crescent moon - Lua Nova

By Violetaever

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Depois que Kris se recupera do ataque de um vampiro que quase lhe tirou a vida, ela decide comemorar seu aniv... More

CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO FINAL
EPÍLOGO

CAPÍTULO IX

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By Violetaever

Eu estava na conhecida estrada de terra que levava a nenhum lugar em particular. Eu dirigia a moto o mais rápido possível, tentando desfrutar da sensação de liberdade. Estava nublado, mas quase seco — um dia muito bonito para Forks.

Me lembrei da noite do dia dos namorados, em que Jake levou a moto para minha casa, papai surtou e passou duas horas me dando um sermão sobre acidentes e mortes causadas por motos. Bella apenas desaprovou minha atitude, mas não disse nada — provavelmente ela estava animada internamente por ter a picape toda para ela.

Depois de estacionar, tirei da bolsa uma bússola e um mapa.

Quando estava razoavelmente segura de que seguia a linha certa na grade, parti para o bosque.

O bosque estava cheio de vida, todas as pequenas criaturas aproveitando o momentâneo tempo seco. De certo modo, porém, mesmo com os passarinhos piando e crocitando, os insetos zumbindo ruidosamente em volta de minha cabeça e a ocasional correria do camundongo silvestre pelos arbustos, o bosque parecia mais assustador; lembrou-me de meu pesadelo mais recente.

Instintivamente peguei a minha adaga e coloquei na cintura — a lembrança na sala de espelhos com James já não me assustava mais.

Agora eis o motivo para a minha súbita decisão de procurar pelo bosque que Edward e eu ficávamos; hoje eu acordei e percebi que já não me lembrava da cor dos seus olhos… fiquei meia hora sentada em minha cama apenas tentando me lembrar dele, até seu sorriso tinha sumido de minha mente.

Edward Cullen não existe… era isso que eu dizia para mim mesma nos últimos meses e essa frase estava se tornando real.

E isso me assustou.

Não percebi o quanto me movimentava com eficiência. Pensava ter coberto talvez uns seis quilômetros e ainda nem começara a olhar em volta.

 E então, tão de repente que me desorientou, passei por um arco baixo, formado por dois galhos de bordo — depois de empurrar as samambaias na altura do peito —, e estava na campina.

Era o mesmo lugar, disso eu tive certeza de imediato. Nunca vi outra clareira tão simétrica. Era perfeitamente redonda, como se alguém tivesse criado de propósito o círculo impecável, cortando as árvores sem deixar nenhuma prova dessa violência na relva ondulante. A leste, eu podia ouvir o riacho borbulhando baixinho.

O lugar não era nem de longe tão atordoante sem a luz do sol, mas ainda era lindo e sereno. Não era a estação das flores silvestres; o chão estava coberto de relva alta, que balançava na brisa leve como ondas em um lago.

Era o mesmo lugar... Mas não guardara o que eu estava procurando.

A decepção foi quase tão imediata quanto o reconhecimento. Desabei onde estava, ajoelhando-me ali na beira da clareira.

Que sentido tinha ir adiante? Nada ficou aqui. Não havia nada de especial naquele lugar sem ele. Não tinha certeza do que esperava sentir ali, mas a campina estava sem atmosfera, desprovida de tudo, exatamente como qualquer outro lugar. 

Nesse exato momento, uma figura saiu das árvores ao norte, a uns trinta passos de distância. Eu me coloquei de pé.

Uma gama vertiginosa de emoções passou por mim em um segundo. A primeira foi surpresa; eu estava muito longe da trilha e não esperava companhia. Em seguida veio o medo; reconheci os cabelos escuros, e à medida que meus olhos se focalizavam pude ver a pessoa que estava comigo.

– Laurent! – sussurrei.

– Kris? – perguntou ele, parecendo mais pasmo do que eu. – Não esperava vê-la aqui. – ele andou na minha direção, com uma expressão de quem se divertia.

– Pensei que você tivesse ido para o Alasca.

Ele parou a uns dez passos, inclinando a cabeça para o lado.

– Tem razão – concordou ele. – Fui para o Alasca. Ainda assim, eu não esperava... Quando descobri a casa dos Cullen vazia, pensei que tivessem se mudado.

– Eles se mudaram.

– Hmmm – murmurou ele. – Estou surpreso por terem deixado você para trás. Você não era o bichinho de estimação deles? – Seus olhos não tinham a intenção de ofender.

– Mais ou menos isso. – coloquei a mão em minha cintura, só para sentir o cabo de minha adaga.

– Hmmm – disse ele, pensativo de novo.

Nesse exato momento, percebi que ele parecia o mesmo — demasiado o mesmo. 

Depois que Carlisle nos contou que Laurent tinha ficado com a família de Tanya, comecei a imaginá-lo, nas raras ocasiões em que pensei nele, com os mesmos olhos dourados dos... Cullen. Eram os olhos que todos os vampiros bons tinham.

Recuei um passo, involuntariamente, e seus olhos vermelhos, escuros e curiosos, seguiram o movimento.

– Eles costumam visitar? – perguntou ele, ainda despreocupado, mas transferiu seu peso na minha direção.

– De vez em quando – tentei dar alguma leveza à minha voz, fazê-la parecer relaxada. – Imagino que o tempo pareça mais longo para mim. Sabe como eles ficam entretidos…

– Hmmm – disse ele de novo. – A casa cheirava como se estivesse desocupada havia algum tempo…

– Vou ter de falar com Carlisle que você passou por lá. Ele vai lamentar terem perdido sua visita. – Fingi pensar por um segundo. – Mas é melhor não comentar com... Edward, imagino… ele tem um gênio... Bom, tenho certeza de que você se lembra. Ele ainda se irrita com toda aquela história com James. – Revirei os olhos e balancei a mão livre com repúdio, como se fosse uma história do passado.

– É mesmo? – perguntou Laurent de um jeito agradável... e cético.

Dei uma resposta curta.

– Arrã.

Laurent deu um passo despreocupado para o lado, olhando a pequena campina. Não me passou despercebido que esse passo o trazia para mais perto de mim. 

– Então, como estão as coisas em Denali? Carlisle disse que você ia ficar com Tanya. – minha voz era alta demais.

A pergunta o fez parar.

– Gosto muito de Tanya – refletiu ele. – E mais ainda da irmã dela, Irina... Nunca fiquei num lugar por tanto tempo, e gostei das vantagens, da novidade disso. Mas as restrições são complicadas... Fico surpreso que qualquer um deles consiga se manter firme por muito tempo. – Ele sorriu para mim como quem conspira. – Às vezes eu trapaceio.

O passo para a frente que ele deu então foi bastante estudado.

– Victoria chegou a encontrar você? – perguntei, desesperada para distraí-lo. Foi a primeira pergunta que me passou pela cabeça, e me arrependi assim que pronunciei as palavras. Victoria, a companheira de James, que tinha me caçado com ele e depois desaparecera, não era uma pessoa em quem eu quisesse pensar naquele momento.

Mas a pergunta não o deteve.

– Sim – disse ele, hesitando neste passo. – Na verdade eu vim para cá como um favor a Victoria. – ele fez uma careta. – Ela não vai ficar satisfeita com isso.

– Com o quê? 

– Que eu mate você – respondeu ele num ronronar sedutor. – Victoria queria guardar essa parte para ela – continuou ele com tom alegre. – Ela está meio... aborrecida com você, Kris.

– Comigo? – guinchei.

Ele sacudiu a cabeça e riu.

– Eu sei, também me parece meio sem sentido. Mas James era o companheiro dela, e você o matou.

– Era ele ou eu! Não tive muitas opções.

Ele sorriu.

– De todo modo, ela quer matar você. – O peso de Laurent mudou de lado, e eu dei um passo para trás. – Ela me pediu para preparar o terreno, por assim dizer. Eu não imaginava que seria tão fácil chegar a você.

– Então por que não espera por ela? – comentei – A vingança é dela, não sua.

– Bem, você me pegou em um mau momento, Kris. Eu não vim a este lugar em missão por Victoria... Estava caçando. Estou com muita sede e você tem um cheiro... simplesmente de dar água na boca.

Laurent olhou para mim com aprovação, como se tivesse acabado de me elogiar.

– Edward vai saber que foi você – sussurrei, ansiosamente. – Não vai se safar dessa.

– E por que não? – o sorriso de Laurent se alargou. Ele fitou a pequena abertura entre as árvores. – O cheiro vai desaparecer com a próxima chuva. Ninguém vai encontrar seu corpo... Você simplesmente desaparecerá, como muitos, muitos outros humanos. Não há motivo para Edward pensar em mim, se ele se der ao trabalho de investigar. Não é nada pessoal, deixe-me tranquilizá-la, Kris. É apenas sede.

– É? – murmurei, segurando com mais força a adaga em minha cintura.

– Sim – garantiu-me. – Serei muito rápido. Você não vai sentir nada, eu prometo. Ah, vou mentir para Victoria sobre esta última parte, naturalmente, só para deixá-la mais calma. Mas se você soubesse o que ela planejou para você, Kris... – Ele sacudiu a cabeça com um movimento lento, quase de repulsa. – Juro que me agradeceria por isso.

Ele farejou a brisa que soprava os fios de meu cabelo em sua direção.

– De dar água na boca – repetiu, inspirando profundamente.

Tirei vantagem de sua distração e acertei a adaga em sua barriga.

Ele me olhou surpreso ao cair no chão e as lentas rachaduras começaram, merda eu tinha me esquecido que só um golpe não bastava. Laurent já estava ficando de pé em posição de ataque...

Cambaleei para trás com a adaga na mão...

E eu estava correndo...

Preparei-me para o ataque, meus olhos se estreitando pela mata enquanto corria, e o som do rugido furioso atrás de mim não me ajudava muito a pensar.

Eu vou morrer, eu realmente vou morrer. 

Fiquei perplexa demais para sentir alívio quando notei que Laurent tinha parado de correr atrás de mim e começou a tomar o caminho oposto ao meu.

Então eu parei ofegante e meus olhos varreram a mata, procurando pela interrupção que me dava mais alguns segundos de vida. 

Então eu vi uma forma escura e imensa; se esgueirou por entre as árvores, silenciosa como uma sombra, e se moveu, decidido, na direção em que Laurent corria. Era enorme — alto como um cavalo, porém mais volumoso, muito mais musculoso. O focinho comprido estava arreganhado, revelando uma fila de incisivos que pareciam adagas. 

Um rosnado horrível saiu por entre os dentes, estrondando pela mata como um trovão prolongado.

Olhei para a criatura monstruosa enquanto ela passava por mim, minha mente atordoada enquanto eu tentava dar um nome a ela. Havia um traço distintamente canino em sua forma, no modo como se movia. Eu só podia pensar em uma possibilidade, travada pelo pavor como estava.

 E, no entanto, nunca imaginara que um lobo pudesse ser tão grande.

Outro rosnado trovejou daquela garganta e o som me fez estremecer.

Hoje era o meu dia! Hoje iria descobrir se existia um céu e um inferno; se não fosse morta por um vampiro, seria por um lobo. 

Senhor, por que não me deste uma morte mais natural? 

Antes que eu pudesse sequer reagir, apareceram mais dois lobos, como gansos voando para o sul, eles corriam na direção em que Laurent tinha ido, lançando-se na mata aberta em poucos saltos, enormes, rosnando e rangendo os dentes com tal volume que minhas mãos voaram instintivamente para cobrir os ouvidos. 

O som cessou com rapidez surpreendente depois que eles sumiram na mata.

Verifiquei as trancas da casa antes de ir para o quarto. Era uma coisa boba de se fazer. Que diferença uma tranca faria a qualquer um dos monstros que eu vira naquela tarde? 

Deduzi que só a maçaneta já impediria os lobos, que não tinham polegares opositores. E se Laurent viesse aqui... Ou... Victoria.

Não havia nada que eu pudesse fazer. Não havia precauções que pudesse tomar. Não havia um lugar onde pudesse me esconder. Não havia ninguém que pudesse me ajudar.

Percebi, com o estômago se contorcendo de náusea, que a situação era até pior do que isso. Porque todos os fatos também se aplicavam a Charlie e Bella. Meu pai e minha irmã, dormiam a um quarto de distância, estavam apenas a um triz do alvo, que era eu. Meu cheiro os atrairia, quer eu estivesse em casa ou não.

Os tremores me sacudiram até meus dentes rangerem.

Peguei a minha adaga e fui para a sala… só existia eu para ajudá-los, foi eu quem os colocou em perigo e eu faria de tudo para protegê-los.

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