O diário de Bree

By drunksassenach

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Esse é mais um pedacinho da jornada do nosso casal querido, Jamie e Claire. Trago em pequenos contos e trecho... More

Notas
Prólogo
Quando conheci sua mãe, achei que estivesse em um sonho/Nos tornamos dois e meio
O primeiro ultrassom
Picles de madrugada
Menina ou menino?
Oi, filha...
Como um peixinho
Conversas veladas/E então eu senti você se mexer
A barriga/Nomes e arranjos
E você se cansou de esperar...
Ten fingers, ten toes / O primeiro mês
Our first Christmas
Valentine's Day/Mother's day/Goodnight moon, and I rolled over...
Segredo de pai e filha
Happy birthday, Daddy!
A comilona
First family vacation
Dentes e coelhos

Coisas que sei sobre você

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By drunksassenach

Olá querida leitora, como vai? Demorei, mas trouxe outro trecho desse diário.

Faça uma ótima leitura.

***



Bebês são totalmente dependentes, são indefesos e frágeis como um dente-de-leão ao vento. Por sua extraordinária vivência de nove meses compartilhando de um ambiente quente e protegido no útero, esses pequenos seres têm a necessidade do toque terno e da presença, do cuidado, do aconchego e do alimento disponível. Eles não falam, mas sua linguagem é aprendida imediatamente após o nascimento. O primeiro choro tem muito a lhes ensinar, é parte de um instinto de sobrevivência que vem de fábrica, e os bebês são inteligentes o suficiente para perceber que o alerta do choro lhes dá algo em troca.

Como habilidade adquirida em dois meses de paternidade, eu me tornei consciente de cada ruído de minha filha, cada espirro, cada tosse, os soluços, o som estalado de uma boquinha faminta procurando impaciente pela mãe, o resmungo de atenção, o choro de troca de fraldas, o choro porque notou estar vestindo roupas, o barulho do pum que anuncia um presentinho fedido e a necessidade urgente de um banho... Tudo, cada pequeno som produzido por Brianna, me punha a observá-la na tentativa de compreendê-la. Para Claire, essa habilidade era natural, ela escutava e sabia qual o problema.

— É a roupa! Tire o macacão e deixe essa ratinha só de fralda, de novo! ‒ Brianna chorava, após acordar e perceber estar vestida.

— Ratinha? Não é ratinha não, né filha? Vem cá meu amorzinho.

Eu não tinha mais nenhum medo de manusear Bree e seu corpinho molengo. Tirei o macacão enquanto ela guinchava vermelha de tão irritada, e a aninhei em meu peito, sussurrando palavras de conforto. O choro cessou três segundos depois, e ela abriu os imensos olhos, primeiro me censurando, suas sobrancelhas ruivas unidas deixando seu rostinho sério, quase carrancudo, depois relaxou e voltou a resmungar como se quisesse conversar comigo.

— Papai comprou tanta roupa e você só quer ficar com o bumbum de fora. ‒ Sons baixos vieram do meu colo, da boquinha em formato de "O", como se ela fizesse força para me responder.

— É um pouco assustador quando ela faz isso. ‒ Claire me olhava com espanto e admiração. — Qualquer hora dessa, ela vai responder você, a força que ela faz, o jeito que ela te olha e segue a sua voz. Nunca vi nada assim. Só podia ser cria de Jamie Fraser!

— Ela é extraordinária, igual à mãe dela, sabe?

— Mas o crédito é seu, querido, você fala com ela todos os dias desde o começo da gravidez. Não vai me surpreender quando a primeira palavra dela for papai. ‒ Claire sorriu e tocou as costas de Brianna. — Morna, igual o pai. Acho que ela odeia roupas porque tem um forno interno, igual você!

— Talvez seja isso mesmo, ela tem o sangue quente escocês.

— Não vou colocar pijama nela essa noite, vamos ver se dorme mais que duas horas novamente.

— Não vamos mais insistir na roupa, Sassenach, tentamos, mas ela odeia.

— Tão pequena pra já odiar alguma coisa.

— Ela é precoce. Vai falar cedo, vai andar cedo...

— Pode por favor fazer a matrícula dela na faculdade amanhã? Eu realmente preciso dormir a noite toda.

— Algo me diz que quando ela for para a faculdade, nós não vamos dormir muito.

— Você, papai, não vai dormir quando ela trouxer para casa o primeiro namorado, ou namorada...

— Ah, que isso não aconteça cedo demais ou teremos um conflito aqui.

Bree havia tomado múltiplas vacinas, ficando enjoada, sem dormir muito e grudada em Claire. Nós não dormimos quase nada nas três primeiras noites após a visita ao pediatra, então, com uma conversa muito franca de pais de primeira viagem e muita relutância, Claire aceitou oferecer a chupeta à filha, mesmo que só em alguns momentos, o que foi bastante positivo, principalmente durante a noite. A coisinha passou a dormir um pouco mais, sugando incansavelmente a chupeta, calma e controlada, mas havia prazo de validade, porque em certa altura, percebendo não se tratar do mamilo da mãe, Bree virava o rostinho até se libertar do bico de plástico, e então chorava até ser atendida e ganhar um colinho.



Coisas que sei sobre você

Você estava aceitando mais a cadeirinha, mas vieram novas vacinas e o único lugar que te deixa tranquila é no meu colo, mais ainda no da sua mãe. Não sei se é porque te mimei desde a barriga, ou se é só porque sua mãe é irresistível demais, mas o fato é que, você ama ficar no colo, ama o contato físico. Basta um carinho para você relaxar seu corpinho quando está chorando sozinha no berço, basta te colocar no cheiro de Claire, para você abrir os olhos e conversar conosco, sempre com olhar questionador.

Você segue a minha voz, minha entonação chama a sua atenção e isso é incrível. Estou completamente apaixonado. Você gosta de música, as melodias te fazem olhar para os lados, explorando o ambiente, até finalmente se entregar ao mundo dos sonhos. Você ama o barulho da chuva e isso te acalma muito, e posso dizer que você puxou isso de mim, porque nasci e cresci ao som dos pingos d'água despencando do céu na Escócia. Lá chove quase o ano todo.

Às vezes você aceita as roupas, fica parecendo uma boneca vestida, mas às vezes te despir é a única solução para te fazer parar de resmungar. Você tem um mama favorito, que é o direito, quando mamãe te troca de lado, você resmunga e não mama muito, fica batendo o rosto contra o peito dela, focinhando atrás da fonte, que está logo ali, mas se nega a aceitá-lo.

Você é forte e vigorosa, me acertou no nariz com seu pezinho e confesso que vi estrelas. Você tem inclinado seu corpo para o lado esquerdo, e mamãe e eu suspeitamos que você seja canhota, pela forma como move seus bracinhos e eleva a mão. Eu sou canhoto, talvez você puxe isso de mim também.

27/01/2021 - Agasalhada para sair de casa e ir até a pediatra, mas tenho que contar que você chorou muito até pegar no sono. Eu amo esse cobertor de ursinho, foi uma das primeiras coisas que comprei e vou guardá-lo até você fazer dezoito anos.

28/01/2021 - Você está toda manhosa por conta das vacinas. Mamãe tirou essa foto sua, adormecida no meu peito, ouvindo as batidas do meu coração, tranquila com sua primeira chupeta. Mamãe cedeu!

Um dos registros do seu mama favorito. Se deixar, você fica horas nessa mesma posição, sentindo o cheiro da sua mãe, encostada na pele dela, segura em seus braços, num mundinho só de vocês, e eu, como um atento e apaixonado espectador. 



***

Antes de partir, deixe a sua estrelinha e até mais!

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