Corte de Amor e Caos - Azriel

By LauraEglantiny

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Estava frio, me sentia como se tivesse sido afogada em um lago congelado. Em um minuto eu estava fugindo _ou... More

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AVISO IMPORTANTE

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By LauraEglantiny

Eu estava vestindo um vestido branco, aquele que vesti pela primeira vez quando cheguei. Eu lia um dos livros de Amren na mesa de jantar, era sobre a arte de Atravessar e modos de facilitar a viajem. Ela me sugeriu como uma forma de adiantar os treinos.
Eu também estava lendo um sobre ataques, os modos de defesa do povo daqui são muito diferentes dos meus. Minha mãe gostava de ir direto pro assunto, aqui é mais estratégia que qualquer outra coisa. Mas gosto dos dois, acho que um não vive sem o outro, e gosto do dever de usar meus poderes assim como uma boa porrada.

Cassian vinha chegando pela porta, posso ouvir seus passos pesados através dela.
_ Olá, general! _ cumprimentei tirando a cabeça dos livros.
_ Olá, feiticeira! Como foi seu dia?_ ele se sentou na minha frente puxando um dos meus livros.
_ Bom! Eu e Feyre fomos tirar os nagas das florestas mortais, foi ótimo sair daqui um pouco. E o seu?
_ Fui até as terras ilyrianas, precisava ver como andam as coisas! Você devia ir comigo um dia, aposto que ia adorar corrigir aqueles homens._ ele disse com um brilho nos olhos como quem estava tramando alguma coisa.
_ Já ouvi falar de seus homens e seus costumes completamente ridículos, agradeço a oferta mas prefiro a morte._ respondi.
_ Quem estragou minha oportunidade de ver Eglantiny socar a cara de alguém naquele lugar?_ Cassian perguntou quando Nestha e Azriel entraram pela porta.
_ É claro que foi eu!_ respondeu Nestha._ Se eu puder evitar qualquer um de passar raiva, farei. Só eu tenho a permissão de fazer isso.
Cassian riu.
_ E tomou minha pessoa como o principal alvo, não é mesmo?
_ Sim!_ respondeu a fêmea presunçosa que se sentou ao lado do parceiro.
Virei para Azriel que se estava ao meu lado e puxou o livro de minhas mãos.
_ Acha que o conteúdo vai me ajudar? _ perguntei enquanto ele folheava as páginas.
_ Sim, mas tem que pôr em prática! E saber a história não vai ajudar, pode pular essa parte._ disse ele instruindo.
_ Dês de quanto se tornou tão atencioso para ensinar alguém, irmão?_ Cassian perguntou nos olhando, Azriel fechou o livro rápido e me devolveu._ Até onde me lembro, Feyre disse que você é um péssimo professor e nada cuidadoso com seus alunos. Deixou que Feyre batesse de cara na árvore no treino de vôo.
Cai na gargalhada antes de tudo, como sempre.
_ Mais um pouco empurro ela do precipício se precisasse, e eu quase precisei._ disse o encantador de sombras.
Engraçado, comigo ele era cuidadoso, claro, se fosse uma pessoa delicada como Cassian na hora de ensinar eu não tinha caído no rio a primeira vez que atravessei e nem tinha sofrido tantos acidentes depois do primeiro, mas, ele é atencioso comigo.
A casa ofereceu o jantar e nós comemos juntos aquela noite.

_ Azriel, Azriel, Azriel, Azriel_ eu o irritava no caminho para o treino de transporte.
_ Não vou atravessar você de volta para casa do vento! _ ele disse sério enquanto eu cutucava seu braço.
_ Mas estou cansada hoje!_ eu disse resmungando._ Dormi feito um bebê está noite, a tempos que isso não acontece, devia me deixar dormir mais.
_ Eu gosto de fazer as coisas cedo, PARE DE ME CUTUCAR!_ ele disse desviando o braço_ Da próxima levanto você mais cedo e bato na sua porta igual me cutuca agora.
_ Calei a boca já!_ disse desistindo fingindo estar irritada. 
Ele riu um pouco.
_ Certo, combinei com Cassian que esperasse você nas terras ilyrianas, atravesse comigo daqui até lá._ ele disse.
_ Só pode estar brincando!_ por isso me trouxe tão longe.
_ Porque estaria? Sei que consegue! Faça do jeito que vimos no livro, precisa se acostumar com distâncias grandes, sabe que distância estamos de seu país?_ perguntou o macho com as asas juntas ao corpo, sério.
_ Não! _ respondi esfregando os olhos, estava realmente cansada hoje.
_ Então essa distância não é nada!
Peguei em sua mão cheia de cicatrizes e me concentrei naquele lugar que nunca quis conhecer, as montanhas ilyrianas.
Levei a magia até lá e luzes azuis se misturaram com as sombras do macho em minha frente.
Quando abri os olhos e estávamos no meio de um ringue, nada parecido com o da casa do vento.
_ Muito bem! Não é a entrada mas estamos aqui! _ Azriel disse enquanto ainda segurava minha mão.
_ Olá, Lady Eglantiny!_ um Cassian sorridente veio em nossa direção.
_ Olá, General!
_ Boa aterrissagem._ ele respondeu.

Antes que eu pudesse falar algo, Azriel me trouxe para um campo, era ensolarado e com a grama mais verde que já vi.
_ Porque fomos embora? Pensei que Cassian ia querer que eu conhecesse aqueles machos odiosos. _ perguntei confusa.
_ Não ia querer que passasse por aquilo._ respondeu Azriel quando soltou minha mão.
_ Onde estamos?_ olhei em volta. Parecia deserto e nada parecido com Velaris.
_ Estamos perto das terras da primaveril._ ele falou e meu brilho sumiu.
_ Nas terras que Feyre foi salva por Mor a ordem de Rhysand?
_ Admiro que essa seja a primeira informação que passa pela sua cabeça, eu pensaria que é o lugar onde tiraram sua liberdade.
_ Foi involuntário.
_ Admirável seu ponto de vista mesmo assim._ ele sorriu para mim._ Agora nós leve de volta para casa.
_ É uma ordem! _ acho que ele não esperava que eu o abraçasse para a viagem até lá, mas fiz mesmo assim.
Foi muito diferente que as outras vezes, eu me acalmei muito com os braços dele. E o caminho foi diferente, estávamos parados mas em movimento, demorou mais que o normal e aterrissamos na varanda da casa do vento.
Me soltei dos braços dele e dei um passo para trás.
_ Foi muito bem! _ ele disse limpando a garganta.
_ Obrigada! _ sorri calmamente, mas meu coração estava batendo forte.

Desci todas as escadas da casa até a biblioteca em que Nestha passava a tarde, nunca tinha ido até lá.
Encontrei com uma mulher que trabalhava com vários livros na mesa, ela levantou o rosto ao me ver e uma caneta começou a escrever sozinha num papel.
Nestha me falou que você poderia acabar vindo até aqui. É um prazer, feiticeira!
_ O Prazer é todo meu! Como se chama?
Meu nome é Clotho! Sou uma das primeiras sacerdotisas que o grão senhor conheceu. O que deseja vindo até aqui?
_ Vim pesquisar alguns livros e visitar Nestha!
Fique a vontade, Nestha está em pausa agora se precisar de ajuda, ela vai saber te atender.
_ Muito obrigada!
Segui meu caminho e avistei Nestha sentada num sofá pequeno para duas pessoas.
_ Olá senhora, pode me ajudar a achar um livro de putaria que uma amiga me recomendou e eu não consigo achar?_ perguntei quando cheguei perto da mulher.
_ Cale a boca!_ ela riu._ O que faz aqui?
_ Vim te ver! E preciso de ajuda com um livro.
_ É claro que não veio aqui só para me ver, tinha que ter algo por trás._ ela brincou.
_ Lógico, está se achando de mais._ continuei a piada e Nestha gargalhou. _ Queria que visse se tem algum livro diferente sobre transporte, os que tenho só contam sobre história praticamente, é bom mas não é o que preciso.
_ Posso pedir que Gwyn de uma olhada para você! Mas eu fico curiosa, em seu mundo você não usava feitiços de transporte? Por que não tenta usá-los?_ ela perguntou, quem me dera essa fosse uma ideia nova.
_ Eu já tentei, mas eu não sei feitiço a longa distância como atravessar Dimensões, talvez algum livro lá me desse um Norte, mas os daqui só ficam nessas terras. Para atravessar eu uso os métodos de Azriel com os meus, mas ainda não conseguir desvendar o jeito de voltar pra casa.
_ Entendi! Vai ter que ficar tentando novas maneiras de atravessar e quem sabe consiga voltar para casa._ eu fico triste ao pensar que vai demorar tanto assim_ A chefe de Gwyn escreveu sobre você no livro dela.
_ Me contaram que ela está escrevendo sobre os mundos, mas queria que tivesse acontecido de maneira mais pacífica e não comigo correndo para voltar._ eu comecei a ter uma insatisfação muito grande sobre isso.

Na biblioteca da casa, eu estava tomando café quente quando Azriel e seus passos de gato chegou na porta e eu simplesmente não o ouvi chegar. O Macho tinha o costume de surgir de surpresa.
_ Aí! Que susto, você podia chegar batendo os pés no chão ou cantarolando._ disse eufórica. Eu sempre sinto os outros chegando, menos o encantador de sombras, deve ser suas manias de espião.
_ Prefiro assustar você!_ disse com um sorriso de canto._ O que está fazendo?
_ Estou tentando achar algo útil nos livros.
_ E como está?
_ Sem avanços!_ eu estava desanimada.
_ Podíamos tentar ver até onde seus feitiços vão._ ele sugeriu.
_ Da pra escrever um livro desses sobre as tentativas que você e eu pensamos._ brinquei.
_ É como um estudo, vamos mudar as maneiras de execução e ver o que sai disso. Não é uma má ideia listar o que temos em mente.
Foi que fizemos, pegamos papel e começamos a por nossas idéia lá, entre elas estava, usar apenas os feitiços que conheço, mudar as formas de se concentrar, mudar o plano de executar e ir longe cada vez mais.
Conforme as coisas forem mudando, mudaremos a lista.
Por enquanto ele pediu que eu começasse a tentar dormir.
_ Da pra eu me enfeitiçar, mas mesmo dormindo, não é como se eu descansasse de verdade._ expliquei.
_ Mas não dá pra você fazer as coisas da nossa lista se não der tudo de si. Hoje de tudo de si para dormir. _ ele me incentivou.
_ Estou completamente em bloqueio, não sei como durmo ou como voltar para casa._ esfreguei os olhos e olhei para ele alguns segundos, eu sabia que ele estava cansado também._ Quer fazer um pão comigo?
_ O que?_ ele recuou com a cabeça.
_ Um pão! _ falei como se fosse a coisa mais normal do mundo.
_ Mas no que isso ajuda ao nosso plano?_ ele olhou para a folha.
_ Não é para ajudar é só porque é gostoso. Vem!
Ele me seguiu até a cozinha.
_ Pegue farinha, leite, fermento, ovos, sal e manteiga na dispensa para mim, por favor.

Ele foi até lá e voltou com tudo.
_ Qual é o plano?_ ele perguntou, tão sério.
_ O plano é, você vai por todos os ingredientes secos nesta vasilha e misturar até que fiquem todos juntos.
Ele fez aquilo bem lentamente, concentrado no tal plano, aquilo me dava dava uma certa aflição por ele estar fazendo tudo tão devagar, ou talvez eu que seja acelerada constantemente.  
_ E agora?_ ele perguntou levantando o olhar.
_ Agora coloque os líquidos!_ separei uma caneca grande com leite até a boca, 3 ovos e a manteiga.
Ele misturou com uma colher grande até não conseguir mais.
_ Posso fazer essa parte? Eu gosto!_ ele me deu licença na bancada e ficou me olhando.
_ O que vai fazer?_ perguntou quieto e curioso.
_ Vou colocar farinha na mesa e colocar a massa que você fez aqui!_ ele observava._ Agora vou esticar ela e fazer uma bolinha, depois vou esticar de novo e fazer uma bolinha com ela de novo, até que fique bem macia.
Eu fiz tudo com calma, ele alternava o olhar entre meu rosto e o que eu estava fazendo com a massa. Quando olhei para ele, desviou o olhar para a massa rápido. Eu quis rir, mas achei mais fofo que qualquer coisa.
_ Agora vou enrolar ela no formato de um pão e colocar na fôrma, enquanto faço isso, você pode acender o forno?
Com a massa na fôrma, ele colocou com cuidado dentro no forno quente.
_ Agora a gente espera! _ ele virou para mim e nos estávamos muito próximos um do outro.
Meu coração começou a pular como se quisesse sair pela boca. Eu dei alguns passos para trás, mas ele veio na minha direção, eu consegui sentir seu cheiro, ele estava excitado.
Eu encostei na bancada, não tinha mais para onde correr, Azriel posicionou os braços um de cada lado da minha cintura, estávamos a centímetros um do outro. Mas eu me sentia excitada também, ao mesmo tempo que perdida.
_ Está nervosa? Ele perguntou com uma voz fria como a morte.
_ Não sei se essa é a palavra para descrever._ respondi quase sem fôlego.
Ele colocou uma das mãos na minha lombar, senti como se fosse desmaiar agora mesmo.
_ Então está excitada? _ o que esse homem quer fazer comigo?
_ Sim.
Ele sorriu um pouco, e só conseguiu me derrubar mais.
Quase um movimento involuntário, levei minha mão para o rosto dele, o encantador de sombras se aproximou mais, sem encostar se é que aquilo era possível.
Encostei nosso lábios rápido, foi aí que ele me agarrou firme, como se estivesse esperando por isso a tempos, mas não deixou transparecer.
Ele segurou minha cintura encostando nele e eu agarrei seu pescoço.
Nossas bocas faziam arte juntas, algo explodiu em mim naquele momento, só sentia mais vontade dele.
Não foi um beijo desesperado, mas também não foi calmo, falando como uma pessoa que nunca beijou na vida, foi perfeito.
Ele parou o beijo e eu respirei um pouco
_ Eu..._ ele iniciou.
Não deixei que terminasse, só beijei ele de novo, dessa vez foi mais rápido. Eu agarrava as roupas dele e ele desceu a mão até minha bunda, como ele conseguia ser delicado até nessas horas?
Azriel começou a beijar minha bochecha e desceu até meu pescoço. Deixava pequenos beijos ali com calma.
_ Você não tem noção de a quanto tempo eu quero fazer isso, Eglantiny.
Ele disse sussurrando.
_ Por que não fez antes?_ perguntei a mesma altura.
Antes que iniciasse outro beijo, ouvi alguém se aproximando. Ele também percebeu e se afastou de mim, foi como um vento forte quando ele se afastou.
Cassian entrou na cozinha como quem não queria nada, deu boa noite e saiu.








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