Corte de Amor e Caos - Azriel

By LauraEglantiny

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Estava frio, me sentia como se tivesse sido afogada em um lago congelado. Em um minuto eu estava fugindo _ou... More

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AVISO IMPORTANTE

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By LauraEglantiny

Antes que eu batesse as costas na parede de madeira, fiz um campo de proteção para não sair com as costas cheias de farpas.
Foi tão rápido que Nestha e Rhys não tiveram tempo de fazer nada. Quando me levantei para tentar de novo, um rugido extremamente alto ecoou de longe. Esse objetos chamaram atenção de algo.

Não entendi como que faz sentido para o Grão-senhor colocar objetos tão procurados por seres mal intencionados, mas talvez ele tenha um proposito com eles aqui.
Me apressei para esconder aqueles infernos em forma de instrumentos e adereços antes que chegassem até a gente.
_ Eglantiny, rápido! _ Cassian gritou de fora.
Fiz o primeiro feitiço que tinha programado, uma marca de chamas azuis nascera em volta dos tesouros, qualquer um que atravessar, será queimado até a morte. Quando comecei o segundo, Nestha correu para fora, os meninos estavam lutando contra uma fera aparentemente.
Os tesouros se recusaram novamente. Mas dessa vez atacaram o grão senhor que estava comigo, coloquei uma redoma em volta dele na hora que quase foi atingido.
Recomecei o segundo, um que aprendi com os livros de Hélion e deixariam um campo em volta dos objetos, tive que me concentrar para executar, meus olhos brilharam com o excesso de poder que adicionei ao feitiço do senhor da diurna e eu perdia um pouco do meu fôlego ao terminar, mas nem um mago conseguiria quebrar.
Antes de terminar o serviço, senti outra coisa se aproximando, enquanto os 3 lá fora impediam o monstro de entrar. Eram mais de um e corriam muito rápido que eu sentia o chão tremer levemente sob meus pés. Rhysand também percebeu e saiu.
Na hora, pensei em Nyx e Feyre. E se alguma coisa acontecer com o pai daquele garoto?

Eu poderia terminar de proteger aqueles tesouros desgraçados depois que ninguém estivesse tentando pegá-los.
Sai de dentro da casa por um reflexo que nunca mais havia sentido, foi por um impulso que me coloquei a frente das besta junto com os outros.
_ Eglantiny, o que está fazendo? Termine seus feitiços!_ gritou Nestha, mas não dei ouvidos.
Ela estava brigando com aquele grupo de bestas magras e horrorosas. Cassian e Rhysand estavam com aquela espécie de monstro gigante sobre 4 patas que estava extremamente disposto a derrubar a casa, Lucien lutava com um daqueles que Nestha lutava, ele queimava todas.

Estiquei meu morningstar e deixei a corrente comprida correndo na direção de uma das bestas, as folhas que ao menos faziam barulho quando eu pisava se levantaram comigo, uma névoa expeça e azul rodava ao meu entorno.
A besta que estava em cima de Lucien foi a primeira. A cabeça explodiu tão facilmente quando eu depositei magia na ponta da minha estrela da noite. A próxima que se aproximou foi a mesma coisa, explodiam em uma nojeira fedida que espirrava nas minhas roupas. Obarulho que faziam era estridente.

Nestha estava começando a não dar conta, rodei a corrente para pegar velocidade e atirei contra as bestas, uma a uma caiu morta. Mais se aproximaram, peguei minha espada que brilhava com a luz azul e avancei contra eles. A lâmina cortava com certa dificuldade a pele mesmo que eu colocasse uma força excessiva para atingi-los.
Para aquele monstro que estava dando trabalho para o general da corte noturna e o grão senhor mais forte que já existiu, deixei para minha arma arcana.
Saquei do coldre e segurei com as duas mãos, eu tinha apenas um disparo e precisava ser certeiro.
Respirei fundo e com os olhos ardendo e brilhando em magia, vi uma brecha rápida que não iria atingir os machos que lutavam para não deixar o monstro avançar. Apertei o gatilho e enquanto a cápsula fazia o caminha reto até a criatura, estiquei a mão e falei um feitiço de proteção antes que a explosão acontecesse.

Foi um desastre fedorento, aquela besta estava mais podre que um cadáver que não pude evitar a cara de nojo.
Lá se foi minha última bala de poder.
_ Este lugar é o próprio inferno!_ eu disse sem esconder o tom de indignação.
Entrei antes que alguém falasse algo.
Peguei meu cetro de volta e consegui fazer o último feitiço para os tesouros, eles sumiram diante de nossos olhos. Estavam totalmente escondidos agora.
Mas fiz a mesma magia para fazer a casa sumir também.
Peguei meu morningstar do chão e fomos para casa, exaustos e fedendo.

Cheguei em casa ainda eufórica. Larguei meu cetro no chão e tomei fôlego.
_ PORQUE NINGUÉM ME AVISOU QUE OS TESOUROS ESTAVAM SENDO CAÇADOS? PORQUE NÃO AVISARAM TAMBÉM QUE OS TESOUROS PODERIAM ATRAIR BESTAS SEDENTAS???? ELES ERAM ENVIADOS DO AMIGUINHO KOSCHEI DE VOCÊS?
_ Talvez eles realmente estavam lá na hora para pegar os tesouros. _ declarou Lucien.
_ Fomos até lá não esperando que ele agiria de primeira. _ Cassian se explicou.
_ Acho que ele estava esperando o momento que nós fossemos mexer nos tesouros, assim alguém poderia pegar para ele passando por cima de nós._ eu falei raciocinando.
_ Mas não esperava que você estivesse junto!_ Nestha exclamou._ Lutou muito bem Eglantiny! Agora Koschei sabe que temos mais alguém forte para ele lidar.
_ Quem sabe ele até recue um pouco!_ Lucien chutou.

Eu fiquei feliz com os elogios mesmo passando por está situação um pouco antes.    
E eu precisava de um banho.
Dentro da água quente, lavei meu cabelo três vezes com sabão com cheiro de lavada e fiquei como se estivesse de molho na água.
Desci para comer e o Encantador de Sombras estava na mesa de jantar, mas não estava jantando.
_ Como foi a tarefa?_ perguntou ele quando me sentei.
_ Assustadora, mas agora quero ver quem vai achar aquelas desgraças se não eu._ eu disse enquanto me sentava a mesa.
_ Fez um bom trabalho!
_Obrigada_ sorri sem os dentes e comida apareceu na minha frente. Frango, feijão e batatas. Ataquei sem classe alguma.
_ Cassian me contou que você usou sua última cápsula para salvar ele e Rhys. Uma pena, queria ter visto.
_ E eu queria ter mais delas para te mostrar._ respondi.
Quando terminei de comer, ainda sentia fome. A casa pareceu entender e apareceu mais um prato de comida do mesmo tamanho com as mesmas coisas.
_ Ah!_ disse quase me ajoelhando_ Obrigada!
_ Você também fala com a casa?_ Azriel perguntou.
_ Não, isso é coisa da Nestha, mas eu sei que tem vida e sempre agradeço a ela._ continuei comendo.
_ Como foi o treino hoje?_ perguntei.
_ Não é a mesma coisa sem você._ ele disse e eu parei de comer, em parte para respirar._ Que bom que está bem, Eglantiny!
_ Agradeço a preocupação, Azriel._ sorri pra ele, que viu o que tinha acabado de fazer e se enrolou todo para sair da mesa, eu não parava de olhar, não na intenção de constranger, mas porque ele fica ainda mais lindo com as bochechas rosadas. Ele se levantou e as sombras o seguiram.
Continuei comendo até aquele prato acabar, depois acho que tomei quase 1 litro de água de uma vez.
Assim que terminei, meus olhos estavam pesados, eu estranhei a sensação do meu corpo mole, não conseguia segurar os olhos abertos. Meu Deus, isso é sono, a quanto tempo não sinto isso?
Aquilo tomou conta completamente de mim, não pude me segurar. Cai de sono na mesa e bati a cara na madeira.

Acordei no meio da noite na minha cama. Alguém me carregou até lá, mas eu ainda estava cansada e a tempos não dormia bem, então me deitei de novo. Antes de cair no sono, senti algo batendo em minha mente como se pedisse permissão, era Feyre. Deixei que entrasse.
Obrigada por pensar em minha família, Rhys disse que se você não estivesse lá, eles teriam problemas.
É o mínimo que posso fazer!
Venha até meu Studio amanhã, posso te ensinar como esfriar a cabeça de uma maneira bem mais calma.
Eu adoraria!
Até amanhã, então!

Não tivemos mais avanços de Koschei e nem uma surpresa dos reis de minha terra ainda. Não podia baixar a guarda e achar que eles não estavam se preparando para a tal viagem.
Porém, hoje eu iria até o Studio de Feyre, artes não é meu forte, mas seria ótimo passar um tempo com ela.
Atravessei da varanda de casa até a cidade lá em baixo. Eu jamais teria coragem de descer aquelas escadas nem no meu maior pico de raiva, como Nestha fez.
Caminhei tranquila por Velaris, estava vestindo um vestido que ia até meus pés, era azul escuro com alguns detalhes brancos, tinha mangas curtas e um decote sútil. Senti cheiro daquela comida maravilhosa dos restaurantes, passei por pequenas lojas de comércio geral e passei pela ponte. Na rua dos artistas, vi um estabelecimento com uma vitrine e olhei atravéz dela, tinha muitas crianças sentadas pintando e outras que estavam mais brincando. E vi Feyre junto com uma mulher num balcão.
Entrei pela porta quase do meu tamanho e sorri para a Grã-senhora.
_ Eglantiny!_ ela sorriu de volta, estava linda_ Como você está?
_ Estou ótima! E você, como vai?
_ Vou bem! Venha, separei um cavalete para você ao meu lado.
A fêmea pequena me guiou até um canto, com um cavalete com uma tela grande e outro ainda sem a superfície para pintar.
_ Eu não sei o que você tem em mente para pintar, então não escolhi o tamanho da sua tela._ disse Feyre._ Pode escolher uma.
Ela apontou para o lado onde tinha praticamente uma plantação de telas de todos os tipo.
Escolhi uma pequenininha, se eu fizer algo vergonhoso de feio, pelo menos vai ser mais fácil de Feyre esconder.
_ Aqui tem várias tintas e pincéis, pode ficar a vontade, Eglantiny!
_ Feyre, sua gentileza me deixa muito irada. 
Ela gargalhou alto. Deus, como aquela mulher é diferente de suas irmãs. Eu ficava irritada com a sutileza de Elain, mas se ela fosse só delicada estava tudo bem, o problema é o desdém em seu rosto. Nestha é incrivelmente diferente das duas, é arrogante, mas de um jeito bom e protetor, e sabia conversar diferente de Elain.
Já Feyre é perfeita, ela é feroz e consegue ser boa com todos. Sempre tentando resolver os problemas da família.
Sentamos uma do lado da outra e a Grã-senhora começou a traçar sua obra.
_ Vou fazer um céu estrelado hoje!_ ela passava o lápis por todos os lados e poderia parar ali se quisesse, já estava mais bonito que minha ideia na cabeça.
_ Vou fazer um cachorro. _ disse com uma cara de pau.
_ Aposto que vai ficar lindo!

Eu ri de sua positividade.
_ Vou tentar fazer o mais feio possível, quem sabe eu engano o destino e sai uma coisa realmente linda.

Ficamos ali desenvolvendo nossas artes e conversando.
_ Construí este lugar depois da Guerra, para ajudar as pessoas que sofreram com a guerra a lidarem com suas próprias dores._ Feyre explicou._ Em geral muitas crianças vieram e isso ajudou elas a entenderem melhor o que estava acontecendo.
_ Foi uma ótima iniciativa! _ elogiei.
_ Espero que ajude você! Todos temos sentimentos não compreendidos de nós mesmos.
_ Não sei se meu cachorro expressa isso bem._ ele estava terrível, suas orelhas eram tortas e enormes. Tive a ideia de fazer dele um dos cachorros de Éris. Ela riu de minha obra.
_ De todo modo_ continuou e soltou por um momento o pincel, chamando minha atenção_ Sinto muito pelo o que passou e admiro que tinha encontrado forças para continuar sozinha. Sei bem como é a sensação de estar sozinha.

Respirei fundo.
_ Fico feliz que encontrou motivação em seu parceiro e seus amigos,Feyre, espero um dia poder encontrar uma companhia também._ desabafei.
_ Vai encontrar, ela está mais perto do que pensa!_ ela me olhava como se estivesse vendo minha alma e soubesse o que ia acontecer.
Eu sorri para ela com os dentes, ela devolveu. 
Ela me levou para casa dela, Rhys passou o dia com o bebê. Eles deixavam tudo bem equilibrado em relação as responsabilidades.

Peguei Nyx no colo e tive vontade de esmagar ele, mas me contive.
_ Como vai Rhysand?_ perguntei para o macho que me recebeu.
_ Por enquanto tudo bem! _ ele respondeu falando sobre a tarefa que tivemos a pouco tempo.
_ Hélion te deu notícias sobre a proteção do território?_ continuei os assustos formais.
_ Está planejando! Logo menos você vai agir novamente.
_ Estou ansiosa para isso!_ ele deu um sorriso de lado, entendendo minha vontade de descontar minha ansiedade em atos.
Paramos a conversa quando a criança estava tentando pegar meu cetro atrás das costas.

Atravessei de volta para A Casa do Vento.
Estava morrendo de fome, assim que entrei na sala de jantar, um prato quentinho estava na mesa.

Estava sem sono de novo, mas eu pensava no meu dia, jamais tive um dia tão tranquilo como esse em anos.
Sentada de camisola na minha escrivaninha ouvi batidas na porta. Deixei que entrasse, era Azriel.
_ Sem sono hoje?_ perguntei desviando minha concentração do livro para ele.
_ Não vi você o dia todo.
_ Fui no Studio de Feyre, foi um ótimo dia._ respondi.
_ Que bom!_ ele deu um sorriso leve.
_ Como foi seu dia?
_ O de sempre. Os treinos estão caminhando muito bem, todo dia alguém corta a fita presa no poste do ringue.
_ Fico feliz com isso, é um rito curioso e bem feito.
Ele parecia menos aéreo hoje, suas sombras estavam mais dissipadas. Eu sei que ele não é de vir puxar assunto até por que acho que ele não precisa apelar para a conversa fiada para cortejar alguém. Acho que ele não iria me cortejar. Mas deve ter juntado muita coragem para bater em minha porta.
_ Atravessou sozinha hoje?_ continuou.
_ Sim! Não errei um centímetro.
_ Podemos começar a tentar atravessar Dimensões, se estiver pronta.
Respirei fundo, receosa.
_ E você tem alguma ideia de como fazer isso?_ perguntei com sinceridade.
_ Eu tenho palpites.
_ Não estou pronta, mas jamais estaria se não começar a tentar. _ ele continuou sério, Azriel sendo Azriel. Encostei as costas na cadeira._ E essa vergonha pelo menos vou passar com você.
Ele riu.
_ Vou te ajudar a se sentir menos envergonhada, posso virar de costas.
Eu acreditando ou não, passamos a noite conversando. A casa nos deu vinho no meio da madrugada.
Eu ri com ele a noite toda.
Me deitei na cama uma hora e ele deitou ao meu lado. Conversamos sobre nossas vida no passado.
_ Uma vez transformei toda a plantação de frutas de um vizinho em galinhas, por que ele tinha caçoado de um feitiço que fiz sem o cetro e deu muito errado. Aquilo foi mais engraçado do que eu imaginei que seria, ele pediu que eu tirasse aqueles animais dali e eu disse que não sabia como.
Só devolvi suas maçãs quando ele pediu desculpas. _ contei.
_ No solstício de inverno, Feyre e Cassian fizeram a decoração da casa. Ficou horrível, quando cheguei tentei concertar mas do jeito que estava, não tinha mais solução. Eles beberam todo o estoque de vinho do Rhysand e quando ele chegou, eles colocaram a culpa em mim de tão bêbados.
Eu gargalhei.
_ Coitado de você, acho que Rhys não acreditou de verdade._ disse quase engasgando se rir._ Como é esse solstício de vocês?
_ É uma comemoração no inverno, nós nos juntamos, comemos, bebemos muito e trocamos presentes. É pra ser um momento de aproximação mas, as vezes é muito desconfortável._ Azriel explicou.
_ Por que?
_ Sempre tem uma tensão, o dia seguinte é bem melhor. Eu e meus irmãos fazemos uma guerra de bola de neve e temos o dia todo pra gente. É nosso ritual.
_ Deve ser um momento que você não trocaria por nada. _ deduzi.
_ É. _ ele sorriu e me olhou_ Cassian sempre acha que vai ganhar e nunca ganha, fica bravo todo ano. Tem a queda das estrelas também! Todos se juntam para ver as estrelas caírem dos céus, é uma coisa de tirar o fôlego e uma desculpa para beber também.
Ri com os lábios fechados.
_ Vocês tem alguma comemoração no seu território?_ perguntou curioso.
_ Infelizmente nunca pude provar desses eventos em família, tenho inveja disso. Mas minha mãe sempre comemorou meu aniversário.
_ Acha que vai estar aqui até a Queda das Estrelas?_ ele questionou, ainda me olhando.
_ Eu não sei, acho que isso só depende da nossa velocidade de aprendizado. _Eu e ele nos viramos um para o outro, a cama era grande o bastante para acomodar suas lindas asas sem me atrapalhar._ Mas eu tenho a uma sensação de desânimo quando penso em ir embora, por outro lado, sinto como se aquele general estivesse cada vez mais perto.
_ Daremos um jeito, mas quero que experimente uma comemoração daqui, você ia adorar.
Toquei seu rosto com delicadeza, jamais cheguei tão perto assim de um homem.
Ele colocou sua mão em cima da minha e eu finalmente consegui dormir.




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