~Um amor impossível~
Point of view, Javon walton 🗃️
— Você não pode fazer isso com a carina— Jayla diz estressada enquanto eu terminava de arrumar o cabelo para ir à academia.
— Mas eu não estou fazendo nada— Eu digo sem tirar minha atenção do meu reflexo no espelho.
— Não está— Ela ri irônica.
— Então quer dizer que de um dia para o outro você simplesmente superou a Katherine— Ela diz revirando os olhos.
— Não, eu não disse isso— Digo me virando para encara-la.
— Você tá usando a Carina pra fazer ciúmes na Kat. Isso todo mundo tá percebendo, menos você, a Carina e a própria kat— Ela diz se sentando na ponta da cama.
— Jayla, eu não estou usando ninguém. Eu apenas me aproximei demais da Carina e quero esquecer a Kat, ok?— Eu digo enquanto ela olhava para um ponto fixo do chão enquanto negava com a cabeça.
Sem dizer nada a garota se levanta e caminha até a porta.
— Anda logo, já estamos atrasados. O pai tá esperando lá em baixo— Foi a única coisa que ela disse antes de fechar a porta com força e me deixar sozinho em meu quarto.
— Quebra!— Grito para a garota ouvir.
— Não foi você que pagou— Ouço ela gritar do outro lado.
Meus irmãos estavam bolados comigo, só porque eu me aproximei demais da Carina. Eles dizem que eu estou usando ela ou algo do tipo, mas não estou.
Eu apenas acho ela bonita, e se rolar, rolou.
Katherine me mandou algumas mensagens, mas eu não posso responder. Por mais que eu queira muito.
Eu não quero que ela pense que vai ser fácil assim, que ela pode sair e entrar na minha vida a hora que ela quiser.
Se ela me quer, ela vai ter que se esforçar para isso. E confesso que estou animado para ver isso acontecer.
Terminei de me arrumar e desci as escadas, logo entrei no carro com meu pai, jaden e Jayla, que foi no banco da frente.
— Mas que silêncio pertubador é esse aqui?— Meu pai disse rindo um pouco, mas logo sua expressão mudou quando percebeu que ninguém ali achou graça.
— A coisa é séria então. Diz aí, o que aconteceu filhotes— Ele diz mudando sua postura.
— Acontece que o Javon está agindo feito um babaca com a Katherine— Jayla diz e eu bufo.
— É verdade— Jaden que mantia sua atenção apenas no celular diz concordando com Jayla.
— Ué, mas você não estava todo apaixonado por ela?— Meu pai pergunta.
— É mas ela me fez de otário— Cruzo os braços olhando para a vista na janela.
— Ela passou por muita coisa— Jayla me corrigiu.
— Eu também passei por muita coisa e mesmo assim não tratei ninguém mal— Eu digo voltando a encarar a garota.
— Passou por muita coisa tipo o que?— Ela pergunta.
— Você foi sequestrado? Passou por um puta bloqueio emocional? Teve que se despedir de amigos que você era muito apegado? Foi deixado de lado?— Ela citava inúmeras coisas que Katherine passou.
— Como assim deixada de lado?— Pergunto.
— É isso que está acontecendo agora. Ela está sendo deixada de lado, tudo por culpa sua— Ela diz e novamente jaden concorda.
— Vocês podem falar com ela, ué. Mas eu já disse, se forem falar com ela, não falem mais comigo— Eu disse e os três ali me encaram com decepção.
— Isso é chantagem emocional— Jaden diz e eu dou de ombros.
Um clima horrível ficou no local, Dj preferiu não opinar sobre. Meus pais sempre foram assim, quando tinha brigas entre a gente, eles não ficavam do lado de algum de nós. Eles apenas deixavam a gente se resolver.
Deixamos jaden no ginásio onde ele treinaria para seu jogo de baseball, depois deixamos Jayla na escola para o treino de vôlei, e por último cheguei na academia com meu pai.
— Marcelo está aí hoje— Meu pai diz e eu reviro os olhos bufando.
Não tem como meu dia ser pior.
Marcelo é meu treinador, ele é bastante rígido com seus alunos. E faz críticas construtivas o tempo todo.
De construtiva não tinha nada. Parecia apenas críticas.
— Quanto tempo não te vejo, garoto— Ele diz chegando ao meu lado e dando pequenas tapas em meu ombro.
Forço um sorriso sem mostrar os dentes e parto para a área de box.
Lá início meu treino diário com a ajuda de Marcelo, que só sabia encher o saco.
Às vezes, eu gostaria de parar de socar o saco de pancadas para socar a cara dele.
acabando meu treino de box, bebi água para me recuperar e fui para a parte de pesos. Começando meu treino de bíceps com a ajuda de Marcelo.
— Tu tá precisando aumentar o peso— Ele diz e eu o olho incrédulo.
Aumentar mais?
— Você não está vendo que esse peso já está bom?— Pergunto e ele sorri irônico
— Isso aí não é nada. Até uma criança de oito anos consegue— Ele diz me dando um peso maior.
Eu estava no meu limite, e ele pedia para eu continuar fazendo as séries. Eu não aguentava mais e acabei soltando o peso no chão, quase caindo em seu pé.
— Porra Javon, caralho! quase pega no meu pé— Ele diz estressado.
— Desculpa— Eu digo me segurando para não rir.
Não fiz de propósito, mas bem feito.
Terminei meu treino e esperei meu pai acabar o dele. Logo depois partimos para casa, antes, passando no ginásio e na escola para buscar Jayla.
Subi para o meu quarto tomando um banho gelado, depois desci para comer algo.
Estou faminto.
—Oi javon— Tommy aparece com daelo na cozinha e me abraça de lado
— Eai campeão, tudo bem?— Pergunto e ele assente.
— Quer ir lá em casa hoje assistir filme?— Ele pergunta
— Ah, estou muito cansado. Deixa para outro dia— Eu invento uma desculpa.
Katherine não deve ter contado o que aconteceu. E não seria eu quem iria explicar.
Vejo o menor olhar para daelo e levantar as duas sobrancelhas.
Não entendi o que esse olhar deles quis dizer, apenas peguei um copo de vitamina e virei o mesmo, voltando para meu quarto.
deitado na cama de barriga para cima, eu desbloqueio meu celular, indo para a galeria.
Uma lágrima escorreu de meus olhos enquanto eu via minhas fotos com Katherine. Eu estou morrendo de saudade.
Talvez eu devesse quebrar meu orgulho e falar com ela de uma vez.
— Por que você mexe tanto comigo?— Falei sozinho, desligando a tela do meu celular e o colocando sobre o peito.
Suspirei de olhos fechados e me permiti descansar.
Seus olhos, seu beijo, seu corpo e todas as suas curvas. Não há como não amar. A saudade é como uma facada no coração.
Eu te vejo em todos os lugares. Em algum cômodo da minha casa onde costumavamos ficar, em letras de músicas que insistiam em desenhar seu rosto em minha mente. Ou até mesmo no perfume de morango que você gostava de usar.
Katherine, por que você me deixa assim?