crescent moon - Lua Nova

By Violetaever

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Depois que Kris se recupera do ataque de um vampiro que quase lhe tirou a vida, ela decide comemorar seu aniv... More

CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO FINAL
EPÍLOGO

CAPÍTULO VI

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By Violetaever

Jacob começou na mesma hora a desmontar a primeira moto — a preta, que seria minha. Ele abriu a porta do carona do Rabbit para eu me sentar no banco, e não no chão. Enquanto trabalhava, Jacob e eu conversávamos animados. 

Ele me atualizou sobre o progresso de seu segundo ano na escola, falando sem parar das aulas e dos dois amigos dele.

– Quil e Embry? – interrompi. – São nomes incomuns.

Jacob riu.

– Quil é nome herdado de família e acho que Embry foi uma homenagem a um ator de novela. Mas não posso ficar comentando. Eles ficam furiosos se você fala sobre o nome deles... Vão partir pra cima de você.

– Amigos legais. – Ergui uma sobrancelha.

– Não, eles são mesmo. É só não mexer com o nome deles.

Nesse momento um chamado ecoou ao longe.

– Jacob? – gritou alguém.

– É o Billy? – perguntei.

– Não. – Jacob murmurou – E por falar no diabo, aparece o capeta.

– Jake? Você está aí fora? – Agora a voz que gritava estava mais perto.

– Estou! – gritou Jacob e suspirou.

Esperamos por um curto silêncio até que dois rapazes altos e morenos entraram na garagem.

Um era mais magro e quase da altura de Jacob. O cabelo preto caía na altura do queixo, repartido ao meio, um lado enfiado atrás da orelha esquerda enquanto o lado direito balançava livre. O mais baixo era mais forte. A camiseta branca estava suja no peito bem desenvolvido e ele parecia alegremente consciente disso. O cabelo muito curto era quase uma penugem.

Os dois garotos deram uma parada. O magro olhou rápido de Jacob para mim, enquanto o musculoso mantinha os olhos em mim, um sorriso lento se espalhando pelo rosto.

– Oi, rapazes – Jacob os cumprimentou, desanimado.

– Oi, Jake – disse o mais baixo sem tirar os olhos de mim. Tive de sorrir também, o sorriso dele era bem malicioso. Quando sorri, ele piscou para mim. – Oi, e aí?

– Quil, Embry... Esta é minha amiga Kris.

– Melhor amiga – corrigi.

Os dois rapazes riram.

– A filha de Charlie, não é? – perguntou-me o musculoso, estendendo a mão.

– É isso mesmo – confirmei, trocando um aperto de mãos com ele. Seu aperto era firme.

– Sou Quil Ateara – anunciou ele de forma majestosa antes de soltar minha mão.

– É um prazer conhecê-lo, Quil.

– Oi, Kris. Eu sou o Embry, Embry Call... Mas você já deve ter deduzido isso. – Embry deu um sorriso tímido e acenou, depois meteu a mão no bolso do jeans.

Eu assenti.

– É um prazer conhecê-lo também.

– Então, o que vocês estão fazendo? – perguntou Quil, ainda olhando para mim.

– Kris e eu vamos consertar estas motos – explicou Jacob sem muita exatidão.

Mas motos pareceu ser a palavra mágica. Os dois garotos examinaram o projeto de Jacob, enchendo-o de perguntas como se fossem profissionais. Muitas palavras que usaram eram desconhecidas para mim e imaginei que teria de ter um cromossomo Y para entender a empolgação deles.

Eles ainda estavam imersos numa conversa sobre peças quando decidi que precisava ir para casa antes que Charlie aparecesse por ali.

 Com um suspiro, deslizei para fora do Rabbit.

– Preciso ir – falei, sem animo nenhum.

– Vou terminar de desmontar as duas hoje à noite e ver de que vamos precisar para começar a restaurá-las. Quando vai querer trabalhar nelas de novo?

– Posso voltar amanhã?

Quil cutucou o braço de Embry e eles trocaram um sorriso.

Jacob sorriu deliciado.

– Seria ótimo!

– Se fizer uma lista, podemos comprar as peças – sugeri.

A cara de Jacob desabou um pouco.

– Ainda não sei se devo deixar você pagar tudo.

Sacudi a cabeça.

– De jeito nenhum, eu estou bancando a festa. Você só tem que entrar com a mão-de-obra e o conhecimento.

Embry revirou os olhos para Quil.

– Isso não está certo – Jacob sacudiu a cabeça.

– Jake, se eu as levasse a um mecânico, quanto ele me cobraria? – ressaltei.

Ele sorriu.

– Tudo bem, temos um acordo.

– Para não falar nas aulas de direção – acrescentei.

Quil deu um sorriso largo para Embry e cochichou alguma coisa que não entendi. A mão de Jacob disparou para dar um tapa na cabeça de Quil.

– Já chega, saiam – murmurou ele.

– Não, eu tenho que ir mesmo – protestei, indo para a porta. – A gente se vê amanhã, Jacob.

Assim que fiquei fora de vista, ouvi o coro de Quil e Embry: "Caraaaaa!"

Seguiu-se o som de uma curta briga, intercalado com um “ai” e um “ei!”.

– Se um de vocês puser um dedo que seja no meu terreno amanhã... – ouvi Jacob ameaçar. A voz dele se perdeu enquanto eu passava pelas árvores.

Eu ri baixinho. O som fez com que meus olhos se arregalassem de surpresa. Eu estava rindo, rindo de verdade, e não havia ninguém olhando. Senti-me tão leve que ri de novo, só para que a sensação durasse mais.

Cheguei em casa antes de Charlie. Quando ele entrou, eu tinha acabado de colocar o frango frito sobre uma pilha de toalhas de papel.

– Oi, pai. – Abri um sorriso para ele.

O choque passou rapidamente pelo rosto de Charlie antes de ele recompor a expressão.

– Oi, querida.

Comecei a passar a comida para a mesa.

Bella desceu as escadas.

– O cheiro está ótimo – disse ela, se sentando na mesa.

Depois do jantar fiquei agitada, limpei a cozinha duas vezes e depois fiz meu dever de casa devagar, na sala, enquanto Charlie assistia a um jogo de hóquei. Esperei o máximo que pude, mas enfim Charlie disse que era tarde. Como não respondi, ele se levantou, espreguiçou-se e depois saiu, apagando a luz ao passar. 

Com relutância, eu o segui.

Deitei-me na cama e me encolhi como uma bola, preparando-me para a investida. Fechei bem os olhos e... a próxima coisa que percebi é que já era manhã.

Eu estava descansada como não me sentia há muito tempo.

No café da manhã, Charlie também foi cuidadoso. Tentou esconder seu olhar minucioso, concentrando-se nos ovos até acreditar que eu não estava percebendo.

– O que você vai fazer hoje? – perguntou ele.

– Vou ver o Jacob. – falei, enquanto comia.

– Vocês vão fazer alguma coisa? – perguntou Isa, curiosa.

– Ele está me ajudando com um projeto – falei levantando da mesa – E não me pergunte nada sobre esse projeto porque não vou falar.

Ela suspirou.

Vesti  o meu casaco de chuva e fiquei pouco à vontade com o cartão de crédito no meu bolso. Era algo que eu nunca usava.

Lá fora a chuva caía como água derramada de um balde. Tive de dirigir mais devagar do que queria; mal conseguia enxergar a um carro de distância da picape. Mas por fim consegui passar pelas ruas enlameadas e chegar à casa de Jacob. 

Antes que eu desligasse o motor, a porta da frente se abriu e Jacob veio correndo com um enorme guarda-chuva preto.

Ele o segurou acima de minha porta enquanto eu a abria.

– Charlie ligou... Disse que você estava a caminho – explicou Jacob com um sorriso.

Uma estranha sensação de calor borbulhou em minha garganta, apesar da chuva gelada que espirrava nas bochechas.

– Oi, Jacob.

Ele ergueu a mão para me cumprimentar.

Tive de esticar tanto o braço para bater na mão de Jacob que ele riu.

– Então, para onde, Sr. Super Mecânico? – perguntei, entusiasmada.

Jacob pegou um papel dobrado do bolso e o desamassou.

– Vamos começar pelo ferro-velho, para ver se temos sorte. Isso pode ficar meio caro – alertou ele. – Essas motos vão precisar de muita ajuda antes de funcionarem de novo. 

Meu rosto não parecia muito preocupado, então ele continuou. 

– Estou falando de talvez mais de cem dólares.

Peguei meu cartão de crédito, abanei-me com ele e revirei os olhos para as preocupações de Jacob.

– Pode me chamar de sugar mommy hoje.

Eu me diverti… Mesmo no ferro-velho, com a chuva que caía e a lama até os joelhos… eu me diverti.

Jacob era uma pessoa eternamente feliz, e carregava essa felicidade como uma aura, dividindo-a com quem quer que estivesse por perto. Como um sol na Terra, Jacob sempre aquecia quem estava em seu campo gravitacional. 

Era natural, fazia parte de sua personalidade.

E é por isso que eu gosto tanto dele.

– O som quebrou? – perguntou ele quando viu o buraco no painel de meu carro.

– Não.

Ele cutucou o buraco.

– Quem tirou? Estragou muita coisa…

– Fui eu – admiti.

Ele riu.

– Talvez seja melhor você não tocar muito nas motos.

– Tudo bem.

De acordo com Jacob, tivemos sorte no ferro-velho. Ele ficou muito animado com várias peças de metal retorcido, sujas de graxa, que encontrou; eu só fiquei impressionada que ele conseguisse saber o que aquelas coisas deviam ser.

Dali, fomos ao Checker Autopeças, em Hoquiam. Em minha picape, eram mais de duas horas de viagem para o sul pela estrada sinuosa, mas o tempo passava rápido com Jacob. 

– Estou falando o tempo todo – reclamou ele depois de uma longa história sobre Quil e o problema que ele criou ao convidar para sair a namorada de um garoto do último ano. – Por que não fala um pouco agora? O que aconteceu entre você e o Cullen?

Eu suspirei.

– Houve uma acidente no meu aniversário… – eu o encarei, era a primeira vez que falava sobre isso. – Uma única gota de sangue caiu no chão e o resto você já sabe – voltei a olhar a estrada – Vocês fizeram uma festa quando eles foram embora.

Me lembrei do dia que Edward foi embora; os quileutes acenderam a maior fogueira para comemorar a ida deles.

– Você sente falta dele ? – perguntou Jake, ainda me encarando.

Edward Cullen não existe… repeti o meu mantra mentalmente.

– As vezes – fui sincera –  Mas estou trabalhando nisso. — Jake assentiu, pensativo.

Quando chegamos no Checke achamos tudo o que restava da lista, e Jacob estava confiante de que faria muito progresso com nossas aquisições.

Assim que colocamos tudo no piso de plástico ao lado da caixa de ferramentas de Jacob, logo começamos a trabalhar, ainda conversando e rindo enquanto os dedos dele mexiam com habilidade nas peças de metal que tinha à sua frente.

A destreza de Jacob com as mãos era fascinante. Elas pareciam grandes demais para as tarefas delicadas que realizavam com facilidade e precisão.

Trabalhando, ele era gracioso. 

Quil e Embry não apareceram, então talvez a ameaça que Jacob fizera na véspera tivesse sido levada a sério.

O dia passou rápido demais. Ficou escuro antes do que eu esperava, e depois ouvimos Billy chamando por nós.

Fiquei de pé num salto para ajudar Jacob a guardar as coisas, hesitando porque não sabia em que podia mexer.

– Deixe como está – disse ele. – Vou trabalhar nisso mais tarde.

– Não se esqueça de seu dever de casa – eu disse, me sentindo meio culpada. Eu não queria que ele se metesse em encrencas. 

– Kris?

Nossas cabeças se ergueram de repente ao ouvir a conhecida voz de Charlie flutuando por entre as árvores, parecendo mais próxima do que a distância da casa.

– Droga – murmurei. – Estou indo! – gritei na direção da casa.

– Vamos. – Jacob sorriu, gostando do perigo.

 Ele apagou a luz e por um momento fiquei cega. Jacob segurou minha mão e me conduziu para fora da garagem e por entre árvores, os pés encontrando facilmente o caminho com que estavam familiarizados. A mão dele era grossa e muito quente.

Apesar da trilha, tropeçamos na escuridão. Então também estávamos rindo quando avistamos a casa. O riso não era intenso; era tranquilo e superficial, mas ainda assim foi bom. 

Charlie estava de pé na pequena varanda dos fundos e Billy estava sentado atrás, na soleira da porta.

– Oi, pai – dissemos os dois ao mesmo tempo, e isso nos fez rir de novo.

Charlie me fitou com olhos arregalados, que se desviaram para baixo e notaram a mão de Jacob na minha, eu a soltei imediatamente.

– Billy nos convidou para jantar – disse-nos num tom distraído.

– Minha super-receita secreta de espaguete. Transmitida ao longo de gerações – disse Billy, sério.

Jacob bufou.

– Não acho que os molhos prontos existam há tanto tempo.

A casa ficou abarrotada. Harry Clearwater estava lá também, com sua família — a esposa, Sue, que eu conhecia vagamente de meus verões em Forks, na infância, e os dois filhos. Leah cursava o penúltimo ano, como eu, mas era um ano mais velha. Tinha uma beleza exótica — a pele acobreada perfeita, o cabelo preto cintilante, cílios como espanadores de penas — ela era pensativa.  

Seth tinha 14 anos; ele absorvia cada palavra de Jacob com olhos de idolatria.

Éramos muitos para a mesa da cozinha, então Charlie e Harry levaram cadeiras para o jardim e comemos espaguete com o prato no colo, à luz fraca da porta aberta de Billy. Os homens conversaram sobre o jogo, e Harry e Charlie fizeram planos para pescar. Sue implicava com o marido por causa do colesterol e tentou, sem sucesso, obrigá-lo a comer algum alimento verde e folhoso. Jacob conversou mais comigo e com Seth, que interrompia ansioso sempre que Jacob parecia se esquecer dele. Charlie me observava, tentando disfarçar, com olhos felizes, porém cautelosos.

Ficava barulhento e às vezes confuso quando todos falavam juntos, e o riso de uma piada interrompia a outra a ser contada. Não tive de falar com frequência, mas sorri muito, e só porque tive vontade.

Eu não queria ir embora.

Mas ali era Washington e a chuva inevitável por fim interrompeu a festa; a sala de estar de Billy era pequena demais para servir de opção para continuarmos com o encontro. Harry tinha dado uma carona a Charlie, então fomos juntos em minha picape para casa. Ele me perguntou sobre meu dia e eu contei praticamente a verdade — que fora com Jacob procurar peças e depois o vira trabalhar na garagem.

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