crescent moon - Lua Nova

By Violetaever

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Depois que Kris se recupera do ataque de um vampiro que quase lhe tirou a vida, ela decide comemorar seu aniv... More

CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO FINAL
EPÍLOGO

CAPÍTULO X

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By Violetaever

SEMPRE QUE EU ABRIA OS OLHOS PARA A LUZ DA MANHÃ e percebia que sobrevivera a outra noite, era uma surpresa. Passada a surpresa, meu coração começava a disparar e a palma das mãos suava; eu não conseguia respirar até que me levantasse e checasse se Charlie e Bella também sobreviveram.

Eu sabia que eles estavam preocupados — vendo-me saltar a qualquer ruído alto, ou meu rosto de repente ficar lívido por nenhum motivo que eles pudessem distinguir. A preocupação devorava um buraco no meu estômago.

Eu estava impossível; na terça, instalei um sistema de alarme na casa.

Na quarta, fui ao posto de gasolina mais próximo e comprei um galão — queimar e dilacerar, Edward me disse uma vez.

Na quinta eu segui Isa durante o dia todo, e visitei Charlie umas três vezes em seu trabalho.

Na tarde de sexta feira eu estava exausta e mesmo assim passei a noite em claro esperando...

Eu queria ver o Jacob contar para ele sobre a minha situação atual, mas se fizesse isso arriscaria dar a Victoria e Laurent a oportunidade de me encontrar junto a ele. E eu não podia por mais alguém em perigo.

Uma semana havia passado e nenhum vampiro apareceu para mim. Uma semana era tempo mais do que suficiente para terem voltado, então eu não devia ser prioridade para eles. O mais provável, como concluíra antes, seria eles virem atrás de mim à noite.

Na manhã de domingo, quando eu seguia Charlie, de repente eu entendi.

Eu não estava prestando atenção na conhecida rua, deixando que o som do motor amortece-se meu cérebro e silenciasse as preocupações, quando meu subconsciente deu um veredicto que devia estar sendo forjado havia algum tempo sem que eu me desse conta.

Assim que pensei a respeito, senti-me uma completa idiota por não ter entendido antes. É claro que havia muita coisa na minha cabeça — vampiros obcecados com vingança, um buraco dilacerado no meio do meu peito que estava cicatrizando —, mas, quando segui as evidências, ficou constrangedoramente óbvio.

Meu Deus, eu sabia exatamente o que estava acontecendo com Jacob.

Jacob me evitando…. As respostas vagas e inúteis de Billy...

Dirigi até La Push decidida a esperar. Se fosse necessário, ficaria sentada na frente da casa dele a noite inteira. Eu ia faltar à aula na manhã seguinte. Em algum momento Jake ia ter de falar comigo.

Eu estava tão preocupada que a viagem que me apavorava pareceu durar só alguns segundos. Antes que me desse conta, o bosque começou a ficar mais esparso e eu sabia que logo veria as primeiras casinhas da reserva.

Seguindo a pé, pelo acostamento esquerdo da estrada, havia um menino alto, com um boné de beisebol.

Minha respiração parou por um momento na garganta, na esperança de que dessa vez a sorte estivesse comigo e eu encontrasse Jacob sem precisar me esforçar. Mas o menino era largo demais e o cabelo sob o boné era curto. Mesmo de costas, tive certeza de que era Quil, embora ele parecesse maior do que da última vez que o vira. Será que ele seria o próximo?

Passei para a contramão a fim de parar perto dele. Ele olhou quando minha moto se aproximou.

A expressão de Quil me assustou mais do que me surpreendeu. Seu rosto era triste, pensativo.

– Ah, oi, Kris – ele me cumprimentou, de um jeito apático.

– Oi, Quil... Está tudo bem?

Ele me fitou de mau humor.

– Tudo.

– Quer uma carona para algum lugar? – ofereci.

– Claro, acho que sim – murmurou. Ele se arrastou para trás da moto e o ouvi sentar atrás de mim. 

– Tem um capacete na minha mochila – falei e ele pegou – Para onde ? – perguntei.

– Minha casa fica no lado norte, bem atrás da loja... – disse ele colocando o capacete.

– Tem visto Jacob? – a pergunta explodiu de mim quase antes que ele terminasse de falar.

Olhei para o Quil com ansiedade, esperando pela resposta. 

– De longe – disse por fim.

– De longe? – repeti.

– Tentei segui-los... Ele estava com Embry. – sua voz era baixa. – Sei que me viram. Mas eles se viraram e simplesmente sumiram no bosque. Não acho que estivessem sozinhos... Acho que Sam e seu pessoal podiam estar com eles. Fiquei zanzando pelo bosque por uma hora, gritando por eles. Eu tinha acabado de achar a estrada de novo quando você passou.

– Então Sam o pegou. – As palavras saíram meio distorcidas, meus dentes estavam trincados.

Dei partida na moto e logo estávamos acelerando pela estrada.

Já estávamos em La Push. Eu podia ver a única loja da aldeia não muito à frente.

– Vou descer agora – disse Quil. – Minha casa fica ali, à direita. – ele gesticulou para o pequeno retângulo de madeira atrás da loja. Parei no acostamento e ele saiu.

– Vou esperar Jacob – disse a ele numa voz séria.

– Boa sorte. – Ele guardou meu capacete na mochila e se arrastou pela estrada, de cabeça baixa e ombros caídos.

A expressão no rosto de Quil me assombrou enquanto eu fazia um retorno e ia para a casa dos Black. 

Parei na frente da casa de Jacob, desci da moto e me encostei nela, jogando a mochila no chão.

Um movimento lampejou em minha visão periférica — virei-me e vi Billy me olhando pela janela da frente com uma expressão confusa. Acenei uma vez e dei um sorriso rígido, mas fiquei onde estava.

Os olhos dele se estreitaram; ele baixou a cortina na vidraça.

Estava preparada para ficar pelo tempo que fosse necessário, mas desejei ter alguma atividade. Peguei uma caneta e comecei a rabiscar minha mão.

Só tive tempo de desenhar uma fila de losangos quando ouvi a voz dele.

– O que você está fazendo aqui, Kris? – grunhiu Jacob.

Jacob mudou radicalmente nas últimas semanas desde que eu o vi. O primeiro detalhe que percebi foi seu cabelo — seu lindo cabelo se fora, cortado bem curto, cobrindo a cabeça como um cetim preto, muito escuro. As maçãs do rosto pareciam ter enrijecido discretamente. O pescoço e os ombros também estavam diferentes, de algum modo mais largos. As mãos,eram enormes, com os tendões e as veias mais pronunciados sob a pele avermelhada. Mas a mudança física era insignificante.

Era a expressão que o deixava quase irreconhecível por completo. O sorriso aberto e franco sumira como o cabelo, o calor em seus olhos escuros se transformara num ressentimento taciturno que era imediatamente perturbador. Havia trevas em Jacob. Como se meu sol tivesse implodido.

– Jacob? – sussurrei.

Ele se limitou a me encarar, os olhos tensos e raivosos.

Percebi que não estávamos sozinhos. Atrás dele havia outros quatro; todos altos e de pele vermelha, o cabelo preto curto como o de Jacob. 

Cada par, exceto um. Anos mais velho, Sam estava ao fundo, a expressão serena e segura. 

– O que você quer? – perguntou Jacob, a expressão tornando-se mais ressentida à medida que ele via as emoções passando por meu rosto.

– Quero conversar com você – respondi.

– Pode falar – sibilou ele entre os dentes. 

Seu olhar era violento. Eu nunca o vi olhar para ninguém daquele jeito, e muito menos para mim. Isso me magoou com uma intensidade surpreendente; uma dor física, uma facada na cabeça.

– A sós! – Sibilei, e minha voz saiu mais alta do que eu esperava.

Ele olhou para trás e eu sabia para onde iam seus olhos. Cada um dos garotos se virou para ver a reação de Sam.

Sam assentiu uma vez, a expressão impassível. Fez um breve comentário numa língua desconhecida e fluida — eu só tinha certeza de que não era francês nem espanhol, mas imaginei que fosse quileute. Ele se virou e foi para a casa de Jacob. Os outros, Paul, Jared e Embry o seguiram.

– Tudo bem. – Jacob parecia um pouco menos furioso depois que os outros partiram. Seu rosto estava mais calmo, mas também mais desamparado. A boca parecia permanentemente repuxada nos cantos.

Respirei fundo.

– Por que não me ligou? – perguntei, exasperada – Por que não deu notícias? Você tem ideia do quanto eu fiquei preocupada com você?

– Kris – ele falou com cuidado e me olhou com amargura.

Retribuí o olhar e o silêncio se prolongou. A dor em seu rosto me enervava. Senti um bolo começando a se formar em minha garganta.

– Eu estou passando por uma transformação difícil.

– Tô vendo ! Você cortou o cabelo Jake! – percebi que estava gritando – Desde quando Jacob Black tem o cabelo curto?

– Foi necessário! 

Eu fechei os meus olhos com força antes de encará-lo.

– Eu sei o que você é.

– Vá embora, Kris. Aqui não é lugar para termos essa conversa!

– Então é verdade ? – minha voz saiu fraca.

O olhar triste de Jacob respondeu a minha pergunta.

O mundo oscilou, inclinando-se do jeito errado em seu eixo.

Que tipo de lugar era esse? Poderia realmente existir um mundo onde lendas antigas ficavam vagando pelos limites de cidadezinhas mínimas e insignificantes, enfrentando monstros míticos? Isso queria dizer que todo conto de fadas impossível era baseado em alguma verdade absoluta? Havia, afinal, alguma coisa racional ou normal, ou tudo era magia e histórias de fantasmas?

Olhei para a casa de Billy, vi Sam e os outros nos encarando com olhares furiosos.

– Você tem razão – falei, pegando a minha mochila – Preciso ir embora.

Jake concordou com a cabeça.

Enquanto eu dirigia para casa na chuva, uma palavra vagava pela minha mente: Lobisomens.

Uma matilha de cinco lobisomens perturbadoramente gigantescos e multicores.

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