POV Marcos
O choque! Era exatamente assim que a família Oliveira estava naquele exato momento. Silvana e Renato permaneciam estáticos enquanto Ludmilla se aproximava lentamente do negro a fim de entender que aquilo não era uma miragem tão pouco uma brincadeira de mal gosto.
Ludmilla: - Isso é mesmo real? - Lágrimas banhavam seu rosto. - Marcos, é você mesmo?
Marcos: - Voltei irmã, voltei! - Se jogou em seus braços e viu seus pais se juntarem naquele abraço apertado, cheio de saudade e extremamente emocionante.
O Juiz mesmo querendo que a ordem fosse reestabelecida não foi capaz de impedir esse reencontro e deu longos minutos para a família tentar aproveitar o momento.
Silvana: - Meu filho, meu filho! - Beijava seguidamente o rosto do negro e o apertava muito, enquanto Ludmilla e Renato estavam abraçados chorando com a cena.
Renato: - Filha, o que é que está acontecendo aqui? Nosso menino voltou. - Soluçava.
Ludmilla: - Ahhhh pai, eu não sei nem te explicar o que estou sentindo, só sei que é muito bom! - Puxou um novo abraço em família, onde muitas palavras de amor eram proferidas. Daiane observava de longe com um largo sorriso no rosto, ela preferiu não se aproximar para dar mais privacidade para os Oliveira.
JUIZ: - Senhores, peço que por favor retornem aos seus lugares para que possamos dar continuidade neste julgamento. Convoco o rapaz que pelo que percebo é o morto vivo para prestar esclarecimentos.
Todos se sentaram e Ludmilla conduziu Marcos até a poltrona dos depoentes.
JUIZ: - O sr. invadiu esta audiência e praticamente invalidou este julgamento, uma vez que estamos achando o culpado pela sua morte que é um fato agora comprovadamente falso. Terá que prestar esclarecimentos na delegacia, mas faço questão de entender o que está acontecendo, pode começar a falar!
Marcos: - Certo...
Flashback on
Marcos: - Eu fui roubado carai, você acha que eu ia meter esse loko e sumir com 100 mil em droga? Mais eu te pago, eu tenho grana, só preciso de um tempo.
Caio: - Esse é o problema, seu tempo era hoje, eu vou ser cobrado e vou pagar com a sua cabeça, cansei de você mauricinho filho da puta. - Apontou a arma para Marcos e atirou uma, duas, três vezes contra seu peito.
Minutos depois...
Marcos: - Onde estou? - Um carro de polícia me levava em alta velocidade.
Policial: - Você está a caminho do IML.
Marcos: - Eu morri? Meu Deus eu morri!
Policial: - Morreu e estamos te levando para preparar seu laudo. - Estendeu o celular para o negro. - Assista o vídeo!
Marcos: - Não estou entendendo nada. - Pegou o celular e deu play.
VIDEO ON
Brunno: - E aí cara, beleza? Se você está vendo esse vídeo é porque o Caio tentou te matar e graças a Deus não conseguiu. - Sorriu. - O colete a prova de balas deu certo e ficou bem camuflado com a jaqueta que você usou, porém ele não vai descansar se souber que está vivo, então eu bolei um plano...
Peá que foi o responsável por limpar a bagunça era amigo de Brunno e de Marcos também, assim que Caio saiu ele ligou para o Gonçalves e deram início a um plano arriscado. Marcos embora estivesse utilizando colete a prova de balas, devido o impacto dos tiros e a dor que a bala recebida causa mesmo interceptada, acabou caindo no chão e desmaiando.
Brunno: - Esperamos o Marcone sair daí e dar a notícia que você morreu para o Caio não desconfiar, aquele cara é um corrupto e pode colocar tudo a perder. - Suspirou. - Agora você está a caminho do IML com policiais que devem alguns favores pro Peá, pois para que permaneça vivo teremos que forjar a sua morte, faça tudo o que eles pedirem ok?
VIDEO OFF
Marcos: - Como pretendem forjar isso. - Devolveu o celular.
Policial: - Temos um médico infiltrado no IML, ele fará o seu laudo e lhe dará um remédio muito utilizado pelos cardiologistas durante as cirurgias de alto risco. - Assentiu. - Esse remédio vai te apagar por horas, porém nos primeiros 30 minutos ele reduz quase a zero o seus batimentos cardíacos, este é o momento em que os seus pais devem fazer o reconhecimento do corpo, para que acreditem na sua morte.
Marcos: - Mais e no velório, se eu estiver dormindo eles vão perceber!
Policial: - Não vão não, você vai deixar uma carta no seu bolso pedindo para que se algo de ruim te acontecer, que o seu desejo é ter o caixão lacrado e um breve velório pois não gostaria que sua família sofresse por seus erros e vai enfatizar que precisam respeitar a sua decisão.
Marcos: - E depois?
Policial: - Depois que toda essa cena acabar e seus pais saírem do cemitério nós te resgatamos e te levamos para o local combinado.
Marcos: - Que seria?
Policial: - Um heliporto, amanhã nesse horário você não vai mais estar no Rio de Janeiro, irá para um centro de reabilitação fora do país. Em breve receberá novos documentos e só vai se comunicar com o Brunno ou Peá por carta, nada de telefone ou e-mail, nada! Te daremos um endereço para onde as correspondências devem ser enviadas.
Marcos: - E eu vou viver pra sempre assim? E a minha família?
Policial: - A reabilitação vai te ajudar a sair dessa lama na qual se meteu, hoje se o Caio mira a sua cabeça, nada te salvaria de estar a 7 palmos do chão. - Olhou no retrovisor. - O plano do Brunno é que a Polícia desvende o seu assassinato e todo o esquema do Caio seja descoberto. Com a prisão dele Peá, Brunno e você podem voltar a retomar vossas vidas, portanto aproveite esse tempo pra ficar limpo. - Assentiu.
Flashback off
Em partes de início tudo deu certo, a família Oliveira e Caio acreditaram na morte de Marcos, porém com o aviso de Marcone sobre a gravidade do crime, Peá acabou sendo obrigado a se entregar para despistar a polícia e foi aí que o plano começou a dar errado. Depois para salvar Brunna, seu irmão assumiu uma morte que sequer existiu, decretando a vitória de Caio, ele não seria preso e Marcos não poderia voltar caso contrário seria morto.
JUIZ: - Então a sua morte foi forjada... Não seria mais fácil apenas denunciar o Caio?
Marcos: - Estamos falando do rapaz que saiu nas capas de jornais a alguns dias, além de rico, ele tinha um império criminal muito grande e como mencionei, policiais o acobertavam, sendo assim, denuncia-lo seria também decretar o meu fim.
JUIZ: - Estou me lembrando do caso mencionado, trata-se do sequestro no Morro do Alemão que terminou com o falecimento do sr. Caio Nunes, filho do grande empresário Otávio Nunes.
Brunno: - ELE MORREU? - Todos se espantaram com o grito que Brunno deu!
Ludmilla: - Sim, ele sequestrou sua irmã e o desfecho não foi tão positivo pra ele. - Suspirou, a negra evitava lembrar de tudo que sentiu naquele dia.
JUIZ: - Sr. Marcos, agradeço os esclarecimentos, mas preciso lembra-lo que embora tenha seus argumentos, terá que se apresentar na delegacia para abertura de processo e análise se você se beneficiou criminalmente ao forjar a própria morte. - Assentiu. - Também responderá por falsidade ideológica já que mudou os documentos e vivia como outra pessoa.
Marcos: - Estou ciente e tenho certeza que a justiça deste país deve considerar as minhas razões.
JUIZ: - Convoco Brunno Gonçalves para prestar novo depoimento. - Marcos se levantou e foi em direção à sua mãe ainda chorosa. - Brunno, por favor, nos conte sua versão dos fatos.
Brunno: - Eu e Marcos nos conhecemos na biqueira, tanto eu como ele éramos usuários e comprávamos drogas com o Caio. - Abaixou a cabeça. - Infelizmente nos enfiamos em dívidas por causa do vício e sofríamos constantes ameaças. Quando Marcos me contou que perdeu 100 mil em droga e que teria um encontro com Caio eu já imaginei que ele não sairia vivo dali, o orientei a usar um colete a prova de balas e ir com uma roupa larga para disfarçar e então resolvi acionar o Peá. - Apontou para o réu. - E ele me ajudou a bolar esse plano para tentar colocar o Caio atrás das grades, mais infelizmente não conseguimos.
JUIZ: - Por que assumiu este crime se poderia tê-lo denunciado?
Brunno: - Caio sempre foi apaixonado por minha irmã. - Engoliu em seco. - Quando eu acumulei muitas dívidas, ele ameaçou raptar a Brunna como pagamento e eu me desesperei. - Suspirou. - Eu sabia que o Marcos estava vivo, o ajudei nisso, porém Peá levaria a culpa por sua morte, então o que planejei não daria certo, Caio estava livre mais uma vez! Foi aí que me ofereci para ser o réu confesso em troca dele deixar a minha família em paz e principalmente minha irmã.
JUIZ: - Certo, então você estava sofrendo uma ameaça?
Brunno: - Em nenhum momento fui chantageado se é isso que quer saber! - Ergueu a cabeça. - Eu tomei a decisão de me entregar para pagar minhas dívidas e livrar minha família dos meus erros.
JUIZ: - Sabe que mesmo que não tenha matado ninguém, nos fez perder todo esse tempo escondendo a verdade e que irá responder por isso. Como mencionei, de 2 a 4 anos de reclusão e multa.
Brunno: - Estou ciente Excelência.
JUIZ: - Faça constar nos autos do processo que devido fator crucial este julgamento efetuará todos os registros cabíveis e irá encaminhar o caso para nova abertura de processo à delegacia local. - O relator assentiu. - Os réus em questão permanecerão em custódia para que respondam criminalmente por seus atos, porém a morte de Marcos Oliveira da Silva não fará mais parte desses processos uma vez que não aconteceu. Declaro encerrado esse julgamento. - Bateu o martelo!
POV Brunna
Ainda é possível sonhar acordada? Porque parece que é o que está acontecendo...
Jorge: - Meu Deus que reviravolta... O Caio....
Mia: - Nos surpreendemos demais com as pessoas... - Balançou a cabeça negativamente. - Sempre o tratamos com carinho e por fim ele drogava nosso filho e planejava fazer mal a nossa menina!
Brunna: - Eu ainda estou tentando processar toda essa informação... - Sorriu. - Acho que o Brunno poderá voltar pra casa, ele não matou ninguém, eu sabia!!!!
Alice: - Parabéns Brunna, sua intuição não falhou e me sinto honrada de estar a frente deste caso. - Deu um forte abraço na loira.
Brunna: - Alice eu agradeço demais por ter confiado em mim!
Alice: - Não precisa agradecer. - Piscou. - Ainda não sei como contar ao sr. Otávio que o filho dele é muito pior do que ele imaginava.
Brunna: - É delicado demais, estou em choque!
Jorge: - Alice, como fica a situação do Brunno?
Alice: - Estou indo agora mesmo para a delegacia acompanhar o depoimento dele. - Assentiram. - Ele corre risco de pegar uma pena mínima por mentir, porém vamos alegar motivo justo e comprovado uma vez que a história de Caio é conhecida por todos.
Brunna: - E então?
Alice: - Devo levar o seu irmão pra casa mais tarde, ele certamente vai ter que pagar uma multa mais por não oferecer risco para a sociedade vai responder esse processo em liberdade e sendo bem positiva, Brunno deve no máximo pegar alguns meses de serviços sociais ou até mesmo reabilitação compulsória o que seria muito bom no caso dele.
Mia: - Eu não fazia ideia que meu filho estava afundado nas drogas, mesmo que a sentença dele não seja essa, acredito ser importante ele frequentar essa reabilitação.
Alice: - Sem dúvida!
Jorge: - Eu vou contigo para a delegacia, pois já quero deixar acertado o valor dessa multa.
Brunna: - Me mantenham informada por favor.
Alice: - Vamos então sr. Jorge. - Acenou para as mulheres. - Até mais! E saíram.
Mia: - Estou muito feliz filha. - Abraçou a loira e choraram tudo que estava preso nesses dias que antecederam o julgamento. - Minha família vai estar completa de novo!
Ludmilla: - Ei, posso me enfiar nesse abraço também? - As duas abriram os braços e receberam a negra que ainda estava emocionada.
Brunna: - Amor... - Beijou a namorada apaixonadamente!
Mia: - Mais que pouca vergonha, estamos em um tribunal, se comportem!
Brunna: - Nos deixe comemorar um pouco mãe, hoje eu e a Lud recuperamos nossos irmãos! - Sorriu largo e viu a negra colar ainda mais seus corpos.
Mia: - Vou lá falar com a sua sogra, vocês duas não me respeitam mesmo. - Fingiu braveza e saiu xingando o casal.
Ludmilla: - Acabou princesa, acabou! - Deu um selinho demorado na loira.
Brunna: - Obrigada amor, você me ouviu e foi contra o que acreditou ser certo, tudo pelo nosso amor!
Ludmilla: - Eu que tenho que agradecer, a verdade enfim apareceu e isso só foi possível graças a sua persistência! Eu te amo e estou muito feliz, meu irmão está vivo, o Brunno será solto e nossas famílias enfim vão ter paz. - Selou seus lábios. - Acho que isso merece uma comemoração. - Mordeu os lábios!
Brunna: - Sua safada! - Deu um tapa no ombro da negra.
Ludmilla: - Te quero sempre mi amor. - Piscou e recebeu um selinho em meio a sorrisos. - Vou pra delegacia com o Marcos agora, não faço ideia que horas chegarei em casa. - Fez um bico.
Brunna: - Minha manhosa mais linda. - Beijou seus lábios mantendo a rotina de acabar com a marra da namorada. - Hoje vamos nos permitir sentir saudades e curtir um pouco o retorno dos nossos irmãos, amanhã podemos nos ver.
Ludmilla: - Tudo bem... Quero propor um jantar em família, precisamos nos reunir agora em completo!
Brunna: - Venham até o bar dos meus pais, o que acha?
Ludmilla: - Perfeito amor, vou combinar com todos e te mando mensagem avisando. - Enlaçou sua cintura e lhe deu um forte abraço. - Te amo demais!
Alice: - LUDMILLAAAAA VOCÊ VEM OU NÃO??
Ludmilla: - Sempre ciumenta essa sua advogada.
Brunna: - Para amor, eu até acho que ela parou de dar em cima de mim.
Ludmilla: - Tenho certeza que sim! - Sorriu sapeca.
Brunna: - Epa, perdi alguma coisa? - Levantou a sobrancelha.
Ludmilla: - Tenho que ir, antes que ela me negue a carona. - Beijou a loira e foi saindo de seus braços.
Brunna: - Ludmilla!!!
Ludmilla: - Eu te amo mulher!! - Mandou um beijo no ar e saiu andando com um sorriso apaixonado nos lábios.
Brunna: - Te amo perfeita!
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Beijos