava rouca e baixa. — Parece que não correu muito bem? — Ele fez sua pergunta suavemente, estudando o perfil do loiro.

Jimin balançou a cabeça, uma respiração presa em sua garganta.

— E-Ele tentou vir para cima de mim. — Ele disse, sentindo-se pequeno ao lado do rapaz grande. — Ele perguntou sobre a minha essência e que ele tem que saber o meu gosto. — O ômega sentiu-se mal novamente enquanto pensava em seu encontro com Daehyun. Como se ele não tivesse chorado o suficiente, pequenas lágrimas rolaram pelas bochechas de Jimin. Ele ouviu um som baixo retumbando do peito de Jungkook.

— Jimin, por favor, eu posso lhe abraçar? Meu coração está em pedaços vendo você tão miserável. — A voz do alfa estava suplicando e tinha um toque de urgência. Jimin levantou a cabeça e olhou para o alfa com os olhos marejados. As orbes escuras de Jungkook estavam olhando para ele atentamente, mas o olhar não o fez se sentir assustado ou desconfortável.

— Por favor. — Foi o que pateticamente saiu da boca de Jimin momentos antes do moreno envolver seus braços ao redor de seu corpo esbelto. Sua cabeça descansou no ombro de Jungkook, e com o rosto corado, ele respirou fundo para se acalmar. O alfa estava tão quentinho que ele teve que fechar os olhos.

Jungkook o segurava em um abraço firme, mas não sufocante, do tipo que o fazia se sentir seguro. Não havia nenhuma dúvida sobre isso; Jimin estava se apaixonando por esse rapaz. Ele soltou um suspiro trêmulo e sentiu vontade de derreter contra o corpo robusto do outro.

—Você quer que eu me afaste? — O alfa perguntou baixinho.

— Não. — Jimin sussurrou. Suas mãos estavam desajeitadamente se afundando em suas coxas, sem saber o que fazer com elas. Elas ansiavam por segurar o rapaz mais velho, mas ele ainda não ousara tocá-lo.

Então, eles ficaram assim, com Jungkook abraçando-o no tranquilo jardim de rosas. Nenhum dos dois falou uma palavra por um longo tempo, e o ômega começou a sentir sono. Em seu estado cansado, um pensamento esperançoso surgiu em sua mente. E se ele pudesse um dia acordar ao lado desse rapaz? Mas, então, algo o atingiu novamente. Ele não podia.

Quando ele começou a se afastar, os braços de Jungkook se afrouxaram, dando-lhe a liberdade de se afastar o quanto quisesse. Mas Jimin ficou por perto. Eles olharam nos olhos um do outro, e ele estava tão apaixonado pela forma como as estrelas pareciam refletir em seus olhos. Então, os lábios de Jungkook lhe ofereceram um pequeno sorriso.

— Eu apenas tive o prazer de conhecê-lo por algumas noites, Jimin... — O alfa disse. A proximidade deles fez o coração de Jimin errar uma batida. Não demoraria muito mais para eles caírem em um beijo. — Mas eu já sei que você merece ter seu coração cheio de amor. Peço desculpas se ultrapassei os seus limites esta noite.

— Você não ultrapassou! — Jimin foi rápido em responder, sem nem perceber. Ele fechou a boca e corou profundamente. Seus olhos tentaram desviar do rosto de Jungkook, mas, então, a mão do outro veio para segurar seu maxilar. Sua respiração ficou presa na garganta.

— Eu fico muito feliz em ouvir isso. — Jungkook disse, o polegar movendo-se pelo rosto do loiro para enxugar algumas lágrimas perdidas. Jimin estava olhando para ele com os olhos arregalados, a cabeça girando. O dedo parou por um instante, e os lábios do alfa se contraíram em um leve sorriso. — As suas bochechas estão quentes ao meu toque. — Ele sussurrou. — Você está corando? — A pergunta não era provocativa, ao contrário de como o moreno costumava falar.

— E-Eu... — Jimin começou, as palavras desaparecendo assim que tentaram sair de sua boca.

— As suas bochechas estão pintadas como rosas vermelhas? — Jungkook perguntou. O tom de provocação voltou, fazendo o príncipe fazer um beicinho em seu estado já perturbado. Esses tipos de palavras fizeram algo acender dentro dele. Jimin queria ouvir mais, muito mais.

— V-Você realmente não tem vergonha. — O ômega conseguiu proferir, pigarreando, embora tenha feito muito pouco para ajudar sua voz. — Fique feliz por eu achar sua companhia agradável. — Ele tentou o seu melhor para soar indiferente, mas pela forma como Jungkook riu, o outro não parecia convencido.

— Acredite em mim, eu estou. — Ele disse, com um sorriso caloroso enquanto lentamente soltava o loiro. — Mas você deveria logo voltar, pois esta noite não vai durar para sempre. Você tem muita coisa sobre os seus ombros, então, por favor, durma bem. — O alfa passou o polegar suavemente pela bochecha de Jimin antes de se levantar. O príncipe sentiu frio envolvendo-o onde Jungkook o havia segurado.

— E-Espere! — Ele chamou. O moreno já estava se afastando quando ele parou seu passo para voltar, um olhar de surpresa em seu belo rosto. — E-Eu... — Jimin, na bagunça que estava, não sabia o que dizer. Ele engoliu em seco, sentindo-se tímido sob o olhar ansioso. — Obrigado. — Ele murmurou no final.

Jungkook sorriu para ele novamente, aquele sorriso encantador e terno, e naquele momento, Jimin sentiu que nunca conseguiria escolher outro alfa.


— Você esteve muito quieto hoje, meu príncipe. — Haneul disse. Ela fazia companhia ao ômega loiro em seu gabinete onde Jimin tentava estudar. Ela estava sentada com seu bordado na mão, mas observava atentamente o príncipe em vez de sua agulha. Os pensamentos de Jimin pareciam distantes do livro à sua frente, preferindo olhar pela janela. Haneul suspirou quando Jimin apenas resmungou, parecendo não reconhecer suas palavras.

— No que você está pensando? — Ela então perguntou. O príncipe mordeu o lábio inferior antes de olhar para sua criada.

— Você disse para eu seguir o meu coração... — Ele começou. — E isso tem me perturbado. — Ele não queria contar a Haneul sobre Jungkook; isso significaria revelar que ele saiu de seu quarto à noite.

— Peço desculpas, meu príncipe. — A ômega arrulhou, pousando seu trabalho e andando até a mesa de Jimin. Ela passou a mão pelo cabelo louro. — Não era minha intenção deixá-lo mais estressado do que já está. É apenas minha crença que você saberá, lá no fundo, quando encontrar o alfa certo. — Haneul tinha seu habitual sorriso doce e encorajador nos lábios.

— Mas, e se... — A frase de Jimin morreu, sem saber como terminar sem revelar muito. — Não, esqueça. — Ele bufou, balançando a cabeça e se concentrando em seu livro.

— Eu sempre estarei aqui para ouvir. — Haneul resmungou, voltando para sua cadeira.

Jimin tentou se concentrar, mas, no final, nenhuma palavra foi registrada em sua cabeça, pois todos os seus pensamentos sempre voltavam para Jungkook; o sorriso do alfa, seus olhos, o jeito que ele o segurou na noite passada. Aquele rapaz fez seu coração bater como nenhum outro. Ele se lembrou do primeiro encontro deles e da forma como o moreno tinha beijado sua mão tão educadamente. Jimin se perguntou como seria se ele o beijasse nos lábios. Apenas o pensamento fez seu rosto esquentar.

Ficaria tudo bem se ele se apaixonasse por Jungkook?


Enquanto Jimin caminhava pelo pomar, sua cabeça ainda estava cheia de pensamentos acelerados. Esta noite, ele estava mais nervoso do que antes. Ele não podia negar os sentimentos que borbulhavam em seu peito. E embora ele tivesse que se casar com outra pessoa no futuro, talvez passar um tempo com Jungkook pudesse fazê-lo feliz, pelo menos por enquanto. Mas o alfa gostaria de ficar em um relacionamento onde, dia a dia, o tempo deles estivesse se esgotando?

Jungkook já estava lá quando ele chegou ao jardim. O rapaz moreno deu-lhe um sorriso grande que Jimin não pôde deixar de retribuir. Os olhos de Jungkook arregalaram-se, seu sorriso caindo um pouco de surpresa.

— Você parece estar de bom humor esta noite, Jimin. — O alfa disse quando o príncipe veio se sentar ao lado dele. — Eu acho que esta é a primeira vez que vejo seus lábios com um sorriso desse jeito. — Ele manteve os olhos em um Jimin corado, que timidamente colocou o cabelo atrás da orelha. O braço de Jungkook esticado ao longo do encosto do banco, o que fez o coração do loiro bater mais rápido. Jimin gostou do gesto, mas preferia que o braço o envolvesse.

— Hoje o dia foi gentil comigo. — Jimin disse, muito tímido para olhar para o alfa, mas se aproximou dele levemente.

— Seu sorriso é lindo. — O rapaz mais velho disse. — Espero não cruzar nenhum limite ao dizer isso. — Jungkook riu um pouco e coçou a nuca. Jimin sentiu o calor em seu rosto se espalhar para as pontas de suas orelhas.

— Obrigado, Jungkook. — Ele disse, reunindo coragem para olhar para o outro. — Por favor, fale o que pensa. Se são elogios que saem de sua boca, quero ouvir todos eles. — O ômega se surpreendeu por provocar Jungkook desse jeito pela primeira vez. E o olhar divertido no rosto do rapaz tornou tudo muito melhor. A expressão surpresa do alfa se transformou em um sorriso, e de repente Jimin percebeu o quão perto seus rostos estavam. Ele conseguia sentir a respiração do outro soprando em seus lábios.

— Tem certeza, Alteza? — Jungkook sussurrou, o olhar movendo-se entre os olhos do loiro e os lábios carnudos que Jimin sutilmente umedeceu com sua língua rosada. — Eu não quero lhe deixar desconfortável. — Preocupação genuína soou na voz do moreno, que o príncipe achou cativante. Este alfa se importava tanto com seu bem-estar; ele o havia mostrado durante muitas noites.

Jimin não tinha capacidade para formular uma resposta verbal, pois havia se perdido nos olhos de Jungkook. Eles se olharam atentamente, e o ômega umedeceu os lábios mais uma vez. Jungkook pareceu entender a dica quando seu braço desceu do banco para envolver os ombros de Jimin. Ao se aproximar, os olhos do príncipe se fecharam. Com seu coração batendo em seus ouvidos e suas mãos úmidas agarrando o tecido de sua calça, os lábios de Jungkook encontraram os dele em um beijo carinhoso que fez seu corpo inteiro formigar.

Foi apenas um simples encostar de lábios que não durou mais do que alguns segundos, mas Jimin sabia que seu primeiro beijo não poderia ter sido mais perfeito. O alfa afastou-se um pouco e encostou seus narizes, a ação fazendo Jimin soltar uma risadinha. Jungkook riu também, seu sorriso impossivelmente grande. Sua mão subiu para cobrir o rosto do príncipe.

— Sua bochecha está quente. — O moreno sussurrou. — Queria que o luar me desse a honra de ver o rubor. — Jimin engoliu em seco e respirou fundo, fascinado pelos olhos brilhantes de Jungkook. Ele virou seu corpo na direção do moreno e agarrou a frente de sua camisa, os dedos apertando-se no tecido. Sua respiração saiu em gaguejos quando seus olhos começaram a lacrimejar de desespero.

— Me beije de novo. — Jimin choramingou baixinho. Ele olhou para o alfa, e um arrepio percorreu sua espinha. Os olhos de Jungkook mudaram visivelmente para um olhar mais escuro e, por um breve momento, o loiro viu puro desejo neles. Ele nunca se sentiu tão querido nem desejou ninguém desse jeito.

O aperto de Jungkook nele aumentou, e o rapaz uniu seus lábios novamente. Jimin soltou um gemido quebrado e agarrou sua camisa o mais forte que podia com seus dedos pequenos, seu coração batendo tão rápido que ele pensou que fosse saltar de seu peito. Esse beijo durou mais tempo, e desta vez o moreno não o deixou apenas com um beijo suave. Jungkook acariciou a bochecha de Jimin com o polegar enquanto ele movia os lábios, o ômega fazendo o seu melhor para beijá-lo de volta.

Quando o alfa se afastou, Jimin estava sem fôlego quando seus olhos se abriram. Jungkook ainda estava olhando para ele com a mesma intensidade, mas suas orbes logo se suavizaram. Eles ficaram quietos por um momento para organizar seus pensamentos, respirações se misturando enquanto eles ofegavam por ar. Jimin não sabia o que fazer ou dizer. Ele estava se sentindo tímido, e ele tinha certeza que Jungkook sabia disso pelo calor de sua bochecha que o rapaz ainda estava acariciando.

— Você é realmente muito bonito. — O moreno sussurrou. — Sinto como se estivesse contaminando algo puro ao tocá-lo deste jeito, em segredo, apenas com a lua como testemunha.

— Se um alfa for me tocar, eu prefiro que seja você do que qualquer outra pessoa. — Jimin disse, sua honestidade o chocando. Ele ficou bastante envergonhado por sua declaração ousada que prometia tantas coisas que ele não seria capaz de manter. Jungkook estudou seu rosto de perto, seus olhos procurando qualquer motivo de dúvida. Ao encontrar apenas as orbes sinceras do ômega, um sorriso tomou conta de suas feições.

— Você realmente é alguém de outro mundo. — Jungkook riu antes de pressionar um terceiro beijo nos lábios macios de Jimin. — Eu nunca conheci um ômega como você. É difícil para mim retratar meus sentimentos como um alfa quando pretendo não causar nenhum dano a você. Não quero que pense em mim como alguém como aquele seu pretendente. — Havia tanta seriedade no olhar do rapaz mais velho. Jimin se sentiu tão feliz neste momento de felicidade serena com ele.

— Suas palavras e ações me mostraram seu caráter. — O loiro respondeu, soltando o aperto que mantinha na camisa de Jungkook para colocar as mãos no peito do rapaz. Ele sentiu os músculos fortes sob o tecido, fazendo-o engolir em seco. — Você ocupou a minha mente com as suas piadas ridículas, e eu não posso simplesmente deixá-lo escapar sem consequências. — Jimin sorriu quando o alfa riu de suas palavras. Eles sorriram um para o outro por um segundo antes de caírem em outro beijo.

Seus lábios trabalharam juntos no que o ômega só poderia descrever como uma necessidade mútua de proximidade. Havia algo na maneira como Jungkook o beijava que era tão romântico. Não havia pressa em suas ações, apenas pura adoração. Jimin não pôde deixar de sorrir entre o beijo.

— Eu já te disse que seu sorriso faz seus olhos parecerem a mais bonita das luas crescentes? — Jungkook sussurrou contra a boca do ômega.

— Você me lisonjeia muito. — Jimin disse entre beijos. Cada momento tão perto do moreno o deixava mais ousado com suas palavras. — Me diga mais. — Ele sentiu uma risada contra seus lábios.

— Receio que seja inapropriado de minha parte contar tudo o que penso. Ah, não faça beicinho assim. — O alfa disse, mordendo levemente o lábio inferior carnudo de Jimin. Eles se separaram e Jungkook sorriu para o príncipe.

— Se não vou ouvir mais de seus doces elogios, acredito que é hora de eu voltar para meu quarto. — O loiro deu seu aviso com um tom brincalhão e deu um leve empurrão no peito do outro. Ele levantou-se do banco e começou a se afastar.

Ele não chegou muito longe antes de braços fortes envolverem sua cintura. Jimin soltou um pequeno chiado quando Jungkook o girou, e uma nova onda de rubor se espalhou em suas bochechas. O alfa elevou-se na frente dele, e ele teve que olhar para cima para encontrar seu olhar.

— Seu juízo parece aguentar o meu. — Jungkook riu, inclinando-se para o rapaz loiro. — Você é uma coisinha pequena, não é? — Ele continuou, provocação escorrendo de sua voz, o que fez Jimin semicerrar os olhos.

— Você está usando sapatos, e eu não. Essa não é uma comparação justa. — Ele reclamou com um beicinho. A risada genuína de Jungkook era um som tão bonito. Cada vez que ele ouvia, Jimin sentia-se derreter mais e mais.

— Tudo bem, eu vou liberar você esta noite. — O alfa disse, seus olhos olhando para ele tão incrivelmente terno que Jimin pensou que seus joelhos iriam ceder. Jungkook capturou seus lábios em mais um beijo doce antes de soltá-lo e recuar. — Serei agraciado com sua presença amanhã? — Ele perguntou.

O príncipe sorriu lindamente, segurando sua cabeça timidamente enquanto olhava para Jungkook sob seus cílios. Seu sorriso aumentou quando o moreno fez beicinho após seu momento de silêncio. Ele deu um passo à frente e jogou os braços em volta do pescoço do alfa para abraçá-lo. Ele ouviu o outro respirar fundo, fazendo seu sorriso se tornar presunçoso. Sua cintura logo foi circundada, e os dois se abraçaram com força. Jimin se sentiu feliz no aperto de Jungkook. Seguro e aquecido no ar fresco da noite.


Naquele dia o príncipe estudou sozinho depois que seu tutor terminou suas aulas. Ele não queria que Haneul tentasse abordá-lo, principalmente porque ele teve dificuldade em conter seu sorriso. Manter as suspeitas afastadas ao passar tempo com os pais já era bastante difícil. Depois de tentar e não conseguir se concentrar, Jimin suspirou e revirou os olhos, uma risadinha saindo de seus lábios. Suas bochechas esquentaram quando ele pensou na noite anterior.

Ele saiu de seu closet para seu quarto e se jogou em seu colchão. Ele abraçou um de seus muitos travesseiros contra o peito. A mera lembrança dos lábios de Jungkook e a forma como eles ficaram contra os dele foi o suficiente para causar arrepios na espinha de Jimin.

Ele não queria pensar no futuro. A ansiedade das próximas propostas atormentava o ômega, e ele tinha apenas cerca de um ano para passar com Jungkook. Ele planejava ficar com esse alfa e seu relacionamento proibido pelo maior tempo possível.

Jimin rolou de costas e olhou para os padrões em seu dossel com um beicinho no rosto. Jungkook era um plebeu que fugiu de casa. Ele comia o suficiente? Ele parecia saudável, mas nunca se sabia. Ele ficava aquecido o suficiente quando dormia? A preocupação começou a corroer dentro do ômega, e ele estava determinado a descobrir como o moreno vivia e se ele poderia ajudá-lo.


— Meu querido, terá uma pretendente chegando amanhã ao meio-dia. — O rei disse enquanto jantavam. Jimin abaixou seus hashis e fechou os olhos para respirar fundo. Ia ficar tudo bem. Ele apenas precisava conversar com a alfa por um tempo e depois rejeitá-la.

— Eu entendo. — O ômega respondeu, mantendo o rosto impassível e continuando a comer. Ele sentiu o olhar de seus pais sobre ele, que pareciam surpresos por ele não começar a chorar e sair do cômodo.

— Bem, que bom. — Seu pai disse lentamente, encontrando o olhar de sua esposa. — Ela é uma duquesa de Singularity. — Ele revirou os olhos quando a rainha soltou um gemido audível. — Sim, meu amor, ela não é uma herdeira, aparentemente, mas concordamos em deixar nosso filho escolher o ou a alfa, e esse alfa não será limitado às famílias reais.

— Eu sei, eu sei. — A mãe de Jimin bufou.

O loiro continuou comendo, não querendo conversar. Ele pensou em Jungkook e se o alfa tinha tido um jantar farto naquele dia. Talvez ele pudesse pegar mais peras e comê-las com ele. Jimin esperava que o leve rubor em suas bochechas passasse despercebido ao pensar neles dois fazendo um pequeno piquenique no meio de todas as rosas, sob o luar.

— Haneul irá prepará-lo para conhecer a duquesa amanhã de manhã. O encontro prosseguirá da mesma forma que anteriormente. Você já está familiarizado com isso. A duquesa tem até a ampulheta para falar, e se você a rejeitar, ela deixará o castelo imediatamente. — Afirmou o rei, embora soubesse que seu filho estava ciente de todos os detalhes.

— Sim, pai. — Jimin respondeu. Ele se levantou da mesa e curvou-se para seus pais. — Vou me retirar para o meu quarto durante a noite. Boa noite.

— Boa noite, meu querido! — Sua mãe cantarolou, soprando-lhe um beijinho enquanto seu pai acenava com a cabeça, oferecendo-lhe um sorriso.


Jimin teve que tirar a camisa de dentro da calça para segurar mais de quatro peras. Ele pegou seis e as colocou na bolsa que fez com a bainha de sua camisa de seda. Seu ritmo era rápido enquanto se aproximava do jardim de rosas, e um grande sorriso se abriu em seus lábios quando ele viu Jungkook pulando o muro na hora certa.

— Ah, o príncipe está aqui! — O alfa riu enquanto caminhava em direção ao banco. Eles se sentaram e Jungkook imediatamente recebeu uma pera. — Você colheu mais hoje? — Ele resmungou com um sorriso, mordendo a fruta macia. Jimin olhou para ele com um olhar aguçado, fazendo o rapaz levantar uma sobrancelha.

— Você come bem? — O ômega perguntou. Jungkook piscou para ele por um breve momento, a boca cheia da pera doce. — Você está com a saúde boa? — O rosto de Jimin estava tão sério que o outro teve que reprimir uma risada para não ofendê-lo.

— Sim, eu como bem. Tenho dinheiro suficiente para cuidar de mim mesmo, mesmo em uma cidade estrangeira. Eu pareço estar bem de saúde? — Jungkook respondeu, um sorriso puxando seus lábios. O alfa pegou a mão do príncipe e a guiou para seu corpo, as bochechas de Jimin corando quando sua palma tocou a barriga magra. Ele conseguia sentir as ondulações de abdominais bem definidos. — O que você acha, Alteza?

— V-Você ganha muito prazer zombando de mim. — O ômega gaguejou, puxando sua mão.

— Eu nunca zombaria de seu principesco. — Jungkook riu, um braço envolvendo os ombros do outro. Ele se abaixou para cheirar o cabelo loiro, o ato carinhoso fazendo Jimin sorrir incontrolavelmente.

— O que eu farei com você? — O loiro suspirou de forma dramática enquanto levava uma pera aos lábios para dar uma mordida. Jungkook riu ao lado de sua orelha, fazendo arrepios subirem à sua pele. Ele sorriu todo bobo e apoiou a cabeça no ombro do alfa enquanto mastigava alegremente a fruta.

Eles ficaram assim por um tempo, deixando a noite quieta criar um pano de fundo enquanto eles apreciavam os movimentos de Jimin e um do outro. Eles dividiram as peras e jogaram os caroços no chão. O príncipe se levantou para enfiar a camisa de volta nas calças, alisando o pano antes de voltar ao seu lugar. Imediatamente, o braço estava de volta ao redor dele. Ele virou seu corpo para o alfa e sorriu para ele suavemente, a timidez subindo em forma de rubor em suas bochechas.

— Talvez você faça eu me comportar, se Vossa Alteza me der um beijo. — Jungkook desafiou com um sorriso que aumentou para um sorriso cheio de dentes quando Jimin sorriu e agarrou a gola de sua camisa de linho, puxando-o para baixo para encaixar seus lábios.

O beijo deles ficou fervoroso, e o braço do alfa deslizou de seus ombros para envolver sua cintura para trazê-lo incrivelmente mais perto. Jimin soltou pequenos gemidos enquanto tentava acompanhar a intensidade dos beijos do moreno. Onde o outro o tocava, o calor se espalhava por sua pele. Sua respiração travou de forma audível quando ele sentiu algo quente e molhado roçar seu lábio inferior. A língua de Jungkook.

— Me desculpe. — O rapaz mais velho murmurou. — Não resisti a provar um pouco. — Quando eles se separaram, os olhos do alfa brilharam com algo que fez todo o corpo de Jimin esquentar.

— Eu não me importo. — O príncipe sussurrou, lambendo os lábios e engolindo em seco de nervosismo. Seus dedos coçaram para subir e segurar o pescoço de Jungkook.

— Você não acha que seria impróprio de minha parte fazer isso? Não tenho o direito de reivindicá-lo dessa maneira sendo que você não me pertence. Eu já lhe abracei e beijei. — O alfa parecia triste, suas orbes escuras olhando para Jimin com desejo.

— Eu... terei uma pretendente vindo amanhã. — O loiro, então, disse, uma carranca aparecendo em seu rosto. — Mas está tudo bem porque eu vou rejeitá-la. — Ele continuou rapidamente. Ele queria isso com Jungkook; ele queria se apaixonar por ele.

— Eu realmente tenho sorte de poder ficar com Sua Graça. — O rapaz moreno suspirou, segurando o rosto de Jimin e beijando-o suavemente. — Não é apropriado eu falar meus sentimentos em relação a você tão abertamente, mas há outro jeito... — Ele resmungou entre o beijo. Jungkook se afastou e enfiou a mão no bolso, revelando um envelope. Ele sorriu enquanto entregava para Jimin, cujos olhos arregalaram-se de surpresa. — Você não precisa ler, mas se quiser descobrir meus verdadeiros sentimentos, pode fazê-lo.

Uma carta de amor. O coração do ômega estava batendo tão rápido. Ele olhou para Jungkook, e para a forma como o rapaz coçou a parte de trás de seu pescoço, devolvendo seu olhar um pouco sem jeito.

— Eu lerei assim que voltar para o meu quarto. — Jimin prometeu, sorrindo pelo suspiro de alívio que o outro soltou. — Você realmente é um alfa tentando conquistar meu coração. — Ele disse timidamente.

— Apenas um de muitos. — Jungkook riu, acariciando a maçã do rosto do príncipe.


O coração de Jimin batia forte em seu peito enquanto ele deslizava para seu quarto. Ele se certificou de que as cortinas estivessem fechadas antes de acender uma vela para usar como luz. O príncipe sentou-se na janela e respirou fundo para acalmar os nervos. Ele virou a carta em suas mãos. Não havia nada escrito no envelope; Jungkook não poderia ter escrito o nome de Jimin no mesmo, já que ele teve que lacrar com cera na cidade.

Ele foi cuidadoso ao remover o selo, não querendo que o papel rasgasse. Com a respiração presa na garganta, o ômega tirou a carta escrita por aquele que seu coração havia escolhido. Ele desdobrou o papel e, antes mesmo de conseguir ler uma única palavra, Jimin ficou impressionado com a beleza da caligrafia de Jungkook. Ele conseguia imaginar em como o alfa escreveu com uma pena na mão, certificando-se de pressionar a tinta uniformemente no papel para manter cada caractere tão limpo quanto o anterior. Jimin começou a ler.

Para aquele que me tem tão hipnotizado,

Naquela noite fatídica em que passei fora dos terrenos do castelo, minha primeira depois de chegar ao seu reino, ouvi uma voz que só pode ser descrita como a de um anjo. Não sendo capaz de me afastar, escalei o muro. Lá eu vi você, o ômega mais lindo que eu já vi, sentado em um banco e cercado por um mar de rosas. Sua música era tão linda quanto você, e tudo o que eu queria era segurar a sua mão.

Não apenas a sua voz é como música falada, mas seus olhos brilham como estrelas mesmo na calada da noite. Eu me perco no jeito como eles se fecham para imitar a lua quando um sorriso alegre toma conta de suas feições gentis. E seu sorriso...

Há algo de sobrenatural no jeito como a sua boca consegue iluminar seu rosto mesmo quando o sol está em um sono profundo. Seus lábios são cheios e macios, como o mais maravilhoso dos travesseiros que emolduram sua boca espirituosa. Quando lhe beijei pela primeira vez, parecia que fogos de artifício explodiram dentro de mim. Eu não consigo ter o suficiente de seus lábios nos meus.

Eu gostaria de poder ver seu rosto corado, mas apenas consigo sentir o calor de sua pele. Eu sonhei que testemunhei o vermelho de suas bochechas enquanto você sorria, ah, tão lindamente. Tenho certeza de que suas bochechas ficam como rosas vermelhas. Eu imagino que elas se transformam em pétalas quando você cora. Eu posso lhe chamar assim? De pétala? Eu me pergunto se você gostaria disso.

Eu sei que você ficou carrancudo quando mencionei a nossa diferença de altura, mas não se preocupe! É apenas um elogio. Sinto como se eu pudesse escondê-lo do mundo apenas mantendo você em meu abraço. Seu corpo e postura são resultados de anos de educação nobre. Você se comporta com tanta graça que fico maravilhado com a sua postura. Enquanto eu lhe seguro, eu lhe toco como se você fosse porcelana. Não, não porque eu acho que você seja fraco, mas porque eu não quero machucá-lo.

Eu sou um alfa com desejos. Desejos que eu não vou escrever para você aqui. Tudo que você precisa saber é que eu lhe acho lindo. Você é um lindo ômega com olhos crescentes, lábios em forma de travesseiro e bochechas como pétalas de rosa.

Agora, eu não quero que você pense que é apenas a sua adorável aparência que me faz voltar sempre. Noite após noite, eu lhe acho cada vez mais cativante. Sua presença é calorosa, especialmente quando você se encolhe ao meu lado. Eu disse que fugi de casa. Os ômegas que meus pais escolheram não me fizeram sentir nada. Você me faz sentir tudo: afeto, paixão, saudade, desejo. Eu anseio por cuidar de você.

Você me disse que adora ler literatura e poesia, por isso decidi escrever esta carta. Talvez um dia eu escreva um poema para você, e você me deixe ouvi-lo cantá-lo também.

Jimin, você é lindo. Nunca se esqueça do seu valor. Eu não posso fazer você me escolher como seu alfa, mas espero que você sinta por mim tão apaixonadamente quanto eu me sinto por você. Nos meus sonhos, vejo-nos nos apaixonando.

Com beijos carinhosos,

Seu, Jungkook

O sorriso incrivelmente grande de Jimin foi contrariado pelas lágrimas que escorriam por seu rosto. Mas todas eram lágrimas de felicidade. Ele mantinha a carta à distância de um braço para não molhar o papel, tentando secar o rosto com a manga da camisa. Jungkook era perfeito. O alfa perfeito. Ele havia escrito para ele a mais doce das cartas de amor que Jimin já havia lido em qualquer um de seus livros.

O ômega leu a carta várias vezes, seu coração ficando maior e mais aquecido a cada vez que o fazia. Tudo o que ele queria era beijar o moreno, abraçá-lo, dizer-lhe que ele já tinha desenvolvido sentimentos. Jimin dobrou a carta de volta no envelope e se levantou, correndo para sua escrivaninha onde guardava alguns documentos importantes. Ele pegou uma chave e abriu uma gaveta trancada. Jimin tinha um grande sorriso no rosto enquanto beijava a carta antes de escondê-la sob todos os outros papéis. Ele foi dormir com o coração leve.


Mesmo que Jimin estivesse esperando sua próxima pretendente chegar, ele se sentia feliz. Seu pai parecia satisfeito com suas expressões e comportamento, sorrindo para ele com orgulho. Se ele soubesse que seu filho estava morrendo de amores pela carta de amor de um plebeu.

A duquesa chegou, e o ômega enrijeceu, não querendo parecer animado demais por algo que ele não se importava. Jimin estava um pouco nervoso ao ser direcionado para a sala de estar, esperando que essa mulher não viesse para cima dele como seu pretendente anterior. Ele se sentou no sofá, observando a alfa, que lhe ofereceu um pequeno sorriso enquanto se sentava.

— Vossa Alteza. — Ela disse, baixando a cabeça.

— Sua Graça. — Jimin respondeu. Ele achou a duquesa muito bonita com seus lábios vermelhos e olhos marcantes. Mas ele nunca tinha pensado em ser segurado por uma mulher do jeito que ele tinha pensado com um homem.

Os dois conversaram calmamente, e o loiro sentiu-se melhor do que da última vez. Ele até se viu rindo junto com a mulher alfa, embora não houvesse uma conexão entre eles. Ela era respeitosa com ele, mas nada disso importava. Ele iria rejeitá-la de qualquer maneira.

As portas se abriram quando o tempo deles acabou, e o rei entrou. O príncipe levantou-se, a duquesa seguindo seu exemplo. Jimin ofereceu sua mão, e a alfa foi rápida em segurá-la para dar um beijo em sua pele. Essa pessoa era boa o suficiente para ser rejeitada com bom gosto.

— Obrigado por vir hoje. — O ômega começou. — Eu gostei bastante de conversar com Sua Graça, mas adoraria deixar por isso mesmo. — Ele sorriu um pouco forçadamente quando o rosto da mulher caiu, sentindo-se mal por acabar com essa pobre alma. Para sua surpresa, a alfa se recuperou rapidamente e curvou-se para ele.

— Eu entendo, Alteza. Obrigada por sua companhia maravilhosa. — Ela disse, virando-se para sair do cômodo. Ela agradeceu e fez uma reverência ao rei antes que ela e sua comitiva fossem escoltadas para fora.

— Pelo menos você foi civilizado hoje. — O rei bufou.

— Pelo menos a minha pretendente foi civilizada hoje. — Jimin rebateu, dando a seu pai um olhar um pouco chateado. — Vejo você no jantar. — Ele continuou, seu tom sarcástico, antes de se afastar do alfa mais velho. Haneul juntou-se ao príncipe enquanto ele entrava em seu quarto. A mulher começou a despi-lo de suas vestes formais.

— Como foi, meu príncipe? — A ômega perguntou cuidadosamente, não querendo chatear Jimin.

— Foi melhor do que as outras vezes, mas a duquesa não era do meu gosto. — O loiro respondeu, tirando sua camisa com a ajuda de Haneul.

— Posso perguntar qual é o seu gosto? — Ela perguntou mais. Eles trocaram olhares através do espelho, e Jimin semicerrou os olhos.

— Você está me provocando? — Ele sorriu um pouco quando sua criada riu.

— Então seu gosto ainda é um alfa que vai fazer você se sentir nas nuvens? — Haneul ergueu uma sobrancelha e riu quando o rapaz ômega corou. — Você realmente é muito adorável. Seu futuro alfa será apaixonado por você. Estou certa disso.

Jimin sorriu timidamente, o olhar no chão enquanto Haneul arrumava suas roupas. Ele já tinha um alfa que o havia conquistado, mas não podia dizer isso a ela. Doía em seu coração não poder se casar com o homem que o fazia tão feliz.

— Por favor, se retire. Irei ensaiar meu canto. — Jimin disse assim que vestiu roupas mais leves.

— Certamente, meu príncipe. — Haneul respondeu. — Virei anunciar o jantar no devido tempo. — Ela fez uma reverência curta e saiu, fechando as portas atrás de si.

O ômega foi até sua escrivaninha e pegou a carta de Jungkook. Ele queria ler mais uma vez para tirar os pensamentos tristes de sua mente. Não demorou muito até que seu sorriso ficasse grande o suficiente para fazer suas bochechas vermelhas doerem.

Tenho certeza de que suas bochechas ficam como rosas vermelhas. Eu imagino que elas se transformam em pétalas quando você cora. Eu posso lhe chamar assim? De pétala? Eu me pergunto se você gostaria disso.

Não, Jimin não gostaria disso. Ele amaria. Ele amaria ouvir a voz doce e profunda de Jungkook chamando-o de algo tão carinhoso. O ômega beijou a carta novamente antes de colocá-la de volta nos limites da gaveta. O príncipe estava alegre enquanto se dirigia ao seu gabinete, pegando suas notas musicais e começando a aquecer sua voz. Ele estava animado, e talvez pudesse até cantar para o alfa esta noite.


Jimin sentiu o familiar aumento de seu batimento cardíaco enquanto se aproximava do jardim. Ele havia demorado um pouco mais na frente do espelho para se certificar de que seu cabelo estava macio e que suas roupas estavam ajeitadas. Jungkook já estava lá, e o rapaz levantou-se quando o príncipe chegou. Ele mordeu o lábio, parecendo adoravelmente nervoso. Jimin não pôde evitar. Ele correu em direção ao moreno e pulou para envolver os braços em volta de seu pescoço. O alfa o pegou com facilidade, como se ele não pesasse nada, e o segurou.

— Eu fico feliz por parecer que não fiz você fugir. — Jungkook disse contra o cabelo loiro, aninhando-se contra as mechas e beijando a têmpora de Jimin.

— Diga. — O ômega exigiu.

— O que o príncipe quer dizer? — Jimin fez beicinho e soltou um gemido. Ele gemeu ainda mais quando seus pés descalços estavam de volta no chão. Jungkook olhou para ele com a sobrancelha levantada, e o loiro achou a ação incrivelmente atraente. A forma como seu corpo se moldou contra a estrutura maior de Jungkook o fez sentir como se pudesse a qualquer momento ser segurado e coberto por esse alfa.

— Não faça graça comigo, Jungkook. — Ele disse, olhando para o moreno com um beicinho grande e batendo em seu peito. Os músculos por baixo da camisa pareciam definidos, fazendo suas bochechas ruborizarem. Os olhos do alfa brilharam, seu aperto na cintura de Jimin aumentando.

— Eu não consigo resistir a você. — Jungkook grunhou baixinho e inclinou-se para mais perto da boca do príncipe. — Mas é exatamente isso que você quer, não é, minha pétala?

Jimin choramingou contra o beijo, o apelido carinhoso fazendo seu coração saltar em seu peito. Ele se sentiu especial e agarrou a camisa de Jungkook, beijando-o de volta com carência. O moreno o manteve de pé, mas também em terra firme. Jungkook certificou-se de que eles não fossem longe demais, mesmo que o ômega ansiasse por mais dele. Mas ele sabia que ir além de um beijo relativamente inocente seria ruim para ele. Ele precisava permanecer puro para o alfa com quem ia se casar. Eles se afastaram por um momento apenas para que pudessem ir para o banco. Jungkook pegou a mão do rapaz mais baixo e a beijou, sorrindo para ele enquanto se sentava.

— Eu posso ter Sua Alteza sentado em meu colo esta noite? — Ele perguntou, olhando para Jimin com seus olhos redondos. Ele sorriu para a expressão de choque no rosto do ômega, certamente desejando poder ver como ele ficava à luz do sol.

Jimin abriu e fechou a boca, tentando dizer alguma coisa, qualquer coisa, para responder ao pedido sem precedentes de Jungkook. Mas ele não conseguia encontrar nenhuma palavra para aliviar seu constrangimento. Sua mão ainda estava na do alfa, que a segurava de maneira tão gentil, fazendo-o se perguntar como um plebeu poderia ser tão educado. O príncipe cedeu ao desejo de obedecer e sentou-se cuidadosamente no colo de Jungkook.

— Minha pétala. — O alfa resmungou contra o cabelo de Jimin, envolvendo seus braços ao redor do rapaz de forma protetora. Jimin derreteu-se em seu corpo, apoiando a cabeça em seu ombro e aninhando-se em seu pescoço.

Estar tão perto de Jungkook era animador. O príncipe nunca esteve no colo de ninguém, exceto de seus pais e babás quando ele era criança, então ser abraçado tão intimamente por este belo e forte alfa fez seu coração saltar. Seus sentimentos o deixaram tonto, e ele passou os braços em volta do pescoço de Jungkook. Ele ouviu a risada do rapaz ao lado de sua orelha, e os cabelos em seu pescoço se arrepiaram. Lábios macios pressionaram beijos em sua bochecha, a sensação reconfortante fazendo suas pálpebras ficarem pesadas. Jimin bocejou, relaxando completamente contra o corpo do outro. Ele não pretendia adormecer.

O ômega acordou de repente, a mente nublada em confusão antes de perceber onde estava. Jungkook estava olhando para ele com uma risadinha saindo de seus lábios.

— Você é como um bebê, minha pétala. — O moreno resmungou, sorrindo enquanto se aninhava na bochecha quente de Jimin. — As suas mãozinhas me seguraram com tanta força.

— P-Pare de zombar de mim. — O príncipe choramingou.

— Não ousaria zombar de você, a minha pétala é um adorável ômega que faz meu coração disparar. — Jimin choramingou com as palavras doces sussurradas em seu ouvido. Ele virou a cabeça em busca dos lábios de Jungkook, querendo que o rapaz parasse de atacar seu coração em tão grande sucessão.

O alfa calou a boca com facilidade e deu as boas-vindas ao beijo, sorrindo para a corajosa tentativa de Jimin de assumir o controle. Suas mãos acariciaram o corpo do príncipe suavemente como se ele fosse feito de vidro. Quando eles se afastaram, Jimin ficou envergonhado por suas ações. Ele sentiu-se tímido sob o olhar de adoração de Jungkook. A mão que segurou sua bochecha juntou seus lábios novamente, continuando o beijo agora com o mais velho no comando. Eles moviam a boca lentamente e com uma sensação que fazia os dedos dos pés descalços do ômega se curvarem. Ele estava empoleirado no colo de Jungkook, beijando-o e respirando o mesmo ar que ele. Ele desejou poder ficar com ele desse jeito por mais tempo.

— Quanto tempo eu dormi? — Jimin sussurrou.

— Por algum tempo. — Jungkook respondeu. — Você provavelmente deveria voltar. — O alfa pressionou um beijo longo e terno em seus lábios. O príncipe estava atordoado quando se afastou. — Eu vejo você amanhã, minha pétala. — Doeu para Jimin deixar sua companhia secreta, e todo o seu corpo foi atingido pelo ar frio da noite quando ele se levantou do abraço seguro de Jungkook. O rapaz agarrou sua mão e beijou cada um de seus dedos, nunca deixando seus olhos vacilarem dos de Jimin. Enquanto o ômega se afastava em direção às árvores, ele se virou para olhar por cima do ombro e acenou para Jungkook, cujo sorriso apenas aumentou.


. · . . . .



— Você nunca esteve fora dos terrenos do castelo? — Jungkook perguntou, parecendo pasmo. Ele segurou o príncipe em seu colo esta noite sem sequer pedir. Jimin caiu em cima dele assim que chegou ao jardim. Eles estavam falando sobre tudo e qualquer coisa.

— Eu faço visitas reais de tempos em tempos aos castelos ao redor do nosso reino. Papai não quer que eu cumprimente meu povo por muito tempo. Ele diz que se preocupa com minha segurança, especialmente porque ainda não me casei, então não fico muito tempo entre as pessoas comuns. — Jimin descansou a cabeça no ombro de Jungkook, seus dedos brincando com uma fita da camisa do alfa. O rapaz maior estava quieto, sua respiração soprando na testa de Jimin, onde ele havia pressionado os lábios.

— Se você quiser, posso ajudá-lo a escalar o muro para você ver o que há lá fora. — O moreno disse. — Há um prado próximo com um pequeno lago. É bonito à luz do sol, mas talvez ao luar também. — Um sentimento emocionante preencheu as veias de Jimin. O pensamento de fazer algo tão proibido fez seu coração acelerar.

— Eu... eu não tenho certeza. Parece arriscado. — O ômega murmurou.

— Estarei ao seu lado a cada passo do caminho, minha pétala. Nada irá lhe machucar. — Jungkook prometeu, deixando beijos no rosto do loiro. — Foi simplesmente uma oferta. Eu não estou forçando você a fazer algo que você não está confortável em fazer. Pense sobre, mas não preocupe sua linda cabecinha com isso. — Ele sorriu para Jimin, que assentiu profundamente pensativo.

O príncipe fechou os olhos e relaxou contra o corpo robusto de Jungkook. Ele continuou ponderando o que deveria fazer enquanto desfrutava dos beijinhos que eram pressionados no topo de sua cabeça. Talvez ficasse tudo bem. Ele tinha o alfa com ele para proteção. Jimin sempre teve curiosidade de ver o mundo exterior, mesmo que fosse apenas um prado. Seria romântico, não seria? Deitar-se à beira de um lago com flores ao redor, passando tempo com seu amante. Amante. Eles eram amantes, certo?

Jimin virou a cabeça para olhar para o perfil de Jungkook, seu maxilar afiado e seu cabelo escuro que estava preso em um coque. Ele era tão deslumbrante, bonito até. Apenas o mero pensamento de criar os filhos deste homem foi o suficiente para causar arrepios em sua espinha. Jimin logo franziu a testa. Ele passou os braços ao redor do pescoço do alfa e o apertou, uma respiração estremecida escapando de seus lábios. Isso estava ficando ruim. Não que não tivesse sido ruim desde o início, mas a severidade de seus sentimentos o assustava. Ele não deveria ter esses pensamentos quando tudo isso era apenas temporário.

— Algo está acontecendo, minha pétala? — A voz suave de Jungkook resmungou. Ele se aninhou contra as mechas loiras, inspirando seu cheiro.

— N-Não. — Jimin disse, colocando o queixo sobre o ombro do rapaz mais velho. — Por favor, vamos para o prado. — Ele declarou.

— Você tem certeza? Nós temos tempo... — Eles não tinham.

— Eu quero ir agora. — O ômega interrompeu, sentando-se ereto no colo do alfa e olhando para ele com uma expressão agitada.

— Não há necessidade de fazer beicinho, minha pétala. — Jungkook riu, acariciando levemente a bochecha de Jimin. — Eu estava apenas pensando no horário. Não seria melhor ir amanhã? Não podemos deixar você sem dormir. — O moreno inclinou-se para beijá-lo muito gentilmente. O príncipe corou. Sua pressa o deixou irracional. Era sensato esperar pelo próximo encontro.

— S-Sim. — Ele murmurou, olhando para baixo. Como ele conseguiu se envergonhar tanto?

— Você realmente é a criatura mais adorável. — O alfa disse carinhosamente, seu dedo enganchando sob o queixo de Jimin para inclinar seu rosto para cima. — Não se preocupe, sempre temos o amanhã.

O ômega apreciou a tentativa de Jungkook de animá-lo. Funcionou maravilhas; apenas um simples sorriso foi o suficiente para ele se sentir melhor. Ele se aproximou e beijou os lábios sorridentes do moreno. Não havia sentido pensar muito sobre isso. Jimin tinha que viver dia por dia.


. · . . . .


Jimin olhou para o muro. Era bem alto. Como ele iria pular? A mão de Jungkook pousou em suas costas, seu peito largo pressionando as costas do príncipe.

— Eu não vou fazer você subir em uma árvore e pular o muro. — O alfa disse, para o alívio de Jimin. — Eu vou lhe ajudar a subir e depois descer. Você não vai se machucar sob os meus cuidados. — Ele sussurrou, beijando a orelha do ômega suavemente.

— Tudo bem. — Jimin suspirou, os nervos agitando-se em seu estômago. — O que devo fazer? — Ele se virou para olhar para seu amante, que deu um beijo em seus lábios também. Jungkook, então, o soltou para caminhar até o muro. Ele se recostou contra a pedra e se agachou, entrelaçando os dedos entre os joelhos.

— Coloque um dos pés nas minhas mãos, e eu o levantarei. Você deve conseguir alcançar a borda desse jeito. Eu vou empurrá-lo para cima, mas preciso que você se levante também. Você consegue fazer isso por mim, pétala? — Os olhos de Jungkook eram tão gentis, encorajadores.

— E-Eu vou dar o meu melhor. — O loiro disse com um pequeno beicinho, dando um passo para mais perto do alfa. Ele segurou os ombros de Jungkook para se apoiar e pisou nas mãos do rapaz. Jimin respirou fundo e acenou para o moreno. Ele chiou quando Jungkook o impulsionou, desesperadamente agarrando-se no muro para se apoiar.

— Você está bem? — Soou a voz preocupada do outro. — Quer que eu desça você? — O ômega balançou a cabeça, os dedos agarrando a parede com toda força. — Eu vou te levantar mais alto agora. — Jungkook informou, esperando a aprovação de Jimin antes de fazer exatamente isso. — Você consegue se levantar?

— S-Sim! — O príncipe engasgou, o coração martelando de adrenalina e de medo de cair. Ele conseguiu ficar em cima do muro, jogando uma das pernas para o outro lado. Jimin suspirou freneticamente pela boca, trêmulo enquanto se sentava em cima do muro. — O q-que eu faço agora? — Ele gaguejou, olhando para Jungkook, que parecia tão pequeno no chão. O alfa sorriu para ele de forma infantil.

— Me dê um minuto, minha pétala. — Ele disse, dando uma piscadela para Jimin e indo até a árvore que ele sempre costumava escalar e pular o muro.

O loiro observou como Jungkook subiu na árvore com facilidade, sua força corporal imaculada enquanto usava um galho grosso para pular em cima do muro. Ele se sentou antes de se jogar no chão. Jimin pode ter descido de sua varanda muitas vezes, mas uma queda livre assim o assustava. O rapaz engoliu em seco.

— Faça o que eu acabei de fazer. — O moreno disse, andando até embaixo onde Jimin estremecia. — Eu vou te pegar. — Sua voz era tranquilizadora, e o ômega confiava nele. Com movimentos trêmulos, ele colocou a outra perna por cima do muro. — Desse jeito mesmo. — Jungkook sorriu para ele com os braços estendidos. Jimin respirou fundo. Seu coração estava tentando saltar para fora do peito.

— V-Você tem certeza? — O príncipe soltou. Parecia impossível pular.

— Sim, minha pétala. Não se preocupe. — Jungkook o confortou. — Você vai ficar bem. — O ômega acenou com a cabeça e engoliu em seco mais uma vez. Ele conseguia fazer isso. O alfa estava bem ali e não o deixaria se machucar. Ele contou até três antes de se empurrar para longe da borda. Jimin não teve tempo de gritar porque quando ele abriu a boca para isso, ele já estava seguro no aperto de Jungkook. — Assim como eu disse. — O rapaz resmungou, inclinando-se para dar um selinho nos lábios entreabertos do loiro.

O rosto de Jimin corou. Ele estava sendo carregado como se não pesasse nada. A força desse alfa estava fazendo coisas com ele, algo que ele não havia sentido antes. Desejo, desejo real. Por Jungkook. Foi uma ação involuntária que ele fez em seguida: o ômega gemeu e arqueou as costas, seus olhos vidrados enquanto olhava para o outro rapaz. Os olhos de Jungkook arregalaram-se e escureceram, suas narinas queimando. Por um longo segundo, o ar ao redor deles ficou pesado.

— Tenha cuidado. — Jungkook sussurrou antes de cuidadosamente colocar os pés de Jimin de volta no chão. — A sua essência está ameaçando sair, minha pétala. — Ele segurou o rapaz menor enquanto recuperava o equilíbrio de seus pés trêmulos.

— E-Eu... — A cabeça do ômega clareou depois de ser colocado no chão. — Eu sinto muito. — Ele soltou, tão envergonhado por seu deslize. — Eu...

— Ei. — O moreno sussurrou, segurando os braços de Jimin e puxando-o para perto. — Não se desculpe. — Ele beijou sua testa. — Podemos ir? — Ele perguntou, sorrindo quando o ômega assentiu.

Eles caminharam de mãos dadas pelo campo arborizado. A ideia de estar fora dos terrenos do castelo era emocionante. Sua mão encaixava-se perfeitamente na de Jungkook, sua pequena mão completamente enclausurada. Ele tinha um sorriso bobo brincando em seus lábios quando eles chegaram no prado, realmente não muito longe do castelo. Os olhos de Jimin se arregalaram quando eles se aproximaram do lago e ele viu uma colcha colocada entre as flores.

— Jungkook? — Ele ofegou.

— Eu trouxe isto mais cedo. — O alfa explicou. — Eu não iria querer que Vossa Alteza ficasse sentado no chão sujo. — Ele riu um pouco.

— Mas os meus pés estão bastante sujos. — Jimin fez beicinho.

— Nós temos água aqui, não temos? Deixe-me lavar você. — Jungkook guiou o loiro até o lago e o ajudou a sentar na grande pedra. — Posso? — Ele perguntou enquanto se ajoelhava. O ômega não tinha certeza do que ele queria dizer, mas ele acenou com a cabeça de qualquer maneira.

O moreno sorriu e começou a enrolar as pernas da calça de Jimin. Ele tinha um brilho travesso em seus olhos quando se inclinou para pressionar um beijo em sua canela, fazendo o príncipe rir. Jungkook virou seu corpo para que seus pés ficassem afundados na lagoa. O ômega choramingou um pouco por causa da água gelada, fazendo o outro rir com um pedido de desculpas.

Jimin observou enquanto o rapaz mais velho tirava os sapatos e levantava a barra das calças antes de entrar no lago e sentar em uma pedra menor em frente a ele. Ele segurou o tornozelo do loiro e começou a lavar seus pés, parecendo muito feliz por estar fazendo tal tarefa. Jimin sentiu seus papéis na sociedade aumentarem desse jeito. Ele estava acostumado com criados fazendo tudo para ele, mas detestava pensar nesse alfa como um criado, mesmo que ele não se importasse em tê-lo cuidando dele mais intimamente.

— Prontinho. — Jungkook resmungou, secando as mãos nas calças e ajudando Jimin a se levantar. Ele deu ao príncipe um sorriso e se agachou para envolver seus braços ao redor de suas coxas para levantá-lo.

— Jungkook! — O ômega chiou, agarrando os ombros do rapaz para se apoiar. Jungkook o levou para a colcha e o abaixou, mas o segurou incrivelmente perto enquanto eles olhavam nos olhos um do outro. Eles caíram em um beijo suave, depois outro, antes que o alfa se afastasse com um sorriso e se deitasse. Ele entrelaçou os dedos atrás da cabeça e sorriu para Jimin. — Você realmente é um patife. — O príncipe bufou de brincadeira, se abaixando e deitando ao lado de Jungkook. Ele colocou a cabeça em seu peito e fechou os olhos, ouvindo o batimento cardíaco constante.

— Eu vou considerar isso como um elogio. — Jungkook riu, passando a mão pelos tufos de cabelos louros. Jimin riu e enterrou o rosto ainda mais no peito do alfa. — Devo me preocupar com o meu coração? Sua Alteza continua atacando-o tão impiedosamente. — Ele continuou, seu sorriso aumentando quando o ômega levantou um pouco a cabeça para olhar em seus olhos. Ouvir essas coisas deixou Jimin tímido e suas orelhas queimando, mas ele estava ansioso para continuar com as brincadeiras.

— Temo que seja uma doença terminal. — O príncipe ofegou, fingindo preocupação. — Existe apenas uma cura conhecida para essa doença. — Ele se levantou nos cotovelos e se pressionou mais perto, a mão de Jungkook deslizando de seu cabelo para baixo em seu corpo para segurar sua cintura. — São muitos e muitos beijos.

— Ó, mundo cruel! — O alfa lamentou, apertando a camisa sobre o coração. — Viver com tal destino! Graças aos céus há um lindo ômega bem na frente dos meus olhos! Ó, meu caro senhor, eu estou precisando desesperadamente de um beijo, e se não, certamente sofrerei uma morte miserável. Por favor, tenha pena de mim e encha-me de beijos com esses lábios divinos! — Jungkook começou a rir durante seu monólogo porque Jimin não conseguia conter sua risada. Ele foi cuidadoso com as mãos quando os virou e deitou o príncipe suavemente. — Eu posso ter os meus beijos? — Ele perguntou.

— Sim. — Jimin disse, fechando os olhos quando seus lábios encontraram-se. O contato foi suave no início, mas os beijos ficaram mais apaixonados à medida que os toques esquentavam peles expostas. O ômega soltou um pequeno gemido contra a boca de Jungkook enquanto desejo acendia na boca de seu estômago. Ele deixou suas mãos sentirem os músculos ao redor das costas e ombros do moreno.

— Todas as coisas vivas empalidecem em comparação com sua beleza. — O alfa murmurou contra seus lábios, suas carícias no corpo de Jimin leves, mas tenras. Ele engoliu o suspiro direto da boca do príncipe. Jimin arqueou as costas para sentir mais de Jungkook acima dele. Seus dedos deslizaram para a nuca do rapaz, correndo-os pelos cabelos escuros quando as mechas de repente caíram sobre seu rosto.

— Ah, me desculpe. — O ômega fez beicinho, mostrando a Jungkook seu prendedor de cabelo. — Enroscou nos meus dedos.

— Talvez isso tenha sido uma boa distração. — O moreno resmungou. — Eu deveria me controlar melhor, eu não quero que você solte a sua essência. — Jimin sentiu-se desanimado com suas palavras. O alfa não sentia o mesmo desejo que ele? Por que ele não queria tocá-lo mais? Por que ele não queria cheirá-lo? A rejeição fez com que lágrimas nublassem sua visão. — O que há com a expressão em seus olhos? — Jungkook sussurrou, dedos roçando a bochecha do ômega.

— N-Nada. — Jimin respondeu secamente, empurrando o prendedor de cabelo na mão do outro antes de virar de lado, de costas para o alfa. Ele conseguia sentir os olhos escuros perfurando-o.

— Pétala... — Jungkook chamou, colocando a mão gentilmente na cintura de Jimin. — Fale comigo. — Apenas seus pais e irmão mais velho podiam exigir algo dele tão informalmente, mas havia algo na autoridade que a voz desse rapaz tinha que fez o príncipe estremecer e obedecer. Ele olhou para Jungkook cujo cabelo ainda estava solto, seus olhos encarando-o atentamente.

— Você não me deseja? — Jimin sussurrou. Ele não conseguia formular perguntas adequadas, não que ele fosse fazer antes que houvesse lábios nos dele. O alfa o beijou com força, fazendo-o gemer e agarrar a gola da camisa de Jungkook.

— Entendi... — O moreno murmurou, bufando enquanto se afastava. — Eu sinto muito, minha pétala. — Ele se deitou e puxou o príncipe para seu peito. — Não me atrevo a tocá-lo, senti-lo ou cheirá-lo. Você não é meu ômega, então não tenho direito ao seu corpo. Mas nunca pense que meu desejo por você não me mantém acordado quando eu deveria estar dormindo. — A voz rouca de Jungkook fez Jimin corar agressivamente, as indicações de suas palavras assentando-se nele, fazendo-o se enrolar contra o outro rapaz. — Está fora de questão para mim lhe mostrar meu desejo, Sua Alteza. Eu me importo imensamente com você e quero apenas protegê-lo. Se eu ceder à tentação que é o seu corpo, temo que você se arrependa, e isso me mataria.

— Escreva para mim de novo. — Jimin então disse. — Por favor, Jungkook, escreva novamente. Meu coração não suporta o peso de não saber o que você pensa de mim. Nunca um alfa me fez sentir tanto desespero antes. É em você que penso quando acordo e quando o sono finalmente me leva, e sem saber a verdadeira profundidade de seus sentimentos, meus pensamentos se enredam em um mero jogo de adivinhação. — Ele levantou a cabeça e olhou para o alfa, as lágrimas agora escorrendo por seu rosto.

— Eu não fazia ideia de que você se sentia desse jeito. — Jungkook disse, segurando a bochecha de Jimin e juntando suas testas. — Eu irei, minha pétala. Se você deseja ouvir a extensão do meu desejo por você, é isso que deve acontecer. — O beijo seguinte foi desesperado de ambos os lados. O moreno o beijou ferozmente, quase tirando o fôlego do ômega, que fez o possível para seguir o exemplo. — Mas, minha pétala... — O alfa resmungou baixinho. Eles se afastaram, e Jimin estremeceu com a forma como as estrelas brilhavam nos olhos de Jungkook. — Em troca de uma carta, posso saber qual é a sua essência? — Jimin engoliu em seco.

— E-Eu tenho o gosto e cheiro de mel. — Ele sussurrou, sua voz não saindo de forma firme. Ele conseguia ouvir e sentir o rosnado baixo que ameaçava sair do peito de Jungkook. Ele teve que abafar um gemido submisso.

— Obrigado, minha pétala. — O alfa resmungou. Ele respirou fundo para manter a calma, e Jimin ficou admirado com sua vontade de se conter e manter a mente do príncipe limpa também. Ele foi criado para permanecer puro para seu futuro alfa, e mesmo sabendo que Jungkook era o alfa que ele sempre sonhou, manchar sua pureza poderia assombrá-lo pelo resto de sua vida. O ômega enterrou o rosto no pescoço de Jungkook e adorou a forma como seu corpo encaixava-se perfeitamente em seus braços.

Eles foram engolidos pelo silêncio da noite, confortados pelo vento suave que balançava a grama ao redor deles. Jimin sentiu-se aquecido.

— Eu acho que é hora de eu lhe levar de volta ao castelo. — Jungkook disse calmamente. — A minha pétala precisa do seu sono da beleza para ficar descansado e animado na corte. — Ele ajudou o ômega a se sentar e acariciou suas bochechas ainda manchadas, enxugando o que restava de suas lágrimas. Jimin riu e inclinou-se em seu toque.

— Apenas se eu puder amarrar o seu cabelo. — Ele brincou, cutucando o peito de Jungkook com o dedo. O sorriso cheio de dentes do mais velho fez coisas em seu coração.

— Qualquer coisa que você desejar, pétala. — O alfa disse, pressionando um beijo rápido em sua boca antes de entregar o prendedor de cabelo para ele e se virar. — Rabo de cavalo, coque, o que você quiser. — Jimin resmungou e ficou de joelhos, o prendedor de cabelo entre os lábios. Ele ficou maravilhado com a maciez do cabelo preto e passou os dedos pelas mechas. Jungkook soltou um suspiro satisfeito e pareceu relaxar com seus cuidados. O príncipe sorriu enquanto amarrava o cabelo em um rabo de cavalo. Ele inclinou a cabeça do alfa para trás e deu um beijo em sua testa.

— Tudo pronto. — Ele resmungou timidamente, as bochechas corando quando ele se afastou, e Jungkook sorriu lindamente.


. · . . . .


Jimin estava prestes a sair de seu quarto quando um pensamento repentino o fez parar. O rapaz olhou para sua parede de livros e contemplou por um longo momento, mas, no final, ele decidiu levar sua coleção de poemas favoritos com ele. Ele pegou o pequeno livro e desceu de sua varanda com passos apressados ​​enquanto corria pelo jardim, impaciente para ver seu amante.

Um sorriso se espalhou em seus lábios quando ele viu Jungkook sentado no banco, apoiando os cotovelos nos joelhos com uma expressão de expectativa no rosto. Ele se endireitou e abriu os braços, e o ômega sorriu antes de pular em sua direção e reivindicar seu lugar no colo do moreno. Eles se abraçaram.

— O que você trouxe com você? — Jungkook perguntou enquanto dava beijos na bochecha vermelha do loiro e a acariciava. Jimin sentiu cócegas no nariz e deu uma risadinha, aproximando-se do alfa. Ele mostrou o livro ao outro timidamente. — Eu terei a honra de ouvir a esplêndida voz de Sua Alteza esta noite? — O príncipe recebeu mais beijos.

— Se eu ouvir uma única palavra provocadora saindo de sua boca, você definitivamente não irá. — Jimin bufou, virando o rosto. Ele soltou um suspiro quando sentiu um beliscão suave em seu pescoço.

— Irei manter meus lábios selados para tudo, exceto elogios, minha pétala. — Jungkook riu, deslizando a mão para cima e para baixo na lateral do corpo do ômega. O olhar afiado que Jimin deu a ele fez seu nariz torcer enquanto ele sorria, apertando os lábios com força. Isso apaziguou bastante o príncipe.

— E-Eu acho que não deveria estar no seu colo para esta ocasião. — Jimin disse, deslizando para o banco, embora com relutância. Ele preferia o corpo quente de Jungkook do que o ferro frio.

— Eu posso ouvir o poema da noite em que lhe conheci? — O alfa sussurrou, mantendo as mãos para si mesmo e deixando o loiro se concentrar. Seus olhos estavam fixos no rapaz mais novo, observando atentamente seu perfil. Jimin mordeu o lábio inferior e assentiu, já sabendo que esse pedido estava prestes a acontecer. Ele abriu seu livro na página correta e respirou fundo. A noite estava tão escura que ele mal conseguia distinguir a escrita, mas não havia problema. Ele apenas preferia o conforto de ter algo físico em suas mãos.

Tudo isso não é uma coincidência
Apenas, apenas através dos meus sentimento
O mundo inteiro ficou diferente do que era ontem
Com apenas, apenas sua alegria
Quando você me chamou
Eu me tornei sua flor

Como se nós estivéssemos esperando por isso
Nós florescemos até congelarmos
Talvez seja uma providência do universo
Tinha que ser isso
Você sabe que eu sei
Você sou eu, e eu sou você

Tanto quanto o meu coração palpita, eu me preocupo
O destino continua com inveja de nós
Eu estou tão assustado quanto você
Quando você me vê
Quando você me toca

O universo se move para nós
Não houve nem uma pequena falta
Nossa felicidade era para ser
Porque você me ama, e eu amo você

Jimin se esqueceu da existência do alfa por um momento. Ele estava tão absorto pelo prazer de cantar e pelo poema que significava tanto para ele. Apenas quando ele pronunciou as últimas linhas, ele percebeu que Jungkook estava olhando para ele. Ele sentiu-se tímido. Os olhos do outro o encaravam tão de perto que o ômega pensou que ele conseguiria ver dentro de sua alma.

Jimin fechou o livro e o colocou no colo, a cabeça baixa enquanto se sentava delicadamente. Esse poema transmitia seus sentimentos em relação a Jungkook, o que deixou-o ainda mais tímido. Ele nunca havia expressado seus sentimentos em relação ao alfa, então isso parecia uma confissão. Os nervos o consumiam, e ele saltou um pouco quando uma mão agarrou sua coxa.

— Eu nunca fiquei sem palavras antes. — Jungkook disse, a voz baixa enquanto ele cheirava o cabelo de Jimin perto de sua orelha corada. — Eu estou maravilhado, minha pétala. Seu canto deve ser admirado por todo o mundo. — Ele pegou a mão do ômega e levou-a aos lábios, beijando cada junta. — Meu coração sente-se cheio com sua doce voz e, assim como você disse, trouxe a beleza crua do poema. Você me inspira, pétala. — Ele disse, entrelaçando seus dedos. — Se eu te escrevesse um poema, você o leria?

— É c-claro que eu leria! — Jimin ofegou. — Eu... as suas palavras estão me deixando desconcertado. — Ele gemeu, tentado a desviar o olhar das orbes escuras. — Mas... obrigado, Jungkook. — Ele respondeu.

— Você faz meu coração bater tão rápido. — O moreno sussurrou. — E tira meu fôlego. — Ele deu ao mais novo um pequeno sorriso. — Eu realmente sou tão afortunado por estar na presença de Sua Graça.

— Ah, fique quieto e me beije logo. — Jimin gemeu enquanto revirava os olhos, soltando o livro para jogar seus braços ao redor dos ombros de Jungkook. Ele soltou um pequeno grito quando o alfa o puxou de volta para seu colo e fez exatamente o que ele pediu.

O beijo deles era apaixonado, mas mantido sob controle. O ômega ansiava por sentir a língua que uma vez saiu para provocá-lo, mas isso não aconteceria, pelo menos não ainda. Ele suspirou satisfeito com os toques suaves em seu corpo e deslizou as mãos para o pescoço de Jungkook, sentindo os músculos ali e pressionando-os suavemente. Os gemidos baixos contra sua boca o fizeram sorrir. Ele procurou o prendedor de cabelo para soltar as mechas pretas, querendo passar os dedos por elas novamente. O alfa tinha um sorriso constante em seu rosto enquanto Jimin brincava com seu cabelo, escovando e enrolando os fios entre seus dedos minúsculos.

— Eu escrevi para você. — Jungkook sussurrou, enfiando a mão no bolso sob sua camisa e tirando a carta que Jimin estivera pensando o dia todo. Seu coração acelerou com a perspectiva das palavras escritas nela. — Fui brutalmente honesto e peço desculpas se você encontrar algo muito grosseiro. Eu não me segurei. — O alfa encostou suas testas enquanto olhava nos olhos de Jimin. — Por favor, se em algum momento você se sentir desconfortável, pare. — Ele beijou o príncipe com ternura.

— Eu entendi. — O ômega disse, pegando o envelope com as mãos trêmulas e pressionando-o contra o peito. Havia um olhar de desejo no rosto de Jungkook quando ele se levantou. — É melhor eu ir agora. — Ele sussurrou timidamente enquanto entregava o prendedor de cabelo de volta. — Você estava certo, eu preciso dormir mais. — Ele riu. — Vejo você amanhã. — O moreno encostou os lábios nas costas de sua mão estendida.

— Até nos encontrarmos novamente. — Ele sorriu.


O dia de Jimin tinha sido tedioso. Ele teve outro pretendente visitando-o naquele dia, e o alfa tinha sido um idiota egoísta. Enquanto ele falava sobre como sua árvore genealógica era digna e pura, Jimin apenas pensava na carta que ele havia escondido em sua escrivaninha. Ele estava ansioso para finalmente se esconder em seu quarto sem ser incomodado e se entregar às palavras de desejo de Jungkook.

O tempo que levou para Haneul despi-lo de suas vestes foi perfeito para ele exigir nenhum tipo de perturbação até que ele a chamasse. Sua criada não o questionou e apenas acenou com a cabeça, afagando carinhosamente o cabelo dele antes de sair.

Quando a porta se fechou, Jimin correu para sua gaveta. Ele tirou o envelope lacrado, seu coração batendo tão rápido que ele pensou que fosse explodir. Ele pulou em sua cama arrumada e rasgou o lacre, cuidadosamente puxando a carta para fora. Sua respiração travou de animação. O ômega deitou-se de lado e mordeu o lábio antes de começar a ler.

Para o lindo ômega de bochechas rosadas,

Suas palavras têm me testado, minha pétala. Do jeito que as coisas estão, não posso falar ou mostrar meu desejo por você. Mas com a sua boca carnuda, você me pediu para escrever novamente. E isso eu posso fazer. Eu me deito diante de você, conto tudo, exatamente como você quiser. Espero não lhe sobrecarregar. O que você precisa saber é que eu me importo profundamente com você, minha pétala.

Você torna difícil para mim pensar com clareza às vezes. Quando o seu corpo se pressiona contra o meu, sinto o prazer crescendo dentro do meu estômago. Você é pequeno e adorável e se encaixa tão perfeitamente em meus braços que eu desejo nunca soltá-lo. Quando beijo seus lábios macios, é como se eu fosse levado para um lugar totalmente novo, onde apenas nós dois existimos.

Algumas manhãs eu acordo de um sonho que parece muito real. Minha pele fica quente e meu corpo formiga com sensações como se você estivesse aqui. Meu nó fica pesado entre minhas pernas, doendo para estar dentro de você.

Jimin engasgou alto, bochechas em um vermelho profundo enquanto sua mão levantou-se para cobrir sua boca. Ele apertou as coxas firmemente.

Sempre que você se senta no meu colo, tão perto mas tão longe, não consigo deixar de imaginar como seria fazer amor com você, ver você desmoronar debaixo de mim, me entregar ao doce mel do seu cheiro. Você é tão pequeno, minha pétala. Eu poderia envolver minhas mãos ao redor de sua cintura e investir dentro de você de novo e de novo, ouvir o belo som de seus gemidos e choramingos enquanto você desfruta do prazer que lhe dou. Eu me pergunto como você reagiria ao meu toque; quando eu corro meus dedos sobre seu peito, aperto seu mamilo, traçando-os mais para baixo em direção ao seu membro. Você ficaria encharcado em volta de mim?

Quando você me disse qual é o seu gosto, eu fui dormir naquela noite sonhando com minha língua mergulhando em sua entrada e deleitando-me com a sua lubrificação. A sua bunda, minha pétala, é como uma escultura. Mesmo em calças de seda tão soltas, parece o mais suculento dos pêssegos. Ter você em meu colo e não poder te tocar mais, é como um castigo.

Quando eu lhe beijo e seus olhos ficam nublados, penso em como seus lábios inchados ficariam ao meu redor, chupando, engolindo o máximo que puder, engasgando. Eu me dou prazer ao pensar em você. Acho que estou viciado. Pensar que nunca senti sua essência e, ainda assim, meus pensamentos são consumidos por sua presença. Imagino você de quatro, lubrificação escorrendo por suas coxas lindas, sua entrada se fechando em volta de nada e implorando para eu lhe preencher. E eu o faria. Eu o encheria de nós suficientes para deixar suas pernas inúteis para caminhar. Preencher você de novo e de novo.

Eu quero fazer amor com você com ternura, ter você agarrado a mim como se sua vida dependesse disso enquanto eu invisto em você lentamente e sussurro palavras doces em seu ouvido. Eu também quero consumi-lo forte e rápido, deixar sair a frustração de ser privado do seu toque. Quero ver vestígios de mim em sua pele, quero ouvir você gritar meu nome, me chamar de seu alfa até que nós dois nos desfaçamos.

Jimin, minha pétala, você despertou esse desejo em mim que nenhum ômega jamais fez antes. Você todo: seu coração, corpo, alma, são tão bonitos. Nos meus sonhos, eu lhe coloco perto de mim e lhe beijo suavemente em um abraço até adormecermos.

Meu coração bate por você,

Seu, Jungkook

A roupa íntima de Jimin estava encharcada. O ômega correu até um armário para pegar uma manta para proteger seus lençóis antes de se deitar e tirar suas calças. Seu pênis estava duro, e vazando também, quando ele colocou a mão ao redor dele. Ele choramingou alto enquanto lia a carta novamente.

Algumas manhãs eu acordo de um sonho que parece muito real. Minha pele fica quente e meu corpo formiga com sensações como se você estivesse aqui. Meu nó fica pesado entre minhas pernas, doendo para estar dentro de você.

O loiro moveu o pulso, imaginando que era Jungkook que o estava fazendo se sentir bem. O pensamento das mãos e da língua do alfa em seu corpo o fez ficar quente e mais lubrificação vazou de sua entrada, precisando ser preenchida. Ele queria o nó de Jungkook e de mais ninguém. Estar na cama do moreno, aberto para ele, aceitando o que lhe era dado. Jimin queria tanto isso.

Ele soltou um grito quando gozou, o corpo contraindo-se com desejo e necessidade do alfa. Uma lágrima escorreu por seu rosto enquanto o rapaz acalmava sua respiração. O ômega limpou a mão na manta e saiu da cama com os pés trêmulos antes de limpar a parte inferior de seu corpo. Seu quarto cheirava a mel. Demorou alguns minutos até que Jimin se acalmasse e pudesse se vestir. Ele leu o último parágrafo da carta de Jungkook novamente.

Jimin, minha pétala, você despertou esse desejo em mim que nenhum ômega jamais fez antes. Você todo: seu coração, corpo, alma, são tão bonitos. Nos meus sonhos, eu lhe coloco perto de mim e lhe beijo suavemente em um abraço até adormecermos.

Jimin o amava. Do fundo do coração. Jungkook era o epítome de tudo o que ele sempre quis em um alfa, mas sua família nunca aceitaria uma união desse jeito. O que ele poderia fazer? Ele sentia tanto amor e adoração por Jungkook que, a esta altura, ele simplesmente não seria capaz de se casar com outro.

O ômega cobriu a boca com a palma da mão assim que começou a soluçar, caindo na cama e encolhendo-se para deixar escapar as lágrimas dolorosas. Ele desejou que seu alfa estivesse ali para abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem. Seu alfa. Se Jungkook simplesmente sentisse o mesmo por ele. O rapaz disse a Jimin que se importava com ele através de suas cartas, mas quão profundamente seus sentimentos estavam enraizados?


Jimin estava extraordinariamente emocional. Ele era uma pessoa sensível, mas algo dentro dele tinha estalado após o orgasmo ao pensar em Jungkook. Ele passara muito tempo chorando, tentando se controlar quando tinha que estar perto de outras pessoas. Ele não tinha certeza se conseguiria segurar as lágrimas na frente do alfa moreno, então, enquanto ele caminhava em direção ao jardim de rosas, o príncipe fez o possível para impedir que sua respiração travasse.

Jungkook tinha um sorriso gentil e nervoso no rosto quando Jimin chegou. Não demorou mais do que um batimento cardíaco antes que o rapaz visse que algo estava errado; o ômega começou a desmoronar imediatamente. Jungkook levantou-se e se aproximou dele, hesitantemente parando a alguns metros de distância.

— Sou eu quem lhe traz tristeza? — Ele questionou, seus olhos marejando. Partiu o coração do loiro. Ele balançou a cabeça profusamente e correu para o alfa, soltando choramingos trêmulos depois de envolver os braços em volta de sua cintura, segurando-o com força. — O que aconteceu, minha pétala? — Jungkook perguntou em um sussurro enquanto abraçava o rapaz menor.

— N-Nada aconteceu, eu juro. — Jimin disse, aninhando-se ainda mais no pescoço do moreno. — Eu apenas senti a sua falta. — Ele relaxou quando longos dedos correram por seu cabelo.

— Eu temia ter assustado você, afinal. — O alfa resmungou, dando um beijo na têmpora de Jimin. — Você...?

— Sim. — O loiro respondeu, um rubor colorindo suas bochechas enquanto ele se afastava para olhar para o rosto preocupado de Jungkook. Ele lhe deu um pequeno sorriso e ficou na ponta dos pés para deixar um selinho em seu maxilar. Seus lábios foram rapidamente capturados por outro par, e Jimin suspirou no beijo.

— Eu fiquei acordado até os primeiros raios de sol entrarem no meu quarto, escrevendo. Meus sentimentos me mantiveram acordado. — O alfa pegou a mão de Jimin e o levou para o banco, seus dedos entrelaçados. — Eu ficaria honrado se fosse você a ler meu primeiro poema, embora eu sinta que ainda está incompleto. — Ele disse levando as costas da mão do ômega aos lábios.

— Eu adoraria. — Jimin respondeu timidamente, os olhos atraídos para o caderno bem decorado que estava no banco. Ele se viu no colo de Jungkook nem um segundo depois. O rapaz deu-lhe o livro.

— Eu comprei isto hoje, apenas para você. Eu não poderia lhe dar um papel amassado, então fiz com que parecesse elegante e bonito com desenhos. — O moreno cheirou sua bochecha. — Posso preenchê-lo com poemas e bilhetes, apenas para você. — Jimin abriu a primeira página e deixou seus olhos vagarem pelas flores lindamente desenhadas que embelezavam a página. A caligrafia era novamente perfeita. Ele puxou o lábio inferior em sua boca quando começou a ler.

Você é o sol que ressurgiu na minha vida
Uma reencarnação dos meus sonhos de infância
Eu não sei o que são essas emoções
Eu ainda estou sonhando?

Há um oásis verde no deserto
A princípio, dentro de mim
Estou tão feliz que não consigo respirar
Tudo está ficando cada vez mais transparente

Eu ouço o oceano de longe
Através do sonho, depois da floresta
Estou indo para o lugar que está ficando mais claro
Pegue minhas mãos agora
Você é a causa da minha euforia

O príncipe não percebeu as lágrimas rolando por seu rosto até que Jungkook começou a enxugá-las. Ele olhou para o rapaz mais velho e ficou encantado com a intimidade pura nos olhos do alfa. Eles se encararam, e o coração de Jimin apertou-se.

— Eu amo você. — Ele sussurrou tão baixinho que não tinha certeza se Jungkook o tinha ouvido. Pelo menos ele conseguia ler seus lábios porque eles caíram em um beijo suave. — Eu amo você. — Ele disse com mais firmeza em sua voz. — M-Mesmo que você sinta o mesmo, eu sei que você não vai dizer, mas eu–

— Eu também amo você. — O alfa sussurrou, calando Jimin no meio da frase e deixando-o de boca aberta. — Eu não consigo esconder isso de você. Você roubou meu coração no momento em que ouvi sua voz. Eu amo você.

— Mesmo? — O ômega suspirou, seu desespero fazendo suas mãos tremerem quando ele deixou o livro cair. — Você me ama? — Ele soluçou, agarrando a camisa de Jungkook. — Por favor. — Ele estava ciente de que estava soando patético, mas o jeito como o alfa moveu seu corpo para aproximá-lo apenas o deixou mais necessitado. Jimin soluçou quando seus lábios se encontraram.

— Sim, minha pétala. — Jungkook murmurou, braços ao redor de sua cintura enquanto seus dedos afundavam mais ainda no cabelo preto. — Eu desprezo ver lágrimas em seu rosto. Elas já foram, alguma vez, de felicidade? — Ele perguntou, passando as mãos para cima e para baixo nas laterais do corpo de Jimin para confortá-lo. O loiro choramingou, suas emoções anteriores voltando à superfície, e ele não conseguia manter a boca fechada.

— A cada momento acordado, penso em você. Hoje eu tinha um pretendente vindo me ver, e tudo o que eu tinha em mente era você. — O aperto de Jungkook sobre ele aumentou. — Tudo o que eu queria era me apaixonar pelo meu alfa antes do casamento, e você é perfeito, tudo o que eu sempre quis. Eu não quero ficar com mais ninguém. — Ele chorou. Suas lágrimas corriam livremente por seu rosto. — Eu não ficarei com mais ninguém. — Ele sussurrou enquanto olhava nos olhos do alfa. — Por favor, Jungkook, me leve com você. Prefiro fugir, assim como você, apenas para ficar com você. Podemos viajar para outro reino, qualquer coisa! Eu apenas quero ficar com você. — Todo o corpo de Jimin tremia enquanto ele chorava no pescoço de Jungkook, segurando-o como se sua vida dependesse disso. Eles ficaram assim por um tempo, abraçados em silêncio, exceto pelos pequenos soluços e choro do príncipe. O moreno o manteve em um abraço carinhoso enquanto ele se acalmava. Jungkook falou depois que tudo o que restava eram seus pequenos choramingos.

— Você merece nada além do melhor, minha pétala. — Ele murmurou contra o cabelo do ômega. — Eu não irei sequestrar você, mesmo se eu tiver o seu consentimento. Você merece se banhar nas joias mais preciosas e se vestir com tecidos tão macios quanto o seu corpo. Tenho muita sorte por ter conquistado seu doce carinho. Isso realmente me faz o alfa mais feliz. Hoje foi difícil para você, pétala. Por favor, vá e descanse esta noite. — O beijo que ele deu no pescoço do rapaz menor foi bom.

— M-Mas, Jungkook... — Jimin choramingou, a expressão agonizante quando ele foi conduzido a sair do colo quente.

— Jimin... — Jungkook começou, pegando suas mãos e entrelaçando seus dedos. Ele parecia estar pensando em algo antes de soltar um suspiro profundo. — Me ouça, minha pétala. Eu tenho um plano, mas para fazer isso, eu tenho que ir embora.

— O quê? O q-quê? — O ômega sussurrou, o pânico acendendo em seu coração. — Você vai me deixar?

— Não, nunca em um milhão de anos. — Jungkook franziu a testa, segurando a bochecha de Jimin. — Não posso dizer exatamente quanto tempo vai demorar, mas voltarei assim que puder. Rejeite todos os outros alfas e não se esqueça de mim, está bem? Minha pétala, suas lágrimas são suficientes para encher um oceano. Por favor, espere por mim. — Ele murmurou contra os lábios do loiro.

— Como saberei quando você voltou? Como eu sei que você vai voltar? — Jimin questionou. Ele estava tão confuso, mas podia confiar nele, certo?

— Você saberá, eu prometo a você. — O alfa disse. Ele lhe deu um leve sorriso e pegou o caderno. — Eu disse que iria preencher isto, não disse? Mantenha-o seguro para mim. — Ele pressionou o livro nos braços de Jimin e enxugou suas bochechas molhadas. — Eu amo você com tudo que tenho. Minha pétala, isto não é um adeus. Peço desculpas por ter trazido isso à tona tão de repente, mas não posso tê-lo com esses pensamentos quando você merece uma coroa em sua cabeça.

— Eu entendo. — Jimin fungou, segurando o livro firmemente contra o peito. O polegar acariciando sua bochecha era reconfortante.

— Quando eu voltar, serei seu alfa, minha pétala. — Jungkook disse, segurando o rosto do ômega com as duas mãos e beijando-o com tanta emoção quanto ele era capaz, e foi o suficiente para fazer Jimin chorar. — Até nos encontrarmos novamente. — Ele sussurrou, soltando o príncipe e afastando-se, um sorriso triste em seus lábios.

— Sim. — Jimin suspirou, olhando atentamente enquanto o rapaz que seu coração havia escolhido subia na árvore. Ele se virou para olhá-lo mais uma vez e soprou-lhe um beijo antes de pular o muro, deixando o ômega sozinho.

Jimin ficou tão chocado que caiu de joelhos.


. · . . . .


Fazia quase dois meses, e Jimin sentia muita falta de Jungkook. Ele ainda ia ao jardim todas as noites, apenas para ficar decepcionado quando o alfa nunca aparecia. Chorar se tornou uma ocorrência cotidiana, e era difícil esconder suas verdadeiras emoções na frente dos outros. Mas, ainda assim, ele confiou em Jungkook para voltar para ele.

O príncipe conseguiu mais cinco pretendentes pedindo sua mão, e ele rejeitou todos eles imediatamente, para desgosto de seu pai. Sua mãe estava bastante feliz com isso, no entanto. Ela ainda estava convencida de que ele era bom demais para uma realeza de pequena escala, e por semanas a rainha estava preparando o castelo para a chegada do candidato alfa perfeito. O príncipe herdeiro de Euphoria havia escrito inesperadamente para o rei há algum tempo e manifestou interesse na mão de Jimin. Seu pai estava bastante satisfeito, mas sua mãe estava muito feliz. O ômega sentiu ainda mais pressão por causa de um pretendente de status tão alto. Rejeitá-lo iria aborrecer seus pais.

Jimin acordou sentindo-se esgotado quando Haneul abriu as cortinas. Ela o conduziu para fora e o ajudou a tomar banho, esfregando-o completamente antes de vesti-lo com suas melhores vestes. O príncipe herdeiro deveria chegar em algum momento depois do café da manhã. Sua criada passou um pouco de maquiagem em seu rosto, efetivamente escondendo suas bochechas manchadas de lágrimas, que ela não mencionou. Seu cabelo louro foi arrumado para parecer fofo, mas ajeitado. Por fim, ela colocou uma tiara na cabeça dele, completando seu visual do príncipe ômega perfeito que ele era.

— Talvez Sua Alteza seja legal. — Haneul disse enquanto arrumava seus fios de cabelo ao redor da coroa. Jimin ficou quieto, inexpressivo. A mulher suspirou, mas não insistiu.

Jimin ficou quieto durante o café da manhã e apenas acenou para sua mãe quando ela elogiou sua aparência. Seu irmão mais velho, Jihyun, havia retornado uma semana atrás com sua noiva ômega. Ela era a irmã mais nova do príncipe herdeiro de Singularity. Eles pareciam se dar bem, o que deixou Jimin feliz. A princesa Aeri era educada e bonita, e ele gostava dela. Os preparativos do casamento estavam em andamento e todo o reino estava se preparando para a união do futuro rei.

— Eu estou tão animada por hoje. — A rainha riu alegremente. — Por favor, meu querido, veja isso como uma oportunidade fantástica para garantir uma vida confortável. — Suas palavras foram dirigidas a Jimin, que tentou beber seu chá em paz.

— Eu também estou animada, Sua Majestade. — Aeri disse. — Meu querido irmão é amigo íntimo do príncipe herdeiro, e eu não o vejo há séculos! Eu sinto muita falta dele. Ele costumava me deixar montar em seu cavalo sempre que visitávamos Euphoria. Foi emocionante para uma criança como eu. — Ela contou.

Jimin sentiu vontade de chorar novamente, mas esforçou-se para não ouvir a conversa. Depois de terminar sua refeição, ele esperou seu pai para eles irem para a sala do trono juntos. Ele segurou o braço estendido do rei e caminhou com ele, soltando um suspiro quando o alfa começou a falar.

— Meu querido, eu odeio ver você infeliz desse jeito. Isso me machuca muito. — O rei disse, acariciando as costas da mão de Jimin suavemente. — Você é tão precioso para mim quanto são as joias incrustadas na coroa que me torna o governante do meu reino. Tento não diferenciar seus pretendentes por títulos, como sua mãe, mas não consigo expressar o quanto estou satisfeito com a visita do príncipe herdeiro. A única coisa que lhe peço é que mostre sua dignidade da melhor maneira possível. Você é um ômega excepcional, meu filho. Ele certamente será cálido com você.

— Sim, pai. — Jimin respondeu. Ele sabia que o rei estava dizendo isso do fundo do coração, tentando ser o mais benevolente possível. Desapontar seus pais ao rejeitar o príncipe certamente iria doer por muito tempo. Mas ele não tinha escolha. Jungkook era o amor que ele desejou por anos a fio, e nenhum título poderia competir com seus olhos gentis e toques carinhosos.

O loiro respirou fundo assim que chegou na sala do trono. Ele andou de um lado para o outro para acalmar os nervos que reviravam seu estômago e o faziam querer vomitar seu café da manhã. Uma mensagem veio de que a comitiva do príncipe estava passando pelos portões, e Jimin foi até a janela para olhar para o jardim. Ele viu uma carruagem rolando em direção à entrada, cercada por cavaleiros. A carruagem hasteou uma bandeira; uma rosa vermelha, o brasão de armas de Euphoria. Jimin soltou um suspiro trêmulo e foi até seu assento ao lado de seu pai. O rei colocou a mão sobre a dele por um momento antes de ambos ficarem parados, esperando o príncipe chegar. O ômega fixou o olhar no tapete lindamente decorado, desejando não morder o lábio inferior quando as portas se abriram.

— Sua Alteza Real, o príncipe herdeiro de Euphoria chegou para ver você, Sua Majestade, o rei, e o príncipe Jimin. — O ômega não afastou seu olhar, apenas olhou para o chão. Ele conseguia ouvir o mensageiro se afastar antes que passos mais pesados ​​viessem substituí-lo, o salto das botas diminuindo quando chegaram ao tapete.

— Bem-vindo a Serendipity, Alteza. — Seu pai começou, como sempre. — Estou muito feliz com sua visita.

— O prazer é todo meu, Majestade.

A cabeça de Jimin disparou como se um trovão tivesse atingido o chão na frente dele. Sua respiração ficou instável quando seus olhos marejados pousaram no príncipe herdeiro. O rapaz tinha cabelos pretos curtos, franjas repartidas e ajeitadas de lado para mostrar a testa. Seus olhos tinham o formato de amêndoas redondas e seus lábios delicados emolduravam um sorriso dirigido ao rei. Suas vestes eram feitas de seda e pele, e a coroa pressionada em sua cabeça brilhava sob a luz do sol.

— Euphoria fica a uma grande distância. Espero que a longa viagem não o tenha atrapalhado. — O rei continuou. — Faz muito tempo desde que eu o vi, Sua Alteza. Você cresceu bem.

— Não me importo de viajar, especialmente para ter a chance de visitar Serendipity, Vossa Majestade. — O príncipe disse. — E, de fato, faz. Receio não me lembrar muito de sua visita a Euphoria, pois eu era apenas uma criança pequena. Obrigado pelas palavras gentis. — Ele riu antes de abaixar a cabeça. Nem uma vez o alfa olhou para Jimin, mas o ômega não conseguia tirar os olhos dele. Ele agarrou os braços de seu assento com os nós dos dedos brancos.

— Meu filho é muito exigente. Nenhum pretendente ganhou mais de uma chance para falar com ele. Ele é a estrela mais brilhante da minha corte e merece ser tratado como tal. Eu confio em você para comportar-se de acordo com seu status, Sua Alteza. — A voz do rei era severa. Ele mostrou a ampulheta em uma mesa ao seu lado. — Você tem tempo até esta ampulheta ficar vazia para conversar com Jimin. Vocês podem ir para o cômodo à sua esquerda. — Com isso, o ômega levantou-se rapidamente e caminhou até a sala de estar, os saltos batendo contra a superfície dura do piso. Ele ouviu o príncipe entrar atrás dele antes que as portas fossem fechadas. Ele se virou, as lágrimas brotaram em seus olhos, a respiração travando quando o outro finalmente estava olhando para ele.

— Você é pequeno, mesmo com sapatos, minha pétala. — O alfa resmungou, estendendo a mão para suavemente segurar seu rosto. Jimin corou agressivamente, choque e confusão deixando-o sem palavras. — Ah, suas bochechas realmente são como rosas. — Seu rosto estava adornado com um sorriso gentil, o sorriso que o loiro tanto amava.

— J-Jungkook. — Jimin sussurrou, sua voz o traindo completamente. Ele devia estar sonhando. Era apenas um truque maligno sendo tramado por sua mente desesperada ansiando por esse alfa.

— Eu pensei que não havia como você ser mais bonito, mas aqui está você, parecendo a boneca perfeita. — O tom de Jungkook também baixou para um sussurro quando ele deu um passo para mais perto, a mão erguendo-se para descansar na cintura do ômega. Seus lábios estavam sorrindo, embora seus olhos brilhassem com algo mais escuro, mas eram tão reconfortantes. Jimin não aguentava mais.

Ele agarrou as vestes de Jungkook e o puxou para baixo, o beijo deles se transformando em uma mistura confusa de desejo, paixão e desespero. O rosto de Jimin estava encharcado de lágrimas quando ele se afastou para respirar, o outro rapidamente o embalando em seus braços e o acalmando em meio aos soluços.

— O q-que está acontecendo? — Jimin choramingou com a respiração irregular, sentindo seus joelhos enfraquecendo.

— Deixe-me sentar você, pétala. — O alfa disse, pegando as mãos do loiro e guiando-o para o sofá. Ele se ajoelhou na frente dele, ainda segurando suas mãos menores. — Eu disse que voltaria, não disse? — Ele perguntou com uma sobrancelha levantada.

— Mas... mas todo esse tempo... por que você mentiu para mim? — Jimin choramingou. Jungkook se levantou para se sentar ao lado dele, puxando um lenço para enxugar as lágrimas que escorriam por suas bochechas.

— Eu nunca menti para você, minha pétala. — Ele murmurou. — Apenas guardei meu título de você.

— Mas por quê? — O ômega agarrou a manga de Jungkook e se pressionou mais perto dele. O rapaz mais velho soltou um pequeno suspiro antes de sorrir para ele suavemente. — Todo esse tempo, eu fiquei tão preocupado por amar um plebeu que eu estava pronto para deixar tudo para trás apenas para ficar com você.

— Lembra-se quando eu lhe disse por que eu fugi de casa? — O moreno, então, perguntou. — Eles me importunavam com o casamento. E eu não queria me casar com um ômega que meus pais queriam para mim. Eu queria me apaixonar, mas você pode me culpar? Eu sou do tipo romântico. — Ele deu um pequeno sorriso para Jimin. — Quando eu te vi, eu sabia, em meu coração, que você era o ômega por quem eu queria me apaixonar. E eu me apaixonei. Eu não queria que meus sentimentos fossem unilaterais, então esperei até ter certeza de que você sentia o mesmo por mim. Você teria gostado se eu tivesse entrado como seu pretendente apenas depois de conhecê-lo uma, duas vezes? Você não queria se apaixonar antes do casamento? — Jungkook olhou profundamente em seus olhos, direto em sua alma. O sorriso em seu rosto trouxe Jimin de volta às noites tranquilas que eles passaram juntos. O rapaz por quem se apaixonou estava na frente dele, mas desta vez ele usava roupas tão finas quanto ele, com uma coroa pressionada em sua cabeça.

— Você é um príncipe. — O loiro ofegou suavemente. Ele passou os braços ao redor do pescoço de Jungkook e o abraçou o mais forte que pôde, tentando suprimir pequenos choramingos contra o pelo da gola do alfa. Ele podia se casar com o rapaz saído do seu conto de fadas.

— Sim, eu sou. — Jungkook riu, esfregando a mão nas costas de Jimin para acalmá-lo. — Agora, minha pétala, você deveria parar de chorar antes que nosso tempo acabe. Acho que seu pai não ficará satisfeito se o vir em tal estado, e desejo dar a ele a melhor das impressões. — O ômega deu uma risadinha. — Eu vim aqui com plenas intenções de me casar com você, então devo ficar na lista de bons meninos do rei. — O alfa estava sorrindo quando Jimin se afastou, e seu coração deu um salto em seu peito. Ele não conseguia parar de olhar para ele enquanto o moreno continuava enxugando suas bochechas. Então, ele inclinou-se para pressionar um longo beijo em seus lábios.

— Devemos agir como se tivéssemos acabado de nos conhecer. — O ômega sussurrou, afastando-se de Jungkook, que enfiou o lenço no bolso. — Eu não acho que papai ficaria satisfeito se soubesse que eu tive um amante secreto, não importa se é você. Ele veria através de mim se eu dissesse que me apaixonei à primeira vista.

— Você está certo. — Jungkook riu, estendendo a mão para pegar a de Jimin. — Mas eu ainda posso me afeiçoar por você. Isso é bastante comum, sim?

Suas risadinhas tímidas foram interrompidas quando as portas se abriram, e o rei entrou, seus olhos cheios de expectativa enquanto os mesmos focavam em seu filho. Jimin viu a esperança em sua expressão, e seu coração encheu-se de alegria quando ele não precisou decepcionar seu pai novamente. Então, o príncipe ômega sorriu, sua mão que ainda estava no aperto suave de Jungkook escorregando enquanto ele se levantava. Ele caminhou em direção ao pai, que parecia estar prendendo a respiração.

— Ele me encanta. — Ele disse antes de se virar para olhar para o moreno. — Por favor, junte-se a mim no jardim, Sua Alteza. Encontre-me no hall de entrada em meia hora. — Ele viu Jungkook tentando segurar o riso enquanto saía do cômodo.

Jimin manteve seu ritmo calmo e confiante em seu caminho para a ala leste do castelo quando a emoção da animação fez suas pernas o carregarem com mais pressa. Ele chamou Haneul, e assim que a mulher entrou em seu quarto, ele a puxou para um abraço, saltando em seus pés enquanto soltava pequenos gritos.

— J-Jimin? — A criada gaguejou confusa. — Algo de errado? — Ela parecia preocupada, pronta para atender o que o rapaz precisasse. Seu rosto estava repleto de choque quando Jimin a soltou e sorriu para ela de todo o coração. — Meu príncipe?

— Nada nunca esteve melhor. — O loiro suspirou, girando e indo para seu closet. — Preciso me trocar para algo leve, pois está quente e ensolarado lá fora. — Haneul correu atrás dele e começou a tirar suas vestes.

— O... o pretendente foi do seu agrado? — Ela perguntou, ainda estupefata com o humor animado de Jimin.

— Ele é perfeito. — O ômega disse, um sorriso puxando seus lábios enquanto sua tiara era removida. Ele trocou olhares com sua criada, e a mulher abriu um grande sorriso. Suas mãos trabalharam rápido com suas roupas antes de vesti-lo com o que Jimin queria usar.








. · . . . .

oi meus anjinhos, como vocês estão?

eu estou tão nervosa porém tão feliz, pois depois de anos eu voltei a traduzir o gênero abo. é a primeira vez para uma fanfic, mas espero que vocês apoiem muito esse comeback cheiroso. então, me contem aí o que vocês acharam desse primeiro capítulo que ficarei imensamente feliz em ler a impressão de vocês.

eu sou meio suspeita para falar alguma coisa, mas esta é uma das fanfics mais amorzinhos que tive o prazer de ler e estou dando mortais e piruetas de tanta felicidade por estar aqui traduzindo ela para vocês, então, por favor, deixem o voto de vocês e compartilhem o máximo que puderem com seus amigos e mutuals, pois irá ajudar muito. além disso, vão até a obra original no perfil de btsjiminieluv e deixem o voto de vocês lá também, e autore merece mais do que tudo.

e antes de eu me despedir, gostaria de dedicar esta tradução à intensemyg que está de aniversário hoje; este é meu outro presente para você, neném. não é muito, mas espero que lhe deixe felizinha 🥺 eu te amo imensamente e torço para que seu dia tenha sido o mais especial de todos!

com isso dito, quero agradecer desde já o fato de vocês estarem aqui, significa simplesmente o mundo pra mim, obrigada mesmo. e eu vejo vocês no sábado que vem para o segundo e último capítulo desta bebezinha. ficarei esperando ansiosamente para lê-los novamente.

um abraço apertado
da booboo de vocês 🌳

Continue Reading

You'll Also Like

1.1M 66.6K 47
Atenção! Obra em processo de revisão! +16| 𝕽𝖔𝖈𝖎𝖓𝖍𝖆 - 𝕽𝖎𝖔 𝕯𝖊 𝕵𝖆𝖓𝖊𝖎𝖗𝖔| Fast burn. Mel é uma menina que mora sozinha, sem família e s...
589 99 4
[ EM ANDAMENTO] Por causa de um descuido e falta de atenção, Jeon Jungkook esquece seu smartphone em uma confeitaria e acaba tendo por pura coincidên...
Park City By Fhernanda

Mystery / Thriller

3K 304 8
Park Jimin aprendeu cedo a arte da malandragem. Seu currículo e bem vasto, vai desde figurinhas na escola, até os dias atuais sendo um dos maiores la...
444 61 7
[ EM ANDAMENTO ] - Sinopse - Park Jimin, um dos melhores médico pediatra da Coreia do sul, cruza caminhos com o chefe de uma máfia, Jeon Jungkook, qu...