Pânico.
Fora isso que Taehyung sentira no momento em que descobrira que a mulher em sua frente era ninguém menos que a mãe de Hoseok.
Toda a raiva e frustração que desde a noite anterior tinha sido acumulada em seu corpo estava sendo contida com fervor. Depois de esperar uma visita que nunca chegou, o Kim acabara ligando para seu amigo na esperança de tentar espairecer diante do sumiço do Jung, mas terminou sendo questionado sobre um fato que nem sequer estava sabendo sobre. Casualmente Jimin falara que Hoseok estava se mudando para o mesmo prédio de Jungkook, onde antes um amigo do casal vivia mas que havia se mudado a alguns dias e que nesse fim de semana oficializaria a mudança de seu novo morador. Notando que seu amigo estava em casa, Jimin inocentemente perguntara o porque do Kim não estar o ajudando nesse processo já que ambos vinham passando grande parte de seu tempo livre junto um com o outro, porém essa simples frase desencadeara uma revolta infundada no jovem editor.
Porque ele não me disse nada? se perguntava mentalmente.
Não se importando de desligar a chamada sem se despedir ou dar alguma explicação, Taehyung buscou em suas mensagens com Jimin um momento passado no qual o estilista comentava o nome do prédio no qual seu cachorrinho morava, não tardando em encontrar e rumar em direção ao endereço que lhe fora informado. Sua raiva era infundada assim como o sentimento crescente de traição. Era exagero de sua parte e no fundo sabia disso, mas apenas foi perceber seu erro quando já era tarde demais e estava na porta do novo apartamento de Hoseok, após descontar parte de sua frustração mesclada com a dose da atitude arrogante de sempre bem em cima da mulher que tivera o azar de ter aberto a porta para si e que casualmente ele não demorara a perceber certas semelhanças e como um estalo em sua mente o fato daquela ser a mãe do homem que estava amando cada dia mais caiu em cheio.
Sentia seu rosto queimar e tinha certeza que essa seria a primeira vez em sua vida que verdadeiramente se arrependia de algo que tinha feito. O olhar desaprovador que lhe era direcionado pela mulher mais velha penetrava cada parte de si e o fazia querer se encolher ali mesmo como se tivesse voltado a ser apenas um menininho em um piscar de olhos.
Definitivamente não deveria ter se deixado levar pela necessidade de controle extrema de tudo que o rodeava, caso contrário não estaria conhecendo a mãe de Hoseok dessa forma e possivelmente não teria despertado o ódio nela de primeira.
Perdido, somente fora perceber a presença do moreno quando ouvira seu nome ser chamado pela voz que tanto gostava de ouvir e que agora parecia nervosa e talvez tão sem reação quando a de si próprio sairia se abrisse a boca. Desejava responder, formular a frase que fosse, mas estava completamente congelado diante da situação e o questionamento que veio a seguir o deixou ainda mais desconcertado e receoso.
Não eram namorados oficialmente, mas também não eram amigos e a última coisa que gostaria seria que Hoseok o apresentasse como seu chefe. Isso sem parar pra pensar muito sobre a discrição que lhe fora dada logo de cara por sua atitude grosseira.
Estava ferrado.
Porque justamente a mãe dele precisava ter aberto a porta? Porque não poderia ter conseguido controlar esses sentimentos irracionais que o levaram a trata-la mal? se martirizava em sua mente.
Respirando fundo, Hoseok observou que Taehyung estava longe de sair desse estado de choque no qual se encontrava e preocupou-se pelo nível verdadeiro que de fato a situação tinha.
Não poderia ter sido tão ruim...
Engolindo em seco, ele passeou seu olhar entre os dois.
— Omma, bem... é...
— Fale de uma vez, Hoseok! — disse impaciente.
— O que está acontecendo aqui? Porque toda essa demora? — a frase veio acompanhada do aparecimento de Jiwoo que também inicialmente arregalara os olhos surpresa, porém soube manejar melhor suas expressões faciais. — Taehyung, oi. Vejo que teremos mais uma companhia para o jantar, vamos entrando que a comida já está esfriando.
Podia não ter tido tanto contato com o editor, mas sabia da relação que os dois vinham tendo e que se nenhum deles estava conseguindo falar, ela interviria a favor. O jeito de Taehyung sempre lhe fora curioso e pelos relatos de Yoongi ele possuía um jeito próprio de tratar Hoseok e unicamente Hoseok. Seu primo estava feliz e se ele o fazia feliz, ajudaria os dois nesse processo de conhecimento da família Jung.
— Você também conhece esse homem? Mas o que que é isso?
— Tia, relaxe, não se preocupe. A comida está esfriando, vamos jantar e depois podemos conversar mais. Como a senhora ouviu, esse é o Taehyung e ele irá jantar com a gente, agora vamos. — entrelaçando seus braços, Jiwoo começara a caminhar a afastando dos dois que seguiam parados na mesma posição.
Um silencio desconcertante se prolongou durante tortuosos segundos, no qual era apenas possível ouvir suas respirações. Puxando o ar com mais forma, Taehyung coçara sua nuca e abaixara sua cabeça envergonhado antes de por fim conseguir abrir sua boca para dizer algo.
— Oi...
— Oi Tae... — respondera um tanto quanto perdido. — O que você...?
— Eu estraguei tudo. — sem rodeios e com o coração acelerado, ele disse.
— Tae... por partes por favor.
Preocupado e pacientemente, Hoseok o pedira que explicasse tudo do inicio.
— Eu tratei sua mãe de forma grosseira, ela com certeza deve me odiar agora e com razão porque eu fui um idiota sem motivo algum e disse coisas não lá muito educadas justamente pra uma das únicas pessoas que eu com toda certeza absoluta não deveria ser assim e agora ela não vai gostar de mim e nem apoiar nada entre nos dois e tudo por culpa minha, porque eu tinha que...
Interrompendo o monologo que saira de forma rápida e desesperada, o moreno colocara ambas suas mãos no rosto do loiro, se aproximando e deixando um selar demorado em seus lábios para acalma-lo.
— Tenha a certeza de que eu não gostei ou aprovo qualquer atitude sua que agrida alguém, ainda mais se tratando da minha mãe, mas vamos primeiro nos acalmar e respirar fundo, ok? — sussurrara ao que tomara apenas alguns poucos centímetros de distancia do outro. — Bom. Muito bom. Eu não sei o que você falou ao certo e também acho que não vou querer saber, também sei que não havíamos conversado ainda sobre você conhecer minha família, porém acho que agora é um pouquinho tarde para dar para trás nisso.
— Hobi, eu estraguei tudo...
— Não estragou não. Pode ter dificultado um pouquinho, mas se você tirar um pouco sua máscara de editor e deixar meus pais te conhecerem de verdade, o Taehyung e não o V, tenho certeza que resolveremos e poderemos superar isso, tá bem?
Mordendo o lábio receoso, porém com a sementinha da esperança plantada, ele concordara com um aceno de cabeça entrelaçando seus dedos nos de Hoseok e trazendo sua mão, deixando um beijo nela como forma de demonstrar seu carinho e agradecimento pela paciência e compreensão.
— Tudo bem. E por favor, não me apresenta como seu chefe, qualquer coisa menos isso porque tenho a sensação de que piorara a situação.
— Não se preocupe com isso, em outro momento meus pais saberão esse detalhe, mas hoje, você está aqui e será apresentado como meu namorado.
— Mas nós não...
— Sei que não houve um pedido ou uma oficialização, mas para mim nós já somos namorados, Tae e no fundo sei que você sente e pensa o mesmo. — explicou deixando ele dessa vez um beijo na mão do outro. — Relaxa e vamos comer, sim? Teremos muito tempo para conversar melhor sobre isso. Agora preciso que meu querido senhor Kim me acompanhe até a mesa de jantar da minha nova casa. Me concede essa honra?
Arrancando uma risada do loiro por sua atitude galante e cortes, Hoseok deixara um ultimo beijo em sua boca antes de traze-lo para dentro, fechando a porta e se encaminhando até os demais, desta vez acompanhado.
— Olha só quem apareceu! — brincou Yoongi ao perceber a presença do loiro.
— Até você conhece esse homem? — perguntou exasperada Jung Mih.
— Bom, aproveitando o momento, omma, appa, esse é Kim Taehyung, meu namorado. — sua fala gerara choque nos dois mais velhos ali presentes. Seu pai parecia surpreso pela nova informação já que em momento algum Hoseok havia comentado sobre estar se envolvendo com alguém depois de Yugyeom, porém sua mãe estava mais para incrédula e exasperada diante da escolha de seu filho. — Não tive muitas oportunidades para vê-los nos últimos tempos e contar sobre minha vida amorosa, mas espero que vocês possam me perdoar por não contar antes e que deem uma chance para conhece-lo melhor.
— Muito prazer. Peço desculpas pela intromissão e por todo resto. Não sabia que estariam todos reunidos e não quis interromper a noite em família. — por fim se pronunciou, juntamente com um gesto em um cumprimento respeitoso.
— Sem tantas formalidades, gente. Sentem logo e vamos comer. — Jiwoo disse quebrando o clima tenso que estava ameaçando de se formar.
Tentando manter a tranquilidade, somente tópicos triviais foram trazidos para a conversa. A comida deliciosa lhes era também um forte distrator quando aliado as típicas risadas que nunca deixavam se soar naquele ambiente. Taehyung mesmo que sentado junto a Yoongi e Hoseok, se sentia incrivelmente deslocado diante da energia acolhedora e familiar que todos ali exalavam, divergia tanto de todas as suas experiências com pais que era difícil para si se acostumar com essa realidade tão diferente. Apesar da inquietação que isso lhe causava, a mão de Hoseok entrelaçada a sua embaixo da mesa o ajudava a manter a calma e ignorar até mesmo o olhar reprovador que vez ou outra a progenitora do moreno lançava em sua direção.
Não sabia como concertar seu erro e se preocupava que isso pudesse causar problemas entre eles dois.
Deixando de lado as preocupações internas que rondavam na mente de alguns, o jantar transcorreu muito melhor do que se poderia imaginar. Foi dito que os três homens mais novos ali presentes trabalhavam juntos, mas sem especificar suas funções e posições na empresa, Jiwoo os atualizou sobre seu crescimento pessoal como estilista e que esperava poder se tornar ainda melhor com o passar do tempo, assim como o casal Jung falara sobre como ia suas vidas em Daegu e que desejavam que todos ali os fossem visitar e que tivessem a oportunidade de virem mais vezes até Seul. Hoseok contara sobre todo o processo de como acabou assinando o contrato de aluguel daquela nova propriedade, saciando a curiosidade de todos ali presentes, principalmente de Taehyung. Todos conversavam pacificamente e se por um momento fosse esquecido o que aconteceu na porta de entrada, poderiasse dizer que a noite havia sido perfeita.
Quando a mesa já estava vazia e as louças lavadas e guardadas em seus devidos lugares, todos foram para a sala se despedirem pelo horário elevado. Yoongi levaria Jiwoo para casa e seus pais ainda precisavam dar a entrada na hospedagem em um hotel nas proximidades em que haviam feito a reserva para passar a noite. Após um abraço trocado, o Min descera apoiando uma Jung cansada e com sono depois do fim de semana cheio, deixando os quatro a sós.
Percebendo que seus pais, e principalmente sua mãe ainda queria falar consigo, porém com privacidade, Hoseok pedira que Taehyung o esperasse na sala enquanto acompanharia seus pais até o carro, tendo seu pedido prontamente atendido pelo loiro que um pouco sem jeito se curvara como despedida agradecendo a noite agradável antes de se sentar no sofá e observa-los passar pela porta.
Em passos lentos eles andaram pelo corredor em direção ao elevador. Hoseok se sentia um pouco aflito, mas estava disposto a ouvir e argumentar se fosse necessário.
— Você nunca tinha comentado sobre estar com alguém. — divagou seu pai.
— Eu pretendia marcar um almoço para apresentar vocês. Depois de tudo o que aconteceu entre mim e o Yugyeom, principalmente levando em conta a ultima vez em que fui para Daegu, achei que seria melhor levar as coisas com calma entre mim e o Taehyung, além de preferir que vocês pudessem ter a chance de conhece-lo e criarem suas próprias conclusões sobre ele pessoalmente.
— Hoseok, esse homem... eu não sei... — começara sua mãe preocupada.
— Ele não é perfeito, mãe. Eu sei disso e a senhora sabe que ninguém é de fato, mas de alguma forma a cada dia mais eu começo a acreditar que ele pode ser o cara perfeito para mim. Apesar das nossas diferenças e de que nem tudo são flores, ele me faz feliz.
— Eu não sei, Hoseok... tudo bem que é perceptível que vocês se gostam de verdade, mas ele...
— Ele cometeu um erro, mas peço que deem a chance de ele mostrar para vocês, principalmente para a senhora, que ele não é apenas isso. Que ele pode ser alguém divertido, leal e que pode somar na minha vida.
— Filho, eu não sei do que vocês estão falando, mas entenda que sua mãe está receosa. Querendo ou não, eu também estou. Você já é adulto, eu sei, mas não deixa de ser nosso filho e nos preocupamos. — expressou como se sentia, abraçando de lado sua esposa para dá-la apoio. Depois de ouvir por tudo que seu filho tinha passado quando morava sozinho nessa cidade com Yugyeom era esperado que fossem estar com medo de ocorrer novamente.
— Taehyung não é como o Yugyeoum e está longe de ser. — respondeu como se soubesse exatamente qual era o receio dos dois. — Ele é alguém especial para mim e peço que confiem em mim nessa escolha, dessa vez acho que tomei a decisão certa em investir em algo com ele e só posso esperar que meus pais também possam ver isso em breve.
Trocando olhares, o casal respirara profundamente e em um acordo silencioso decidiram confiar nos instintos de seu filho. Não haviam desgostado do rapaz no final, apenas estavam com medo de que seu filho pudesse sofrer nas mãos de outro alguém, contudo viam o carinho em cada olhar que um dava ao outro e por enquanto isso bastaria para que se acalmassem. Se era ele quem o coração de Hoseok estava escolhendo amar, respeitariam e apoiariam sua escolha.
Após mais uma sessão de abraços calorosos, eles se despediram e seguiram seus respectivos caminhos.
Taehyung aguardava aflito a volta do moreno. Talvez devesse ter falado sozinho com a senhora Jung e ter pedido desculpas diretamente para ela, mas seu orgulho não o deixava ir muito além do pedido indireto que havia feito antes de eles irem embora. Frustrado, ele passara seus dedos em meio aos seus fios de cabelo e se recortara no sofá. Para sua surpresa e felicidade, não demorara muito para que Hoseok aparecesse e se sentasse ao seu lado em um gesto carregado de cansaço.
— Está tudo bem?
— Só estou cansado. Está tudo bem sim. — girando sua cabeça, o mais velho aproveitara para recostar sua cabeça e admirar o homem ao seu lado.
Único. Perfeito. Seu.
— É sério, foi mal mesmo ter aparecido do nada e ter causado essa situação.
— Não se preocupe, Tae. Eu queria que tudo estivesse mais arrumado quando fosse te trazer aqui a primeira vez, mas não tem problema. Eu só fiquei curioso para saber como você descobriu. — comentou.
— Bom... digamos que eu fiquei esperando você me mandar mensagem ou ir me ver o fim de semana todo e nesse meio tempo estava falando com o Jimin e ele me comentou que você estava se mudando e eu fiquei irritado por não saber de nada disso e terminei vindo parar aqui sendo não muito educado com sua mãe que foi a primeira pessoa que eu vi. Resumidamente, foi isso.
— Eu estava tão ocupado trazendo e arrumando tudo que acabei não me atentando pro fato de te avisar que não conseguiria ir, peço desculpas por isso, mas você sabe que não tem motivo para você ter ficado irritado, não é?
Cada palavra que saia de sua boca era dita com tanta calma, paciência e amabilidade que deixava Taehyung ainda mais desconcertado e apaixonado.
— Sei sim. Foi algo momentâneo e um erro meu.
— Fico feliz que você possa reconhecer isso. — se virando um pouco, ele esticara sua mão até alcançar os fios de cabelo dourados e deixar um carinho singelo descendo até a bochecha. — Dorme aqui hoje?
— Só dormir? — perguntou com a voz com uma pitada de malicia encarando os olhos brilhantes do outro.
— A julgar pelo meu nível de cansaço, sim Tae.
— Então abraçados trocando carinho até pegar no sono?
— Sim.
Se aproximando até deixar um beijo nos lábios de Hoseok, Taehyung afirmou:
— Soa como uma ótima proposta pra mim.
— Hum... posso te fazer outra proposta? — perguntou se inclinando até estar quase que em cima do loiro, ganhando um sorriso e mais um beijo rápido.
— Sou todo ouvidos.
— Não é a melhor forma e nem como eu planejava que isso acontecesse, mas daqui em diante, eu gostaria de poder oficialmente me referir a você como meu namorado, então eu me pergunto se você aceitaria ser meu namorado. Ainda que eu não tenha um anel, ou flores, ou que esteja cansado demais até para fazer algo além de conversar. Quero pedir corretamente e vou, mas hoje e agora eu não sei se poderei esperar até lá para ter uma resposta.
Contendo um sorriso bobo que lutava incansavelmente para se mostrar em seus lábios, Taehyung levara sua mão até os fios de cabelo negros do outro em um carinho doce, olhando no fundo de seus olhos para que não houvesse duvidas perante o que falaria.
— Eu posso amar coisas caras e bens materiais, mas eu aceitaria qualquer coisa que você me pedisse. Não tenha dúvidas que minha resposta é sim hoje, sim amanhã... é sim porque você é quem eu quero, Jung Hoseok.
Sorrindo cumplices, eles trocaram um longo beijo apaixonado antes de tomarem um relaxante banho e se deitarem na nova cama do Jung, se aninharem e conversarem até que ambos se entregassem ao sono profundo. Uma noite fria e tranquila abraçados. Era disso que precisavam. Um do outro.
Horas mais tarde, quando a pouca iluminação que passava pelas extremidades da cortina anunciando a chegada da manhã deixara seus sonos mais leves, não fora de se estranhar que com o primeiro toque do celular de Taehyung, ambos fossem se remexer incômodos pelo barulho porém já conscientes demais para ignora-lo. Resmungando, Taehyung se virara, afastando-se do corpo de Hoseok procurando quase que cegamente seu celular em algum espaço em cima da cama e posteriormente na mesa de cabeceira onde por fim o localizara. Sentando-se e passando as mãos por seu rosto, ele terminara de espantar seu sono para olhar a tela do celular e se deparar com o nome de Jimin.
— Alô? Jimin? O que foi? — perguntou confuso e ainda um pouco grogue.
— Oi Tae. Tenho uma notícia que você não vai gostar.
Afastando o celular e conferindo o horário, ele dissera:
— Tão cedo e você já vem com bomba pro meu lado? O que foi? Diz logo de uma vez.
— Saiu uma nota da empresa do Bogum de que ele vai participar de uma entrevista hoje e que falará sobre o suposto relacionamento de vocês. Ao que tudo indica, ele pretende confirmar o envolvimento hoje ainda pela manhã.
— COMO É? ELE FICOU MALUCO?
Não controlando seu tom de voz, ele acabara por alarmar Hoseok que rapidamente se sentou o encarando preocupado.
— Eu não sei de muitas informações, o Jungkook que viu o comunicado ainda agora e me mostrou.
— Como ele pode querer sair falando que namoramos para todo mundo? Isso não tem cabimento, Jimin.
— Eu sei que não, por isso te liguei para te avisar sobre o que está acontecendo. Preciso desligar, mas qualquer coisa que precisares, me liga.
Largando o aparelho no colchão, ele bufara enraivecido, demorando a perceber que Hoseok o encarava confuso. Quando seus olhos se encontraram com os do moreno, rapidamente ele reagira balançando as mãos e a cabeça em sinal de negação.
— Não é nada do que você está pensando! Eu posso explicar, eu não faço a menor ideia do que ele está falando!
— Eu escutei apenas pedaços e admito que ficou confuso, eu não entendi nada do que está acontecendo. — ele falou após sorrir por ter achando fofa a reação de Taehyung.
Passando a mão por seu cabelo ainda bagunçado, Taehyung deixara de lado o susto que levara por achar que seu moreno sorridente havia interpretado algo errado e tentara pensar com clareza sobre a situação, assumindo uma postura mais séria e calculista.
— O Bogum marcou uma entrevista hoje para supostamente confirmar que está em um relacionamento comigo diante de toda mídia.
— Como?
— Exatamente isso que você ouviu e se ele pensa que eu vou engolir essa história, ele está muito engalado.
Voltando a pegar seu celular, o editor pegara o contato de Bogum e não tardara em começar a ligar para o número. Várias vezes a chamada soava até cair na caixa de mensagens com um audio pré gravado de Bogum dizendo estar ocupado no momento. Sentindo a raiva correr por suas veias, Taehyung se levanta acompanhado de Hoseok e vai se arrumar.
Se Bogum não o atenderia, iria mais uma vez até a sua casa botar um fim nesse show que o ator parecia está querendo armar.
💼
— Abre essa merda, Bogum!
Taehyung já havia tocada a campainha no mínimo 5 vezes e agora batia desenfreadamente seu punho contra a porta de entrada. Hoseok ao seu lado apenas se mantinha calado e observava as ações do editor. A medir por sua raiva, o melhor seria não intervir nesse momento, somente se fosse necessário e o Jung não achava que era a hora ainda.
Os gritos com aquela voz grossa chamavam a atenção dos vizinhos que encaravam preocupados a cena de dois homens parados em frente a casa ao lado batendo sem parar. Já faziam pelo menos dez minutos que aquela barulheira continuava e nada de Park Bogum aparecer. A julgar pela cara das pessoas presentes ali, não demoraria para alguém chamar a policia, mas por sorte antes que isso ocorresse a porta fora aberta e o ator aparecera trajando um terno negro sob medida, os cabelos bem penteados ao que terminava de fechar seu relógio em seu pulso.
— Perdão a demora, eu estava no banho. V, você veio! Finalmente percebeu que sente minha falta não é mesmo.
Com um empurram o Kim o fizera perder o sorriso estupido em seu rosto e cambalear para trás dando-o espaço suficiente para que entrasse na residência com Hoseok e fechasse a porta atrás de si.
— Qual é o seu problema? Você está ficando maluco?
— Como assim, V? Do que você está falando?
— Que porra de entrevista para revelar nossa relação é essa? Onde caralhos você está enxergando que existe alguma coisa entre nós? Porque até onde eu sei NUNCA teve nada e NUNCA terá, QUANTAS FODIDAS VEZES EU VOU TER QUE REPETIR ISSO?
— Ei, ei, calma lá! Teve sim e ainda tem por mais que você esteja em negação e não consiga aceitar.
— Você só pode estar delirando. — disse rindo ensandecido.
— O que eu posso fazer? Não posso negar para os meus fãs a verdade de que estamos juntos, V.
— Eu vou te quebrar na porrada, seu idiota!
Descontrolado e com o ódio correndo por suas veias, Taehyung se lançara em cima do ator, fechando sua mão em um punho e acertando diretamente na lateral do rosto dele. Sua outra mão segurou na gola de sua camisa o mantendo de pé e se preparando para moer aquele rosto ridículo de porrada. Outro soco mais fora acertado em cheio no mesmo lugar, na esperança de descontar um terço de sua raiva e arrependimento por ter se envolvido com ele no passado e teria continuado distribuindo golpe atrás de golpe até que perdesse a conta, isso se Hoseok não tivesse o segurado e afastado do jovem ator antes que pudesse fazer uma bela obra de arte naquela cara.
— Que merda! O que você fez? — cuspindo sangue, Bogum levara sua própria mão ao seu rosto sentindo a pele latejar. — Eu trabalho com a minha imagem, sabia? Porra, eu sou pago para estar bonito em frente as câmeras, V!
— Eu estou pouco me fodendo para a sua vida, seu idiota! Eu estou é cansado de você se metendo na minha e para mim já chega! Chega de ficar associando a sua imagem a minha e de ficar inventando histórias para o publico!
— EU NUNCA INVENTEI NADA! — gritou dando um passo para mais perto dos dois, porém recebendo rapidamente um sinal claro do assistente do editor de que não se aproximasse.
— Você acha que eu não sei que a porra da sua empresa que mandava publicar aquelas declarações sobre nós dois? Acha que eu sou idiota ao ponto de não ter sacado que mesmo eu falando você sempre ignorava e fazia questão de me beijar em público para sermos vistos? Por favor, eu não nasci ontem, Bogum. VOCÊS INVENTARAM A PORRA DE UM NAMORO QUE NUNCA EXISTIU!
— CLARO QUE EXISTIU! — seu comportamento delatava que estava cada vez mais perdido em sua própria linha de raciocínio. — Nós saíamos juntos, transávamos, tínhamos encontros, o que mais isso significava?
— Bogum, nós nunca tivemos nada além de sexo casual. Você não me conhece, não sabe nada de mim, assim como eu não sei de você. De onde você conseguiu tirar essa ideia absurda?!
— E-eu percebi os sinais, quer dizer, estava muito claro, todos ao meu redor diziam.
— O que eles diziam? — perguntou com seu ultimo resquício de paciência.
— Que nossa relação era um namoro, obvio! Dong-ha sempre dizia que éramos namorados e que nossa relação seria óti...
— Pera. Ahn Dong-ha? Seu manager? — de repente as peças na cabeça do casal pareciam começar a se encaixar.
— S-Sim, q-quer dizer, ele sempre...
— Porra! Que eu sabia que você era lerdinho eu até sabia, mas manipulável nesse nível é demais.
Puxando seus cabelos em pura frustração, Taehyung começara a andar de um lado ao outro da sala de estar.
— Senhor Park, você poderia nos dizer o que mais ele te dizia com relação ao seu envolvimento com o V. — falou pela primeira vez Hoseok, assumindo as rédeas da situação.
— O que que isso tem haver? Ele só dizia coisas positivas, que apoiava, que era importante demonstrar afeto, conselhos típicos para casais normal.
— E ele possuía acesso a sua agenda e controlava tudo o que você fazia no seu dia?
— Mas é claro! Ele é meu manager.
— Meu Deus, como pode ser tão estúpido? — se perguntava em voz alta o editor.
— Olha, eu não sei onde vocês querem chegar com isso, mas V, você ainda vai perceber que eu estou certo e voltar correndo pros meus braços. Não vou negar mais nada e por fim vou confirmar nosso relacionamento a publico como deveríamos ter feito a muito tempo.
— Acho que não bati o suficiente ainda...
Pronto para voltar a tarefa, que ele descobrira ser muito prazerosa, de bater em Bogum, Taehyung fora agarrado por seu braço e quase que arrastado em direção a porta por Hoseok que apesar de seus protestos, não o soltou até que ambos estivessem de volta dentro do carro. Ambos no fundo sabiam que se continuassem ali as coisas piorariam muito e com o resto de consciência que Hoseok tinha, conseguira tirar o Kim de lá para que ele pudesse se acalmar e voltar a pensar com clareza. Nitidamente Bogum fora gradativamente manipulado para acreditar na história criada para a mídia, mas que nunca havia sido real. Não sabiam se o ator era ingênuo demais ou burro demais, mas dos dois um tinha que ser.
A situação era inconcebível. Não tinha cabimento que um romance inexistente fosse confirmado a público e por mais que Taehyung odiasse falar da própria vida e que principalmente os outros se metessem nela, estava disposto a seguir com a ideia que lhe vinha em mente.
— Hoseok?
— Hum?
— Quero que marque uma entrevista para daqui uma hora e que chame todos os repórteres que conseguir se lembrar.
— Você tem certeza?
— Absoluta.
Optando por não contraria-lo, Hoseok ligara o carro e seguira em direção a revista para que os dois se preparem. Aquela questão já havia ido longe demais e estava na hora de por um verdadeiro ponto final em qualquer manchete que envolvesse o nome de Kim Taehyung juntamente ao de Park Bogum. Tudo ocorrera como em um piscar de olhos. Varias ligações, a reserva do auditório que o edifício possuía para utilização das empresas e de repente V estava no pequeno palco em frente a todos se pronunciando pela primeira vez em alto e bom som para que todos pudessem gravar e anotar tudo aquilo que ele guardara durante meses para falar.
Mantendo a postura seria e a voz carregada de arrogância, ele impedira que perguntas fossem feitas e estipulou que somente quem falaria seria a si. Gastando exatos sete minutos, ele deixara claro que não havia nada de cunho romântico entre ele e o ator, especificou que os rumores todos não passaram de invenções da empresa para qual o Park possui vinculo trabalhista e que qualquer coisa que fosse dita a partir de outras pessoas não seria realidade, não passando de uma mentira contada com o proposito de levar vantagem em cima de seu nome. Por mais que duvidasse que isso não fosse voltar a acontecer, pois sendo alguém conhecido sempre haveria alguém querendo se aproveitar, sabia que a raridade de seus pronunciamos acarretava em um peso grande para as palavras que dissera e consequentemente lhe renderia, na melhor das hipóteses, alguns meses livre de fofocas sobre sua vida pessoal.
Sentindo um peso a menos após finalizar sua fala e seguir em direção a ala lateralizada, Taehyung ajeitara sua roupa alinhando-a sem prestar atenção a sua volta, contudo uma voz chamara sua atenção fazendo com que detivesse seus passos de imediato e levantasse o olhar encontrando com quem menos desejava naquele momento.
A alguns metros de onde estava, Kim SeokJin e Kim Namjoon conversavam despreocupadamente com Hoseok. Assim como ele os havia notado, não tardou para que aqueles três pares de olhos também olhassem em sua direção e um clima tenso fosse sendo criado até que tivesse dominado completamente o ambiente.
Meses, anos, nada mudava.
Seu orgulho jamais o permitiria perdoar Kim SeokJin.
Antes que a boca de algum deles fossem aberta e terminasse por piorar mais o clima, Jimin aparecera sorrindo pelo pronunciamento cortante de Taehyung, roubando a atenção para si, o que fizera com que se dispersassem e cada um seguisse seu rumo para fora do local.
Inevitavelmente o foco do editor fora todo para seu amigo, não o possibilitando perceber que Hoseok saira atrás do casal e pedira um momento para falar a sós com o irmão do homem que agora podia chamar de namorado. Aquele não seria o momento ou o lugar mais apropriado para conversarem, então o Jung pedira que ele o encontrasse para que almoçassem juntos no dia seguinte, tendo seu pedido aceito sem maiores complicações.
Taehyung passara o resto do dia tranquilo e o inicio do seguinte também, sem sequer imaginar que durante o intervalo para o almoço, Hoseok havia seguido em direção a um restaurante e nesse momento estava sentado esperando que seu irmão mais velho chegasse.
— Desculpa o atraso, Hoseok! Tive um imprevisto e acabei demorando a sair. — anunciara Jin ao se sentar em frente ao Jung ainda no processo de recuperar seu folego pela pressa com que viera.
— Eu cheguei agora a pouco, relaxa.
Mordendo os lábios em um gesto de nervosismo extremamente parecido ao do Kim mais novo, Jin perguntara:
— Podemos pedir algo antes de começarmos essa conversa? Acho que tenho uma ideia de sobre o que será e comer me deixa menos ansioso.
— Não quero te fazer se senti mal nem nada do tipo, é apenas uma conversa simples, juro. E sim, vamos pedir logo.
Em silencio eles escolheram seus pratos e solicitaram para o garçom que se retirara em seguida.
— Bom, enquanto esperamos, pode falar.
— Se você não se sentir confortável ou qualquer coisa do tipo, por fav...
— Hoseok, eu duvido que eu esteja errado sobre do que se tratara essa conversa e mesmo assim estou aqui. Apenas fale.
Apreensivo, o Jung cruzara seus braços contra o peito, pressionando seus lábios no processo.
— Eu gostaria de saber o que aconteceu entre você e o Taehyung. Queria que me contasse a sua versão sobre como tudo aconteceu.
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Espero que tenham gostado
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Penúltimo capítulo glr
Penúltimo...
Isso é assustador kkkkk
O que vocês acham de na próxima att eu trazer o link de um grupo do WhatsApp e do Telegram pra soltar spoilers e novinhas informações sobre a pré venda de DVG como livro físico?
👀
Me digam se apoiam a ideia ou nem
Nos vemos daqui umas 2 semanas
(Sem falta kkkk)
Com amor,
Elle