Almas gêmeas

By RayhBennett

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Quando Damon Salvatore, futuro líder da alcatéia de Mystic Falls, conheceu Bonnie Bennett e seu precioso filh... More

Capítulo 2

Capítulo 1

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By RayhBennett

Depois de meses sem escrever nada, lá vem eu tentando vencer o bloqueio. Espero que gostem.

Capítulo não revisado.

Uma fanfic Bamon (Bonnie Bennett + Damon Salvatore) de três capítulos.


Notas explicativas:

Fanfic universo ABO (Alfa, Beta e Ômega): é um modelo de fanfic onde tem a presença de híbridos de humanos+lobos.

No universo ABO, as classes dos lobos são divididas em:

Alfas: Possuem uma presença imponente e personalidade forte, além de serem extremamente dominadores. Têm um timbre de voz que afugenta e atrai as demais classes (esse "encantamento" que possuem não funciona para outros alfas, por estarem no mesmo patamar). A grande maioria dos alfas é mais selvagem, com o comportamento mais agressivo, além de serem mais másculos;

Betas: São os mais "normais". Convivem pacificamente com alfas e ômegas. Não possuem características tão marcantes quanto as demais classes. São basicamente o ser humano do nosso cotidiano, com algumas exceções. Uma é que eles têm um perfume (cheiro) muito fraco.

Ômegas: Possuem aparência mais frágil e com uma personalidade mais dócil e gentil. São considerados a classe mais baixa e fraca e por esse motivo são alvo de preconceito.

Os Alfas e os Ômegas são naturalmente atraídos um pelo outro, influenciados muito por conta de seu cheiro. O cheiro dos alfas costuma ser bem forte e mais intensos, enquanto o dos ômegas é mais doce e leve. Normalmente, as pessoas têm a capacidade de saber o status da outra com base no cheiro dela, sendo o cheiro um ponto muito importante. Geralmente, os alfas conseguem sentir/cheirar os hormônios que um ômega está liberando, interpretando isso como felicidade, tristeza, medo, etc.

Algo importante a se levar em consideração também são os personagens. Não é só porque alguém é um ômega que ele automaticamente tem que ser delicado, frágil e gentil. O personagem ainda é uma pessoa com defeitos e qualidades. O mesmo vale para os alfas: existe por aí muitos alfas que são gentis, compreensivos, calmos (o que será o caso de Damon Salvatore, o protagonista da fanfic). Assim como também existem betas que mesmo sem apresentar grandes traços de sua dinâmica, ainda podem ter características de alfas ou ômegas.

🌕🐺🌕

"Papai, o senhor pode contar a historinha de como conseguiu conquistar o coração da minha mamãe?"

Ajeito o cobertor verde sobre o corpinho do meu filhote e sento no chão ao lado de sua cama. Os olhinhos azuis me encaram cheios de curiosidade mesmo que ele já tenha ouvido nossa história de amor uma centena de milhares de vezes.

"Era uma vez um jovem alfa lúpus que não acreditava muito no amor apesar de viver rodeado de felizes e apaixonados casais." Toco o dedo indicador na pontinha do nariz do meu filhote, ganhando um sorriso em resposta. "Esse jovem era o filho mais velho do poderoso líder do reino de Mystic Falls e o próximo na linha de sucessão de líder da alcatéia do reino. O seu nome era Damon Salvatore. Ele era um homem bastante respeitado e querido por ser justo e bondoso com todos, independentemente de suas classes lupinas. Era uma manhã ensolarada, quando, ao adentrar a única floricultura da cidade, Damon viu pela primeira vez aqueles que se tornaram as razões de sua existência."

"Eu e a mamãe, né, papai?"

O pequeno me interrompe e bagunço seus cabelos, antes de continuar a contar a história de nossas vidas.

💫Sete anos atrás💫

Era uma manhã ensolarada quando minha mãe me obrigou a ir na única floricultura da cidade em busca dos girassóis, que ela usaria no jantar de noivado do meu irmão mais novo. Sim, o caçula dos Salvatore encontrou sua alma gêmea há cinco semanas e já estava de casamento marcado. Para muitos pode parecer loucura, mas para um alfa lúpus encontrar facilmente o seu destinado é algo muito raro. Então, não culpo Stefan por querer se casar tão rápido com sua ômega, já que seu lobo faz questão de rosnar para qualquer um que tece qualquer tipo de elogio ou simplesmente olhe para a senhorita Gilbert.

Fico feliz por meu irmão não ter responsabilidades tão grandes quanto as minhas, já que por eu ser o primogênito da família Salvatore, a principal e mais importante família da nossa alcatéia, estou me preparando para ocupar o lugar de meu pai e me tornar o próximo líder de Mystic Falls.

Um líder forte, justo, e que seja capaz de proteger a nossa alcatéia, mantendo-a como a mais poderosa e segura da região como tem sido nos últimos cinco séculos.

Abro a porta da pequena loja e o som do sininho anuncia a minha presença, que logo chama a atenção de três jovens ômegas. Ignoro os olhares desejosos e os cheiros adocicados que as três fazem questão de deixar mais fortes, na tentativa de chamar a minha atenção, e sigo caminho entre as pequenas mesas repletas das mais belas e variadas flores.

Ainda posso ouvir os cochichos das ômegas falando o quanto sou bonito e como o meu cheiro é extasiante.

Tsc!

Essas adolescentes de hoje em dia deveriam se preocupar mais com os estudos e menos com homens.

Minha mãe me mete em cada uma.

Reclamo com meu lobo que me ignora, como tem o costume de fazer quando está entediado.

De repente, um suave cheiro de tangerina sobrepõe todos os outros e atinge meu olfato. O meu lobo desperta no mesmo instante. O coração acelera bruscamente enquanto o meu lobo uiva, procurando saber de onde vem aquele cheiro inebriante e tão gostoso.

"Aqui estão suas flores."

A voz melodiosa chega aos meus ouvidos e me viro imediatamente em sua direção.

Por Luna!

A menos de um metro de distância, atrás do balcão, encontra-se uma pequena ômega, que faz meu lobo uivar e grunhir em êxtase.

Minha, ômega! Minha!

O grande lobo negro uiva em pura euforia, deixando-me estático e sem reação, enquanto aquela ômega - de cheiro de tangerina - atende as clientes sem ao menos notar a minha presença, enquanto, eu estou perdido em sua beleza.

Não vejo nem mesmo o tempo passar e o meu lobo se encontra na mesma situação: perdido naquela que nos tirou completamente de órbita, deixando-nos a deriva no espaço.

Não. A deriva, não.

Ela se tornou o nosso centro gravitacional. Aquela que nos prende a esse vasto universo.

Ela é tão linda. Tão perfeita.

"Você precisa de ajuda?"

Pisco e balanço a cabeça ao notar que estamos sozinhos na floricultura e ela se dirige a mim.

"Eu..."

Outro baque mais forte que o anterior me atinge quando vejo seus belos e grandes olhos esverdeados.

Tão verdes quanto a mais bela e preciosa esmeralda.

Ômega perfeita! Nossa, ômega!

O lobo dentro de mim rosna e noto que meu cheiro de hortelã se torna mais forte quando a moça dá passos para trás, amedrontada.

Meu lobo grunhe em tristeza ao perceber o pavor naqueles belos olhos.

"É melhor você ir embora!"

Ela diz em um fio de voz, encolhendo-se, então, imediatamente, reprimo o meu alfa e o meu cheiro.

Meu coração dói e uma parte de minha alma parece se partir ao perceber que causei algum tipo de sofrimento para aquela que se tornou o meu mundo.

A última coisa nessa vida que quero é deixá-la com medo de mim, quando só desejo a proteger de todo e qualquer sentimento ruim.

"Desculpe-me." Abaixo a cabeça e me curvo em sinal de respeito. "Não foi minha intenção, assusta-la."

Uso um tom de voz baixo e ela, lentamente, respira fundo ao balançar a cabeça para cima e para baixo.

"Eu... Gostaria de levar todos os girassóis que você tiver disponível."

Ela me olha com cautela.

Pisco quando seus olhos oscilam para o lilás, rapidamente, voltando para a tonalidade esverdeada. Se eu não estivesse prestando atenção em cada pequeno detalhe de seu resto, nem ao menos teria notado.

"Tudo bem, mas é... Melhor você ficar bem aí e não tente nenhuma gracinha ou enfio essa tesoura em você."

Mesmo tremendo, ela aponta uma grande tesoura de ponta fina em minha direção e admiro sua tentativa de bancar a corajosa.

Enquanto ela arruma inúmeras flores em variados buquês, eu me mantenho a distância, aproveitando para me inebriar com seu cheiro envolvente de tangerina e admirar seus cabelos claros, que fazem um bonito contraste com sua sedosa pele negra.

Minha alma gêmea. Minha destinada.

Qual será o seu nome?

Essa pequena ômega com cheirinho de tangerina esteve esse tempo todo aqui pertinho de mim e somente agora eu fui conhecê-la?

Como me arrependo de ter recusado todas às vezes que minha mãe me chamava para a acompanhar nas suas inúmeras compras de flores.

De repente, o silêncio é cortado por um chorinho estridente, que faz a minha pequena correr pela porta atrás do balcão. Não demora para que ela apareça carregando um pacotinho envolto em um cobertor verde.

"As flores já estão prontas, senhor Salvatore."

Claro que ela sabe quem sou. Quem não conhece a minha família?

O pacotinho em seus braços volta a chorar e por seu cheirinho de morango não resta dúvida que se trata de um bebê ômega.

"Está tudo bem, meu amorzinho."

Quando ela tira o cobertor do rostinho redondo e nossos olhares se encontram, meu lobo grunhe completamente rendido e apaixonado. Meu coração acelera, então, incha em um sentimento tão profundo, que meu maior desejo é abraçar os dois ômegas a minha frente e dar a eles o meu mundo.

Meu filhote!

Meu lobo grunhe enternecido, algo que jamais fez antes.

No mesmo momento, o pequeno filhote abre um lindo sorrisinho banguela em minha direção, os bracinhos gordos balançando no ar.

O lobo em meu interior uiva baixinho, completamente rendido de amor por aquele serzinho de olhos tão azuis quanto o céu em um dia ensolarado.

Estamos rendindos aos pés desses dois ômegas que nem ao menos sabemos os nomes.

Olho o pescoço da mulher e respiro aliviado ao não encontrar nenhuma marca que a ligue a outro alfa. O que significa que não terei nenhum problema ou dor de cabeça para conquistar seu coração.

Mal sabendo eu, que não seria tão simples curar as cicatrizes que minha ômega carrega tão profundamente em seu coração.

🌕🐺🌕

"O que a senhora sabe sobre a moça da floricultura e o filhote dela, mãe?"

Não escondo o interesse na resposta, o que faz minha mãe me lançar um longo olhar avaliativo ao mesmo tempo em que arruma um dos vasos com os seus preciosos girassóis.

"Ela é neta dos Bennett, mas nasceu e foi criada em Nova Orleans."

Hum...

A alcatéia de Nova Orleans está sob a liderança da família Mikaelson há mais de um século. Dez anos atrás viveram um período conturbado por causa de uma guerra interna, causada por um grupo liderado por um tal de Marcel, que tentou roubar a liderança da alcatéia afim de implantar o que chamava de um reino justo que seria governado por ele. Foram meses de derramamento de sangue e mortes de inocentes, até que os irmãos Mikaelson e os demais lobos leais a eles, liderados por Niklaus, conseguissem matar Marcel e seus seguidores, e assim, instaurar novamente a paz em Nova Orleans.

"Veio morar com a avó há uns dois meses. Chama-se Bonnie. Tem vinte e um anos de idade e um lindo bebê de oito meses, chamado Benjamin."

Bonnie e Benjamin.

Lindos nomes para os mais belos ômegas que já conheci.

Então, esses são os nomes dos donos do meu coração.

"Ela tem um companheiro? Eu notei que não é marcada."

Minha mãe larga suas flores e cruza os braços. Ela me olha analítica e profundamente, como se pudesse enxergar a minha alma com seus olhos tão claros como o céu sobre nós.

"Por Luna!" Lilian Salvatore leva as mãos a boca, abafando sua exclamação de surpresa. Ela já sabe. Ela sempre sabe de tudo o que se passa com os filhos sem precisarmos falar nada. "É ela a sua alma gêmea?"

Balanço os ombros e sorrio para minha mãe, que vem ao meu encontro e me abraça. Retribuo o seu abraço aconchegante, sentindo-me protegido por todo o seu amor maternal e o seu cheiro de rosas.

"É normal sentir a falta deles mesmo acabando de conhecê-los? Passei mais de meia hora do lado de fora da floricultura procurando forças para me afastar."

"É um caminho sem volta, meu filho. Eles são o seu mundo agora." Minha mãe segura meu rosto entre suas mãos delicadas. Seus olhos cheios de carinho, compreensão e sabedoria. "Você vai querer sempre estar perto deles. Protegendo-os e os amando com todo o seu coração e a sua alma."

"Estou com medo, mãe." Sussurro o meu temor apenas para que ela ouça. "Meu lobo também está, apesar de eufórico por termos encontrado a nossa alma gêmea. E se ela não nos quiser?"

Mesmo partindo o meu coração e destruindo a alma do meu alfa, se Bonnie rejeitar meus sentimentos, eu respeitarei a sua decisão e a protegerei mesmo de longe, pois, sua felicidade é a minha prioridade a partir do momento no qual nossos lobos se ligaram.

"Os olhos dela ficaram lilases por míseros segundos, porém, foi como se o ômega dela não tivesse sido afetado pelo meu alfa."

O lobo em meu interior grunhe desgostoso. O rosto escondido pelas enormes patas.

"Bonnie morou com um alfa desprezível por mais de um ano e acabou engravidando. Ele não a marcou como dele já que ambos não eram destinados um ao outro." Minha mãe acaricia minhas bochechas. Fico totalmente atento as informações. "Ele era alcoólatra e viciado em apostas. Acho que se envolveu em uma briga de bar e acabou sendo morto pouco antes do bebê nascer."

De repente lembro de seus olhos amedrontados e de sua postura defensiva em relação a mim. Meu lobo rosna ao também compreender que Bonnie era vítima de violência doméstica. Sinto meu sangue ferver e uma vontade absurda de ressuscitar o desgraçado que a machucou, apenas para matá-lo novamente com toda a crueldade possível.

Odeio covardes. Odeio quem usa de força para machucar os mais indefesos.

Como alguém teve a coragem de machucar a minha ômega?

Como alguém teve coragem de machucar um ser indefeso?

"Acalme-se, filho. Está assustando os ômegas."

A voz doce da minha mãe me trás de volta para a realidade. Olho ao redor do enorme jardim da nossa casa, e vejo os poucos ômegas, que estão ajudando na organização, encolhidos, olhando-me com receio. Respiro fundo, e recolho minha presença alfa, desculpando-me por agir como um animal mesmo sem qualquer intenção. Jamais usaria meu alfa para subjulgar ou amedrontar um ômega.

"Bonnie é uma boa garota, dona de um coração generoso e muito gentil. Um pouquinho desconfiada. Mas tenho certeza que você vai conquistar a confiança e o coração dela." Meu coração se aquece com a positividade da minha mãe e ainda mais com o brilho de seus olhos, que parecem saber mais do que ela diz. "Vou contar ao seu pai que já somos avós."

"Só explique a situação antes que ele queira matar o Stefan, ao pensar que ele engravidou a Gilbert antes do casamento."

Do jeito que minha família é meio maluca, não duvido de nada.

🌕🐺🌕

Já faz mais de dois meses que venho comprar flores todas as manhãs.

Nas primeiras semanas, ela mal olhava na minha cara.

No entanto, tenho paciência e força de vontade para lutar por quem eu amo.

Posso dizer que ao passar dos dias, venho avançando lentamente na minha aproximação com a Bonnie.

Já fazem dois dias que ela não me olha com desconfiança e me deu um sorrisinho, em agradecimento, quando a ajudei a consertar uma das mesas que quebrou.

Meu coração faltou sair pela boca quando ela me sorriu pela primeira vez.

O bobo do meu lobo ficou igual a um cachorrinho com a língua para fora, a cabeça deitada sobre as patas dianteiras e o rabo balançando de um lado para o outro.

A cada dia que passa estou ainda mais apaixonado por ela e pelo pequeno Benjamin.

Já tive o lindo bebê em meus braços, três vezes.

Três vezes.

Aliás, nesse exato momento, estou segurando Benjamin, enquanto Bonnie termina de atender um cliente.

"Você está a cada dia mais bonito e gorducho." Beijo os dedinhos gordos e ganho uma gargalhada gostosa do bebê com cheirinho de morangos. "Quando você crescer mais, vou te ensinar a nadar. Você vai pescar em forma de lobinho. Ah, e vou o ensinar a lutar. Vai ser um ômega super forte e valente."

O bebê solta gritinhos e seu cheirinho de morangos é como um bálsamo.

O segundo melhor cheirinho do mundo.

Porquê o primeiro lugar pertence ao cheirinho de tangerina, que embebeda tanto a minha alma quanto ao meu lobo.

"Ele é completamente apaixonado por você. Dá até ciúmes."

Bonnie está encostada no balcão, olhando para o nosso filhote com carinho.

"Não precisa ter ciúmes, nossos corações têm espaço para você também."

Digo em tom de brincadeira mesmo não sendo nenhuma brincadeira. Só não quero destruir o pouquinho de confiança que conquistei com tanto custo.

Fico como um bobo admirando seu pequeno sorriso e o rubor em suas bochechas. Seu cheirinho de tangerina se torna mais forte.

Falto suspirar enquanto o bobo do meu lobo o faz sem a menor vergonha na cara.

"Já está na hora de fechar."

Ela muda de assunto, afastando-se rapidamente para os fundos da loja.

"Acho que estou conquistando a sua mamãe, filhote." Sussurro para o bebê sorridente em meus braços.

🌕🐺🌕

"O que foi?"

Pergunto para Bonnie ao vê-la se encolhendo entre o enorme casaco. As noites estão cada vez mais frias. O inverno está chegando em Mystic Falls e não vai demorar para que a neve nos alcance.

Aconchego o bebê dorminhoco debaixo do meu casaco, contra o meu peito, usando meu calor para mantê-lo aquecido.

"As pessoas estão nos olhando. Não quero nem imaginar o que comentam sobre você ser amigo de uma mãe solteira."

Ela sussurra tão baixinho, que só escuto por causa da minha audição bem treinada de alfa. Olho ao redor, lançando olhares pesados para as senhoras nas calçadas, que rapidamente desviam os olhares.

Bando de fofoqueiras.

Mas que não ousem colocar o nome da minha ômega, futura esposa de seu futuro líder, em suas bocas malditas.

Não permitirei que levantem qualquer falso contra a minha ômega ou contra o meu filhote.

"Não ligue para fofocas, Bonnie. Sabemos a verdade e é isso o que verdadeiramente importa."

Digo com firmeza e ganho um doce sorriso como recompensa.

Meu lobo suspira mais uma vez naquele dia.

🌕🐺🌕

A minha cabeça dói e meu lobo rosna insatisfeito por não poder avançar e rasgar a garganta de Tyler Lockwood. Maldito desgraçado! Quem ele pensa que é para querer mandar em mim? Ser um maldito membro do conselho não o torna intocável.

Ele não é ninguém importante em minha vida para me dizer o que devo ou não fazer.

"Daqui alguns meses será nomeado líder de nossa alcatéia e até agora não o vi procurando nenhuma esposa." O homem de longos cabelos grisalhos bate sua bengala no chão. "Um alfa só é um bom líder se tiver uma boa ômega ao seu lado."

"Por acaso está insinuando que meu filho não é bom o bastante para ser o nosso futuro líder?" A voz de meu pai sai como um rosnado, impondo sua presença de líder sobre os membros do conselho.

"Não é isso." Contrariado por ter que se submeter ao seu líder, Lockwood rebate em tom baixo. "Só estou preocupado com as conversas que andam rodando por aí, sobre Damon está se envolvendo com uma mãe solteira, que nem ao menos foi criada em nossa alcatéia."

"Não ouse falar da minha ômega e do meu filhote!"

Tenho certeza que meus olhos se tornam vermelhos, a voz grossa do meu alfa demonstra toda a minha fúria e surpreende os demais membros do conselho.

Todos ali sabem o que aquilo significa e por isso me encaram, incrédulos.

"Então, Bonnie Bennett foi escolhida pelos deuses como futura lua da nossa alcatéia." Elizabeth Forbes murmura pacificamente. "É uma agradável surpresa."

"Isso é um complemento absurdo! Eu não acredito que aquela garota vá se tornar a companheira do nosso próximo líder. É ultrajante."

Lockwood resmunga sendo apoiado por outros dois membros tão idiotas quanto ele. Não sei por quais razões meu pai ainda os mantém no conselho quando claramente não são nada confiáveis. Quando eu assumir a liderança da alcatéia, a primeira coisa que farei será reformular esse conselho com pessoas de minha inteira confiança, que não tentarão um golpe de estado na primeira oportunidade.

"Eu não me importo com a sua opinião." Respiro profundamente quando minha vontade é de rasgar a garganta de qualquer um que pense em insultar a minha futura família. "E muito menos estou pedindo a permissão de quem quer que seja para desposar a minha alma gêmea que foi escolhida pelos deuses para ser minha companheira. Assim como não perdoarei ninguém que ouse machucar a ela ou o meu filhote."

"Isso..."

"Acredito que Damon já tenha deixado mais do que claro a sua opinião sobre um assunto que diz respeito somente a ele e a sua futura companheira."

Meu pai corta severamente a fala de Lockwood.

A reunião dura apenas mais alguns minutos, então, um a um dos conselheiros sai da sala de reuniões, deixando apenas a mim e o meu pai.

"Precisa controlar mais esse seu temperamento." Meu pai aperta meu ombro direito e apesar de seu tom duro, seus olhos castanhos são gentis. "Não pode deixar que aquela cobra traiçoeira do Lockwood o tire do sério, quando o que ele mais deseja é colocar o neto como próximo líder da nossa alcatéia."

"Isso nunca vai acontecer, pai." Garanto-lhe na certeza de que jamais permitirei que Tyler Lockwood coloque suas garras na liderança de Mystic Falls. "Stefan está de olho em cada passo daquela família e estou firmando uma forte aliança com os Parker. Não deixarei que ninguém destrua nossa alcatéia, assim como não permitirei que ninguém faça mal àqueles que amo."

"Confio de olhos fechados em você, meu filho. Não tem ninguém mais digno que você para ser o futuro líder da nossa alcatéia." Meu pai me encara profundamente, por incontáveis minutos, até abrir um de seus raros sorrisos. "Convide a senhorita Bennett e o filhote para um jantar em nossa casa neste sábado. Estou ansioso para conhecer meu netinho e minha futura nora."

Meu coração enche de orgulho por ouvir as palavras de meu pai. Durante todos esses meses, ele se manteve em silêncio sem expressar sua opinião. Então, ter sua aprovação verbalizada diretamente a mim, trouxe um alívio que eu nem ao menos imaginava precisar.

"Por enquanto somos só amigos e ela ainda não sabe que somos almas gêmeas." Deixo transparecer um pouco da minha frustração. "Estou ganhando aos poucos a confiança dela, então, preciso agir com a máxima cautela para não a assustar. Nem mesmo o lobo se manifesta. O meu alfa a sente fracamente, mas é como se ela se mantivesse muito bem escondida."

"Tudo acontece no seu devido tempo. Então, tenha paciência, pois o fio vermelho que une o seu destino ao dela, vai encontrar uma forma de juntar seus corações e suas almas no momento certo."

🌕🐺🌕

"Acho melhor não." Bonnie nega mais uma vez quando insisto no convite para o jantar em minha casa. "É um jantar em família, então, não vejo razões para ir."

Ela amarra um laço branco em um buquê de flores. Benjamin dorme tranquilamente no carrinho de bebê atrás do balcão sem se incomodar com qualquer barulho ao seu redor.

"Já está pronto, senhor Parker."

Malachai pega o grande buquê de rosas vermelhas e efetua o pagamento, mas ao invés de ir embora, o maldito alfa, a qual chamo de amigo, bate seu ombro com o meu.

"Acho melhor você aceitar o convite do meu amigo ou ele vai acabar chorando, senhorita Bennett." A vontade que tenho é de enfiar um soco nos dentes bem alinhados do alfa intrometido. "É sério, a cada dez palavras que ele fala, onze são Bonnie e Benjamim."

"Você não tem que entregar essas flores para a Katherine?"

Aperto seu ombro e ele força um sorriso para esconder a dor causada pela pressão de meus dedos.

"Tenho." Resmunga. "Pense com carinho no convite do meu amigo, senhorita. Ele vai ficar muito feliz."

O desgraçado grita ao mesmo tempo que corre em direção a saída da loja.

Benjamin resmunga em meio ao seu sono, mas continua de olhos fechados.

Olho para Bonnie e encontro seus olhos esverdeados em mim. Ela está séria e pensativa.

Minha vontade é de ir atrás do Parker e o fazer engolir os dentes já que não sabe manter a língua dentro da maldita boca.

Bonnie agora deve estar pensando que tenho segundas intenções por trás da amizade que estamos desenvolvendo. O que não deixa de ser verdade, no entanto, são boas intenções. As melhores existentes.

"Seus pais não vão achar ruim ter dois estranhos em um jantar de família?"

Ela questiona baixinho.

Vocês dois são da família.

"Minha mãe vive falando o quanto vocês dois são adoráveis para o meu pai, então, é normal que ele queira conhecer as duas pessoas que ganharam o coração da esposa dele."

E do filho mais velho dele, também.

Ela desvia o olhar para o balcão de madeira, claramente envergonhada. Seu cheirinho de tangerina se acentua.

Coloco as mãos nos bolsos da calça quando meus dedos coçam para tocar seu rosto.

"Minha mãe e eu ficaremos muito felizes se vocês forem, mas eu entendo se não quiser ir."

Além de sua timidez, os traumas que sofreu também influenciam muito em suas decisões, então, devo sempre respeitar o que ela decidir ser o melhor para o seu bem estar.

"Você pode ir nos buscar, lá em casa amanhã?" Mal posso acreditar no que ouço e minha cara deve demonstrar isso, pois, Bonnie riu baixinho. "Estou falando sério."

"É claro que vou buscar vocês."

Não importo em esconder minha alegria e o cheiro mais forte de hortelã que meu lobo libera, mostra que ele está mais feliz do que eu, ainda mais quando Bonnie parece suspirar timidamente e seu cheirinho de tangerina com um toque de aconchego parece se fundir ao meu.

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