Misty (Girl's Love)

Bởi LidFlower

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(Obra Em Andamento) Títulos da obra: Misty; Nebuloso. Autora: LidFlower. Gêneros: Drama, fantasia, romance, a... Xem Thêm

Aviso
1 - O azul dos olhos medonhos
2 - A maciez daqueles belos lábios
3 - Vermelho como o vinho
5 - As criaturas da montanha
5.1 - Extra: As íris azuis na pele alva
6 - Bondade justificada
7 - A pele morena refletida sob a luz
8 - O brilho cintilante das estrelas
8.1 - Extra: Os traços negros como azeviche
9 - O sorriso da beleza
10 - O homem espalhafatoso
11 - Desenterrando memórias
12 - Lembranças
12.1 - Extra: Sacrifício
13 - Artefato
14 - Os brincos perolados
14.1 - Extra 4: Treinamento
15 - Luz e água
16 - A beleza da natureza

4 - Os padrões espiralados

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Bởi LidFlower


Eu não sabia ao certo o que falar, se deveria respondê-la ou perguntar o motivo de ela estar aqui. Eu a senti se aproximar de mim a passos calmos e curtos, mas mantive-me inerte, ainda tentando decidir o que deveria fazer em seguida. Busquei todas as memórias antigas de minha mente, da vida pacata que tive na infância e da mulher que me agraciou com a vida, e isso trouxe novamente à tona o motivo de eu estar aqui.

Sim, eu queria viver, não tive coragem de dar fim à vida que me foi dada com tanto esmero, não importava o quão enfadonha pudesse parecer aos meus olhos. Um pouco mais determinada, fitei a mulher enquanto traçava as marcas em meus braços, expondo-as a ela, e a vi analisá-las calmamente.

"Você sabe me dizer o que são essas coisas?" Perguntei com uma voz expectante, ignorando sua pergunta anterior, talvez ela soubesse, havia uma pequena possibilidade.

"Não." Sua voz suave adentrou meus ouvidos, trazendo-me um pouco de regozijo ao escutá-la, mas ao mesmo tempo, senti a frustração me corroendo internamente. "Mas, não consigo evitar querer tocá-las." Seus olhos cravaram-se em meus braços. "Posso?"

Ainda hesitante, assenti, um pouco confusa, observando-a se abaixar para apoiar-se nos joelhos ao meu lado, estender a mão e percorrer as marcas com os dedos, e onde quer que tocassem, eu sentiria uma onda de arrepios difundindo-se pelo meu corpo, fechei os olhos, apreciando os toques prazerosos em minha pele, sinuosa e delicadamente traçando cada centímetro da maldição que me condenava. Então parou, seus dedos se afastaram de mim, e eu abri os olhos para olhá-la novamente.

"Quem é você?" Minha voz saiu trêmula, e repleta de confusão e estranheza. Lembrei-me do sabor de seus lábios e me perguntei como seria a sensação de tocá-los novamente, seria inebriante como na primeira vez?

"Meish, esse é o meu nome. E você é a primeira pessoa que vejo há anos. Estou curiosa, por que você? Não me pareces ambiciosa." O sorriso permanecia pendurado em seu rosto, mas não era suficiente para me acalmar, não enquanto eu ainda sentia o calor de seus toques em meus braços e lábios.

"Acho que não tive escolha." Suspirei em resignação, dando de ombros. "Mas, então, o que você faz aqui? Esse também não parece ser o tipo de lugar ideal para se morar." Eu gostaria de perguntar muitas outras coisas, queria enchê-la de questionamentos e descobrir onde exatamente eu estava, o que eram as órbitas azuis, a sensação aterradora da noite. Mas me contive, senti que havia algo em seu olhar me dizendo que ela era igual a mim, e não me daria todas as informações que eu precisava, não importava quantas perguntas fizesse.

Aprendi muitas coisas durante as minhas viagens, e uma delas era limitar o que falaria para as outras pessoas, cada conversa e interação que tive foram comedidas, e eu sabia que esse pequeno detalhe havia me livrado de muitos inconvenientes.

"Aprisionada." Ela disse simplesmente, poupando-se de fornecer mais detalhes. Se eu a atacasse, poderia forçá-la a falar mais? Não pude deixar de cogitar a possibilidade. "Quando pretende sair daqui?" Meish me encarou diretamente ao questionar-me.

"Preciso encontrar uma coisa antes."

"E o que seria?"

"Eu não sei." Deitei-me sobre as folhas no chão, optando por baixar um pouco a guarda em sua frente, se ela quisesse me machucar, teria o feito enquanto eu estava desmaiada, e de alguma forma, eu não sentia mais dores, isso era um alívio, mesmo que eu tivesse me acostumado à agonia trazida pela maldição. "Ouvi falar que saberia quando chegasse aqui e, bem, acho que ainda não sei."

"Você vai descobrir." Ela disse. Continuei a fitar o teto da caverna, sentindo seu olhar em mim.

"Eu espero." Por fim, me levantei. "Foi você quem me tirou da água?" Perguntei, embora já soubesse a resposta.

"Quem mais seria? Os oxers?" Sua voz soava divertida, Meish também se levantou e caminhou até os remanescentes da fogueira, apagando as brasas que teimavam em manter-se acesas. E então, ela andou em direção à saída da caverna, gesticulando para que eu a acompanhasse.

"Oxers? Onde estamos exatamente?" Segui-a, caminhando apressadamente para alcançá-la. Ocorreram coisas demais ultimamente e percebi apenas agora que meus pertences haviam sumido, provavelmente os esqueci em algum lugar enquanto fugia de quem quer que tenha me paralisado.

"Criaturas da montanha, suponho que já deva ter ouvido falar delas. São uma lenda antiga, bastante conhecida até mesmo pelos humanos de séculos atrás. Como as pessoas as descrevem atualmente? Seres algozes e desalmados que caçam presas humanas a fim de roubar-lhes a alma? Deixe-me aconselhá-la, se não quiser morrer, não volte mais aqui, mantenha-se tão longe quanto puder."

Eu caminhava logo atrás, e a visão que tive dela foi de suas costas iluminadas pelos raios solares, as alças do vestido cobriam parcialmente os ombros, o vermelho de sua roupa destacando-se entre as árvores. Ignorei a primeira parte de sua fala sarcástica, mas a outra parte me atingiu. Não consegui evitar sorrir melancolicamente, aquelas palavras me pareceram ridículas, até estúpidas. Não morrer? Soava como uma sátira fajuta.

"Você vai me dizer por que não me deixou morrer afogada?" Mudei de assunto, não pretendia parar de fazer perguntas, sentia que ela conhecia esses terrenos, mas isso não importava. Cheguei aqui sozinha, se não conseguisse sair, não faria diferença, eu morreria de qualquer forma, mas ao menos seria consciente de que valorizei minha vida descartável.

Meish parou de caminhar, então se virou para mim e sorriu, os dentes à mostra, me pareceu que ela gostava de sorrir, embora não necessariamente de felicidade. "Vou explicar apenas uma vez, escute, você me libertou, então o mínimo que eu poderia fazer era salvar sua vida ordinária. Vou te dar duas escolhas, primeira, siga-me e vou te guiar para fora daqui, segunda, você pode ficar por conta própria e procurar o que veio buscar aqui, se for assim tão importante para você."

Escutei-a em transe, inconscientemente comparando os atos gentis da noite anterior às palavras atuais.

"Como eu te liberei?"

"Você só precisa saber que o fez e, por isso, estou disposta a te ajudar." Meish falava em um tom ligeiramente impositivo, levantando um pouco a voz para me propor-me escolhas.

Disposta a me ajudar? Ajudar a encontrar a cura para a causa das dores que me atormentavam? Deveria contar a ela sobre isso? Não havia dúvidas de que ela não era uma mulher como as que eu já vi, não ousei fazer algo contra ela, sentia que não era tão fraca quanto a princípio pareceria.

Baixei a cabeça para fitar o chão, refletindo a respeito de suas palavras. O suor teimava em escorrer pelo meu rosto, forçando-me novamente a enxugá-los com a gola da camisa, as mangas haviam se rasgado de alguma forma, e fiz questão de arrancá-las de vez a ter tecido pendurado em meus braços.

Desviei meu olhar para as marcas que me cobriam, era estranho finalmente conseguir analisá-las, até dias atrás uma mera espiada me faria arrepender-me imediatamente de ter tentado, como se tivessem vida própria, não querendo ser observadas, não por mim. Eu mal sabia como se pareciam, nunca conseguia olhar por tempo demais, sabia apenas que eram negras e formavam padrões e texturas ao toque.

Mas dessa vez, pude verificá-las cuidadosamente, a coloração estava mais suave, os padrões eram espiralados, como se formassem um redemoinho de linhas sinuosas que se sobrepunham umas às outras, quase como se tivessem sido meticulosamente desenhadas, era hipnotizante. Por um momento, pude entender a forma como Meish olhou para os meus braços.

"Então, estarei por conta própria a partir daqui. Agradeço por ter cuidado de mim, e como você mesma disse, já estamos quites." Ergui a cabeça para responder a ela, após algum tempo em reflexão, realmente optei por continuar sozinha, como sempre estive.

Não podia confiar em uma pessoa que havia acabado de conhecer, também não entendia o porquê de ela ter me beijado, Meish agiu como se nunca tivesse acontecido, mas eu não esqueceria uma experiência tão marcante.

Desde a morte de minha mãe, passei cada um de meus dias lutando para sobreviver, não tinha tempo para ter um parceiro e, mesmo se viesse a me interessar, não confiava, nunca confiaria o suficiente para ter alguém ao meu lado. Eu sabia o que era, sabia que haviam homens e mulheres que trocavam uma noite de sexo por algumas moedas de bronze.

Mas nunca tive tais experiências, nunca me interessei, não conseguia entender porque as pessoas se enredavam por toda uma noite, mesmo que isso as deixasse cansadas, o quão bom isso poderia ser? E eu já as havia visto se beijarem, tocar lábios contra lábios, provando o sabor uma da outra, era uma cena comum na cidade durante as noites.

Eu sabia que era um gesto íntimo, mas o quão íntima Meish poderia ser de mim para beijar-me? Senti uma leve necessidade de esclarecer isso.

"Mas, antes que nos separemos, diga-me, porque me beijou?" Encarei-a, capturando cada uma de suas reações. Ela suspirou, sua expressão parecia um tanto atônita, como se não esperasse tal pergunta.

"Vou ter que me desculpar por isso, foi em um momento de desespero. Você pode deixar isso de lado? Estamos quites."

Levei mais um tempo para processar suas palavras, e assenti, no fim, eu concordava com ela, preferia deixar isso de lado. Foi marcante, mas não importante. Para mim, havia um limite para o quanto eu deveria me importar com intimidade física, eu também sabia que, embora um gesto íntimo, as pessoas também trocavam beijos casualmente, como faziam nos bordéis.

Não precisava ser importante, e eu mal a conhecia, não importa o quão inesquecível tenha sido. Ela salvou minha vida, embora eu não soubesse dizer se isso era realmente uma coisa boa.

"Já que você se decidiu, vou seguir meu caminho então, mas antes, não quer viajar comigo por mais um tempo?" Meish sugeriu, cruzando os braços, percebi que ela também suava, os fios de suor escorriam por seu pescoço, estendendo-se até a clavícula, para enfim terminar no tecido vermelho de seu vestido.

Não a respondi, mas assenti novamente, seguindo-a em sua trajetória. Andamos por algum tempo, até que pude ouvir o som de água, suave e doce, fluindo em algum lugar próximo a nós. Olhei para Meish à minha frente, ela parecia saber onde estava indo, caminhando decisivamente, e não tardamos a encontrar o local que ela provavelmente procurava. Eu reconheci o cenário à minha volta, o solo vermelho beijado pelas águas azuis, as correntes prateadas espalhadas pela beira do rio, os raios de sol refletindo seu brilho na calmaria da água.

Meish continuou caminhando na direção da água, passo por passo, até que metade de seu corpo estivesse coberto. Ela se abaixou para molhar o restante do corpo e os cabelos, emergindo da água com uma respiração profunda.

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