POV Silvana
A caminho do bar dos Gonçalves o carro era pura tensão, Silvana tentava acalmar sua filha que chorava muito e Daiane estava muda. Ao chegarem, a mais velha saltou do carro e pediu para Daiane e Ludmilla acharem um lugar para estacionar, ela queria entrar antes que a negra para conversar com os demais.
Silvana: - Oi gente, e aí, novidades? - Renato conversava com alguns policiais e Larissa estava em uma mesa visivelmente abalada. Mirian acompanhou Jorge na ambulância e os poucos clientes presentes no bar já tinham sido liberados após darem depoimento e deixarem seus contatos atualizados.
Renato: - Oi amor, ainda não temos nada. Onde está Ludmilla?
Silvana: - Eu pedi pra ela ir estacionando o carro com a Daiane pra poder dizer pra vocês que eu não contei sobre a gravidez e acho melhor a Brunna contar!
Larissa: - Sim, eu também prefiro que ela conte.
Renato: - Como nossa filha está?
Silvana: - Veja você mesmo. - Apontou para a entrada e um furacão chamado Ludmilla passava por ela.
Ludmilla: - Por que ta todo mundo parado aqui enquanto a Brunna ta nas mãos daquele covarde? - Bufou irritada e recebeu Larissa em seus braços, as duas choravam e compartilhavam o mesmo medo.
Policial: - Viemos fazer o nosso trabalho, se veio tumultuar é melhor que volte pra casa!
Renato: - Ludmilla estamos esperando contato do sequestrador ou mesmo alguma novidade de sua localização, não adianta sair procurando sem ter um norte pra isso. - A negra assentiu.
Otávio: - Boa tarde a todos! - Olhou para Larissa. - O que está acontecendo? Onde está o Caio?
Larissa: - Oi Sr. Otávio, desculpe não explicar muita coisa ao telefone, mais ainda não estou em condições.
Policial: - O sr. é pai do sequestrador?
Otávio: - Sequestrador?
Larissa: - Caio esteve aqui com uns bandidos, eles vieram realizar um assalto e por fim além de atirar no tio, seu filho também levou a Brunna de refém.
Otávio: - Meu Deus. - Se sentou e começou a ter algumas vertigens. - Não estou me sentindo bem!
Policial: - Peguem água pra este senhor, precisamos que ele se recupere e comece a falar.
Passado alguns minutos, Otávio se recuperou e deu algumas informações sobre lugares que Caio poderia ter levado Brunna, ele não sabia o que o filho realmente fazia, portanto jamais acertaria sua localização.
Policial: - Acho difícil encontra-los nesses locais, nunca vi sequestrador entrar em prédio de luxo, mesmo assim, já enviei viaturas agora mesmo para averiguar e qualquer novidade informo vocês.
Ludmilla: - Eu não vou ficar aqui, sem fazer nada! - Foi em direção a porta.
Silvana: - LUDMILLA VOLTE AGORA!
Renato: - Eu sei que está nervosa e aqui todos estamos, mais você precisa parar com essa impulsividade. - Brigou com a filha que abaixou a cabeça.
Neste momento Jorge e Mia chegaram no bar, como esperado Jorge apenas fez um curativo e foi liberado devido a urgência que assombra sua família.
Mia: - LUDMILLA! - A matriarca correu e abraçou a negra, as duas estavam muito emocionadas.
Silvana: - Lud, pegue água para a Dona Mia por favor. - A filha assentiu e foi até a cozinha. - Vocês não sabem ainda mais eu não contei sobre a gravidez, prefiro que Brunna o faça!
Daiane: - GRAVIDEZ?
Larissa: - Fala baixo sua anta, não entendeu que sua amiga ainda não sabe?
Daiane: - Minha nossa, a Lud vai ser mamãe? - Assentiram. - Ela precisa saber!
Silvana: - Te peço descrição, a Ludmilla já está desesperada sabendo que a Brunna foi sequestrada, não vamos piorar as coisas! Se Deus quiser tudo dará certo e ela receberá essa notícia do amor da vida dela.
Daiane: - Certo tia, você tem razão!
Renato: - Jorge, e como está a perna?
Jorge: - Um pouco de dor apenas, nada que seja relevante agora! - Secou algumas lágrimas. - E a Brunna, já temos alguma notícia a respeito?
Policial: - Não temos nada ainda, a localização passada dos prováveis locais que Caio poderia leva-la já foram checadas e como imaginamos, sem sucesso.
Ligação on 📱
Renato: - Até que enfim, eu te falei 30 minutos e já tem mais de uma hora e você nada. - Se afastou dos demais para poder ter privacidade.
Marcone: - Desculpe, foi difícil ter certeza, mais já tenho a localização, estou te mandando agora por sms.
Renato: - Ótimo, obrigado!
Ligação off
Renato fez mais algumas ligações e passou o endereço de onde Brunna estava. Eles teriam que ir até o Morro do Alemão, portanto precisariam de reforço.
Renato: - Ela está no Morro do Alemão, já acionei alguns contatos da federal, do BOP e da equipe antissequestro, teremos força máxima.
Policial: - E nós?
Renato: - Vocês me desculpem, mais preciso minimizar as chances de erros, por isso prefiro que esse caso seja solucionado por quem já entende dessas invasões.
Ludmilla: - Vamos logo pai!
Policial: - Nós iremos também, mesmo nos descartando somos a autoridade local.
Renato: - Ok, vou na viatura com vocês então. - Olhou para a filha. - Ludmilla, tem certeza que quer ir? Estou te achando muito nervosa!
Policial: - Só vou levar 2 pessoas, o sr. e mais um!
Ludmilla: - Eu preciso ir pai, prometo me acalmar e não prejudicar em nada, mais não me deixe longe, é o amor da minha vida que está nas mãos desse bandido.
Otávio: - Eu vou seguindo vocês, sou o pai do Caio e espero que isso ajude em alguma coisa.
Policial: - Vamos logo então, sugiro que os demais permaneçam aqui, muita gente mais atrapalha do que ajuda. - Assentiram.
A viatura policial partiu seguida do carro de Otávio, em poucos minutos eles chegaram no Morro do Alemão que já estava cercado por todo o reforço solicitado por Renato.
POV Caio
Ao chegarem no morro, os planos incialmente mudaram, preferiram deixar Brunna no cativeiro com as outras prisioneiras até conseguirem formular um plano de fuga.
Ligação on 📱
Caio: - Não estou em uma boa hora Marcone, o que você quer?
Marcone: - Não vou me estender, já sabem onde você está, portanto tem poucos minutos para desaparecer daí, tem BOP envolvido, deu merda!
Ligação off
Caio: - Fudeu Grilo! Pegue a Brunna e traga ela agora!
Grilo: - O que pretende fazer?
Caio: - Vou usar ela de escudo, vai ser minha chave pra sair daqui, o BOP ta chegando! VAI LOGO!!
Grilo correu para atender o pedido de seu chefe e trouxe Brunna praticamente arrastada.
Brunna: - ME SOLTA SEU CRÁPULA!
Grilo: - Aqui está ela Caio, eu vou vazar antes que dê merda!
Caio: - Avise a todos para dispersarem, não quero que descubram nenhum dos outros b.os daqui. - Olhou para Brunna e deu um meio sorriso, embora quisesse passar confiança, ele estava em pânico.
Brunna: - Caio, você está completamente louco! Aquelas meninas, são suas presas? Que tipo de monstro mantém mulheres aprisionadas apenas para usa-las?
Caio: - Você vai ser a próxima, eu te queria como minha primeira dama, mais agora não tem mais jeito, vai ser minha putinha mesmo.
Brunna: - NEM TENTE TOCAR EM MIM! - Se aproximou e logo recuou ao ver o marginal apontar a arma pra si.
Caio: - Acho que já percebeu que não estou pra brincadeira não é mesmo? Não tente nada, ou vou fazer bem pior do que fiz com seu paizinho.
Brunna: - NOS DEIXE EM PAZ. - A loira chorava muito e se ajoelhou no chão sentindo algumas dores em seu ventre. - AI MEU FILHO.
Caio: - Você vem comigo agora! - Se aproximou da loira e a puxou com violência, voltando a envolver seu pescoço em uma chave de braço com a arma apontada para a sua cabeça. - Um erro seu e eu acabo com tudo, não tenho nada a perder, não se esqueça disso!
Duas equipes do BOP e antissequestro subiam o morro, as estreitas vielas prejudicavam a movimentação, porém só aumentava a adrenalina, o primeiro comando se sentia em casa e via aquele caso como mais um rotineiro.
Ludmilla por sua vez foi impedida de subir o morro com a equipe, a negra realmente atrapalharia visto o seu desespero. Como era muito insistente, ela foi autorizada a acompanhar a operação no helicóptero que sobrevoava o perímetro, inclusive pra ajudar na localização da vítima visto por cima.
Caio: - Vamos, por aqui, anda logo Brunna! - Ele resolveu descer por um caminho mais longo, que era pouco utilizado pelos policiais quando queriam chegar rapidamente ao topo do morro. - Se você tivesse colaborado desde o início nada disso teria acontecido, estaríamos bem longe daqui, curtindo minha fortuna e rindo da cara de todo mundo.
Brunna: - Ainda da tempo de desistir Caio! - A loira se sentia fraca e temerosa, chorava pela saudades que sentiria de todos caso fosse levada pra longe ou até mesmo pela dor que causaria se Caio resolvesse matá-la. - Você vai destruir as nossas vidas!
Nesse momento, Ludmilla do alto reconheceu sua amada e avisou aos demais que mudaram imediatamente a rota, encurralando Caio. Ele já avistava policiais por todas as partes e travou ao notar que estava cercado.
Caio: - DROGA, COMO É QUE ME ACHARAM? - Olhou pra cima e entendeu tudo, reconheceu Ludmilla no helicóptero e uma raiva tomou seu corpo. - Acho que acabou pra nós não é mesmo Bruninha, dê um tchauzinho para a sua amada. - Direcionou o pescoço de Brunna para olhar a negra e lágrimas caíram pelo rosto da loira. - EU VOU ATIRAR, AFASTEM-SE OU ELA MORRE!
Brunna: - NÃO CAIO, PELO AMOR DE DEUS! - Olhou pro helicóptero e em uma fração de segundo não pensou, apenas sentiu. - EU TE AMO LUDMILLA, TE AMO MAIS QUE TUDO NESSE MUNDO!
Neste momento, tiros foram ouvidos... Um, dois, três, quatro, cinco, seis... Do alto o desespero tomou conta de Ludmilla ao ver sua amada cair no chão com Caio sobre ela e um mar de sangue envolver seus corpos. O silêncio agora se instaurava.
BOP: - Quem foi o irresponsável que deu ordem para atirar?
BOP (Helicóptero): - Câmbio. Solicito informações sobre a vítima, aqui de cima nossa visão não é muito privilegiada.
BOP: - Vocês devem estar vendo o mesmo que nós, a missão falhou, autorizem a subida da ambulância com urgência. Câmbio desligo!
POV Ludmilla
Ludmilla: - VOCÊS MATARAM O AMOR DA MINHA VIDA???? VOCÊS A TIRARAM DE MIM!! - Sem pensar no que fazia, Ludmilla começou a estapear o policial ao seu lado, que prontamente imobilizou a negra e deu nela o famoso mata leão, ele precisava de tranquilidade para dar continuidade na operação e ela não estava ajudando muito.
A ambulância subiu rapidamente e os corpos de Brunna e Caio totalmente desacordados foram levados as pressas para o hospital. Renato acompanhou toda a ação e estava em completo desespero, recebeu Ludmilla em seus braços, se recuperando e voltando a si, totalmente despedaçada.
Renato: - Sinto muito minha filha. - A abraçou e se permitiu chorar junto com a negra.
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