⎯⎯𝐈𝑵𝑭𝑰𝑵𝑰𝑻𝒀

By thxmagician

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MORGAN RAIDEN não imaginava que toda a história sobre o orfanato fosse mentira. Seus pais só poderiam tê-lo e... More

⎯⎯𝐢𝐧𝐟𝐢𝐧𝐢𝐭𝐲.
𝐮𝐦⎯⎯𝐨 𝐩𝐢𝐨𝐫 𝐩𝐚𝐬𝐬𝐞𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐭𝐨𝐝𝐨𝐬
𝐝𝐨𝐢𝐬⎯⎯𝐢𝐧𝐯𝐚𝐝𝐨 𝐮𝐦𝐚 𝐜𝐨𝐫𝐫𝐢𝐝𝐚 𝐝𝐞 𝐥𝐚𝐧𝐜𝐡𝐚𝐬
𝐭𝐫𝐞𝐬⎯⎯𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐮𝐦 𝐝𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐛𝐢𝐳𝐚𝐫𝐫𝐢𝐜𝐞𝐬
𝐪𝐮𝐚𝐭𝐫𝐨⎯⎯𝐭𝐞𝐧𝐡𝐨 𝐮𝐦𝐚 𝐬𝐞𝐱𝐭𝐚-𝐟𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐞𝐧𝐜𝐡𝐚𝐫𝐜𝐚𝐝𝐚
𝐜𝐢𝐧𝐜𝐨⎯⎯𝐮𝐦 𝐦𝐚𝐥𝐮𝐜𝐨 𝐯𝐚𝐢 𝐟𝐞𝐫𝐫𝐚𝐫 𝐨 𝐦𝐮𝐧𝐝𝐨 𝐞 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐚𝐬 𝐧𝐨𝐭𝐢𝐜𝐢𝐚𝐬
𝐬𝐞𝐢𝐬⎯⎯𝐚 𝐩𝐫𝐨𝐟𝐞𝐜𝐢𝐚 𝐬𝐞 𝐚𝐝𝐢𝐚𝐧𝐭𝐚
𝐨𝐢𝐭𝐨⎯⎯𝐨 𝐝𝐢𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐦𝐞𝐭𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐨𝐬 𝐜𝐚𝐦𝐩𝐢𝐬𝐭𝐚𝐬 𝐟𝐚𝐥𝐢𝐮
𝐧𝐨𝐯𝐞⎯⎯𝐚 𝐫𝐚𝐢𝐧𝐛𝐨𝐰 𝐝𝐚𝐬𝐡 𝐚𝐧𝐚𝐥𝐟𝐚𝐛𝐞𝐭𝐚 𝐞 𝐚𝐬𝐬𝐚𝐬𝐬𝐢𝐧𝐚
𝐝𝐞𝐳⎯⎯𝐞𝐮 𝐯𝐢𝐫𝐨 𝐨 𝐞𝐬𝐩𝐚𝐝𝐚𝐜𝐡𝐢𝐦 𝐚𝐫𝐜𝐨-𝐢𝐫𝐢𝐬

𝐬𝐞𝐭𝐞⎯⎯𝐨 𝐛𝐚𝐧𝐡𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐦𝐞 𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐨𝐮 𝐮𝐦 𝐬𝐢𝐧𝐚𝐥

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By thxmagician

Eu estava tendo um dia conturbado, pra não dizer pior. Dana me deu uma linda marca roxa no queixo por ter colocado pasta de dente no chão, me fazendo escorregar lindamente depois de ter acordado. Annabeth estava ocupada com o garoto novato, o Sr. D me deu umas três broncas consecutivas... Só beleza.

Uma flecha saiu voando em direção da minha cara, e quase acertou meu olho. Virei para o lado e vi um filho de Apolo com as bochechas vermelhas sair correndo enquanto pedia desculpas.

Eu havia acordado determinado a fazer exercícios que prestassem pra alguma coisa, como treinar com Luke ou desafiar a morte na parede de escalada. Mas o meu queixo dolorido só me pedia uma coisa: devolver o roxo na cara mesquinha de Dana.

E lá eu fui, idiota como eu sou e totalmente irracional. Antes que eu perdesse a cabeça e invadisse o chalé de Atena e arrebentasse a garota tonta, pensei com meus dois neurônios: O que Annabeth faria nessa situação? Resolvi ignorar a resposta que a loirinha mental me deu. Sempre fui melhor saindo na porrada do que sendo inteligente.

Entrei no chalé seis, procurei o beliche de Dana e joguei a paleta de sombras dela em cima da cama. Os meio-irmãos dela quase me fuzilaram com o olhar mas eu eu continuei. Depois reclamo que quase morro no Capture a Bandeira.

Peguei um pincel que estava em cima do baú dela e comecei a riscar a paleta com a parte de trás. Não demorou muito e os lençóis dela ficaram igual o arco-íris sem qualidade, igual os dos desenhos que meus colegas no maternal faziam (só eu tinha talento pra fazer um que fosse decente).

Deixei minha obra de arte ali, só esperando pra ver a reação da fera quando ela chegasse e visse sua cama tão pintada como a cara dela. Meti o pé dali e fui tomar meu café tranquilamente.

⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯

Eu não devia ter feito aquilo, mas não me arrependo de nada.

Dana avançou em mim como um pincher depois de três dias com fome, jurando por todos os deuses que iria me bater tanto que nem meu reflexo iria me reconhecer.

Eu dei um soco nela e jurei que ela iria virar comida das harpias se não me soltasse, e a Chapeuzinho Vermelho do Satanás me largou. Por pouco não começamos uma briga no meio do Pavilhão.

Terminei de comer minha torta de cereja tão plenamente quanto um touro com Mal de Parkinson, e fui procurar por Annabeth.

Olhei para a esquerda, e encontrei a loirinha conversando com o novato ao lado de Quíron e o Sr. D, que jogava pinoche. Ela disse alguma coisa para o garoto e depois saiu correndo até mim.

— Você já conheceu o novato? Ele trouxe um chifre de minotauro de brinde. Acho que você vai gostar de ver.

— Um chifre de Minotauro? Então era isso que estava perseguindo ele? — Ela concordou com a cabeça — Caramba...

— Pois é — Annabeth sorriu — Vai falar com ele, tenho que verificar o beliche dele no chalé de Hermes e só tem o Grover de amigo. Ah, e sabe onde deixaram os lençóis novos? — Ela sussurrou no meu ouvido — Ele baba enquanto dorme.

— Tão no baú perto da escada — Eu disse sorrindo. A loirinha se foi, e eu fiquei observando a conversa do pessoal lá na frente.

A coisa estava ficando meio chata, estavam tentando explicar para o pobre garoto todo o lance dos deuses e etc. A minha vez foi bem entediante (tão entediante que nem contei para poupar vocês).

Quíron saiu para caminhar junto com ele, para mostrar o Acampamento antes que ele fosse parar no chalé onze. Mais um pra esmagar meus dedos de noite.

Eu o segui discretamente até a entrada do chalé, talvez tentando entender porque seus olhos verdes chamavam tanto minha atenção. Ninguém parecia reparar nisso, mas continuei andando.

Ele tropeçou na entrada e vi alguns campistas rindo, mas eu não. De algum modo, me reconheci nele: atrapalhado e confuso, só espero que ele também não seja burro de doer.

Luke indicou o canto que ele iria dormir e eu quase soltei um grito. A partir de hoje eu iria ter tempo suficiente para contemplar sobre os olhos hipnóticos dele, já que seríamos colegas de piso.

Tentei falar com ele assim que saísse do chalé, mas vi Annabeth o arrastando pra fora, com aquela cara de "eu não acredito nisso mas em um tom muito emburrado", que ela fazia toda vez que Dana chegava perto. Meu estômago deu uma revirada só de pensar nela.

Me distraí com Luke tentando impedir um cara de pegar no saco de dormir do outro e perdi os dois de vista. Depois de um tempo, ouvi gritos vindos do banheiro e resolvi ir ver o que aconteceu.

Quando cheguei lá, vi Clarisse e sua turma completamente encharcadas, enquanto Annabeth encarava o novato como se estivesse em choque. Certeza que elas tentaram mexer com ele e se deram mal.

Mas algo em minha mente fez meu coração estalar. Olhei para ele, que estava tão confuso quanto eu, mas não tinha um pingo de medo das ameaças de Clarisse. Já percebi que ou é muito corajoso, ou não tem noção do perigo. Resolvi considerar a primeira opção.

Vê-lo totalmente seco enquanto o grupinho ao redor estava coberto de água me fez lembrar do dia em que cheguei no Acampamento. Decidi que precisava falar com o garoto, e o quanto antes.

⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯

Passei a tarde inteira procurando pela loirinha, que estava encostada no píer sozinha. Fiquei ali ao seu lado conversando sobre o garoto novato, toda aquela encrenca com o banheiro e como ela estava doida pra conseguir a missão dela.

Dias depois da missão que eu participei, Quíron proibiu qualquer outra, assim que uma envolvendo Luke deu tudo quanto tinha de dar errado. Ele voltou da missão, cerca de uma semana depois de mim, completamente transtornado, com uma enorme cicatriz no lado direito do rosto como presente.

Algo muito estranho estava acontecendo ao nosso redor, e todo mundo podia sentir que o clima havia mudado nos últimos dois anos.

Contei pra loirinha o que eu fiz com a cama de Dana para descontrair o clima, e ela me deu aquele olhar de repreensão de sempre, seguido de um revirar de olhos característico. Eu não consegui conter a risada, desculpe.

— Francamente, você nunca vai mudar, né — Annabeth me critica através dos seus olhinhos cinzas. Oh, que meigo.

Eu sei que cê me ama assim mesmo, gatinha — Pisquei pra ela, que fez como se fosse vomitar.

— Credo, esse gatinha saiu igual o Jonathan Yale.

— Pior que sim! — Depois de uns segundos apertando os lábios, ela não segurou mais e desatou a rir comigo.

— Vem, vamo jantar bora — Annabeth cruzou o braço no meu, me arrastando pra ir junto com ela — Quem sabe você encontra o novo alvo da Clarisse?

Saímos do píer e fomos até o Pavilhão, e estranhamente ninguém parecia lembrar do que tinha acontecido no banheiro. Isso me poupou de ter que ir fofocar com gente duvidosa, obrigado.

Empaturrei minha barriga de batata frita com sanduíche de atum e sorvete de baunilha, para o desespero de Adrien. B1 e B2 sentaram do meu lado e vieram tirar minha paz jogando comida em mim, mas eu pegava e comia olhando diretamente pra eles. Eu sei, sou um amor de pessoa.

Depois do jantar, aproveitei minha chance para conversar com o garoto dos olhos verdes hipnotizantes. Me sentei sutilmente ao seu lado diante da fogueira, enquanto todos estavam distraídos com uma musiquinha sobre estrelas e problemas.

— Uh... — Tentei chamar a atenção dele, que estava se esforçando para pegar o refrão da música. Eu não sabia como começar uma conversa, então olhei para a tigela de ursinhos de goma azuis que ele segurava. — Será que eu... posso pegar um?

— Ah — Ele se virou para mim, um pouco desconfiado — Claro, claro.

Peguei um ursinho com a carinha sorridente e coloquei na boca. Tinha um gosto de morango com mirtilos muito bom.

— Então... está gostando daqui? — Não pensei em mais nada pra perguntar, me desculpem.

— Bem, acho que sim. A comida aqui é boa — O garoto sorriu, o que fez meu coração disparar em uma velocidade estranha.

— É mesmo — Espero que ele não tenha percebido os segundos que fiquei encarando seus olhos — Desculpa por chegar assim do nada, meu nome é Morgan. Morgan Raiden.

— Sem problema. Eu sou Percy Jackson. — Então ele que é o novo saco de pancadas do Sr. D. Perfeito.

— Relaxa, eu não quero saber do banheiro nem nada. — Reparei que o leve traço de hesitação sumiu do seu rosto — Só queria... sei lá... fazer amizade, talvez?

— Desculpa,  — Ele mordeu um ursinho azul — eu não sou muito bom nisso.

— Nem eu. — Sorri da maneira mais amigável possível, o que foi um tanto inesperado.

— Você é novo aqui também? — Mais dois ursinhos encontraram a morte.

— Não, eu cheguei aqui faz uns dois anos. — Tomei coragem pra pegar um punhado de ursinhos, e ele pareceu não se importar.

— E você é filho de...?

— Ah, eu sou indeterminado. Fico no chalé de Hermes desde que cheguei.

— Wow — Percy ficou surpreso, e apontou pra si mesmo — Eu também vou ficar lá. Meu saco de dormir fica do lado de uma trouxa de lençóis com uma pena branca bem grande em cima.

— Aquele é meu canto. — Seus olhos verdes se arregalaram enquanto ele mastigava. — Somos vizinhos, né?

— É o que parece — O garoto sorriu de novo, e senti algo queimar dentro do meu corpo, e o calor não vinha da fogueira. — Conhece uma menina loira do chalé de Atena?

— Qual delas? — Eu o fiz rir, e minhas bochechas esquentaram — Annabeth? Somos amigos desde que eu cheguei aqui.

— É, Annabeth... — De repente, Percy me encarou, e eu fiquei com medo dele ter percebido que eu estava com a cara igual um tomate. — Gostei da mecha.

— Que mecha? — Ele estendeu a mão, e eu senti meu rosto esquentar mais ainda, mas ele apenas apontou para meu cabelo.

— A azul escuro. Gostei da cor. Azul é minha cor favorita.

— Ah — Uma mecha azul no meu cabelo? Só pode ser coisa de Dana. Mas meu cérebro não deu atenção a isso, por mais estranho que fosse. — A minha também.

— Jura? Uau.

— Tem certeza que você não é bom em fazer amigos? — Não sei de onde eu falei isso, mas Percy riu outra vez. Pelo menos eu estava divertindo o garoto.

— Você que é legal demais — Ele me olhou, e senti que podia ver no fundo da minha alma, não do jeito examinador e crítico que Annabeth transmite. Algo mais suave, e ao mesmo tempo arrebatador.

A concha soou outra vez, e a gente se levantou pra voltar ao chalé onze. Eu sentei no meu cantinho bagunçado e fiquei esperando o garoto aparecer. Ele deitou no seu saco de dormir com o chifre de minotauro em sua mão.

— Boa noite, Morgan. — E então, fechou os olhos e adormeceu como se estivesse sedado. Com certeza ele está exausto de um dia tão doido como esse.

A última coisa que pensei antes de cair no sono foi em como meu coração acelerou ao ouvir falar dele. Seus olhos que faziam minha cabeça girar, seu sorriso fofo manchado de azul claro dos doces, uma voz sincera que pedia um pouco de atenção no meio de tanto caos acontecendo.

Essa foi a primeira noite em que eu não tive nenhum sonho, apenas dormi tranquilamente. Eu não fazia a mínima ideia do porquê, mas meu coração se aqueceu ao ouvir meu nome sendo pronunciado tão docemente por Percy Jackson.

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