Julietta Collins ♠️
A faculdade estava uma loucura, eu não sei como foi que tudo aconteceu. Eles apenas apareceram no meio da reunião e tudo virou um caos total.
Effie era a única que não estava conosco, mas assim que tudo aconteceu, eu e minhas irmãs fomos atrás dela. Tentando desviar dos loucos que tentavam nos atacar
Todo mundo sabe que os alunos de Oxford são totalmente fora da casinha, péssimos perdedores. Uma vez jogamos contra o time feminino e resultou em uma bela briga no final, nada muito diferente de hoje.
Mas a questão é, esses bostinhas não sabem com quem estão mexendo. Os alunos de Oxford podem ser pirados, mas nós somos muito mais
E isso está bem claro, agora que os corredores estão tomados por alunos saindo na mão em brigas de punhos. Sinceramente eu não ligo, apenas quero achar minha irmã e levar elas para um lugar seguro.
"Ela está aqui"-Megan diz ao para em uma das portas.
Por conta da falta de luz a única coisa visível era pela lanterna dos celulares em nossas mãos. Atravessamos a sala e eu gelei quando vi ela nos braços de Oliver.
"Solte ela"-Gritei empurrando ele para longe-"Ele te machucou?"
"Não! Eu estou bem"-Sua voz estava meio trêmula.
"O que você fez com ela?"-Gritei para ele
"Eu não fiz nada"-Respondeu grosseiro ao se afastar.
"Ju por favor"-Effie segurou meu braço e vi um cara caído no chão -"Está tudo bem, pare com isso"
"O que aconteceu aqui?"-Perguntei direcionando meu olhar para ela.
"Nada que eu não tenha resolvido"-Oliver responde colocando suas mãos em seus bolsos.
"Vamos para o quarto até essa confusão passar"-A puxei delicamente pelo braço mas ela recuou.
"Não, eu não vou"-Seu tom autoritário me assustou.
"Effie olha essa confusão, o melhor que podemos fazer é ficar em nosso quarto"-Megan aparece ao meu lado.
"Olhe para ele"-Apontou para o homem caído -"Ele estava tentando abusar de mim, imagina o que os outros garotos como ele não devem estar tentando fazer também"
"Você quer se livrar dele?"-Perguntei com firmeza e seus olhos se arregalaram
"Como assim?"-Ouço a dúvida em sua voz
"Isso mesmo que você ouviu. Ele tentou abusar de você, então vamos nos livrar dele"-Soltei seus braços-"Ninguém além de nós iria saber, e as câmeras estão desligadas mesmo"
"Você está brincando né?"-Alissa para ao lado de Effie-"Não vamos matar um cara assim"
"Um estuprador a menos"-Dou de ombros e olho para Oliver-"Se não for ajudar, é melhor sair"
"Vamos fazer isso de uma vez"-Effie anda até o corpo caído sobre o chão-"Em vez de matar ele, eu tenho uma ideia melhor"
"Vocês são completamente malucas"-Oliver diz com uma expressão estranha
"O que você quer fazer com ele?"-Megan pergunta meio assustada
"Vou arrancar o pau dele fora"-Ela puxa um estilete de dentro da bota-"Não consegui usar a tempo"
"Você tem certeza que quer fazer isso?"-Ele se aproxima dela como se tentasse acalma-la.
"Absolutamente!"-Ela segura a faca em suas mãos e com a outra mão está pronta para puxar a calça do homem jogado no chão.
Mas antes que ela possa fazer algo, as luzes se acendem outra vez. Nossos olhares são direcionados para cima até que os gritos dos alunos cessaram, mas o dos policiais apareceram.
Effie que estava abaixada se levantou assustada. Vi Oliver correr e puxar o estilete da sua mão, mantendo elas para cima
No mesmo instante dois policiais entraram na sala com suas armas apontadas para nós.
"Fiquem parados aí"-O mais alto gritou enquanto mirava sobre Oliver.
Nossos olharem foram para ele, que não parece preocupado com o fato de ter um homem desmaiado em seus pés, uma arma afiada nas mãos e dois polícias armados mirando contra seu peito.
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Puxei um pedaço de pão entre os dedos enquanto ouvia os murmurinhos a nossa volta. Não estava sendo nada agradável, outra vez um dos quatros foi preso por nossa culpa e isso levantou tantos questionamentos.
"Aí não"-Megan murmura desviando o olhar
Uma mochila preta bateu contra a mesa me fazendo se assustar. Senti quando dedos rodearam meus braços me puxando para trás fazendo todo meu café cair da bandeja sobre o chão.
Matthew me puxou para cima enquanto eu tentava me equilibrar após ter sido pega de surpresa.
"Que porra vocês fizeram?"-Ele gritou envolvendo sua outra mão em mim
A forma como seus dedos apertavam minha pele estava me fazendo sentir que ficaria marcado outra vez.
"Tira suas mãos de mim ou eu juro por Deus que vai ser a última vez que vai tê-las"-Digo entre os dedos e minhas mãos batem contra seu peito fazendo ele ir para trás.
"Que merda foi que aconteceu com o Oliver em?"-Ele parecia tão nervoso que nem ligou para as pessoas se aproximando de nós.
"Se ele mesmo não te contou, significa que não seja da sua conta"-Respondo com a maior calma enquanto me abaixo recolhendo tudo que caiu e colocando de volta na bandeja
"Eu estou falando sério, caralho"-Ele se aproximou tão rápido que apenas senti quando minha cabeça ardeu.
Ele puxou meus cabelos com força me fazendo levantar e um gemido de dor saiu dos meus lábios. Mas naquele instante a raiva tomou conta de mim, apertei a bandeja em minhas mãos e me virei batendo ela contra seu rosto.
Ele caiu sobre a mesa com o impacto e ouvi os suspiros de surpresa e medo dos outros alunos.
Eles podem ter medo do Matthew mas eu não tenho, e ele sabe disso.
"Eu disse para não me tocar"-Gritei me aproximando dele enquanto o mesmo limpava o sangue que escorria por seus lábios
Ele se recompôs e me olhou como se desejasse me matar, na verdade, acho que ele deseja.
"Você entendeu ou quer que eu repita?!"-Enfatizei jogando tudo de volta no chão.
Ele veio em minha direção e sua mão tomou posse do meu pescoço, ele me jogou para trás fazendo minhas costas baterem contra uma das paredes.
"Pare com isso"-Alissa gritou tentando puxar Matthew
"Escuta aqui porra"-Ele diz com raiva em sua voz-"Se alguma coisa acontecer com o Oliver, eu juro por Deus que você vai desejar nem mesmo ter nascido"
"Acha que me intimida?"-Dei um sorriso convencido e segurei seu pulso-"Acho que já provei o suficiente que você não é pário pra mim."
"Eu estou apenas avisando"-Seus dedos me apertaram com mais força me fazendo perder o ar.
"Pare!"-Alissa grita outra vez
"Boa sorte!"-Sussurro para ele e um suspiro de alivio me toma quando o mesmo me solta e se afasta
"Mantenha as vadias das suas irmãs longe dos meus meninos"-Ele aponta o dedo pra mim.
"Você chamou elas do que?"-Me desencotei da parede
"Não faça isso"-Megan entrou na minha frente
"Você entendeu perfeitamente"-O mesmo puxa sua mochila-"Se mais alguma coisa acontecer, vai por mim, dez anos na prisão não vai o suficiente para o que eu vou fazer"
Suas ameaças caíram sobre mim logo depois dele se virar e passar entre a multidão de alunos que nos olhavam com atenção.
"Desgraçado!"-Apertei meus punhos com força, desejando com todo meu corpo que ele morresse.
"Não dê atenção pra ele, nós sabemos o que aconteceu"-Megan diz tentando me acalmar
"Foi isso que eu quis dizer quando falei para não ficarem dando para aqueles garotos"-Murmurei nervosa-"Tanto garoto nessa escola"
"Não é bem assim"-Alissa se pronuncia
"Tanto faz, agora eu tenho que ficar aguentando essas merda"-Digo rude puxando minhas coisas de cima da mesa-"Eu tenho que ir. Até mais!"
Eu não deveria estar sendo tão rude com ela, eu sei. Mas eu estou tão cansada, toda vez que alguma merda acontece sempre estoura pra cima de mim. E ainda tenho que ficar lidando com essas situações tipo Matthew.
"Merda!"-Murmurei ao me olhar no espelho. Minha pele estava vermelha na região em que Matthew me tocou.
Olhei através do espelho e vi quando a porta se abriu, Kate entrou acompanhada de suas amigas e eu precisei respirar fundo.
Seu cérebro é do tamanho de una minhoca, a forma como ela me irrita é gigante. Então antes que eu começasse outra briga, tratei logo de sair dali.
Meu treino de futebol começa apenas daqui uma hora e por outra coincidência, o professor da minha primeira aula, teve um bebê e está de licença. Logo, estamos com o horário livre
Aproveitei a oportunidade para ir ao campo, estava vazio já que todos estão em aula no momento.
Coloquei meu uniforme e peguei a bola dentro do armário, arrumei os cones sobre o gramado e comecei a treinar.
Passava a bola entre meus pés e os obstáculos, enquanto pensava em uma nova estratégia de jogo.
"Ótimo!"-Resmunguei quando senti os pingos de chuvas sobre mim.
Não gosto do fato desse mês chover tanto aqui, é dia e noite com chuvas. Isso atrapalha totalmente nossa percepção em disputa.
Mas como eu já estava aqui, não quis parar. Apenas continuei a jogar conforme sentia a poças de barro se formarem sobre o chão. Elas se respingavam em mim deixando minha pele suja, mas não me importei
Até que senti quando meu corpo foi de encontro ao chão, e se não tivesse apoiado minhas mãos, com certeza eu teria um ferimento horrível em meu nariz nesse instante.
Meu pé se fundou em um buraco formado na grama, onde eu não pude ver que estava. Mas era fundo o suficiente para eu escutar meu tornozelo estralar assim que cai.
A dor sobre mim me fez gritar ao ponto de ecoar pelo campo, era tão insuportável que agarrei a lama entre meus dedos e apertei tentando desvincular aquela coisa agoniante subindo por minha perna.
Pelo reflexo da dor, meus olhos arderam pelas lágrimas instantáneas que apareceram. Mas não caíram, eu me mantive firme.
Tentei me levantar mas parecia que a cada instante que eu me mexia, era ainda pior.
"Merda! Merda."-As palavras saiam com raiva de minha boca.
Me apoiando sobre um pé, eu tentei fazer o mesmo com o outro. Mas era como se um choque passasse por mim, com uma dor que era capaz de me fazer desabar sobre o chão.
Olhei para meu pé e notei que meu tornozelo estava deslocado, o inchaço era nítido sobre o ferimento. O que me fez pensar que realmente está pior do que eu imaginei.
"Isso não pode estar acontecendo comigo"-Supliquei dando um suspiro pesado.
Com cuidado eu me sentei novamente, puxei minha perna e delicamente toquei meu tornozelo, mas estava doendo tanto que um simples toque me fez gemer de dor.
A chuva começou a ficar mais forte com trovoadas e raios pelo céu, era ainda meio dia mas já parecia de noite.
Um suspiro frustado saiu dos meus lábios, ninguém iria aparecer aqui a agora. Ainda mais nessa chuva, estão todos em aulas ou enfiados em seus quartos.
Como vou sair daqui assim?
"Ó céus!"-Respirei fundo.
Fechei os olhos e passei minhas mãos sobre meu rosto, retirando a água que escorria sobre ele fazendo meus olhos arderem.
Em um susto, eu os abri. Meu corpo foi levantado do chão, em um impulso eu o encarei. Meus olhos ainda ardentes dificultou minha visão, mas o cheiro forte de cigarro me deixava enjoada.
"O que está fazendo? Me solte!"-Minha voz sai alterada enquanto me debato sobre seus braços.
"Estava fumando atrás das arquibancadas quando te vi"-Ele diz rude-"Não me faça se arrepender por isso"
"Me deixe!"-Grito outra vez batendo as mãos contra seu peitoral e ele me olha.
"Ok então, já que consegue fazer isso sozinha"-Ele me põe novamente no chão e eu grito.
"Meu Deus"-Balbuciei quando a dor me tomou novamente.
Engoli em seco sentindo o nó em minha garganta. Isso não está sendo nada bom!
"Foi o que eu imaginei"-Matthew me puxa novamente para seus braços me apoiando sobre eles.
"Por que veio até aqui?"-O encarei passando novamente a mão sobre meus olhos-"Não precisa fingir que se importa. Sei que me odeia tanto quanto eu odeio você"
"Porque até alguém aparecer você já estaria desmaiada com hipotermia"-Responde com indiferença-"E quem disse que eu não me importo?"
Ele virou seu rosto pra mim e eu o encarei. Meu olhar sobre o seu me fez ficar (pela primeira vez) completamente sem palavras. O que isso significa?
"Não precisa ninguém dizer"-Respondo assim que encontro as palavras
Ele fica em silêncio, seu rosto se vira para frente enquanto continua a caminhar até entramos no vestiário outra vez.
Ele me coloca sentada sobre um dos bancos. Meu olhar o segue, seus cabelos pretos caem sobre seus olhos com pingos grossos escorrendo por eles e pingando em suas mãos tatuadas.
Ele se senta no chão, sua roupa de couro range conforme ele dobra das pernas e passa seus braços em volta delas. E então me olha!
Passei maior parte da minha vida odiando Matthew, olhar para ele sempre me fez querer mata-lo. Ter ele perto de mim era como se agulhas fossem enfiadas em minha pele, me torturando lentamente.
Mas não entendo, porque estar aqui agora me faz sentir algo completamente diferente de horas atrás. Onde eu estava querendo arrancar seu coração.
Agora, que estamos aqui sozinhos cercados pela chuva densa escutando a respiração um do outro em um completo silêncio. Olhando para ele, com seu olhar grudado ao meu. Foi aí que a minha ficha caiu.
Eu nunca o odiei de verdade, eu apenas odiava o fato de não conseguir ignorar meus sentimentos verdadeiros. Ele não é bom, ele não é gentil e nem o homem dos sonhos.
Matthew é terrível, frio, insensível e cruel. Tudo de ruim que um homem pode ser, ele é. Mas porque isso me atrai tanto?
"Vamos dar um jeito nisso"-Ele diz ao se ajoelhar e segurar minha perna.
"O que vai fazer?"-Minha voz sai em desespero quando ele apoia meu pé em sua coxa.
"Colocar ele no lugar, não está quebrado. Você apenas deslocou"-Suas mãos envolveram meu tornozelo e eu gritei outra vez
"Não...não...não!"-Eu começo a gritar desesperada
"Vai parar de doer quando eu fizer, está inchando se continuar assim vai ser pior"-Seus dedos me tocam e meus olhos lacrimejaram.
"Isso dói"-Minha voz tomada pela dor chega a falhar-"Não faça, por favor"
"No três"-Ele diz fingindo não me ouvir-"Um..."
"Não, não!!"-Voltei a gritar desesperada.
"Dois..."-Antes de chegar no três eu ouço um barulho.
Ele colocou meu tornozelo de volta no lugar e meu grito tomou conta do lugar. A tinta do acento saiu em minhas unhas conforme eu apertava meus dedos sobre ele.
Minha respiração falhou e eu senti como se estivesse prestes a desmaiar. A dor subiu por minha perna como se cada músculo dentro de mim estivesse dormente.
Eu comecei a ficar mole, meu corpo prestes a cair para trás se ele não tivesse se levantando e envolvido seu braço em mim para me segurar.
As lágrimas se misturaram com as gotas de chuva em meu rosto e um soluço saiu do fundo dos meus pulmões doloridos.
"Filho da puta"-Digo em sussurro.
Abri meus olhos quanto senti algo quente tocar meu rosto. Sua mão deslizou por minha pele molhada e segurou minha nuca com certa firmeza enquanto seus dedos se envolviam em meus cabelos úmidos.
O cheiro de cigarro ficou ainda mais intenso conforme seu rosto se aproximava do meu. E o gosto de tabaco com menta me invadiu quando, pela primeira vez, senti Matthew finalmente me beijar.
Seus lábios selaram os meus com força, sua língua deslizou sobre a minha com calma mas uma certa precisão. Que fez meu corpo inteiro tremer.
Eu já não sentia mais aquela dor avassaladora, apenas um choque quente e ardente me percorrendo.
Seu corpo ficou entre minhas pernas e senti quando o meu foi deitando devagar sobre o banco conforme ele ia subindo em cima de mim.
Retomando meus sentidos, eu levei minhas mãos até sua nuca e senti seus cabelos molhados sobre meus dedos. O puxei para mais perto tomando uma intensidade maior conforme nossos lábios se encaixaram.
Caralho, eu estou menso beijando Matthew Miller.
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