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By lantsovz

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๐—ฃ๐—ฅ๐—œ๐— ๐—”๐—ฉ๐—˜๐—ฅ๐—”โ”ƒโ Assim como as flores na primavera, o amor de Meadow por Daryl continuava florescendo. โž ... More

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By lantsovz

CAPÍTULO TRÊS
O SILÊNCIO




EXISTIAM POUCOS MOMENTOS NA VIDA DE MEADOW HART EM QUE TUDO QUE ELA ENXERGAVA ERA VERMELHO e ela se lembrava de todos eles ─ até os mínimos detalhes ─, mesmo tentando desesperadamente arrancá-los de suas memórias.

Na primeira vez em que viu vermelho, Meadow era apenas uma criança. Foi quando ela enxergou quem seu pai realmente era, quando ela viu a violência em seus olhos. Ela ainda podia escutar a voz do homem a assombrando, dizendo repetidamente que ela não merecia o sobrenome que carregava. A segunda foi quando perdeu Aria, quando se deparou com seu corpo sem vida, quando tentou carregá-la em seus braços apenas para perceber que era tarde demais. E, a última, foi quando descobriu que Aiden Monroe havia morrido.

Meadow batia sua mão em uma árvore, fazendo o máximo de barulho possível enquanto os caminhantes continuavam se aproximando. Enquanto enfiava sua lâmina no crânio de um dos zumbis, seus pensamentos reviviam as fitas da entrevista sobre o acidente do Monroe ─ com Nicholas culpando Glenn e o Rhee dizendo o contrário ─, e, ao acabar com mais um dos mortos e sentir o sangue respingar em seu rosto, ela viu o olhar de Glenn, o olhar que ela nunca se esqueceria, o olhar que anunciou que ela havia perdido uma das pessoas que mais amava.

O último caminhante se aproximou dela e Meadow o derrubou, rasgando sua cabeça, o esfaqueando repetidamente. Tudo que ela via era vermelho. Tudo que ela escutava eram as últimas palavras que escutou de Aiden enquanto a faca perfurava o zumbi de novo e de novo.

─ Meadow. ─ Ela escutou, como um sussurro que, por mais que tentasse, não conseguia trazê-la de volta para a realidade. ─ Meadow! ─ A voz soou em seus ouvidos, fazendo com que a faca caísse de sua mão.

Ela reconhecia aquela voz. Ela sabia que ele era a última pessoa que Meadow queria que a visse daquela forma, a visse como ela se via. Como o monstro que ela sentia que habitava dentro de si. Seu rosto coberto pelo sangue dos caminhantes, se estendendo até seus braços. ─ Volte para dentro, Spencer. ─ Meadow pediu, ainda se mantendo de costas para o Monroe. Sua voz estava fraca, como se sua dor pudesse ser sentida por meio de suas palavras.

─ O que você está fazendo? ─ Ele a questionou, observando os cadáveres dos caminhantes em volta da Hart. ─ Minha mãe não para de ouvir as músicas do Aiden, meu pai ainda não disse uma palavra e você está aqui fora com eles. ─ Spencer afirmou, suspirando frustrado. ─ Eu...

Meadow o interrompeu, mantendo sua cabeça baixa, se levantando. ─ Só volte para Alexandria, Spencer. ─ Ela tentou mais uma vez. ─ Eu quero ficar sozinha.

Spencer se aproximou da Hart, encostando sua testa na cabeça dela, repousando suas mãos nos braços de Meadow, enquanto ela ainda não havia se virado para encará-lo, tentando segurar as lágrimas que insistiam em se formar em seus olhos.

─ Eu preciso de você. ─ Ele afirmou, como se fosse um pedido. ─ Por favor, Meadow.

A Hart limpou a lágrima que escorreu pela sua bochecha. Ela não queria se virar, não queria que Spencer enxergasse o seu pior. ─ Vamos 'pra casa. ─ Meadow declarou, pegando a faca que estava caída no chão e a guardando.

Ela caminhou na frente, se certificando que o caminho estava seguro. Spencer segurou sua mão, ignorando o sangue seco que marcava os dedos da Hart e, quando ela o olhou, Meadow encontrou tristeza em seu olhar.

Quando pararam em frente aos muros de Alexandria, Nicholas abriu o portão, aparentando já estar esperando a volta do casal. ─ Meadow. Spencer. ─ Ele afirmou e a Hart puxou seu noivo, continuando a caminhar em direção à sua casa, mas o antigo companheiro da equipe de Aiden continuou a segui-los. ─ Eu queria dizer que sinto muito pelo o que aconteceu.

A Hart não disse uma palavra, seus punhos se fecharam, cada palavra que escapava da boca de Nicholas parecia torturá-la. ─ A Deanna nunca devia ter deixado essas pessoas entrarem. ─ Ele continuou e Meadow acelerou seus passos, balançando sua cabeça, sentindo como que seu sangue estivesse em chamas. ─ O Glenn abandonou o Aid...

Antes que ele pudesse terminar, as mãos de Meadow já estavam segurando seu colarinho, o empurrando para trás. ─ Não diga o nome dele! ─ Ela exclamou, chamando a atenção dos outros moradores. ─ Nunca mais diga o nome dele. ─ Nicholas a olhava assustado, seus músculos tremiam quando Meadow o acertou com o primeiro soco.

Ele caiu no chão e a Hart estava em cima dele, ignorando os protestos de Spencer. ─ Você abandonou ele! ─ Ela disse, socando seu rosto repetidamente. ─ Você sempre foi uma covarde. ─ Meadow afirmou, sangue escorrendo pela boca de Nicholas. ─ Você que devia estar morto. ─ Ela o socou mais uma vez, sentindo quando braços a envolveram, a puxando para longe.

Sua respiração estava ofegante, ela podia escutar os seus batimentos acelerados. Ela encarou quem tentava segurá-la, se deparando com Daryl. Seu olhar estava fixo na Hart. Rick estava ao seu lado, dizendo para ela se acalmar enquanto Michonne socorria Nicholas. ─ Ele não vale a pena. ─ Daryl disse, mantendo suas mãos nos ombros de Meadow.

Ela encarou suas mãos, seus olhos se arregalaram quando ela viu todo o sangue que escorria em seus dedos. Tudo que ela via era vermelho. Ela levantou seus olhos, encontrando os olhares aterrorizados dos membros da comunidade, de Spencer, de Deanna. Seu pulmão parecia estar implorando por ar.

Meadow correu em direção à sua casa, subindo as escadas até o banheiro, ligando a torneira da pia, tentando se livrar do sangue que a assombrava. Ela esfregava desesperadamente, assistindo a água vermelha que escorria para o ralo. O sangue parecia aumentar. Ela encarou seu reflexo no espelho, se deparando com uma versão sua de anos atrás, de quando os mortos ainda não haviam se levantado, mas de quando seu mundo já havia acabado. Uma versão mais nova que havia passado pela mesma situação. O medo, o sangue.

─ Meadow. ─ A voz de Enid tomou sua atenção, fazendo com que o reflexo no espelho voltasse a ser o atual. Ela olhou para a jovem parada na porta, sua feição de preocupação.

E, quando Enid a abraçou, Meadow desabou. Ela se permitiu chorar, ela se permitiu sentir aquela dor pela primeira vez.

QUANDO COLOCOU SEUS PÉS NA RESIDÊNCIA DOS MONROE, Meadow sentiu como se tivesse sido atingida por uma onda de nostalgia. Foi como se todas as memórias que compartilhou com Aiden invadissem bruscamente seus pensamentos. Era como se ela estivesse assistindo um filme, vendo ela mesma crescer ao lado do Monroe. Como eles brincavam juntos, como eles confiavam completamente um no outro, como Aiden era uma parte importante de Meadow.

A música alta do andar de cima a despertou de suas memórias. Ela reconhecia a mixtape de Aiden sendo tocada no volume mais alto. Ela pensou que Deanna estaria a esperando depois de sua briga com Nicholas, mas a matriarca da família precisava viver seu luto de sua maneira. Quando chegou na sala, Reg estava sentado no sofá, seu olhar pensativo direcionou sua atenção para Meadow.

Ele fez um sinal para que ela se sentasse. ─ Eu fiquei sabendo o que aconteceu hoje. ─ Ele declarou, enquanto a Hart se sentou ao seu lado. ─ Você quer falar sobre isso? ─ Ele perguntou, notando os machucados nas mãos da morena.

Meadow negou com a cabeça. ─ Eu só... ─ Ela começou, soltando um suspiro. ─ ... Eu perdi o controle. ─ Ela disse, decepção transparecendo em seu tom.

─ Você não pode se culpar pelas coisas ruins que acontecem à sua volta, criança. ─ Reg confessou. ─ Você não pode carregar tanta culpa, Meadow.

A Hart sentiu as lágrimas que se formavam contra sua vontade em seus olhos. ─ É como perder Aria mais uma vez. ─ Ela contou. ─ A mesma dor, a mesma sensação que eu poderia ter feito algo.... que eu cheguei tarde demais.

Reg segurou sua mão. ─ Você sempre foi assim, desde criança. ─ Ele afirmou. ─ Carregando o mundo nas suas costas, Meadow. ─ Reg disse. ─ Aria foi uma tragédia e Aiden... ─ Ele tentou falar, segurando suas lágrimas. ─ ... Aiden foi um acidente.

─ Você não é responsável pelas coisas ruins que acontecem com as pessoas que você ama, Meadow. ─ Reg afirmou. ─ E eu sei que é difícil, mas tudo que podemos fazer é sobreviver à essa dor.

O PORTÃO DA COMUNIDADE SE ABRIA LENTAMENTE, ela estava sentada no banco de motorista de seu carro, sendo acompanhada por Daryl que se encontrava na moto ao lado. Spencer estava encostado em sua janela, seu olhar triste, sua feição quase inexpressiva.

─ Tem certeza disso? ─ Ele perguntou, se referindo à decisão de Meadow de continuar com a missão de procurar mais sobreviventes. Depois de sua briga com Nicholas, tudo o que ela queria era ficar longe dos muros de Alexandria e dos olhares assustados que a seguiam. 

─ Sim, é melhor assim. ─ A Hart respondeu, ligando o motor de seu automóvel. Spencer assentiu, claramente se sentindo magoado pela decisão de Meadow de deixá-lo sozinho. Mas, naquele momento, tudo que a morena precisava era se afastar.

Ela assistiu Spencer caminhar de volta para seus afazeres e, quando o portão se abriu completamente, ela compartilhou um olhar com Daryl. Ele a encarou, como se perguntasse se ela estava bem e a Hart apenas o respondeu balançando a cabeça. Como se eles pudessem se entender no silêncio.

Eles dirigiram por pouco mais de uma hora pelas rodovias abandonadas em volta de Washington com Daryl sempre a seguindo. Quando chegaram em um cruzamento, Meadow parou seu carro, saindo dele com um mapa e uma mochila.

─ Por que parou aqui? ─ Daryl a questionou, estacionando sua moto.

─ Nós vamos nos separar. ─ Meadow afirmou, causando um olhar de confusão no rosto do Dixon.

─ Eu achei... ─ Ele começou, mas foi interrompido pela Hart.

─ Aqui tem tudo que você vai precisar. ─ Ela disse, entregando a mochila e o mapa nas mãos de Daryl. ─ Eu preciso fazer algo sozinha. ─ Meadow confessou.

Ele assentiu, sua feição de mágoa, dando as costas para a Hart e subindo em sua moto, dirigindo na direção contrária. Meadow retirou o mapa que guardava em seu bolso, olhando onde havia um círculo marcando seu destino. O local em que Aiden havia sido abandonado. O lugar em que Aiden havia morrido.

O DEPÓSITO, APESAR DE SER CERCADO POR ALGUMAS GRADES, ESTAVA repleto de caminhantes entrando e saindo da instalação. Meadow sabia que não conseguiria entrar sem atrair mais deles, então, quando um zumbi se aproximou dela, a Hart enfiou a lâmina em seu crânio da forma mais silenciosa possível e, em seguida, rasgou seu abdômen. Ela passou o sangue do morto em suas roupas e em sua face, tentando se disfarçar como um deles.

Meadow caminhou até a entrada do depósito, seguindo os passos da história que Nicholas havia narrado quando foi entrevistado por Deanna. Quando chegou na porta lateral, um caminhante aproximou seu rosto do dela, como se estivesse a farejando. A Hart se manteve parada e, depois de alguns segundos, o zumbi seguiu outro caminho.

Dentro da instalação, os mortos caminhavam de um lado para o outro. Ela andou lentamente, tentando não atrair atenção ─ tendo em vista que a quantidade de caminhantes no local era grande. Meadow procurava por qualquer vestígio de Aiden, até que encontrou a cena que, com certeza, assombraria seus pensamentos por um longo tempo.

Aiden estava preso em canos de metal. Seu torso havia sido devorado e suas pernas estavam cheias de mordidas. Seu rosto zumbificado tentava desesperadamente se alimentar. As lágrimas escorriam pela face de Meadow, conforme ela imaginava quanta dor o Monroe havia sentido e o quão sozinho ele se sentiu na hora de sua morte.

Meadow se aproximou do cadáver de Aiden, sussurrando um "sinto muito" quando colocou a faca dentro de seu crânio. Ela arrancou o colar que ele carregava em seu pescoço e, quando estava prestes a voltar, um zumbi tentou mordê-la pelas costas, a jogando no chão.

─ Merda. ─ Ela murmurou, ao perceber que seu cheiro estava passando. Meadow conseguiu matar o caminhante que estava em cima dela, se levantando, apenas para se encontrar cercada por inúmeros mortos.

Ela sacou sua pistola com silenciador, se preparando para matar quantos deles ela conseguisse, mas, antes que pudesse atirar, uma flecha perfurou a cabeça do zumbi que se preparava para atacá-la.

Quando olhou para a direção da flecha, se deparou com Daryl com sua besta em uma das portas do depósito. ─ Corre! ─ Ele exclamou. ─ Agora! ─ Ele fez sinal para que ela o seguisse.

Meadow correu enquanto Daryl limpava seu caminho. Quando conseguiu alcançá-lo, ele segurou sua mão, a guiando para fora da instalação. Mas, do lado de fora, vários caminhantes os aguardavam. Daryl se manteve na frente da Hart, como se tentasse protegê-la com seu corpo, combatendo os zumbis com sua faca enquanto Meadow atirava nos que estavam mais distantes.

Eles pareciam estar cada vez mais cercados. O Dixon conseguiu enxergar um caminho pelas cercas, apontando o furo na grade para Meadow. Ela agarrou a mão de Daryl, correndo para a saída. O Dixon passou primeiro, cortando sua mão no metal quando ajudou na passagem da Hart.

A dupla continuou correndo e, quando já estavam longe o suficiente para se sentirem seguros, se jogaram na grama, permitindo que o ar invadisse os seus pulmões. Após alguns instantes descansando, o Dixon foi o primeiro a se levantar.

─ Mas que porra foi aquilo?! ─ Ele pediu, seu tom demonstrava seu nervosismo. ─ Você 'tá tentando morrer?

─ Eu não pedi para você voltar. ─ Meadow respondeu, se levantando e olhando para Daryl. ─ Eu 'tava bem sozinha.

Daryl balançou a cabeça, frustrado. ─ Se eu não tivesse voltado, você ia estar morta agora. ─ Ele afirmou. ─ Por que você 'tava naquele lugar?

Meadow tirou o colar de seu bolso, mostrando as placas de identificação militar gravadas com o nome de Aiden. ─ Ele recebeu isso quando entrou no exército. ─ Ela contou. ─ A família dele merece ter algo para enterrar.

Daryl continuou em silêncio e a Hart notou o sangue que escorria pelos seus dedos. Ela segurou a mão de Dixon, notando a ferida em sua palma. ─ Você se cortou. ─ Meadow constatou.

Daryl puxou sua mão de volta. ─ Não é nada.

─ Vem, tem um lugar aqui perto que podemos acampar. ─ Ela contou. ─ Vou conseguir cuidar do seu machucado lá. ─ Meadow afirmou, arrancando um murmúrio de estresse do Dixon.

DEPOIS DE PEGAR OS SUPRIMENTOS DE SEU CARRO, MEADOW GUIOU DARYL até a pequena casa de madeira. A cabana ficava em uma parte mais alta da floresta, em uma posição em que era possível enxergar toda a extensão da mata densa.

─ É lindo aqui, não é? ─ Meadow disse, ambos encarando a paisagem pacífica do lugar. Daryl assentiu e a Hart ajeitou seu kit de primeiros socorros. ─ Agora, senta e eu vou olhar seu machucado. ─ Ela afirmou, apontando para a cadeira localizada na varanda da cabana.

Quando Daryl se sentou, ela ficou na sua frente, sentada em um banco menor, segurando sua mão, analisando a ferida. ─ Vai precisar de pontos. ─ Ela declarou, limpando o ferimento. ─ Isso vai doer um pouco.

O Dixon continuou com sua feição séria, ignorando a dor latejante enquanto Meadow costurava a palma de sua mão. ─ Como sabe fazer isso? ─ Ele questionou, sua voz rouca  invadindo os ouvidos da Hart.

─ Eu estava fazendo minha residência no Hospital do Exército em Washington quando o mundo acabou. ─ Meadow contou. ─ Estava estudando 'pra ser psiquiatra, não é a melhor especialidade para um apocalipse. ─ Ela riu, arrancando um sorriso do Dixon.

─ Por que não trabalha na enfermaria? ─ Daryl perguntou e a Hart soltou um suspiro.

─ Eu tentei no começo. ─ Ela confessou, continuando delicadamente a fazer os pontos. ─ Mas eles precisavam de mim aqui fora e o Dr. Pete é um cirurgião, além de ser mais experiente do que eu. ─ Meadow disse. ─ E, sinceramente, eu nunca quis ser médica. ─ A Hart declarou com um sorriso tristonho.

Daryl analisou a feição de Meadow, prestando atenção em sua expressão. ─ Então por que 'cê fez? ─ Ele pediu.

Meadow finalizou os pontos, retirando a tesoura de seu kit para cortar o fio. ─ Antes disso tudo, eu não tinha liberdade para fazer minhas próprias escolhas. ─ Meadow revelou. ─ E então o mundo acabou e parece que minha vida continua assim. ─ Ela afirmou, as palavras escapando de seus lábios como um desabafo. Daryl continuava a olhando, toda sua atenção estava voltada para as palavras da Hart. ─ Está pronto. ─ Ela o avisou.

─ Valeu. ─ Ele disse, vendo a morena recolher seus equipamentos. ─ O que você disse sobre não ter liberdade... é por isso que passa tanto tempo do lado de fora?

Meadow sorriu levemente. ─ Acho que sim. ─ Ela respondeu. ─ Não me leve a mal, eu gosto de Alexandria, amo minha família, sei que temos muita sorte. ─ Ela afirmou. ─ Mas tudo que eu queria era um lugar assim. ─ Meadow contou, se referindo à cabana no meio da floresta.

A Hart se sentou ao lado do Dixon. ─ Mas as pessoas precisam de mim e eu quero estar lá por elas, sabe? ─ Ela pediu e Daryl assentiu. ─ Você está falando bastante hoje. ─ Ela disse, soltando uma risada. ─ Eu não 'tô reclamando. É bom conversar com você, Daryl.

E, enquanto Meadow admirava o pôr do sol, Dixon observava seu rosto ─ que era iluminado pelos últimos raios solares do dia ─  e pensava nas palavras da Hart. Era como se ele a estivesse enxergando por uma nova lente. Era como se ele conseguisse se encontrar nas palavras de Meadow.

E, no meio daquele silêncio, eles se entenderam. No meio do silêncio deles, Meadow e Daryl pareciam ter encontrado conforto em seus olhares.

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