IRISH EYES: O RECOMEÇO

By calliequeiroz

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➤ SÉRIE EM ANDAMENTO Irish Eyes está passando por sua terceira edição, sendo reescrita para finalmente ser pu... More

𝐁𝐄𝐌-𝐕𝐈𝐍𝐃𝐎 𝐀𝐎 𝐂𝐀𝐋𝐋𝐈𝐄𝐕𝐄𝐑𝐒𝐄!
𝐍Ã𝐎 𝐏𝐔𝐋𝐄 𝐎 𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎
𝐀𝐋𝐄𝐑𝐓𝐀-𝐆𝐀𝐓𝐈𝐋𝐇𝐎
𝐒𝐈𝐍𝐎𝐏𝐒𝐄
𝐄𝐋𝐄𝐍𝐂𝐎 𝐅𝐄𝐌𝐈𝐍𝐈𝐍𝐎
𝐄𝐋𝐄𝐍𝐂𝐎 𝐌𝐀𝐒𝐂𝐔𝐋𝐈𝐍𝐎
𝐐𝐔𝐎𝐓𝐄𝐒
𝐒𝐏𝐎𝐓𝐈𝐅𝐘
𝐍𝐎𝐓𝐀 𝐃𝐀 𝐀𝐔𝐓𝐎𝐑𝐀
𝐂𝐀𝐋𝐄𝐁'𝐒 𝐉𝐎𝐑𝐍𝐀𝐋
𝐏𝐑Ó𝐋𝐎𝐆𝐎 - "𝑷𝒆𝒓𝒅𝒂"
𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐔𝐌 - "𝑫𝒆 𝒗𝒐𝒍𝒕𝒂 à 𝒗𝒊𝒅𝒂!"
𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐓𝐑Ê𝐒 - "𝑶 𝑫𝒆𝒄𝒓𝒆𝒕𝒐"
𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐐𝐔𝐀𝐓𝐑𝐎 - "𝑶𝒃𝒔𝒆𝒔𝒔ã𝒐"
𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐂𝐈𝐍𝐂𝐎 - "#𝑻𝒉𝒆4𝑬𝒍𝒆𝒎𝒆𝒏𝒕𝒔: 𝑨 𝑴𝒂𝒏𝒉ã"
𝐒𝐇𝐎𝐑𝐓 𝐅𝐈𝐋𝐌 "𝐈𝐑𝐈𝐒𝐇 𝐄𝐘𝐄𝐒"
𝐁𝐀𝐈𝐗𝐄 𝐎 𝐖𝐀𝐋𝐋𝐏𝐀𝐏𝐄𝐑 𝐃𝐄 𝐈𝐑𝐈𝐒𝐇 𝐄𝐘𝐄𝐒
𝐀𝐂𝐎𝐌𝐏𝐀𝐍𝐇𝐄 𝐎 𝐒𝐓𝐀𝐓𝐔𝐒 𝐃𝐄 𝐑𝐄𝐄𝐒𝐂𝐑𝐈𝐓𝐀
𝐋𝐄𝐈𝐀 𝐀 𝐃𝐔𝐎𝐋𝐎𝐆𝐈𝐀 𝐁𝐑𝐎𝐊𝐄𝐍 𝐂𝐑𝐎𝐖𝐍 𝐍𝐀 𝐀𝐌𝐀𝐙𝐎𝐍
𝐋𝐄𝐈𝐀 𝐀 𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐂 "𝐒𝐇𝐀𝐃𝐎𝐖𝐒" 𝐃𝐄 𝐈𝐑𝐈𝐒𝐇 𝐄𝐘𝐄𝐒

𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐎𝐈𝐒 - "𝑶 𝑴𝒖𝒓𝒐"

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By calliequeiroz

NOTA CALLIE: Hey Irishers!!! Demorou, mais chegou!!! :D Esse capítulo foi bem sofrido para escrever. Além da complexidade de uma das cena, também acabei entrando em um bloqueio criativo. Acreditem, foi um sofrimento só!! Mas consegui terminar!! E de acordo com as minhas betas, o capítulo ficou muito bom. Então espero que o trabalho tenha valido a pena. Please, deixem suas reações e comentários durante ou depois da leitura. É super importante para mim, saber o que vocês sentem ao ler o capítulo. Eu estou postando a reescrita aqui no Wattpad para isso, para um test drive, e o silêncio de vocês não ajuda muito, me deixa no escuro. Então, please, please, deixem suas reações, me deem um feedback! Enfim, para quem leu as primeiras versões, creio que vão se surpreender com a cena da cozinha. Ela está bem diferente, e bem mais hot!! :O haha. Espero que gostem! Aproveitem a leitura!!  xoxo, Callie.

☘☘☘☘

Okay, confesso... Assistir ao Caleb ter uma crise de ciúme era um dos meus passatempos preferidos. Além de fazer muito bem para a minha autoestima.

Após cumprimentar os meninos, fui para o meu quarto com um sorriso vitorioso no rosto por ter conseguido rachar o ultra potente autocontrole do Caleb.

Não que esse feito fosse inédito. Eu sempre fui capaz de tremular o iceberg que ocupava o corpo dele. Ainda assim, colocar esse meu talento em prática continuava a me proporcionar a mesma sensação de excitação que senti na primeira vez que descobri que eu tinha esse poder sobre ele. Poder que ninguém mais tinha.

Entrei debaixo do chuveiro, e assim que a água caiu sobre os meus ombros senti meus músculos se contraírem, doloridos. Eu não percebi que estava tão cansada até aquele momento.

Levei um longo tempo ali, relaxando, até me sentir um pouco melhor. Em seguida, voltei para o quarto, fui até meu closet e escolhi um mini vestido floral vermelho, com corte ombro a ombro, detalhe de cordão no busto, babados e mangas curtas elásticas. *Eu sei, é um vestido super curto para o inverno, mas dentro de casa, estava uma temperatura ambiente*.

Todos os dias eu tinha que estar muito bem arrumada, na moda, vestindo peças de alta costura, tomando cuidado para não repetir o mesmo outfit, pois as pessoas estavam constantemente me observando. Acredite, por mais que eu amasse moda, era exaustivo. Então quando chegava em casa, a última coisa que eu queria era me produzir. Maquiagem? Nem pensar! Minha pele precisava respirar. Eu apenas cuidava da saúde dela com uma limpeza profunda e cremes.

Já vestida e feito minha rotina de hidratação corporal e facial, me joguei na cama e coloquei minha máscara de dormir, necessitando descansar, pelo menos por alguns minutos. O banho me relaxou tanto que me deixou sonolenta.

O "Angel Time" — como eu chamava aquele momento só meu — durou apenas alguns minutos, somente até o furacão Tabitha entrar no quarto — sem bater, enfatizo isso — e acabar com a minha paz.

— Angy!!! Estou com fome!! — resmungou ela, batendo a porta atrás de si. O som da batida foi direto para a minha cabeça, provocando uma dor latejante que me franzir a têmpora.

— E eu com isso?

Ouvi os saltos de Tabby quicarem pelo assoalho, então o colchão afundar quando ela se jogou na cama ao meu lado.

O que o Caleb tinha de silencioso, a Tabitha tinha de barulhenta... E espaçosa — e folgada.

— O Caleb não vai pedir o jantar até que você desça, porque tanto faz para ele se sua irmã morra de fome. O que importa é que sua amada seja alimentada primeiro.

Eu não podia vê-la pela venda no meu rosto, mas sorri, pois sabia que ela estava revirando os olhos como uma menina mimada e ciumenta.

Me dando por vencida, deslizei a máscara pela minha testa e a tirei, sabendo que o "Angel Time" tinha acabado. Impulsionei meu corpo para cima e o sustentei com os cotovelos sobre o colchão. Então, virei a cabeça para o lado onde Tabitha estava deitada. Com um olhar de tédio, falei:

Drama Queen... Aposto que você comeu alguma coisa antes de sair de casa porque sabe que eles enrolam para pedir a comida, porque nenhum deles gosta de ligar ou abrir o Uber Eats. — Vai entender...

É sério, acreditem... Nenhum deles gosta de fazer pedido de comida. Cada um tem um motivo estúpido para isso, mas no final, a idiotice é a mesma para todos eles. É tipo aquele negócio que homem não gosta de pedir direção? Eles não gostam de pedir comida. *HAHA*

Tabitha estreitou os olhos e devolveu o meu olhar de tédio.

— Eu não sou uma drama queen... E é claro que eu já comi alguma coisa, mas faz tempo e foi apenas uma barra de aveia com pistache e cranberry — ela era viciada nesse negócio —. Se eu fosse depender desses inúteis eu teria virado uma modelo anoréxica na época. Que tipo de pessoa diz que não gosta de ligar para pedir comida porque não tem paciência para as inúmeras perguntas que os atendentes fazem? — Ela franziu a testa incrédula. — Isso é estúpido. Como o restaurante vai saber o que você quer e para onde entregar se você não quer falar? — Esse foi o motivo que o Grant deu para não gostar de pedir comida por telefone.

— Você está realmente tentando entender a cabeça deles? — eu ri. — Não faça isso ou vai acabar fritando o seu cérebro.

Tabby concordou. Em seguida, do nada, deu um tapa no meu braço.

— Aii... — resmunguei. — Por que você me bateu??

— Qual a parte do "eu estou com fome" você ainda não entendeu? — Ela fechou a cara, me repreendendo.

Rolei os olhos.

— Aff... Sabe o quê?... Cara feia pra mim é fome, querida! — provoquei.

— Exato!!! Então, levante essa bunda sexy que meu irmão não consegue parar de secar, e saia da cama!

Eu gargalhei enquanto deslizava para fora da cama. Entrei no meu closet e sentei de frente para a penteadeira para dar um jeito no meu cabelo, que parecia mais a juba do Mufasa, antes de descer. — Eu disse que gostava de ficar confortável em casa, não desleixada.

— Hey, você sabia que o Caleb jogou uma faca no olho do Reid? — perguntou Tabby entrando no meu closet e indo direto para as prateleiras onde ficavam a minha coleção de sapatos, com certeza, para pegar algum par para ela. — Já disse que ela é folgada?

— O Caleb fez o quê?? — perguntei surpresa, olhando-a através do espelho. Comecei a escovar o meu cabelo com a escova secadora pois ele ainda estava um pouco úmido. — E por quê??

— Bem, aparentemente, o Reid também secou a sua bunda quando você saiu da sala, e o Caleb ficou puto, porque, bem..., só ele pode secar sua bunda e toda aquela coisa obsessiva dele.

— Eu não acredito! — falei rindo.

— Sério? Você acabou de conhecer o meu irmão? — ironizou Tabby enquanto contemplava um par Jimmy Choo. — Ele quase quebrou o nariz do Reid quando tinha apenas dez anos porque o coitado acertou uma bola, acidentalmente, em você, te fazendo chorar.

— Hmm... Quando você coloca dessa maneira... — concordei. — O Reid está bem? — perguntei.

Tabitha deu de ombros.

— Ele já está acostumado. Não vai ficar traumatizado, nem nada. Se ele ainda está respirando, então está bem.

Eu joguei a cabeça para trás e ri.

— Você é louca igual ao Caleb.

— Disse a garota que colocou a chefe das líderes de torcida da escola, vulgo Kate Foster, no hospital, com insolação porque a vadia agarrou o meu irmão e o beijou na frente de todos no final do último jogo da temporada — ironizou Tabitha.

Okay, confesso, esse não foi um dos meus melhores momentos. Mas eu era apenas uma menina e não sabia controlar muito bem meus instintos possessivos em relação ao Caleb. Se já é difícil para uma adolescente comum controlar seus hormônios, imagine para uma garota que nasceu predestinada a um homem, sem controle de seus sentimentos, emoções e com uma necessidade primitiva de possuir e proteger esse homem? A herança dos "Olhos Irlandeses" vivia em mim. Em minha alma. Em meu sangue. Em minhas veias. Em meus pensamentos. Em cada parte de mim. Eu não tinha controle de nada quando o assunto era Caleb. Seria sempre assim, por isso ele tinha tanto medo da dimensão desse sentimento. Eu entendia. Eu também tinha. Éramos uma bomba programada para explodir. Entretanto, com os anos veio o amadurecimento, e eu comecei a enxergar nossa ligação com mais clareza, e com isso o medo foi se dissipando. Ainda me assustava, porque eu sabia que andava em um campo minado, e um passo em falso, tudo ao nosso redor explodiria. Mas eu estava mais forte, mais confiante, mais poderosa. Que levou a ousadia, a necessidade de arriscar, de me jogar na direção do perigo. Foi tudo tão inusitado. De um dia para o outro eu acordei assim... destemida. Segura de quem eu era e do que sentia.

Eu agora entendia como casais como nós — meus padrinhos, meus avós e os do Caleb —, conseguiram manter suas relações em controle sem que colocassem o resto do mundo em chamas. O Caleb, no entanto, ainda não estava pronto. Ele ainda não via o que eu via. Era normal de acordo com a minha madrinha. Ela dizia que os homens tinham um instinto protetor mais forte do que as mulheres, por isso, eles demoravam mais a aceitar o inevitável. Já a vó Eileen dizia que é porque as mulheres são mais inteligentes, são mais visionárias, menos teimosas e mais maduras do que os homens. *HAHA*

— Se eu bem me recordo, você estava junto quando invadimos a clínica de bronzeamento e alteramos a intensidade da câmera em que ela estava. Aliás, se minha memória não falha, e ela nunca falha, foi você quem começou a apertar os botões.

— Hey, eu sou a Serena para a sua Blair[1] — voltei a rir quando ela piscou para mim.

— Eu nasci com a herança dos Olhos Irlandeses, por isso ajo assim. Qual é a sua desculpa? — Arqueei uma sobrancelha através do espelho enquanto finalizava o meu cabelo com um amaciador de cabelo da marca Rika Bourchier, parte da cesta de produtos de beleza que recebi de presente da própria Princesa Eerika em agradecimento pelo convite para o Angélique: The 4Elements.

Tabby deu de ombros enquanto caminhava pelo closet, escolhendo um par entre todos os sapatos nas prateleiras.

— Eu não gosto de me sentir excluída — eu ri, negando com a cabeça pelo seu cinismo, e comecei a amassar o cabelo para dar um efeito messy. — Além disso, a minha mãe sempre disse que eu posso não ter herdado os "Olhos Irlandeses", graças a Deus, mas eu tenho no meu sangue, então posso sofrer com alguns efeitos colaterais. No caso, um pouco da deficiência cerebral de vocês.

Rolei os olhos e com o cabelo já pronto, me levantei e me virei na direção dela.

— Primeiro, deficiência cerebral tem aquela sua gata louca. Sério, aquela gata tem sérios problemas. Segundo, desde que sua mãe te explicou que o motivo das pessoas ficarem te olhando atônicas é porque você tem esse dom hipnótico nos olhos como nós temos — além de claro, esses seus olhos perfeitos — ela deu um sorriso soberbo —, você usa esse tal "efeito colateral" para justificar toda loucura que você faz.

— Esperteza, minha querida Blair... Isso se chama esperteza. — Ela finalmente escolheu por um par de sandálias Angélique brancas, de plataforma, salto alto grosso e tratorado com tira no tornozelo, além do Stiletto Jimmy Choo que já tinha pego e caminhou até mim e estendeu a sandália para mim. — Esse ficará bem com o vestido. Coloque-o logo e vamos pedir o jantar antes que eu assassine alguém — disse passando por mim. — Ah, e se você falar mal da minha gata de novo, eu vou desfilar amanhã pelo carpete vermelho vestindo Ayanna Keighley.

— Oh... Você não ousaria!

Ayanna Keighley era minha concorrente. A mulher fazia a Meryl Streep em "O Diabo Veste Prada" se transformar em "O Anjo Veste Prada". Ela era possuída pela Lillith[2].

Um sorriso endiabrado se desenhou nos lábios de Tabitha — o mesmo que ela deu antes de começar a apertar os botões da câmera de bronzeamento da Kate Foster.

— Me tente... — E assim, ela se virou e saiu do closet voltando para o quarto.

Vadia rancorosa.

Com um rolar de olhos, eu calcei a sandália.

Estou com fome!!! — gritou Tabitha do quarto.

Argh, garota chata dos infernos!!

— Você tem dedos e boca, ligue para o maldito restaurante ou abra a porcaria do app e faça o pedido — falei dando de ombros ao caminhar de volta para o quarto.

Tabby estava na porta me esperando.

— Você é a dona da casa agora. É sua obrigação. Eu sou a visita — contestou Tabby com um bufo impaciente.

Geralmente, eu mandaria ela se foder. Mas suas palavras me atingiram em cheio.

Eu era a dona da casa agora, não era? Um sorriso iluminado — pela primeira vez em um mês —, estampou o meu rosto quando uma repentina compreensão clareou a minha mente.

Eu era a dona da casa.

Casa que eu compartilhava com Caleb.

Sozinhos.

Um riso esclarecedor irrompeu pelo meu peito.

— Eu conheço esse sorriso. Esse foi o sorriso que você ostentou quando demos aquela mega festa em casa para comemorar nossa formatura do colégio, e você bebeu pra caramba e, então, descobriu que o Caleb tinha chegado em casa mais cedo de Massachussetts — Ele estudava em Harvard, em Massachussetts, e voltava para casa nas férias. — e assim, teve a brilhante ideia de subir até o quarto dele e se juntar a ele no chuveiro.

Ri internamente.

Oh sim, a reação dele foi impagável. Eu estava muito bêbada, mas me lembro perfeitamente o susto que ele levou. O coitado quase entrou em choque. Ele não fazia a mínima ideia do que fazer.

Olhei para Tabby ilustrando um grande sorriso no rosto.

— Meu irmão tá muito ferrado, não tá?

Caminhando até a porta, eu a puxei pela mão para descermos.

— Oh acredite, ele está... — concordei e pisquei para ela. — Vamos pedir o seu jantar antes que você caia dura no chão e o Grant tenha que vir te carregar.

Tabby me deu um tapa no braço fazendo cara feia.

Eu apenas ri.

A risada do Reid atravessava paredes.

Ao entrar na sala, os meninos discutiam algo sobre quem o Reid levaria como acompanhante para o desfile no dia seguinte.

Você não vai de barriga cheia para um banquete, cara! — explicou o Pogue.

— Concordo. — Tabby o apoiou enquanto caminhava direto para o bar no canto da sala.

— Finalmente voltaram! Estava começando a pensar que iríamos tomar café da manhã, e não jantar — resmungou Tyler.

Eu lhe ofereci um olhar enfadado e o ignorei.

Como de costume, meus olhos buscaram por Caleb. Era como uma força magnética, acredite. Se ele estava presente, os meus olhos buscavam por ele.

Quando o encontrei, o peguei com o semblante sério e a testa franzida. Seus olhos percorriam o meu corpo lentamente e minuciosamente. Ele estava pensativo e ao mesmo tempo vidrado e irritado.

Quando nossos olhares finalmente se encontraram, foi como se com eles, ele ateasse fogo em mim. As chamas refletiram em sua íris tão vividamente que senti a queimação percorrer por todo o meu corpo deixando-me subitamente paralisada.

Oh, ele estava puto. Muito puto.

Constatei.

— Hey Angy, como você consegue se equilibrar nesse negócio?

Reid tocou no meu braço ao passar por mim quebrando a conexão entre mim e Caleb. A minha temperatura corporal caiu imediatamente a ponto do meu corpo tremular levemente de frio.

Alguém mexeu no termostato?

Tabitha respondeu por mim.

— Modelos, querido... Andar de salto para nós é praticamente o mesmo que andar descalça. — Reid olhava para os meus pés como se eu estivesse sobre pernas de pau. Tabitha continuou: — Tipo vocês com suas Glocks[3] 9mm. Já nem notam que carregam uma arma letal em seu corpo — ela explicou ao se sentar no braço do sofá com uma taça de Martini na mão, ao lado de Grant à sua direita e Caleb no outro sofá à sua esquerda.

— Eu carrego uma SIG Sauer[4] — contestou Grant em um tom resmungão.

— Claro... — Tabby soltou um riso debochado. — Mas tinha que ser o diferentão. — Seus olhos reviraram com tédio.

Pogue jogou a cabeça para trás e desatou a rir.

Grant fez uma careta mal humorada.

Reid continuava olhando para os meus saltos/pernas de pau com a testa franzida.

Tyler estava "de bico" olhando para tv. — Ele ficava de mau humor igual a Tabby quando estava com fome.

E Caleb, ele estava sério, duro, impenetrável, com a mandíbula cerrada, com sua atenção focada em seu uísque, o dedo indicador batendo levemente e sincronizadamente contra a boca do copo, como se esse movimento estivesse-o privando de perder o controle.

Foi quando Tabitha fez a pergunta que jamais deveria ser feita enquanto levava a azeitona do seu Martini à boca.

— Então, qual de vocês meninos vai pedir o jantar? Estou com fome.

A reação foi imediata quando os cinco, em um movimento síncrono, viraram a cabeça na direção dela e a fitaram com os olhos estreitos e o semblante mortal como se ela tivesse acabado de dizer: "Nova Jersey é melhor do que Nova York". Um conselho, nunca diga isso a um nova-iorquino!

Eu não aguentei e comecei a rir.

Como já expliquei, eles odiavam pedir comida. Eu sei, não tem sentido... Por isso, não tentem entender as peculiaridades deles.

Tabby nem ao menos se abalou com os olhares mortais dos homens letais direcionados a ela. — Acredite, um desses olhares já era assustador. Todos eles ao mesmo tempo faziam muitos homens correrem para longe chorando como uma criança de dez anos. — Nós duas, no entanto, estávamos acostumadas a lidar com eles nossas vidas inteiras.

— Então...? Ninguém vai me responder? Estou pensando naquele salmão do Galloway's. Algo leve.

Ela continuou olhando para eles com um belo "poker face", enquanto eles continuavam estáticos intimidando-a com seus olhares assassinos.

— Okay, relaxem... Não há necessidade de pegarem suas armas. Eu peço, — falei me divertindo.

Imediatamente, eles relaxaram, como se eu tivesse acabado de anunciar que a bomba tinha sido desarmada.

Tabby sorriu vitoriosa por ter conseguido irritá-los e terminou o seu Martini, virando a taça toda de uma vez.

— Você não acha que deveria pegar leve com o álcool estando de estômago vazio? — perguntou Caleb em um tom tão calmo que você jamais notaria a ordem por trás de suas palavras se você não o conhecesse. Na verdade, ele estava dizendo a Tabitha o que tinha que fazer, não sugerindo. Infelizmente para ele, Tabitha é uma Donoghue. E os Donoghue odeiam que os digam o que eles têm que fazer. E eles não são nada delicados na hora de responder.

— Você não acha que deveria cuidar da sua vida, big bro[5]?

Caleb arqueou a sobrancelha para ela. Sua feição inexpressiva. Por fim, a ignorou.

— Vamos parar com as conversinhas e pedir. Estou com fome, porra!! — resmungou Tyler nervoso. — O Galloway's pra mim está ótimo.

— Agradecemos a preferência... e seu dinheiro — falou Reid com um sorriso brincalhão.

O Galloway's era um restaurante tradicional e um dos mais sofisticados de Nova York. A família do Reid, os Galloway, eram os proprietários.

Todos, por fim, me passaram os seus pedidos... Menos o Caleb. Ele continuava em silêncio e sério. Com o seu campo de força ativado. Eu sabia o porquê, mas resolvi ignorar, por hora.

Me virando para ele falei:

— Filé Mignon ao Molho de Vinho Tinto, Cale? — perguntei, apenas para atrair a sua atenção e quebrar o seu silêncio, pois eu já sabia o que ele ia pedir. Eu sempre sabia.

Caleb me olhou.

O seu olhar duro e ardente dessa vez encontrou os meus desafiantes e tão profundos quanto os dele.

Dois podem jogar esse jogo, querido!

Caleb franziu a testa e em seguida curvou a sobrancelha. Sua prepotência foi respondida pelo meu sorriso provocante e presunçoso que tanto o irritava.

Por fim, ele cedeu... Bem, mais ou menos.

— Você já sabe muito bem o que eu vou pedir — disse ele com uma calma dissimulada.

— É, eu sei — confirmei com um sorriso pedante e triunfador. Logo, pisquei para ele e me virei para os outros enquanto Caleb bufava sabendo que eu tinha feito a pergunta apenas para fazê-lo falar. — Vou fazer o pedido e já volto.

Então, saí da sala e fui para a cozinha.

Me inclinando na bancada e com o meu celular na mão, procurei pelo telefone do restaurante. Foi quando aquela voz profunda e autoritária que eu conhecia tão bem soou logo atrás de mim me assustando e me fazendo derrubar o aparelho sobre a bancada de granito.

Você faz essas merdas de propósito?

Com a palma da mão sobre o peito, me virei para encontrar um Caleb estático à minha frente, me observando..., correção, me perfurando com o seu olhar duro, crítico e sombrio.

— Jesus, Caleb... Que susto!! Quando você vai perder essa mania de se esgueirar por trás das pessoas? — reclamei.

Sério, ele parecia uma onça pronta para atacar.

Como de costume, Caleb ignorou o que eu disse.

— Me responda — exigiu.

— Responder o quê? Eu não sei do que você está falando — falei ao recostar na bancada.

Oh, eu sabia exatamente sobre o que ele estava falando.

— Não se faça de desentendida. Você sabe muito bem... — Ele deu um passo em minha direção. — Os toques, os sussurros no meu ouvido, as provocações e, ... isso. — Ele gesticulou apontando para a minha roupa.

Rolei os olhos.

— Oh, baby. Eu realmente não tenho culpa se tudo que eu faço, digo... ou visto — passei a mão pelo meu vestido — te excita. — Ele fingiu um tédio que eu sabia que era a última coisa que ele estava sentindo naquele momento. Caleb era o mestre do equilíbrio. Mas eu podia sentir a combustão dentro dele. Tanto que bastava um olhar para o meu corpo inteiro incendiar como se ele automaticamente expandisse suas chamas até que elas me cobrissem por completo, me aprisionando em seu calor.

— Não vamos brincar aqui com o que não devemos, Angel — "pediu" ele, calmo e categórico.

Não se deixe enganar pela elegância, charme e a calmaria em sua voz.

Caleb não é o tipo de homem que pede. Ele exige. Ele toma.

Não comigo, no entanto. Por conta de apenas um pequeno detalhe.

Eu não sou o tipo de mulher que pede. Eu exijo. E eu tomo.

Somos exatamente iguais. Cem por cento compatíveis.

Com um impulso, me desencostei da bancada e dei um passo em sua direção.

— Não se engane, Cale... Eu não estou brincando — afirmei segurando o seu olhar autoritário com o meu desafiador.

Seus olhos estreitaram desconfiados.

— Então pare com o que está fazendo. — Voltou a exigir.

— E o que exatamente eu estou fazendo? Te seduzindo com a minha voz, com as minhas roupas, com meus olhares, com meus toques, com meus movimentos... — Meus olhos sorriram divertidos. — E desde quando o que eu visto te incomoda tanto? Caso você tenha se esquecido, há outdoors enormes espalhados em Nova York e nas maiores cidades do mundo comigo vestindo muito menos do que um vestido curto.

Seus olhos estreitaram e escureceram.

— Acredite, eu não me esqueci — enfatizou ele. — O que você veste não me incomoda. — Mentiroso. — Mas o olhar de outros homens... e mulheres em você, sim. — Mulheres também ativavam o seu ciúme. *HAHA* — Eu não preciso me explicar, você entende isso muito bem. Não é nosso primeiro dia sendo Caleb e Angelique. Nosso histórico está aí para provar que não reagimos muito bem à certas emoções quando elas se manifestam. — Ele deu mais um passo em minha direção. Seus Olhos Irlandeses brilharam e atravessaram os meus intimamente. — Então, por favor, troque o vestido, se é que podemos chamar isso de vestido, porque eu não estou afim de assassinar nenhum dos meus amigos hoje à noite. — E lá estava novamente, o "pedido".

Fechando a distância entre nós, ergui meu rosto até o dele e apoiei minhas mãos em seus ombros.

Oh, era fofo quando ele pensava que estava no controle.

— Hmm... — O estudei por alguns segundos. Sua mandíbula estava cerrada. Mas era tão imperceptível que quase passava despercebido. — Sabe o que eu acho?... Eu acho que você está mais incomodado por não conseguir tirar os seus olhos de mim do que com os olhares dos seus amigos.

Meus olhos atravessaram os dele com a mesma intensidade que os seus atravessavam os meus.

— Eu acho que seu inquebrável controle está ameaçado, e você não está conseguindo se conter como costumava. — Sua íris escureceu. Eu aprofundei o meu olhar, prendendo-o em mim. — Eu acho que você subestimou o seu desejo e seus sentimentos por mim e confiou demais no seu equilíbrio pois achou que seria como quando éramos mais novos. Quando eu era uma menina e você ainda podia controlar sua atração por mim. — Minha mão esquerda correu vagarosamente do seu ombro, pelo seu pescoço até chegar em seu rosto. — Caleb ficou estático, completamente preso em mim, quase hipnotizado. Sua pele estava quente e rígida. — Se eu consegui rachar esse muro quando eu tinha apenas dezoito anos, não pense nem por um segundo que agora não poderei derrubá-lo. — Meu polegar correu pelos seus lábios cheios, desenhando-o. Caleb não se moveu. Ele nunca fazia. Não enquanto eu o tocava. Ele não conseguia. Mas eu podia sentir o seu sangue fervendo por debaixo de sua pele e seus músculos endurecerem tanto até se tornarem rochas.

Eu aproximei o meu rosto até nossos lábios quase se tocarem, e com a voz baixa, sedutora e suave, eu disse:

— Então, a chuisle, acredite quando eu digo que não estou brincando. Eu também não estou te provocando. Essa chama que você sente dentro de você cada vez que me olha, cada vez que me ouve, cada vez que me sente, é apenas o seu corpo reconhecendo o seu dono. Eu.

Minhas palavras o perturbaram tanto que o desestabilizou. A fúria que ele escondia tão profundamente se revelou fazendo-o quebrar nossa conexão. Acredite, não era fácil quebrar a conexão assim, por isso raramente acontecia. Foi assim que eu soube o quanto eu o tinha afetado. E também pela sua reação seguinte.

Com um rosnado furioso, Caleb segurou o meu pulso, usando mais força do que normalmente usaria, e com um forte aperto, ele tirou minha mão do seu rosto. Na verdade, ele a arrancou como se ela tivesse queimando sua pele. E provavelmente estava. Então, deu passos cambaleantes para trás, aumentando a distância entre nós.

— Não faça mais isso, porra! — Seus olhos estavam tão negros. Sua mirada era como navalhas afiadas. — Isso... — ele apontou para mim e depois para ele, se referindo a nós dois — jamais acontecerá! — Sua voz elevou um tom. Algo que raramente acontecia.

Veja bem, para quem está de fora pode parecer que ele está sendo extremamente rude e que está me rejeitando, mas vou explicar.

Não é bem assim que as coisas funcionam com a gente. Primeiro, eu estava longe de ser uma mulher delicada e sensível. Como expliquei, éramos compatíveis pois éramos muito parecidos. Então, palavras duras não me afetavam, muito menos vindo dele, porque eu podia lê-lo como um livro aberto. Segundo, porque o Caleb era humanamente e fisicamente incapaz de me rejeitar. Assim como eu jamais poderia rejeitá-lo. Fomos feitos um para o outro. Predestinados, lembra?

A verdade é que ele estava assustado porque, bem, já expliquei sobre o apocalipse que nossos sentimentos podiam provocar. Ele também era um homem orgulhoso. Extremamente determinado, jamais se rendia. E teimoso. Então, se ele decidiu que não iríamos ficar juntos porque não achava certo ou porque achava perigoso, então não ficaríamos juntos, não importasse o que acontecesse — Veremos.

Além disso, tinha o fator "Angel". Não, não me refiro ao meu nome.

Desde que nasci, Caleb criou essa imagem celestial. Ele me via como um ser angelical, perfeito e intocável. Inconscientemente, ele não achava que nada e nem ninguém estava ao meu alcance, e isso incluía ele. A lenda dos "Olhos Irlandeses" dizia que todos os homens que carregassem o legado teriam esse comportamento. E que a necessidade de nos superestimar, nos "venerar", estaria em suas naturezas, enraizado tão profundamente que seria praticamente impossível arrancar de dentro deles.

Caleb se achava indigno de mim. Ele dizia que tinha uma profunda escuridão dentro dele e que em hipótese nenhuma deixaria que apagasse a minha luz.

Portanto, quando ele bruscamente me afastou e me olhou com fúria, foi apenas seu medo se manifestando. Porque por mais que ele não quisesse reconhecer, no fundo ele sabia que eu estava certa.

Caleb sempre colocou certa distância entre nós, porque foi a maneira que encontrou de se manter no controle. Confesso que eu também. Mas nós dois sabíamos que estávamos apenas adiando o inevitável.

E o inevitável chegou.

Depois do ataque de fúria, Caleb, com um tom cortante, disse:

— Troque a porra do vestido!

Então, se virou pronto para sair da cozinha.

Levar o Caleb até o seu limite podia não ser a melhor ideia. Não por minha causa já que eu era imune à sua fúria, mas eu não podia garantir a segurança da próxima pessoa que atravessasse o seu caminho. Ainda assim, eu não me freei quando tomei a decisão seguinte.

— Se é assim que você deseja... — ironizei. — Então, que assim seja.

Dito isso, deslizei as mangas do meu vestido pelos meus braços ao mesmo tempo em que o Caleb se virava na minha direção. Quando os seus olhos caíram em mim, eu podia jurar que vi sua íris mudar de cor, uma mistura de azul, amarelo e verde. Com o vestido na cintura, eu empurrei o tecido até que deslizasse pelas minhas pernas, deixando-me apenas com o conjunto de lingerie branca.

— Satisfeito agora? — perguntei. Irônica e desafiante.

Se lembram de quando eu o comparei com uma onça? Então, a semelhança se aplicava a ele na naquele momento. Seu olhar era estreito, focado, penetrante e ainda possuía aquele tom amarelado. Já a sua postura era de um predador se preparando para atacar. Ele estava tão silencioso e "animalesco" que eu institivamente dei um passo para trás.

Talvez eu tivesse exagerado?

Engoli em seco quando ele soltou o meu olhar para corrê-lo pelo meu corpo como se estivesse decidindo por onde ele atacaria primeiro.

Seu olhar foi tão intenso que me desestabilizou. De repente me senti paralisar. Eu não estava mais no controle do meu corpo. Uma queimação alastrou-se pelo meu sangue, acelerando meus batimentos cardíacos e disparando uma descarga elétrica que atingiu direto as partes mais sensíveis do meu corpo.

Um grunhido saiu da garganta de Caleb e seus olhos se iluminaram subitamente. Foi quando eu soube que ele estava sentindo tudo o que eu sentia.

Seus olhos focados pararam subitamente na altura do meu peito e se concentraram ali, como se ele pudesse decifrar com que frequência o meu coração batia.

Meu sexo pulsou fascinada pela adrenalina que meu corpo emanou ao captar o perigo, o instinto primitivo e animalesco vindo do homem que eu amava.

A besta que vivia dentro dele estava despertando.

Inesperadamente, eu sorri.

Um ato imprudente.

Perigoso.

Caótico.

Mas eu tinha fascinação pelo caos. Especificamente, o caos que vivia dentro dele.

Eu queria o seu caos. Eu precisava dele.

Por isso, eu não pude me conter.

— O vestido estava te incomodando... Está melhor agora? — perguntei, incitando-o, como uma viciada em busca de droga.

Seus olhos fluorescentes estreitaram como um predador.

Eu tremi.

Eu queria que ele me atacasse — no bom sentido —. Eu queria despertar completamente a besta. Eu queria derrubar a sua parede blindada. Abalar o seu controle. O seu mundo.

Eu queria o caos que vivia em Caleb Donoghue.

Pois, nós dois, éramos o desastre perfeito.

Tão imersa eu estava que não me dei conta quando ele se moveu. Em um minuto Caleb estava longe de mim, e, no outro, ele estava sobre mim com as duas mãos na minha cintura, me prensando contra a bancada da cozinha e esmagando o seu peito sólido contra os meus seios doloridos.

Parei de respirar.

Meu coração perdeu uma batida... ou duas.

— Esse foi um grande e estúpido erro, Angel — Sua voz profunda e perigosamente baixa me repreendeu. Seus olhos continuavam me aprisionando neles.

— Inspire. — Ele ordenou. Meus pulmões seguiram o seu comando, deixando claro quem estava no controle.

Sua mão direita soltou a minha cintura e subiu até o meu peito, um pouco acima do vão entre meus seios. A palma tocou a minha pele causando uma descarga elétrica que me fez vibrar.

Puxei a respiração.

Meus seios subiram junto ao meu peito, encostando levemente na sua mão.

Seu olhar liberou o meu, caindo em sua mão sobre o meu peito.

— Expire — ordenou.

Soltei a respiração lentamente.

Sua atenção concentrada no movimento da sua mão sobre o meu peito.

— Novamente — exigiu ele.

Caleb observava meu peito subir e descer repetidamente fascinado como se fosse algo extraordinário. Seu rosto se aproximou do meu, deixando-me momentaneamente estática enquanto sua mão deslizava pela minha pele, queimando-a, até chegar em meu pescoço.

Sua testa descansou na minha ao mesmo tempo em que sua mão contornou o meu pescoço.

— Não faça isso comigo... — sussurrou ele. Uma súplica. Uma ordem. A dureza em seu timbre, no entanto, era clara. Ameaçador. Autoritário. Tão autoritário quanto seus dedos contornando o meu pescoço, exercendo o seu domínio. Mantendo-me paralisada, à sua mercê.

— Nós já passamos por isso antes... — Ele continuou. O tom baixo, quase inaudível. Sua respiração batendo contra o meu rosto. A ponta do seu nariz acariciando a minha bochecha, inalando o meu cheiro. — Eu me permiti libertar. Eu fui egoísta e perdi completamente o controle... E o resultado foi apenas dor e sofrimento.

Uma única vez Caleb se libertou e se entregou totalmente a mim. Foi a melhor noite da minha vida, mas as consequências foram traumáticas. Portanto, ele tinha uma certa razão. O resultado foi doloroso, ainda muito mais do que ele imaginava. Caleb não sabia de toda a verdade. Ele não sabia tudo o que aconteceu depois daquela noite. Mas ele estava errado em achar que foi um erro, que não foi maravilhoso, inesquecível, a noite mais importante das nossas vidas. E ele estava ainda mais errado em achar que éramos os mesmos jovens de quase oito anos atrás. Naquela época, não tínhamos maturidade o suficiente para lidar com a imensidão dos nossos sentimentos, então acabamos nos machucando.

— Aquela noite não foi um erro, Cale. Aquela noite estava fadada a acontecer. Era inevitável, e você sabe disso. — Seu rosto subitamente se afastou do meu, então seus olhos escureceram quando me encararam. Instintivamente seus dedos se apertaram em minha garganta me impedindo de continuar, fazendo o meu sexo pulsar de excitação. Tentei apertar minhas coxas, necessitando do alívio, mas a coxa de Caleb entre as minhas pernas me impediu, deixando-me em completo tormento.

Caleb odiava tocar naquele assunto. Mas eu estava cansada de fugir do passado. Tivemos anos para nos curar, para amadurecer e aceitar que não existíamos um sem o outro. Estava na hora de encarar a realidade e abraçar o nosso destino. Ele querendo ou não isso iria acontecer.

Quando aceitei morar com Caleb foi por Alex. Porque nós dois precisávamos um do outro para lidar com a perda. Agora, precisamos curar o nosso passado, criarmos um presente, para que tivéssemos um futuro.

Seu corpo se elevou sobre o meu mantendo o seu aperto. Sua mão contornando o meu pescoço, puxou-me até ele com um único impulso, fazendo nossos lábios levemente se tocarem.

— Esqueça aquela noite — ele ordenou categórico e ríspido, mas seus olhos o contradisseram.

— Esquecer, como você esqueceu? — perguntei ironicamente com a voz baixa por conta da sua pressão em meu pescoço.

— Sim, aquela noite foi um erro. Um erro que jamais cometeremos — respondeu com uma falsa serenidade e calmaria. A ardência no seu olhar, no entanto, revelavam o perigo e seriedade camufladas em sua voz.

Suas palavras deveriam ter doído, mas eu sabia que ele estava mentindo, especialmente para si mesmo. Eu podia sentir a hesitação de suas palavras em sua alma e em cada parte do seu corpo. Eu podia sentir o quanto aquela noite ainda era presente em seus pensamentos. Ele pensava nela todos os dias. Ele desejava revivê-la a cada momento do seu dia, atormentando-o, enlouquecendo-o. Era como se eu pudesse me transportar para dentro dele e lê-lo por completo, impossibilitando-o de se esconder de mim, esconder seus verdadeiros sentimentos e emoções como ele fazia com o resto do mundo.

Para todos, Caleb era uma rocha imóvel, inalterável, inexpressiva. Mas para mim, ele era como um penhasco, um rochedo elevado e íngreme nas proximidades do mar onde as ondas quebravam agressivamente criando um impacto titubeante e furioso. O confronto entre o equilíbrio e o descontrolo. O pacífico e o selvagem. A segurança e o perigo.

Caleb tinha uma inquietação dentro de si, uma que ele escondia tão bem que ninguém fazia ideia do perigo que corriam perto dele.

Despertar a besta poderia causar um desastre. Besta que apenas eu era capaz de controlar. Desastre que apenas eu era capaz de lidar, unicamente porque nós dois éramos o desastre perfeito.

— Você tem certeza? — eu sorri desafiante.

E para provar o meu ponto, rocei meus lábios nos seus e mordi o inferior com força.

Sua reação foi imediata.

Um rosnado forte rasgou sua garganta.

Sua mão esquerda subiu até meu cabelo, e com um punhado na mão, ele puxou os fios, inclinando minha cabeça enquanto a sua se elevava sobre a minha. Suas pupilas dilataram, mostrando que estava lutando bravamente contra seus desejos.

Ignorando a ardência em meu couro cabeludo falei:

— Me beije.

— Não — ele grunhiu, mas seus olhos estavam presos em meus lábios lutando contra a turbulência que despertava dentro dele.

Eu ia levá-lo ao limite, eu ia quebrar o seu controle, eu ia mostrar a ele que lutar contra mim, contra nós, não era uma opção. Eu precisava fazê-lo enxergar, nem que fosse por alguns minutos, caso contrário, ele se afastaria e voltaria para o seu lugar seguro, me mantendo o mais longe possível. Por isso, não me importei com as consequências quando usei as palavras que sabia que iriam desestabilizá-lo.

— Eu não tenho como esquecer a minha primeira vez, Cale. Eu não posso simplesmente apagar da minha mente a primeira vez que te senti dentro de mim. Eu simplesmente não posso. E não adianta você me dizer que cometeu um erro, porque eu sei que está mentindo. E sabe como eu sei? Porque tinha que ser você, afinal, você jamais permitiria que outro tomasse o seu lugar. Ou você conseguiria aceitar tranquilamente que um outro tivesse sido o meu primeiro? Que tivesse me despido do jeito que você fez, — Seus olhos ficaram tão negros e mortais que eu hesitei por um segundo, assombrada pela escuridão refletida neles. Eu não ia falhar agora, por isso continuei: — ... que tivesse me tocado do jeito que você me tocou?

— Cale-se! — Exigiu ele, alterado.

Ignorei-o.

— Você aceitaria tranquilamente que um outro tivesse beijado todo o meu corpo, como você fez, tivesse me feito gozar com seus dedos, com sua boca? — Ele apertou minha garganta querendo que eu me calasse, e puxou os fios do meu cabelo com uma fúria selvagem que mais me excitavam do que qualquer outra coisa. — Você realmente teria aceitado que um outro tivesse me penetrado tão profundamente, tão intensamente, uma, e outra, e outra vez, até que eu gozasse por todo o seu pau e...

Eu engasguei de repente quando seus dedos apertaram minha garganta duramente, apenas tempo o suficiente para que eu me calasse.

Meus olhos lacrimejaram por conta do aperto e quando encontrei os de Caleb eles estavam tão assombrosamente negros que me perguntei se eu tinha ido longe demais. Mas, então, eu senti... Senti aquela necessidade primitiva que eu presenciei pela primeira vez quase oito anos atrás e que eu jamais pude esquecer. A sua necessidade de possuir. Não apenas o meu corpo. Mas tudo de mim. Minha alma, minhas emoções, meus sentimentos, meus pensamentos, minha vida. Ele queria tomar posse de tudo. Assim como naquela noite.

Se outra pessoa tivesse despertado a besta dentro dele, levando-o além do seu limite, eu temeria por sua vida, mas eu... Eu jamais teria medo dele. Comigo, Caleb retaliava de outra maneira. Por isso, mesmo sabendo o que estava por vir, não me preparou para o enxurrada de emoções que subiram a superfície quando ele tomou o controle.

Você é minha.

Reivindicou com um rosnado primitivo antes de devorar a minha boca com um beijo tão profundo, tão selvagem, tão punitivo, que quase me fez gozar e perder os sentidos.

Não havia carinho.

Não havia doçura.

Foi um beijo cru. Necessitado. Possessivo.

Ele tomou completamente o controle.

Seus dedos aliviaram o aperto em minha garganta, mas continuaram me mantendo paralisada, em seu controle, seu domínio.

Sem poder me conter, gemi em sua boca quando sua língua exigiu passagem, mergulhando dentro, profundamente, como se ele fosse o dono — e ele era. — O gemido apenas o estimulou mais. Sua mão em meu cabelo caiu em minha cintura. E com um simples impulso, ele me ergueu, sentando-me na bancada, deixando-nos na mesma altura. Minhas mãos, involuntariamente, ergueram até tocaram o seu rosto, puxando-o mais para mim, se isso ainda fosse possível, e, então uma delas deslizaram até o seu cabelo. Meus dedos se encaixaram em seus macios cachos. Quando seu braço contornou minha cintura, puxando-me com força, encaixando-me ao redor dele e eu senti a dureza do seu sexo chocar-se contra o meu sensível, involuntariamente puxei os seus fios impiedosamente ao mesmo tempo em que um gemido entalado em minha garganta falhava em sair.

Em resposta, seu corpo incendiou, cobrindo-me com o seu calor. E sua boca devorou a minha com uma paixão avassaladora, enlouquecida e inquietante que levou minha mente a um estado de transe.

Eu só me senti assim duas vezes. Na primeira vez em que ele me beijou e na primeira vez em que dormimos juntos. A sensação era como se nossas almas se fundiam de uma forma ilógica, celestial e inexplicavelmente profunda. Era como se, de repente, fôssemos uma só pessoa.

Nossas bocas dançavam eroticamente a coreografia perfeita.

Lágrimas, de repente, se acumularam em meus olhos quando meu coração chorou a saudade dele. Como suportei ficar tanto tempo sem tocá-lo, eu não fazia ideia, só sabia que não poderia acontecer novamente, pois, dessa vez, eu não sabia se sobreviveria.

Meus pulmões pediram por ar, mas eu o neguei, não querendo quebrar a conexão, não podendo perdê-lo. Ao invés, contornei seu pescoço e o pressionei na minha direção, não querendo deixa-lo ir. Ouvi-o grunhir em minha boca, acatando o meu pedido.

Meus pulmões arderam, não suportando mais.

Lágrimas derramaram dos meus olhos.

Caleb soltou então a minha boca com um só impulso, como se ele também tivesse se forçando a se afastar, mas quando pensei que ele fosse quebrar a conexão, o peguei me mirando. Meus olhos estavam embaçados pelas lágrimas quando puxei o ar com força e observei os seus que tremulavam e brilhavam ardentemente. Ele estava em transe, o mesmo transe em que eu estava. O mundo real não existia. As pessoas no outro cômodo da casa não existiam. Nada e nem ninguém importava.

— Me possua, Cale... — pedi, exigi, inesperadamente.

A mão em meu pescoço forçou-o a se inclinar, empurrando minha cabeça para trás. E a mão em minha cintura caiu até minha coxa. A palma correu vagarosamente e torturantemente pela minha pele, subindo e acariciando-a.

Meu sexo latejou quando seu pênis duro pressionou contra ele.

Meu coração bateu violentamente contra o meu peito.

Eu o queria.

Eu o necessitava.

A sua mão que subia pela minha coxa, encontrou o elástico da minha calcinha. Caleb o contornou ao redor dos seus dedos, então fechou a mão em punho e puxou o elástico. O tecido pressionou contra a minha boceta criando um forte atrito que quase me fez gozar.

— Caleb... — sussurrei o seu nome em completo transe, pedindo, implorando por ele.

Em resposta, seus dentes afundaram em minha pele. A ardência em meu pescoço foi imediata, assim como o pulsar em meu sexo.

Sua boca então caiu do meu pescoço e percorreu o caminho até o vão entre os meus seios.

Ele empurrou o meu peito para trás e se inclinou sobre mim.

O seu pau rígido impulsionou-se e moveu-se de cima para baixo, em uma dança lenta e erótica sobre a minha calcinha, acariciando torturantemente meus lábios inchados.

Sua mão direita liberou o meu pescoço e desceu diretamente para o meu seio. Meus seios eram do tamanho perfeito para a sua grande mão que se fecharam completamente ao redor do monte, cobrindo-o por inteiro com sua pele quente.

Tentei mover o meu quadril, querendo mais, mas ele segurou minha cintura com o elástico da minha calcinha emaranho em seus dedos, impedindo-me de me mover. Mas seus quadris aumentaram a velocidade, movendo-se para cima, então para baixo, com veemência, imitando o ato do sexo, como se ele estivesse movendo-se dentro de mim.

— Caleb... — Eu o chamei mais uma vez. Eu o implorei com lágrimas nos olhos e os dedos ao redor do seu cabelo, puxando-o com força.

Ele apertou meu seio com mais força ao mesmo tempo que seus lábios pairavam sobre ele, antes de cair e lamber o topo, e então, chupá-lo com força, marcando minha pele.

Eu soltei um grito... Pelo menos acho que gritei.

Eu não sabia se alguém tinha ouvido.

Mas não era como se eu me importasse.

Nada me importava.

Apenas ele. Nós.

Caleb estava tão quente.

Ardendo.

Ou talvez fosse eu.

Seu polegar brincou com o meu mamilo por cima do sutiã antes de sua bocao substituir e chupá-lo, então mordê-lo me fazendo choramingar. Os movimentos dos seusquadris continuaram,mais intensos, mais rápidos. Eu afastei mais minhas pernas, dando-o espaço e permissão para deslizar seu pênis duro contra meu sexo.

Porra. O atrito do seu jeans contra o tecido da minha calcinha estava me deixando tão molhada, tão excitada que meu corpo começou a tremer, pronto para gozar.

Tudo que eu queria era que ele me fodesse. Naquele momento. Daquela maneira. Sem pensar. Sem analisar. Apenas sentir. Apenas me sentir. Porque eu sabia que no momento em que eu o tivesse dentro de mim novamente, eu terminaria de romper a sua parede, o seu muro, e eu o teria completamente e inteiramente para mim.

Inconscientemente e já ansiosa, caí minha mão pelo seu peito e contornei até suas costas, por cima do tecido da camisa.

Caleb não diminuía seus golpes. Nem em minha boceta e nem em meu seio. Sua testa descansava no topo do meu seio enquanto sua mão o apertava com força e possessividade, assim como fez anteriormente com meu pescoço, e seus quadris me golpeavam intensamente me levando próximo ao orgasmo.

Minha mão chegou até o cós da sua calça e mesmo com seu corpo inclinado sobre o meu, consegui encontrar o botão da sua calça.

Ele não percebeu quando eu o abri — nem eu percebi, naquele momento —, por isso, atrevidamente avancei e abri o zíper. E sem me dar conta, levei minha mão dentro de sua calça, movimento que o fez parar de se mover no mesmo instante. E foi quando eu apertei meus dedos ao redor do seu pênis que ouvir seu rosnado forte romper pela sua garganta, ao mesmo tempo em que seus músculos enrijeciam. Mas foi também quando ele despertou.

Com um forte impulso, Caleb tirou minha mão de dentro de sua calça e me soltou, praticamente "voando" para longe de mim. Eu quase caí sobre a bancada. Meus cotovelos suportaram o meu peso, me impedindo de tombar. Foi, então, que também despertei.

Vi Caleb cambalear algumas vezes, tonto, enquanto apertava os seus olhos com tanta força e balançava a cabeça como se tivesse acabado de despertar de um sonho profundo.

Voltei a me sentar assim que pude manter o equilíbrio. Levando as mãos aos meus olhos, os esfreguei tentando os desembaçar, então enxuguei meu rosto das lágrimas que naquele momento eu não me lembrava de tê-las derramado.  

Meu coração estava acelerado. Minha respiração agitada. E meu sexo doía. Doía tanto que tive que apertar minhas coxas para tentar diminuir a intensa pulsação. Eu estava frustrada e excitada.

Caleb demorou mais do que eu para se situar. Sua testa estava franzida enquanto aos poucos encontrava o equilíbrio e sua mente voltava a funcionar.

Eu já sabia o que me esperava.

Quando seus olhos me encontraram, raiva expeliu deles. E, então, veio a decepção. Ainda assim, por um breve momento, seu olhar caiu para o meu corpo trêmulo, excitado, quente e marcado por ele e eu vi um primitivo desejo e sentimento de posse. Foi nisso que eu me apeguei, mesmo que tenha durado apenas alguns segundos.

Nunca... Nunca mais faça isso. — Sua voz foi afiada, gélida e letal.

Eu podia estar excitada, um pouco desnorteada e vulnerável, mas não iria fraquejar. Eu teria a última palavra a partir de agora — A verdade era que eu sempre tive, mas nunca usufrui muito desse poder. —, e era bom ele ir se acostumando.

— Eu já provei o meu ponto — falei, surpreendo-me por manter a voz estável, sem trepidar.

Seus olhos estreitaram, escuros e furiosos por compreenderem o significado das minhas palavras. Ele disse que jamais voltaria a me tocar, e em apenas alguns minutos eu provei que estava errado.

Com um olhar gélido — seu muro estava de volta —, Caleb fechou o zíper e o botão de sua calça e então saiu da cozinha enquanto eu ficava ali, olhando pelo caminho em que ele se foi.

A sensação era agridoce.

Eu estava satisfeita por ter conseguido abalá-lo, e por, pelo menos alguns minutos, poder voltar a senti-lo, beijá-lo, ter seu corpo contra o meu me desejando, me necessitando. Mas, em contrapartida, eu estava ali seminua, excitada, fria, — provavelmente descabelada —, com marcas por todo o meu corpo que ardiam pra caralho, e... sozinha.

Passos de bebê, Angel.

Falei para mim mesma.

Quando me senti em condições físicas e mentais, desci da bancada, peguei o meu vestido no chão e o vesti, então peguei o celular e pedi o jantar. Durante todo o tempo, sentindo a ardência que ele deixou em minha pele.

𝓒𝓸𝓷𝓽𝓲𝓷𝓾𝓪... 


[1] Personagens da obra literária e série de tv "Gossip Girl".

[2] Rainha do Inferno.

[3] Série de pistolas semiautomáticas.

[4] Série de pistolas semiautomáticas.

[5] Irmão mais velho.


Acompanhe o Status de Reescrita de Irish Eyes pelo canal do livro no Telegram. 
Link na bio do perfil da autora.

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