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By H0UISWEATHER

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Harry Styles não tinha nada. Perdeu seus pais em um acidente quando ainda era uma criança e, ao fazer dezoit... More

Prólogo
01: um achado
02: um milagre
03: uma nova chance
04: uma repaginada
05: um primeiro dia agitado
06: uma rotina agradável
07: uma comemoração merecida
08: uma mudança de ares
10: uma doce surpresa
11: um dia de sol
12: uma noite especial
13: um grande evento
14: um mal entendido
15: uma distração bem-vinda
16: uma experiência inédita
17: um começo difícil
18: uma armadilha cruel
19: um par indestrutível
20: um natal mágico
21: um aniversário memorável
22: um acerto de contas
23: um final feliz

09: um primeiro beijo

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By H0UISWEATHER

Morar com Niall foi com certeza uma das melhores decisões que Harry já tomou na vida. Eles eram colegas de apartamento já faziam duas semanas e tudo estava indo perfeitamente bem.

O cacheado era cuidadoso com seu espaço, muito por causa dos anos que passou sem ao menos ter um, então não haviam problemas de convivência que não pudessem ser resolvidos com diálogo.

Por comodidade, os amigos iam e voltavam do trabalho juntos todos os dias, geralmente à pé, já que o apartamento ficava muito perto do restaurante. É verdade que eles saíam de lá tarde da noite, mas não viam perigo por estarem juntos.

Aquele dia, porém, era uma exceção. Horan acordou com o corpo mole e uma pequena febre, sem condição nenhuma de sair da cama e passar horas de pé carregando bandejas e anotando pedidos.

O cacheado insistiu para ficar com ele, mas Niall o lembrou que ele precisava trabalhar. Harry sabia que Louis não negaria uma folga se ele lhe pedisse, mas não queria abusar da relação boa que os dois tinham ou tirar vantagem dela de forma injusta.

Pensando nisso, e confirmando no mínimo vinte vezes que o amigo estava realmente bem o suficiente para ficar sozinho em casa, Styles concordou em sair e estava agora correndo de um lado para o outro dentro do restaurante.

A noite estava caótica, todas as mesas ocupadas e uma fila de espera gigante, então não havia tempo para nada a não ser trabalhar. Ele nem teve tempo de comer, mas não se lembrava disso no meio da confusão de clientes que atendia.

Quando o serviço finalmente acabou, seus pés e suas costas doíam como se ele tivesse corrido uma maratona depois de ser atropelado por um caminhão. A única coisa que ele queria era chegar em seu apartamento e tomar um banho bem quente antes de cair na cama.

– Ei! - Louis chamou quando o viu indo em direção à saída - Onde você vai?

– Para casa? - perguntou confuso.

– Sozinho? - devolveu a pergunta com um tom desacreditado - São duas da manhã, você não vai andando sozinho até lá.

– Lou, eu...

– Por favor, me espera e me deixa te levar? - pediu com uma expressão séria - Só mais dez minutos.

– Tudo bem - suspirou e se sentou em uma das cadeiras, sabendo que isso seria mais seguro no fim das contas.

No tempo prometido, o chef apareceu e eles andaram até seu carro, falando pouco por causa da exaustão que ambos sentiam. O silêncio, no entanto, foi quebrado por um barulho alto vindo do mais novo.

– Isso foi sua barriga? - Louis perguntou rindo.

– Ai, meu Deus - Harry falou se encolhendo no banco do carro e escondendo o rosto com as mãos - Eu não jantei, tudo bem? Se você for um cavalheiro, vai ignorar e fingir que nunca aconteceu.

– Você não jantou? - perguntou preocupado e viu o cacheado negar com a cabeça - Você precisa comer, Harry, imagina se você passa mal e ninguém está por perto para ajudar.

– Me desculpa, eu só não tive tempo e... - interrompeu sua fala quando notou o caminho que eles faziam - Lou, você perdeu a entrada.

– Vou comprar comida para você - falou como se fosse óbvio.

– Não precisa - negou com suavidade.

– Nem vem, eu vou sim - insistiu sem deixar espaço para discussões - Eu também estou com fome, vamos fazer um lanche da madrugada como nos velhos tempos.

Aquilo amoleceu o coração de Harry, ele sentia falta daqueles momentos. A promessa que ele fez não foi quebrada, eles continuavam próximos, mas algumas coisas foram perdidas com a mudança e aquela era uma delas.

Não demorou para entrarem no drive-thru do McDonalds e o mais velho fazer seus pedidos de sempre. O cacheado sorriu ao notar que ele se lembrou do seu lanche favorito.

– Onde vamos? - o mais novo perguntou confuso quando Louis o entregou as sacolas de lanches e começou a dirigir para longe.

– Quero te mostrar uma coisa - explicou vagamente e continuou o caminho, o único barulho presente sendo a música que tocava no veículo.

Era uma das presentes na playlist que os dois compartilhavam. Aquela era a única coisa que ouviam quando estavam juntos, já tinha virado uma tradição.

Alguns minutos depois, o carro entrou em uma estrada sem asfalto e Harry ficou ainda mais confuso, mas confiava em Louis o suficiente para esperar e ver onde aquilo daria.

A confiança valeu a pena quando o veículo foi estacionado na beira de um mirante, a cidade inteira brilhando abaixo deles.

– Uau - Styles suspirou sem conseguir desviar os olhos daquela imensidão de luzes.

– Vem - o mais velho chamou sorrindo e saiu do carro, se sentando no capô enquanto esperava o cacheado.

– Isso é tão lindo - ele disse quando se juntou ao chef - Essa cidade pode ser cruel, eu sei bem disso, mas vista de cima parece o paraíso.

– Sinto muito por você ter visto o lado ruim de Londres tão de perto - falou sincero - Mas isso nunca mais vai acontecer, eu vou ter certeza que sua vida agora só tenha as melhores coisas.

Sem saber o que dizer, Harry assentiu e encostou a cabeça no ombro de Louis, começando a comer enquanto continuava admirando a paisagem. Era incrível, assim como tudo que o mais velho lhe mostrava.

– Lou? - chamou quando já tinha acabado seu lanche, sua cabeça ainda apoiada no outro.

– Hm - o mais velho murmurou para mostrar que estava prestando atenção.

– Eu via seu pai como um anjo na minha vida. Ele me tirou das ruas e me deu uma chance de ser alguém além de uma pessoa invisível para o resto do mundo. O que eu não sabia é que essa não seria a melhor coisa que ele me daria.

– E qual foi a melhor coisa? - perguntou baixinho, se mexendo para conseguir olhar nas íris verdes do cacheado.

– Você - falou sincero sem desviar o olhar - A melhor coisa que me aconteceu foi te conhecer.

– Cachinhos, eu vou te beijar - anunciou aproximando seus rostos cada vez mais.

– Lou... - Harry murmurou quando suas bocas estavam a milímetros de distância, as respirações se misturando e os narizes se tocando.

– Você não quer isso? - o mais velho perguntou.

Ele queria muito beijar Harry, já tinha essa vontade há muito tempo, mas nada disso importaria se o desejo não fosse recíproco.

– Eu nunca fiz isso - confessou baixinho - Posso ser péssimo.

– Eu não vejo como te beijar pode ser qualquer coisa além de maravilhoso - falou levando as mãos até o rostinho delicado do mais novo e finalmente colando seus lábios.

Começou com um selinho simples, apenas sentindo a textura dos lábios macios contra os seus. Nem tinham feito nada ainda, mas já era o melhor beijo da sua vida.

Alguns segundos depois, quando viu que o cacheado não se afastaria, resolveu aprofundar o beijo. Não demorou a pedir passagem com a língua, o que foi aceito sem hesitação por Harry.

Ele não sabia o que fazer, mas confiava em Louis o suficiente para deixá-lo comandar o beijo e apenas seguir seus movimentos. No começo foi desajeitado, mas eles logo pegaram o jeito e encontraram um ritmo gostoso.

Se beijaram por um tempo antes de precisarem se separar para respirar e o mais velho finalizar tudo com vários selinhos carinhosos. Styles permaneceu de olhos fechados, com medo de abri-los e descobrir que aquilo foi um sonho.

Ele tentou muito enterrar qualquer desejo que sentisse em relação à Louis durante os últimos meses, não queria estragar tudo, mas agora aquilo estava acontecendo e não parecia real.

– Cachinhos, olha para mim - Tomlinson pediu e ele abriu os olhos - Você não gostou?

– Isso aconteceu mesmo? - perguntou meio aéreo, o que fez o mais velho dar risada da fofura do garoto na sua frente.

– Aconteceu - confirmou fazendo um carinho leve na bochecha coradinha de Harry - Eu gosto de você. Tenho gostado faz um tempo, mas não queria me aproveitar da sua situação ou qualquer coisa do tipo.

– Você gosta de mim? - perguntou confuso.

– Sim - confirmou sorrindo.

– Mas por quê?

– Como?

– Eu não entendo o que você veria em mim, Louis. Você não quer encontrar alguém com quem combina mais? Eu era um mendigo, estou longe do seu nível.

– Nunca mais repita isso! - falou sério olhando no fundo dos olhos verdes - Você é melhor do que todas as pessoas que eu já conheci e com certeza melhor que eu. Você é tão lindo, cachinhos, mas sua beleza nem se compara à pureza da sua alma. Eu gosto de você, apenas de você.

– Tem certeza? - perguntou achando aquilo muito surreal.

– Toda do mundo - confirmou com um sorriso enorme.

– Também gosto de você - confessou baixinho - Gosto muito, muito mesmo.

– Isso é bom - comentou feliz enquanto o aconchegava em seus braços - Muito bom, mesmo.

Ficaram mais um tempo ali olhando as estrelas e conversando de vez em quando, nem percebendo quando as horas passaram e o sol começou a aparecer no horizonte.

Aquele era o sinal de que estava na hora de ir embora, e foi isso que eles fizeram. Louis dirigiu até o apartamento de Harry com suas mãos unidas, tudo parecendo mais certo do que nunca.

– Te vejo depois? - o mais velho perguntou quando estacionou o veículo na porta do edifício onde o cacheado morava.

– Sim - confirmou envergonhado e sem saber exatamente o que fazer.

Louis acabou com aquela dúvida e o puxou para outro beijo, calmo e íntimo. Quando se separaram, o mais novo estava tão confuso que apenas disse tchau e saiu correndo dali, completamente desnorteado.

Tomlinson riu daquilo e foi para casa ainda repassando todos os acontecimentos daquela noite. Não era o que esperava quando os levou para aquele mirante, mas era exatamente o que mais desejava.

Ele tinha sentimentos por Harry, muitos deles, e estava decidido a provar que era merecedor daquele anjo que apareceu por acaso na sua vida.

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