Com a ajuda de Tinker, eu já estava praticamente pronta. Enquanto ela arrumava o meu cabelo, eu ia me maquiando, e foi nesse momento que Draco chegou para se arrumar também, parando um instante para me olhar, o que me fez sorrir e apontar para o banheiro, onde ele já deveria estar. Isso o fez erguer as mãos em rendição e ir para lá.
Assim que ele saiu do banheiro com um roupão, Tinker foi até o closet dele e buscou o seu smoking, logo o deixando sozinho para se vestir.
Como era Natal, eu resolvi usar um vestido de gala vermelho. Eu não era muito adepta de outras cores além do preto, mas de vez em quando não fazia mal a ninguém usar algumas cores vivas.
Eu estava satisfeita com o resultado, já que hoje seria a primeira vez que Draco e eu iríamos participar ativamente de formações de alianças e de negócios juntamente com papai, Lúcio e Severus. Então, demonstrar poder e confiança era essencial.
— Deslumbrante como sempre, amor — Draco disse na entrada do meu closet.
Assim que me virei para ele, também me perdi em sua figura. Draco realmente não sabia o poder que tinha.
— Você está lindo, querido — Falei, indo até ele.
— Se continuar me olhando assim, eu vou ter que estragar esse trabalho impecável que Tinker fez em você — Ele disse, me dando um rápido selinho.
— Narcisa nos condenaria às celas no porão da mansão — Eu disse, sorrindo.
— Aquele lugar pavoroso não merece a sua presença — Falou, me estendendo o braço.
Eu apenas concordei com a cabeça e segurei seu braço para sairmos da ala leste e ir de encontro com o resto da família no foyer da mansão.
Assim que chegamos, não pude deixar de notar o vestido maravilhoso que Narcisa estava usando. Ela era uma mulher incrível e muito elegante. Se algum dia eu chegar aos pés dela nesse quesito, vou me sentir realizada.
— Você está maravilhosa, Narcisa — Falei, olhando-a de cima a baixo.
— Você fala como se não estivesse tão incrível quanto — Ela disse, me dando um rápido beijo na bochecha.
— As duas estão maravilhosas — Draco disse, sorrindo.
— Um verdadeiro galanteador — Narcisa falou, arrumando alguns fios do cabelo dele.
— Não começa, mamãe — Draco fala, se afastando.
— Deixe sua mãe te deixar apresentável, Draco — Lúcio disse, se aproximando, juntamente com papai e Severus.
— Eu estou apresentável — Draco respondeu, revirando os olhos.
— Faltam cinco minutos para os convidados chegarem — Papai disse, se posicionando ao meu lado.
— Vamos nos posicionar logo e acabar com isso — Severus disse, sem paciência.
— A noite tem que ser perfeita — Narcisa disse, segurando o braço de Lúcio.
Todos nós apenas soltamos um suspiro, já que realmente tudo teria que ser perfeito, não só o nosso jantar, mas as conversas e as propostas feitas; isso incluía o suborno e as possíveis desavenças que poderiam surgir no decorrer da festa.
Assim que foi anunciado que a primeira carruagem tinha passado pelos portões, todos nós arrumamos nossa postura, colocamos nossas máscaras de cordialidade e um pequeno sorriso no rosto, já que deveríamos mostrar para todos que era uma grande honra tê-los junto a nós em nossa festa de Natal.
Os primeiros convidados a chegarem foram a família Hilliard, o que fez com que todos nós ficássemos satisfeitos com a iniciativa deles de serem os primeiros a chegar.
— É um prazer recebê-los em nossa festa de Natal, Jack — Disse Lúcio, cumprimentando o Senhor Hilliard.
— O prazer é todo meu — Ele disse, apertando a mão do mesmo.
Logo, o senhor Jack Hilliard beijou a mão de Narcisa, apertou a mão de Draco com um aceno de cabeça e também beijou a minha mão, logo apertando a mão de papai e de Severus.
— Essa é minha esposa, Freya — Ele fala, posicionando-se ao lado da mesma, que estava muito elegante.
Assim, a senhora Hilliard cumprimentou Lúcio, Narcisa, Draco, eu, papai e Severus.
— E como vocês já o conhecem, meu primogênito, Robert — Ele disse, com orgulho.
Robert fez os mesmos movimentos de seu pai ao nos cumprimentar.
— Nós falamos no salão de festas — Draco fala, com um aceno de cabeça.
— É claro — Robert meneou a cabeça com um sorriso de lado.
— Esperamos que aproveitem a festa — Disse papai, com um aceno de cabeça.
Então, Caranthir, o elfo doméstico da mansão Malfoy, guiou a família Hilliard até o salão de festas, para logo em seguida reaparecer próximo a nós novamente, fazendo assim seu serviço de guiar os convidados até o salão.
A próxima família a chegar foi a dos Zabini. Eles não precisavam nos impressionar tanto, já que estávamos habituados a fazer negócios, mas era um fato que precisavam negociar com outras famílias. Então, era aí que entrávamos, já que o senhor Zabini queria expandir sua joalheria para outros países.
A terceira família a chegar foi a dos Parkinson, mesmo que Draco e eu tivéssemos as nossas dúvidas, e Lúcio e papai tivessem as deles. Era estritamente necessário convidá-los para a festa, já que, como papai mesmo dizia, "mantenha os amigos sempre perto de você e os inimigos mais perto ainda".
Não que os Parkinsons fossem nossos inimigos, mas eles andavam tendo atitudes suspeitas, e muitas vezes o medo nos faz cometer erros graves.
A quarta família a chegar foi os Crabbes; eles, sim, eram muito fiéis à nossa família, assim como Vicente era muito leal ao Draco.
— A madrasta do Crabbe é realmente muito bonita — Disse baixinho, vendo-os seguir caminho para o salão.
— Bonita até demais para o Arnold — Papai disse, enrugando a testa.
O que fez com que todos nós déssemos uma pequena risada da fala do papai.
— Agora não é hora pra isso — Severus disse em negação.
Como sempre, após a família Crabbe chegar, foi a vez da família Goyle.
Assim começamos mais uma infinidade de cumprimentos, até que todos os duzentos convidados tivessem chegado.
Após todos estarem no salão, um fotógrafo pré-selecionado da nossa lista de pagamentos do profeta diário veio até nós para tirar duas fotos da família e, no máximo, cinco fotos de toda a festa, para escrever uma matéria sobre a magnífica festa de Natal da família Malfoy, Lannister e Snape.
Então, assim seguimos para o salão de festas, onde os convidados já estavam sendo servidos com champanhe e canapés, em círculos de negócios e, claro, de fofocas também.
Narcisa e eu fomos até um círculo de matronas, onde fomos envolvidas em uma conversa nada empolgante sobre chás e revistas de moda, mas também onde poderíamos descobrir alguns segredinhos sórdidos de famílias.
Assim que o assunto ficou chato novamente, me dediquei a olhar ao meu redor, vendo papai e o senhor Hilliard em um círculo de empresários de Nova York. Eles eram amigos de papai e bastante influentes no próprio ministério de lá, e sempre vinham a Londres.
Severus estava em um círculo de senhores de idade, onde cada um tinha um poder diferente dentro do próprio ministério daqui.
Lúcio estava conversando com o diretor de execução das leis da magia e com o próprio diretor de Azkaban, o que me fez sentir um leve arrepio.
Draco estava juntamente com Robert e alguns associados dos negócios da família Malfoy.
Tínhamos um limite de no máximo quinze minutos em cada círculo, já que era extremamente necessário que os anfitriões conversassem com todos os convidados.
Logo, todos nós estávamos nos movimentando pelo salão novamente, até que, por incrível que pareça, eu, Draco, Robert e sua mãe Freya formamos um novo círculo.
— Estão se dando bem? — Perguntei, tomando um pequeno gole do champanhe.
— Draco me apresentou a alguns senhores que prontamente concordaram em se hospedar em nosso hotel daqui e de outros países — Robert disse com um pequeno sorriso.
— Seu pai vai ficar orgulhoso, querido — Freya disse animada.
Antes que pudéssemos iniciar um novo assunto, Narcisa veio convidar Freya para se juntar a ela e às senhoras Zabini, Parkinson, e às senhoras Crabbe e Goyle em um círculo.
Nos dando a oportunidade de conversar sobre o que realmente queríamos a sós.
— Descobriu algo que possa nos ajudar com o grupo do Potter? — Draco perguntou sério.
— Um colega meu escutou as amigas da Cho Chang dizerem que ela e o Potter se beijaram — Robert disse, rindo sarcasticamente.
— Cho Chang? A viúva do Cedric Diggory? — Perguntei em choque.
— Essa mesma — Disse, piscando.
— Achei que o Potter que fosse a viúva do Diggory, pelo tanto que ele berrava segurando o corpo dele — Draco disse, malvado.
— Eu não esperava por essa — Disse, rindo. — E eu achando que o Potter era lento igual a uma lesma — Falei, sem acreditar.
— Quem está morto é o Diggory; a Chang está vivíssima e pronta pro abate — Draco disse, rindo.
— De todo jeito, se eles se beijaram, então eles devem estar passando muito tempo juntos, o que me faz acreditar que a Chang deve fazer parte do grupo de treinamento do Potter — Robert disse, arqueando uma sobrancelha.
— Isso é perfeito — Falei, rindo, malvada.
— O que sua mente perversa está planejando? — Draco perguntou, com um brilho muito conhecido em seus olhos.
— Uma das regras da Umbridge é não andarem em grupos, então seria muito conveniente que a Chang fosse pega pela brigada inquisitorial descumprindo essa regra — Disse, olhando para ambos.
— Então eu poderia levá-la para interrogatório, onde ela seria obrigada a nos contar sobre o grupo do Potter e também causar discórdia entre eles, já que a confiança de todos seria abalada — Draco completou minha linha de raciocínio.
— Me parece um bom plano — Robert acenou com a cabeça.
Então, mais uma vez, nos espalhamos pelo salão. Dessa vez, fiquei com Severus e um senhor de meia-idade que nos contava sobre suas aventuras no Egito, onde ele afirma que conseguiu desvendar o enigma da esfinge, o que fez Severus arquear a sobrancelha em indignação e eu segurar firmemente o riso.
Em outra roda, eu e Draco fomos levados a aceitar dançar uma valsa em homenagem ao Senhor Caccine, que era descendente de reis e rainhas, o que me fez revirar os olhos internamente, já que não via vantagem nenhuma em ser descendente de não-mágicos, ainda mais de uma família que perdeu sua coroa. Mas o senhor era dono de minas de diamantes e safiras e era sócio de papai, então Draco e eu aceitamos com um largo sorriso no rosto.
Em outra roda, eu, Draco, papai e Lúcio escutávamos fofocas sobre várias famílias, incluindo a família Parkinson, o que realmente estava sendo muito útil.
— Estão dizendo no ministério que David Parkinson anda tendo jantares com Cantankerous Nott — O senhor Crabbe disse.
— Ele, claro, fez com que se espalhasse pelo ministério que isso era uma mentira — O senhor Goyle disse, revirando os olhos.
— Um boato desse não iria surgir assim do nada — Draco disse, sério.
— Teria como vocês descobrirem se é verdade? — Papai perguntou.
— Posso dar uma verificada na agenda dele — O senhor Goyle disse.
— Seria melhor se descobrissem onde geralmente eles andam tendo esses jantares — Draco afirmou, olhando-os.
— Claro — O senhor Crabbe disse, com um aceno.
— O que o Nott falou sobre esses boatos? — Lúcio perguntou, sério.
— Ele não esboçou nenhuma reação sobre — Disse o senhor Crabbe.
Logo, meus olhos captaram a figura do senhor Parkinson em uma roda de associados de Lúcio.
— Olha com quem o senhor Parkinson está conversando — Falei, apontando com a cabeça.
O que fez todos olharem para o grupo, a uns bons metros de distância de nós.
— Vai lá, Lúcio, são seus associados — Disse papai, sério.
Antes que Lúcio pudesse ir até eles, o relógio tocou, informando-nos que era hora do jantar. Junto com ele, dois elfos domésticos abriram imediatamente as grandes portas duplas do salão, que davam para um pequeno corredor que nos levaria até a sala de jantar.