(S/n) pov.
Isso não pode estar acontecendo... Eu não posso estar grávida. Vamos lá (S/n), calma, respira, inspira não pi...
— Porra!
Soltei sem pensar e Ally me lançou um olhar repreensor.
— Olha a boca.
Soltei um suspiro antes de deitar minha cabeça em seu colo.
— Há quanto tempo você está atrasada?
— Duas semanas.
Ela suspirou e começou a fazer um carinho gostoso em meu cabelo.
— Ok, nem é tanto tempo assim.
Ela falou de forma calma tentando soar confiante, eu sabia que ela queria me acalmar, mas não tinha como.
— Eu não quero ter um filho agora.
— Mas você sempre quis um, por que está tão nervosa?
Ela perguntou sem entender e eu mordi o lábio. Era verdade, eu sempre quis ser mãe, isso não era lá uma novidade... mas logo agora? Não está cedo demais?
— Não sei...
Suspirei derrotada e me agarrei a cintura dela. A questão é que: eu estou em conflito entre o que eu sinto pela Hailee e pelo o que eu sinto pelo Justin...
A única diferença é que; sim, eu gosto dele... mas ela, bom... ela eu amo. Mas se eu estiver mesmo grávida o que irá mudar entre nós?
— Vamos a farmácia comprar o teste para saber logo.
Ela falou levando e eu senti meu coração se acelerar.
— Mas...
— Sem ''mas'' (S/n), você vai e ponto final.
Eu iria né... quem sou para argumentar com ela?
Hailee pov.
Senti alguém alisar minhas costas e sorri enquanto me mexia lentamente na cama. Virei de barriga para cima toda feliz, porém me decepcionei ao ver Diana... Cadê a (S/n)?Foi só um sonho?
— Até que enfim bela adormecida.
Ela falou com ar de riso e eu sentei na cama esfregando os olhos.
— Espera... ontem foi um sonho?
Questionei confusa, Diana riu balançando a cabeça.
— Não, cabeça de vento. (S/n) esteve aqui mas, ela saiu cedo.
Ela explicou fazendo-me suspirar. Bom, pelo menos não foi um sonho...
— Me conta tudo.
Ela pediu animada e sentou na cama de frente para mim. Sorri amplamente com as lembranças de ontem, os sussurros, os gemidos, os arranhões que ainda estão ardendo, o modo como seu corpo reagiu à mim... tudo, absolutamente tudo.
— Terra chamando Hailee.
Fui desperta dos meus pensamentos pelos dedos de Diana que ela passou em meu rosto, fazendo-me rir e voltar a realidade.
— Então... Nós transamos.
Falei de uma vez e ela abriu a boca surpresa.
— Eu sabia!
Exclamou fazendo-me arquear uma sobrancelha.
— Como?
— Vocês não são nada silenciosas.
Fez uma careta engraçada e eu ri.
— Desculpe por isso.
Fiz sinal de rendição e ela deu de ombros.
— Sério, vocês não são mesmo. Teve horas que eu achei que você estava matando ela, só que aí depois ela gritava para você não parar... eu pensei que talvez ela fosse masoquista, ou não sei, doida mesmo.
Não aguentei e caí na gargalhada, ela me acompanhou.
— Ela é quente. Aaah! Foi a melhor noite da minha vida.
Sorri bobamente e ela sorriu também.
— Dá pra perceber pela sua cara de babaca.
Ela zombou e eu lhe taquei um travesseiro.
— Você deveria estar feliz por mim.
— Mas eu estou.
Parei de rir por uns segundos e ela me olhou confusa. Como seria daqui pra frente? Será que vamos mudar uma com a outra ou iria ser a mesma coisa? Ela iria largar o mauricinho ou fingir que nada aconteceu? Tantas perguntas, e zero de respostas.
— Que foi?
Soltei um suspiro e ela acariciou meu rosto com carinho. A mão quando ela faz isso, ela realmente parece bastante com (S/n), até nos gestos.
— Como vai ser daqui para frente?
Ela entortou a boca compartilhando da mesma expressão que eu.
— Você vai agir normalmente com ela.
Decretou séria e eu a olhei sem entender.
— Como?
— Vocês sempre se provocaram e sempre continuaram a mesma coisa, tudo bem que dessa vez foi pra outra base, mas você vai agir normalmente com ela. Não vai tocar no assunto, deixe ela fazer isso primeiro.
Explicou calmamente, eu a olhei boquiaberta, como ela pode ser tão inteligente assim?
— Nossa...
Soltei abobada e ela riu.
— Eu tenho ótimos planos, eu sei.
Falou de forma convencida jogando os cabelos sobre o ombro direito, eu revirei os olhos.
— E se ela não falar sobre?
— Ela vai falar, Haiz, acredite. Ela ama você, dá pra ver isso de longe.
— Mas ela está com outro.
Falei triste e ela me deu um tapinha.
— Dá para levantar essa auto-estima?
Suspirei abaixando a cabeça. Ela bufou e levantou meu rosto.
— Cabeça erguida moça, você conhece ela melhor do que ninguém e sabe muito bem que tem capacidade de conquistar ela, você prometeu que não ia desistir lembra?
Ela tem razão, eu não posso desistir. Assenti com um sorriso no rosto e ela comemorou.
— Agora vai, levanta dessa cama, toma um banho e cobre esses chupões no seu pescoço.
Apontou para o meu pescoço rindo, por puro reflexo eu coloquei minha mão naregião.
Levantei da cama rapidamente, fui tomar meu banho. Teremos um almoço com todo mundo hoje e eu não via a hora de ver ela de novo... ah, eu nunca vou esquecer a noite de ontem.
Já pronta peguei as chaves do meu carro e fui para a sala encontrar Diana.
— Nossa, caprichou bastante em.
Ela elogiou me olhando de cima a baixo, eu sorri dando uma voltinha, o que fez ela rir.
— Vamos?
Pedi e ela assentiu. Descemos rindo e brincando uma com a outra, ela me avisou que não iria poder ir no almoço.
— Tem certeza que não dá mesmo para você ir?
Perguntei fazendo beicinho e ela riu negando com a cabeça.
— Vai... para com isso, essa chantagem só funciona com a (S/n).
Ela falou rindo e eu lhe mostrei a língua. Ela me deu um beijo na bochecha antes de sair do carro.
— Se precisar de uma ajuda me liga.
Piscou pra mim e eu assenti.
Em pouco tempo, cheguei no restaurante onde as meninas me disseram que seria o almoço, logo encontrei todos já sentados em seus devidos lugares. E lá estava ela... linda como sempre, sorrindo sem parar.
— Pessoal.
Cumprimentei a todos que me cumprimentaram de volta quando sentei ao lado de Dinah.
— Demorou em.
Laur falou de modo malicioso e eu senti o olhar de (S/n) sobre mim.
— Aposto que estava com a Diana.
Dinah deduziu rindo e eu dei de ombros. Olhei para (S/n), vi que ela me encarava séria, mas assim que percebeu meu olhar sobre ela desviou para o outro lado.
Fizemos nossos pedidos e realmente estava sendo uma ótima tarde, se não fosse pelo engomadinho ao lado de (S/n), seria apenas mais uma tarde entre as meninas e eu.
— Então meninas, (S/n) e eu queremos contar uma coisa para vocês.
Justin levantou chamando a atenção de todos e puxou (S/n) junto dele. Todo mundo parou de conversar para prestar atenção nos dois. Sério que eles iriam anunciar o namoro?
— Você fala ou eu falo?
Ele perguntou olhando para (S/a), que estava um pouco desconfortável evitando o contato nos olhos dele.
— Fala logo, Justin!
Dinah pediu/mandou impaciente fazendo as meninas rirem, ele desviou a atenção de (S/n) e assentiu.
Ele olhou para todos nós com expectativa, eu percebia que todos ali estavam apreensivos, eu estava nervosa, sentia que a qualquer momento meu coração iria parar.
— Nós... — Pegou a mão de (S/n), mas especificamente no anelar direito dela. Arregalei os olhos ao ver algo em seu dedo que não tinha visto antes.. Eles não iam... —Vamos nos casar.
Anunciou animado e todas as meninas arregalaram os olhos assim como eu já estava... sim, eles iam se casar. Se eu achava que aquela cena do aeroporto doeu, essa ganhou em disparada.
Depois do susto inicial da notícia, todo mundo levantou para dar os devidos parabéns aos dois, eu não conseguia me mover. Queria correr dali, mas não conseguia, senti meus olhos arderem, mas não descia uma lágrima... Quantas vezes um coração precisa ser quebrado para parar de bater?
— Eu nem preciso falar quem será a madrinha de casamento da (S/a) né?
Aquele mauricinho falou e todos olharam para mim. Sério isso?
— Tão previsível.
Camila falou rindo e todo mundo riu concordando.
— E-eu tenho que dar uma saída rápida.
Avisei ainda me sentindo atordoada com a notícia, saí dali rapidamente ignorando os chamados do meu nome. Corri até o meu carro e peguei meu celular, só uma pessoa podia me ajudar agora. Liguei e no terceiro toque a pessoa atendeu.
— Saudades?
Indagou divertida e eu suspirei, eu não iria chorar, não agora.
— Está em casa?
Perguntei tentando controlar minha voz para não sair embargada, mas não adiantou muito.
— To sim. Aconteceu alguma coisa?
— To indo aí.
Desliguei o celular e liguei o carro.
Ela irá se casar... eu vou perder a minha menina para sempre, ela não pode... ou ela pode?
Droga, mil vezes droga. Por que eu tinha que gostar justamente da minha melhor amiga que vai se casar?
— Merda!
Bati no volante com raiva e pisquei os olhos pra limpar os vestígios de lágrimas. Estacionei o carro de qualquer jeito na rua e corri do carro ativando o alarme em seguida. Toquei a campainha diversas vezes, estava muito angustiada. Quando a porta se abriu eu me joguei em seus braços.
— Mas o qu...
Ela começou a falar, mas eu não deixei, afundei meu rosto em seu pescoço e me permiti chorar, outra vez, como uma criança indefesa.
— Ela vai casar. A minha (S/n) vai se casar.
Consegui falar depois de um tempo, ela suspirou antes de me puxar para dentro de sua casa.
Amar dói, amar alguém que não se deve, dói mais ainda... E eu to aprendendo isso da pior maneira possível.
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depressão.