Um Retorno Inesperado | ✓

By abewrite

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Lauren Anderson tinha quinze anos quando teve que se mudar de sua cidade natal para morar em Londres e assim... More

Acervo
Capítulo 1
Capítulo 2
capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capitulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Epílogo
Agradecimentos
SUR-PRE-SA!

Capítulo 30

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By abewrite

Acordei com o meu celular vibrando na mesa ao lado da cama. Era uma mensagem do Daniel, igual a de ontem se não fosse pelo "bom dia".

Será que ele pretendia me enviar foto dele com o gato toda noite e toda manhã?

Sorri e digitei "fofos" em resposta.

Dez minutos depois, lá estava ele tocando a campainha da casa. Minha mãe atendeu e o convidou para entrar, já que eu ainda estava tomando café.

- Você já tomou café, Daniel? - Minha mãe perguntou enquanto cedia espaço para ele entrar na cozinha.

- Não, Sra. Anderson. Não costumo tomar café da manhã. - Ele sorriu sem graça e ela o olhou com repreensão.

- Senta ali, senta. - Ela apontou para a cadeira ao meu lado e saiu empurrando ele para que se sentasse por bem ou por mal.

- Sr. Anderson. - Sorriu e cumprimentou meu pai que fez o mesmo. - Oi, medrosa. - Bagunçou o meu cabelo como se fosse um cachorro.

O fuzilei e meu pai apenas riu.

Minha mãe colocou duas panquecas com mel na sua frente e um suco de laranja, então, mandou comer tudo.

- Por que chegou mais cedo hoje? - Perguntei terminando de comer o meu café.

- Nada, foi por acaso mesmo. Deixei Batman no veterinário e vim para cá. - Deu de ombros comendo um pedaço da panqueca.

- A Lauren nos contou que você fez companhia a ela ontem enquanto estava sem energia. Ela ficou com muito medo? - Minha mãe perguntou sentando-se ao lado do meu pai.

- Mãe... - Repreendi, mas ela me ignorou.

- Ah, com certeza ficou. A Lauren morre de medo de escuro desde bebê. - Meu pai riu bebendo seu suco e eu revirei os olhos.

- Vocês tinham que ver. Ela não me largou a noite inteira. - Daniel sorriu zombeteiro.

Meus pais gargalharam e eu bati em seu braço.

Eles formaram algum tipo de complô para zombar de mim?

- Que mentiroso! Foi ele que não quis ir embora enquanto a energia não voltasse. - Revirei os olhos.

Daniel soltou uma risadinha.

- Você quem implorou para que eu ficasse. - Ele deu de ombros o que fez meus pais nos olharem surpresos.

Idiota. Estava fazendo de propósito!

- Vamos logo. - Me levantei, impaciente e ele riu. - Tchau mãe, tchau pai. A tarde eu vou com o Daniel levar o gato que eu falei que resgatamos ao veterinário. - Avisei e eles entreolharam-se.

- Ok, filha. Divirtam-se e bons estudos. - Minha mãe sorriu para nós.

- Até mais, Sr. e Sra. Anderson. - Daniel despediu-se e nós saímos de casa.

Encontramos com Bryan em frente a casa dele e fomos conversando até a escola. Ao chegarmos lá, tirei os livros das primeiras aulas do armário quando Jonathan aproximou-se.

- Ei, Lauren. Eu trouxe o quadro. - Ele me mostrou a pintura que tínhamos feito.

- Meu deus, é verdade. - Arregalei os olhos. - Tinha esquecido completamente que hoje entregaríamos o quadro. - Ri e balancei a cabeça negativamente.

- Eu desconfiei. - Riu. - Pelo menos, já está pronto. Eu já assinei nossos nomes embaixo. - Sorriu.

- Obrigada. - Sorri sem graça. - Espero que a professora goste.

O sinal tocou e eu me despedi dele. Entrei na sala e fui até meus amigos que já estavam sentados nos seus respectivos lugares.

- Bom dia. - Me sentei na cadeira ao lado da Julie.

- Bom dia, sumida. Por que você não respondeu minhas mensagens ontem? - Mel falou na minha frente.

- Desculpa, acabei não olhando as notificações ontem. Prometo que olho depois. - Sorri e ela assentiu.

- Ontem faltou energia no bairro em péssima hora! Logo quando a partida ia começar no Fortnite. - Bryan bufou, desapontado.

Gargalhamos.

- A Lauren me obrigou a ficar com ela a noite toda. - Daniel zombou ao meu lado.

Sério? Ele falaria isso para todo mundo?

Revirei os olhos.

- Não enche! - Empurrei seu ombro de leve e ele riu.

- Vocês ficaram sozinhos no escuro? - Jack sorriu travesso fazendo todos rirem.

O olhei horrorizada.

- Cala a boca, cara! - Daniel revirou os olhos.

- O que ficaram fazendo enquanto estava sem energia? - Julie perguntou desconfiada.

- Nada demais. - Bufei. - Conversamos, vimos série, procuramos lanternas e achamos um gato também. - Dei de ombros.

- Um gato? - Mel disse animada pela notícia. - Deixa eu ver, deixa eu ver!

Daniel pegou o celular e mostrou a foto que ele tinha me mandado essa manhã.

- Owwwwnt, que coisa mais fofinha! - Mel pegou o celular do Daniel na mão com os olhos brilhantes.

Ela era apaixonada por gatos desde criança e não por acaso, tinha quatro em casa.

Todos olharam a foto admirados.

- Qual é o nome? - Julie disse entregando o celular para o dono.

- Batman. - Sorri. - Pedi para que o Daniel ficasse com ele, já que eu não posso e vamos dividir as despesas.

- Então vocês são os pais dele? - Bryan sorriu divertido.

Revirei os olhos e ri.

- Vocês são Inacreditáveis.

Eles gargalharam.

Entrei na aula de artes conversando com o Jonathan e nos sentamos na primeira fileira. A professora entrou logo em seguida com um sorriso no rosto e um macacão artístico todo sujo de tinta seca.

- Bom dia, galera! - Ela disse, animada. - Todos trouxeram os trabalhos, certo?!

Ela pegou um pequeno caderno de anotações da sua bolsa e começou a olhar os quadros de todas as duplas. Ela observava as obras minuciosamente e sem falar nada, anotava alguma coisa.

- Será que ela não vai dizer nossas notas? - Murmurei para Jonathan ao meu lado.

- Espero que sim, estou curioso. Nunca me dediquei tanto a uma pintura antes. - Ele riu e eu concordei.

Quando chegou a nossa vez, ela ficou bastante tempo observando cada mínimo detalhe da tela e quando terminou, se foi.

Olhei para Jonathan apreensiva e ele deu de ombros, confuso.

Assim que ela terminou de olhar, voltou a sua mesa e ficou por longos segundos em silêncio até começar a falar.

- Bom, pessoal, todas as obras estavam incríveis demais. Deu para ver nitidamente que todos fizeram questão de caprichar na pintura. Estão de parabéns! - Ela sorriu, contente e um suspiro foi soltado por toda a sala.

Assim que acabou a aula, a professora dispensou a sala e pediu para que eu e Jonathan ficássemos na sala.

Nos levantamos apreensivos e fomos até a sua mesa.

- Então, a senhorita queria nos dizer algo? - Jonathan perguntou nervoso.

- Ah sim. - Sorriu. - Queria parabenizar vocês individualmente pela obra que fizeram. Ficou exatamente como descrito no livro, foi surpreendente.

- Sério? - Arregalei os olhos, surpresa.

- Sim. E também vocês foram os únicos que representaram a parte do duelo. - Sorriu. - Gostei bastante, tiveram um A+ merecido.

Arregalei os olhos e olhei para Jonathan que alargou o sorriso.

Agradecemos a professora e saímos da sala, contentes.

- Eu não acredito! Fomos os únicos que tiramos A+! - Sorri de orelha a orelha enquanto caminhava até a saída.

- Depois de dias fazendo aquela tela, acho que merecemos. - ele riu da minha empolgação.

- Com certeza! - Parei em sua frente. - Nos divertimos muito, não acha? - Sorri.

Concordou.

- Foi um prazer trabalhar com você, signorita! - Pegou minha mão e a beijou gentilmente.

Sorri.

Me lembrei da conversa que tivemos. Realmente, funcionamos bem como amigos e o fato dele ter sido sincero antes que o que tinha entre nós tornasse-se mais sério, foi o principal para que pudéssemos criar uma relação de amizade.

Depois do que aconteceu com o Carter, atitudes assim me deixavam emocionada.

Quando dei por mim, enrosquei meus braços em seu pescoço e fiquei nas pontas dos pés para o abraçar. Ele ficou surpreso no começo, mas retribuiu com gentileza.

Era a primeira vez que o abraçava, talvez ele tenha ficado confuso por isso.

Afastei-me de seu corpo e sorri.

- Do nada? - Ele sorriu.

- Você tinha razão. Funcionamos bem como amigos e acho que não te agradeci por ter sido sincero, então, obrigada. - Sorri sem graça.

- Accidenti! Sei la cosa più dolce! - Apertou minhas bochechas como se fosse uma criança. (Caramba! Você é uma coisinha muito fofa!)

Gargalhei deduzindo ser algum elogio e vi Daniel aproximar-se.

- Oi! - Sorri.

- Oi... - Daniel sorriu meio sem graça. - Desculpa atrapalhar.

- E aí, cara. - Jonathan o cumprimentou dando batidinhas em suas costas. - Não atrapalhou, não. Na verdade já estava indo embora. - Sorriu.

- Tem certeza? Vocês pareciam estar conversando. - Franziu a testa.

- N-não! - Gaguejei por algum motivo. - Quer dizer, estávamos, mas era sobre o trabalho.

- Bom, ela é toda sua agora. - Jonathan piscou e vi as bochechas de Daniel ficarem um pouco rosadas. - Até amanhã! - Acenou e afastou-se de onde estávamos.

Que estranho...

- Vamos? O Dr. Berkley disse que Batman já esta nos esperando. - Ele sorriu e eu concordei.

- Para onde? - Julie perguntou chegando com os outros.

- Pegar o Batman no veterinário. Querem ir? - Perguntei. - Vamos ao petshop depois.

Eles trocaram olhares por micro segundos antes de negarem com a cabeça.

- Eu tenho que fazer compras com a minha mãe. - Mel sorriu.

- Eu vou ficar de babá do meu primo hoje a tarde. Sabe como é o Addison... - Julie coçou a nuca.

- Eu vou...para cara da minha vó, nem dá. - Jack riu meio nervoso.

Arqueei as sobrancelhas.

- Idiotas... - ouvi Daniel murmurar ao meu lado.

- Por que estão agindo estranho? - Arqueei as sobrancelhas.

- Nada. Boa sorte e mandem fotos do Batman! - Mel sorriu e saiu andando antes mesmo de se despedir.

Os outros concordaram automaticamente e, assim como a morena, saíram acenando como se estivessem com pressa.

- Bryan! - Daniel chamou e ele voltou a nos olhar. - Você não vai pegar carona?

- Ah, não. Eu vou na casa do...da minha tia agora, pegar uma coisa que minha mãe pediu. Até amanhã! - Acenou e saiu correndo como um maluco.

- O que deu neles hoje? - Perguntei totalmente confusa.

Daniel passou a mão no rosto, impaciente e, sem me responder, começou a andar até o carro.

Quando chegamos na clínica, a recepção estava apenas com a recepcionista que olhava atenta para o computor.

- Olá, boa tarde! - Sorriu simpática. - Daniel Campbell, certo?

Ele assentiu e ela nos conduziu a um corredor a direita com quatro portas. Entrou na primeira porta e nós a acompanhamos. Lá dentro tinha vários cercados aramados e alguns deles estavam com gatos. Ela andou até a penúltima fileira de cercados e viu a placa do lado com o nome do gato.

- Batman, seus pais chegaram! - Ela falou com uma voz fina.

Eu e Daniel trocamos olhares rápidos por constrangimento.

Ela abriu a porta do cercado e eu peguei o felino em meu colo.

- Oi, neném! - Fiz carinho em sua pelagem e ele ronronou.

- Ele é bem tranquilo e dócil, mas demorou para que pegasse confiança em mim e no Dr. Berkley. - Ela sorriu fazendo carinho nele.

- Ele está aí? - Daniel perguntou e ela assentiu.

- Estão esperando vocês. Ele quer dar alguns detalhes. - Sorriu.

Ela nos orientou até a última sala do corredor e bateu na porta que tinha uma placa escrito "consultório".

- Dr. Berkley, eles chegaram. - A recepcionista nos anunciou e abriu espaço para que entrássemos na sala.

Um homem no auge de seus quarenta e cinco anos levantou-se com um sorriso. Tinha olhos verde escuros, óculos quadrados e barba e cabelo parcialmente grisalhos.

- Daniel! - Disse animado. - Quanto tempo!

Os dois cumprimentaram-se com um aperto de mão íntimo.

- Como estão os seus pais? - Perguntou.

- O de sempre, você sabe. - Daniel riu com o nariz e o veterinário assentiu.

- Esses dois, sempre muito ocupados. - Balançou a cabeça e virou-se para mim. - E você é...? - Estendeu sua mão com um sorriso.

- Lauren Anderson. - O cumprimentei.

- Muito prazer, Lauren. Meu nome é John Berkley. - Sorriu simpático. - Olá novamente, Batman! - Ele sorriu acariciando o gatinho em meu colo. - Bom, por sorte o bichano não estava com nenhuma doença, apesar de ser de rua, mas já tem seis meses e ainda não tem nenhuma vacina. Então, eu apliquei as duas primeiras que devem ser aplicadas nos primeiros meses de vida do gato. - Ele disse sentando em sua cadeira de frente para nós. 

- Obrigada, Dr. Berkley. - Sorri. - Então está tudo bem com ele?

- Bom, a princípio sim, mas quero que coletem um exame de fezes e me tragam amanhã mesmo para me certificar que está tudo certo. - Ele escreveu algo em sua receita.

Pegou um pote pequeno de tampa vermelha e colocou em cima da mesa.

- Aliás, ele está abaixo do seu peso ideal, por isso está tão magro. Então, ele precisa alimentar-se bem. - O homem sorriu. - Eu indico uma dessas três rações. São fontes de muitos nutrientes para os gatos, mas também usem sachês alternativos para ajudar. - Ele me deu um pedaço de papel com as três rações anotadas.

- Tem mais alguma coisa? - Daniel perguntou.

- Dei um banho a seco para garantir que ele não transmita nenhuma doença para vocês e também para que ele fique cem por cento limpo, assim vocês vão ter mais liberdade. - Ele riu e nós o acompanhamos.

O Dr. Berkley nos deu mais algumas dicas em relação ao cuidado do gato e nos despedimos.

- Agora, vamos para o petshop que tem aqui perto. - Daniel disse partindo com o carro.

Entramos na loja cheia de produtos para animais de estimação separados em diferentes setores, um para cada bichano.

- Fiz uma lista do que precisamos comprar de início. - Falei pegando meu celular. - Bebedouro, comedouro, areia, caixa da areia, ração, brinquedinhos, tapete para a caixa de areia que assim ele pode limpar as patas e...- Olhei para Daniel que me observava com um sorriso divertido.

- Que foi?

- Você é uma mãe muito atenciosa, parabéns. - Riu e distanciou-se entrando em um corredor cheio de comedouros.

Revirei os olhos com um pequeno sorriso e o acompanhei.

- Então, vamos escolher qual? - Ele perguntou olhando para as quatro prateleiras.

- Acho que podemos comprar um que venha o comedouro e o bebedouro juntos. - Dei de ombros.

- Certo, que tal esse? - Apontou para um em inox e elevados em um suporte de plástico azul.

- Gostei. - Sorri.

- Certo, então vamos levar. - Ele colocou o gato em meu colo e botou o kit em uma cesta.

Escolhemos a areia com ajuda de uma funcionária, depois pegamos um kit com a caixa da areia branca com rebordo alto, uma pá de alumínio e o tapete higiênico da mesma cor da caixa. Depois fomos para as rações e escolhemos uma das três que o Dr. Berkley havia indicado, pegamos sachês e alguns petiscos e nos direcionamos ao corredor dos brinquedos.

- Acho que o brinquedo ele que deve escolher, né? - Daniel me olhou e eu assenti.

- Tenta esse. - Peguei uma varinha com uma pena na ponta e entreguei a ele.

Ele balançou na frente do gato e o felino tentava pegá-la com as patas de forma fofa.

- Acho que ele gostou. - Daniel sorriu vendo Batman animar-se.

- Podemos comprar esse kit com dois ratinhos de brinquedo, essa varinha com a pena e uma bolinha que faz barulho, por enquanto. O que acha? - Sugeri e ele concordou.

Coloquei tudo dentro da cesta e fomos procurar pela cama dele enquanto Daniel entretia-se ao brincar com o gato usando a varinha com a pena.

Ri com a cena.

- Olha que fofo! - Peguei uma cama em formato de tubarão de boca aberta. - Será que ele vai gostar? - Perguntei para o Daniel e ele olhou para a cama.

- Combina com ele. - Sorriu.

- Coloca ele aí dentro para ver como que fica. - Sugeri.

Não precisou de muito incentivo para que o gato entrasse na cama e deitasse nela. Abaixamos um pouco para vê-lo deitado e nossos rostos aproximaram-se um do outro.

- Acho que ele gostou. - Sorri olhando Batman que tinha seus olhos azuis grandes focados em nós de maneira fofa.

Senti Daniel me observar e o olhei.

- O que acha? - Perguntei.

Ele sorriu com olhos brilhantes. Não sabia que ele gostava tanto de gatos.

- É perfeito. - Murmurou acariciando o bichinho a nossa frente. - Vamos tirar uma foto. - Ele pegou o celular e bateu uma foto de nós três.

- Mas, também acho que podemos comprar uma cama suspensa para colocar na parede. Gatos gostam disso, né? - Ele perguntou e eu assenti.

- Mas, não sei se vou ter dinheiro para esse tanto de coisa. - Ri.

- Não tem problema, eu pago. - Disse pegando a cesta da minha mão e deixando o gato para trás.

Peguei o Batman e a cama onde ele estava deitado e corri até Daniel que já estava no setor de camas suspensas.

- Daniel, não precisa disso. Nós concordamos em dividir as despesas, lembra?! - Falei alcançando-o.

- Sim, eu sei. Por isso que vou comprar a cama suspensa e não você. - Disse óbvio.

- Mas... - Tentei protestar mas ele nem me deixou terminar de falar.

- Quieta! Eu vou comprar e pronto. - Disse decidido e continuou andando.

Balancei a cabeça e ri.

Ele perguntou a uma funcionária qual era a cama suspensa mais vendida da loja e ela nos mostrou uma que parecia uma prateleira envolto em um tecido bem macio e grosso. Também vinha com um conjunto de astes que formavam uma espécie de escada para que o gatinho tivesse mais facilidade para subir.

- Ok, vou levar essa e mais essas coisas. - Disse dando a cesta a mulher.

Ela assentiu e nos conduziu ao caixa.

Depois de pagarmos por tudo, fomos para a casa do Daniel. Entramos no quarto dele e ele fechou a porta para que Batman não fugisse. Confesso que fiquei levemente nervosa e não sabia muito bem o porquê.

- Pode ficar a vontade. - Ele sorriu indo até a janela e a fechou também.

Isso me deixou mais sem graça do que já estava normalmente.

Tirei meu tênis e sentei-me na cama com Batman que deitou-se com a cabeça em minha perna. Ele estava começando a acostumar-se melhor conosco.

- Ele ficou quieto essa madrugada? - Perguntei vendo Daniel procurar por algo em sua gaveta de roupas.

- Até que sim. No começo ele andou por todo o quarto, mas espalhei papéis da empresa que normalmente iriam para o lixo para caso ele quisesse fazer suas necessidades em algum lugar. - Riu e sentou-se de frente para mim na cama.

Abrimos todas as sacolas enquanto Batman brincava feliz com elas.

- Você vai deixar as coisas dele aqui no quarto mesmo? - Perguntei.

- Acho que sim, menos a caixa de areia. Vou colocar no corredor, do lado da minha porta. Foi lá que ele fez o cocozinho. - Deu de ombros.

Gargalhei.

- O quê? - Me olhou confuso.

- Cocozinho... - Zombei e ele revirou os olhos.

Ele colocou comida e água nos potes e rapidamente Batman avançou neles.

- Estava com fome, tadinho. - Daniel riu e sentou-se na cama novamente. Assenti.

- Então, onde você vai colocar as camas? - Perguntei.

- A cama suspensa pode ficar aqui. - Ele apontou para uma parte vazia da parede em frente a sua cama. - E a tubacama pode ficar no chão. - Deu de ombros.

- A tuba o quê? - Franzi a testa.

- Tubacama. - Repetiu e eu joguei meu corpo para trás explodindo em gargalhadas.

Ele não aguentou e começou a rir junto.

- Do que você está rindo? Foi genial! Tubarão e cama, tubacama! - Disse maravilhado com a sua própria criatividade.

- Dessa vez vou ter que concordar. - Ri.

Revirou os olhos com um sorriso e tirou seus tênis. Encostou-se na cabeceira da cama com os braços atrás de sua cabeça e as pernas cruzadas. Com os braços dobrados dessa maneira, seus músculos ficavam bem mais visíveis. Os treinos do futebol devem ser intensos.

Encostei-me na cabeceira também, ao seu lado e coloquei meus pés para cima.

Ele começou a rir.

- O quê? - Olhei para ele confusa.

- Tinha me esquecido de como você fica fofa de meias engraçadas. - Sorriu observando minhas meias rosas cheia de morango.

Eu costumava usar esses tipos de meia com calça.

Sorri, meio constrangida e senti minhas bochechas esquentarem.

- Eu gosto. - Balancei meus pés.

- Eu sei. Você ainda tem aquelas de sapo que eu te dei de natal? - Perguntou olhando-me e eu assenti.

- Eu uso muito para dormir.

Ele riu com o nariz.

Ficamos nos encarando por um tempo, em silêncio. Seus olhos estavam prendendo muito a minha atenção ultimamente.

- Você não deveria estar no estágio? - Perguntei tentando afastar esses pensamentos estranhos.

- Vou trabalhar no sábado. - Ele deu de ombros.

- Pensei que você não gostasse de trabalhar no sábado. - Franzi a testa confusa.

- Não gosto, mas tinhamos marcado de ir ao veterinário. - Falou simples.

- Daniel... - Repreendi. - Eu poderia ter ido sozinha, não precisava ter ido comigo.

- Eu sei, mas eu queria. - Olhou-me. - Prefiro mil vezes ficar com você do que ir para o estágio. - Riu.

Eu teria corado violentamente se não fosse por minha preocupação.

- Assim você vai ter problemas com o seu pai. - Suspirei.

- Nada que eu já não tenha. - Deu de ombros, indiferente.

Bufei, impaciente e sentei-me de frente para ele.

- Daniel, é sério. Você não pode ficar faltando o estágio por uma besteira dessas.

- Quem disse que é besteira? - Arqueou as sobrancelhas.

- Você sabe como o seu pai pega no seu pé e ainda quer piorar as coisas? Eu não quero ser motivo para que vocês tenham mais problemas. - Cruzei os braços, irritada.

Como ele podia ser tão teimoso?

- Relaxa, só foi dessa vez, sua chata. - Fez careta e eu não consegui deixar de rir.

- Acho bom mesmo. - Voltei e encostei-me novamente na cabeceira.

- Mandona. - Murmurou e eu sorri.

O gato terminou de comer e pulou na cama, miou e deitou-se entre a gente.

Daniel fez carinho na barriga do peludo que esticou-se todo e bocejou. Ficamos em silêncio e não demorou muito para que o gato dormisse. Mas, não era só Batman que sentiu o sono pesar sobre ele. Meus olhos começavam a fechar também e por mais que eu tivesse tentado controla-los, foi impossível. 

Oi, oi, oi!
Olha como eu estou empenhada na postagem dos capítulos. Viu?!

E aí, o que vocês acharam desse? Eu achei muito fofinho, meu coração tá todo derretido. Não sei quem é mais fofo: o gatinho ou os pais dele. E aí, quem vocês acham?

Comentem muito, não esqueçam de votar e até o próximo!

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