Um Retorno Inesperado | ✓

De abewrite

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Lauren Anderson tinha quinze anos quando teve que se mudar de sua cidade natal para morar em Londres e assim... Mais

Acervo
Capítulo 1
Capítulo 2
capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capitulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Epílogo
Agradecimentos
SUR-PRE-SA!

Capítulo 22

756 61 3
De abewrite

Lauren Anderson

Depois de colocar um pijama, apaguei a luz e deitei na cama.

Não conseguia parar de pensar no que o pai do Daniel conversaria com ele. Quer dizer, eles não tinham um bom relacionamento e se as coisas ficarem sérias.

Suspirei.

Me remexi na cama várias vezes, até encontrar uma posição confortável. Fechei meus olhos e não demorou muito para que o sono viesse. Estava quase adormecendo quando ouço leves batidas em minha janela.

Abri os olhos e olhei para a cortina que cobria a visão do outro lado.

Ouvi mais três toques e me sentei, assustada.

E se fosse um ladrão?

Não, que besteira. Que ladrão iria bater na minha janela?

Mais toques foram ouvidos até que eu tivesse a coragem de me levantar para olhar do que se tratava.

Respirei fundo, contei até três e puxei a cortina. Arregalei os olhos e abri a janela rapidamente.

- Daniel, o que você está fazendo aqui? - Perguntei incrédula ao vê-lo em cima da escada de ferro do meu pai.

- Oi, Lau... - Ele disse sem muito ânimo. - Será que eu posso entrar?

Olhei-o confusa pela sua aparição repentina. Graças a luz da lua que brilhava no céu estrelado atrás dele, pude ver sua expressão, mesmo que com pouca nitidez.

Soube nesse exato momento que a conversa não tinha acabado bem.

Dei espaço e o ajudei a entrar.

Seu olho machucado ainda estava roxo, mas tinha algo diferente neles. Estavam avermelhados e inchados, como se ele tivesse chorado há pouco tempo.

Meu coração apertou-se. Nunca achei que o veria assim. Daniel nunca demonstrou abertamente o que ele sentia, sempre guardava tudo para si.

- Você está bem? - Perguntei enquanto via ele sentar-se em minha cama com o olhar fixo no chão.

Ele não me respondeu, então sentei ao seu lado. Eu estava realmente preocupada, ele não parecia nada bem.

- O que aconteceu? - Perguntei com a esperança de que ele começasse a falar, mas ele continuou quieto.

Comecei a ficar nervosa.

Ele mexeu sua mão direita e pude ver que tinha um corte. Ainda sangrava, mas ele não parecia importar-se.

Engoli seco com o coração acelerado.

- Onde você se machucou? Como que você fez isso? - Me levantei e peguei a minha bolsa de primeiros socorros.

Ele continuou quieto até que eu voltasse. Peguei o álcool setenta e limpei o local do corte.

- Foi no bar. - Ele falou e o olhei de imediato.

Enfaixei sua mão e sentei ao seu lado novamente.

- Por que você estava bebendo? O que aconteceu? - Peguei em seu rosto e fiz com que ele olhasse em meus olhos.

- Meu pai quer que eu trabalhe nos sábados para compensar os dias que eu faltar por conta do trabalho de história. - Suspirou. - Eu tentei falar com ele que não sobraria tempo para estudar nem descansar, mas ele não liga.

Eu não sabia o que dizer.

Ele parecia tão cansado, tão exausto psicologicamente. Aquele Daniel, na minha frente, era totalmente diferente do garoto que eu costumava conhecer.

- Eu não aguento mais... - Ele murmurou. - Tudo que eu faço é para agradar a eles e nada é suficiente. Só lembram de mim quando veem que não estou cumprindo com os meus deveres. Faça isso, faça aquilo... - Desabafou enquanto olhava para o fundo do quarto.

Um bolo formou-se em minha garganta quando vi seus olhos marejarem.

Eu não conseguia imaginar o quanto devia ser ruim viver em uma casa em que você não recebe amor, carinho e atenção. Apenas ordens e reprovação.

- Eu não sou um filho, sou um servo. - Murmutou, por fim.

Me aproximei dele e o abracei. Ele não se moveu por alguns instantes, mas logo entregou-se ao meu abraço.

Mesmo com o cheiro horrível de álcool que queimava minhas narinas, não me afastei. Sei que ele precisava daquilo no momento, mesmo que provavelmente não se lembrasse de muita coisa pela manhã.

- Eu sinto muito por isso. - Sussurrei.

Ele balançou a cabeça e desvencilhou-se do meu abraço.

- Desculpa por invadir o seu quarto. - Ele disse olhando para o chão. - Eu estou um pouco bêbado.

Ri com o nariz.

- Tudo bem. Você pode me retribuir depois.

- Com um beijo. - Riu e eu o olhei incrédula.

- Quem disse que eu quero um beijo seu? - Fiz careta.

- Todas querem. - Deu de ombros, convencido.

Revirei os olhos, mas não pude deixar de gargalhar.

- Eu vou dormir aqui, está bem? - Ele disse e deitou-se na minha cama. - Olha, estrelas! - Disse admirado com as estrelas florescentes do meu teto.

E agora? Como eu ia levá-lo para casa?

- Daniel, você não pode dormir aqui. Se meus pais descobrirem, eles me matam! - Ri.

- Como você pegou essas estrelas do céu? - Ele perguntou, me ignorando.

Gargalhei.

- São de mentira, seu idiota. - Me deitei ao seu lado.

Se ele saísse amanhã bem cedo, talvez, ninguém perceba.

- Ei... - Ele me chamou e eu o olhei. - Vai pra sua cama. - Ele me empurrou.

- Você que está na minha cama. - gargalhei.

- Invejosa. - Fez careta e virou de costas para mim.

Balancei a cabeça, rindo e em seguida ouvi sua respiração pesar ao meu lado. Tinha caído no sono.

Como que poderia alguém que eu desgostava tanto até três anos atrás, tornar-se alguém da qual gosto de ter a companhia?

Hoje, eu finalmente entendi: Daniel não era tão difícil de lidar, apenas precisava sentir-se acolhido por alguém.

Fiquei observando sua mansidão ao dormir por um tempo até sentir meus olhos pesarem.

Abri meus olhos com dificuldade. A claridade que vinha da janela e invadia todo o quarto me fez lembrar da noite de ontem. Olhei para o lado e lá estava ele, dormindo como um anjo. Me levantei devagar, peguei meu celular para ver a hora e me assustei. Sete e meia da manhã e meus pais acordavam as oito.

- Daniel! - Murmurei tentando acorda-lo. - Daniel, acorda, você precisa ir embora! - O cutuquei.

Cinco segundos depois ele abriu os olhos.

- Lauren? - Sua voz saiu rouca e um estranho arrepio percorreu minha espinha. - O que está fazendo no meu quarto? Ai, minha cabeça dói... - Massageou as temporas de olhos fechados.

Ri.

- Na verdade, você quem está no meu quarto. - Disse um pouco sem graça.

Ele olhou para mim com os olhos arregalados e sentou-se abruptamente, olhando as coisas ao seu redor.

- Eu... nós... O que eu estou fazendo aqui? - Ele perguntou atordoado.

Gargalhei.

- Depois da discussão com o seu pai, você foi para um bar, bebeu bastante e apareceu aqui na minha janela. - Expliquei e ele piscou, atônito. - Você não se lembra de nada?

- Só de ter entrado no bar. - Suspirou. - O que eu disse quando cheguei aqui? - Perguntou apreensivo.

- Você falou como se sentia. - Respondi e ele arregalou os olhos.

- C-como assim? - Gaguejou.

- Por causa da discussão, você estava muito mal e desabafou comigo. - Sorri sem graça.

Ele suspirou aliviado. Do que ele estava com tanto medo?

- Ah, entendi... - Sorriu torto. - Desculpa por isso. - Passou a mão no cabelo e suas bochechas pareciam um pouco coradas.

Confesso que lhe deu um charme a mais.

- Tudo bem. Fiquei feliz que você optou por pedir ajuda. - Sorri. - Guardar as coisas para si mesmo não faz bem.

Ele assentiu e olhou para sua mão.

- O que foi isso? - Ele perguntou sobre a faixa que estava enrolada nela.

- Você se machucou no bar, não falou como. - Ri.

- Acho que foi com uma garrafa, algo assim. Eu lembro de ter quebrado alguma coisa por causa da raiva. - Passou a mão na nuca.

Ficamos em silêncio por um momento e ele sorriu olhando para o quarto.

- O que foi? - Perguntei.

- Está exatamente como eu me lembrava. Até as estrelas continuam lá. - Apontou para o teto.

- Ontem você achou que elas eram de verdade. - Ri.

- Eu dei muito trabalho, né?! - Coçou a cabeça, constrangido.

- Até que não. Tirando o fato de que você achou que estava na sua cama e me empurrou para fora dela. - Gargalhei e ele me acompanhou.

- Obrigado. - Disse assim que paramos de rir. - Eu realmente estava esgotado. - Murmurou sem me olhar.

- Pode contar comigo. - Sorri e nossos olhares encontraram-se e custei a quebrar o contato. - Agora, vaza. Meus pais daqui a pouco acordam.

Empurrei-o da cama e ele levantou-se rindo.

- Delicada como uma mula. - Ironizou enquanto passava para o outro lado da janela.

- Não esqueça de trocar o curativo das mãos e colocar gelo no olho de novo. - Sussurrei enquanto ele descia as escadas. - Ah, compre um remédio para a ressaca, também. Você está com a cara péssima. - Ri e ele fez careta.

- Sim, senhora. - Zombou e eu revirei os olhos. Ele acenou e foi embora para casa.

Suspirei.

Foi por pouco.

Olá, olá!
Olha como eu nem demorei para postar um novo? A disciplina de milhões 😎

E aí, o que vocês acharam desse capítulo? Esses dois são uns piticos mesmo, né :3

Comentem muito e votem para ajudar a autora aqui, tá?!

Torta de beijos!

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